Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            Estava cheio de letras. Palavras juntas. Os pontos eram confusos, como se Anahí achasse as letras estranhas. Na parte superior do bordado, ele viu um conjunto de letras do alfabeto, um segundo conjunto semelhante, de estranha aparência, parecendo caractereres. Havia deixado uma mensagem para ele.

            Sinto muito, lia-se, os pontos desleixados, apressados.

            Nunca te traí. Desconfie do padre.

            Sempre te amei.

            Havia mais bordados na parte inferior, mas eram um padrão fácil de ler. Seu nome, Anahí, e um outro conjunto de pontos, com um nome: Herrera. Anahí sonhava em tomar o seu nome.

            Nunca te trai. Desconfie do padre.

            Sempre te amei.

            O tecido fino estava salpicado com pontos ligeiramente mais escuros em todo o tecido. Marcas d`água, deixando manchas fracas no tecido frágil, marcas de lágrimas.

            —  Onde está o padre?—  Ele quase não reconheceu a voz rouca como a sua própria.

            —  Nós não o encontramos, meu Lord.

            Ele tinha sido traído.

            E pouco tempo depois, quando foi divulgado que o Barão Gurfi tinha desaparecido, ele sabia o que tinha acontecido.

            E o que ia fazer.

 ***

             —  Você se meteu em  uma grande confusão agora, não é?—  A voz fina de Muffin sussurrou no ouvido de Anahí.

            Os olhos de Anahí se abriram e ela fixou-os na escuridão. Até mesmo o leve movimento causou produziu pincelada de dor através de seu corpo.  Ela piscou várias vezes, tentando focar a sua mente. Tinha certeza de que ouviu a voz de Muffin, mas olhando ao redor, não viu nada, nem ninguém.

            Um pedaço de grama estava sob seu rosto, e o orvalho frio molhava sua face.

            Ela concluiu que tinha sido deixada ali, enquanto os homens faziam uma pausa rápida, eles conversavam e moviam-se  pelo acampamento, mesmo estando muito escuro. Suas mãos estavam amarradas atrás dela, mas notou, vagamente, que seus pés estavam desamarrados. Ela não escaparia com a condição em que seu corpo se encontrava e eles sabiam disso.

            Anahí deu um tapa em seus lábios e testou a sua voz.

            —  Muffin? Eu não posso ver você.

            —  Olhe para baixo, —  disse Muffin de novo, e Anahí o fez.

            Em uma folha nas proximidades, algo se moveu. De início, Anahí pensou que era um inseto. Era sem dúvida, do tamanho de um, mas depois forçou os olhos, e viu um babado de saias azuis. Era Muffin, seu corpo diminuto, do tamanho de uma moeda de um centavo.

            —  Surpresa! — Ela sorriu para Anahí e tocou a ponta de seu nariz com uma minúscula varinha brilhante. — Aposto que você não esperava me ver aqui. Agora, o que vai fazer com esses homens terríveis?

            Anahí levantou a cabeça ligeiramente e olhou ao redor. Ninguém estava prestando atenção a ela, os homens voltados para a comida e algumas conversas. Anahí aninhou a face de volta na grama e voltou-se para Muffin.

            —  Fui capturada pelo inimigo de Alfonso, o barão Gurfi.

            —  Hmm...—  Muffin bateu sua varinha contra o queixo, considerando a situação. — Isso pode colocar nossos planos em risco. Por que você não tentou fugir?

            —  Pernas, —  disse ela, e a palavra as fez palpitar. —  Sinto muita dor. Há dias não vou ao oceano.

            Em vez da simpatia que normalmente recebia da fada madrinha, Muffin a olhou com ar de reprovação e balançou a cabeça.

            —  Temo que isso não seja nada bom. O que você planeja fazer agora? Você só tem quatro dias.

            —  Apenas quatro? — O desespero dominou Anahí. Ela nunca veria Alfonso novamente. —  Não importa. Eu falhei. Ele não me ama. E não tenho muito tempo neste mundo de qualquer maneira.  Quando o barão Gurfi descobrir que menti, ele vai me matar.

            Muffin franziu os lábios.

            —  Eu não posso ajudar você, Anahí. Gostaria de poder, mas isso iria contra as regras das fadas madrinhas, e eu seria demitida se a ajudasse. Sinto muito. — Ela estendeu uma mãozinha e deu um tapinha na face de Anahí. — Você vai ter que aguentar por mais alguns dias.

            Incapaz de falar após o nó de decepção que se formou em sua garganta, Anahí concordou.