Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

            —  Ainda não, temo, — disse alegremente Muffin. — Você não concluiu exatamente as coisas que tem a fazer aqui.

            Anahí resistiu ao impulso de jogar água no rosto dela.

            —  O que quer dizer? Isto não foi o suficiente? — Sua mão bateu na superfície, causando uma onda de ondulações nas águas já turbulentas. — Eu falhei. Você me deu uma tarefa, e eu falhei. O que mais quer de mim?

            Muffin inclinou a cabeça, num gesto sutil, indicando a faixa brilhante da costa que se estendia atrás delas, a uma boa distância. Um sorriso curvou seus lábios, doce e alegremente inconsciente do ressentimento de Anahí.

            —  Não sou eu, minha querida. Há um homem que está de pé naquela praia há três dias, faça chuva ou faça sol, dia e noite. Eu acho que ele merece algum tipo de explicação, não é?

            Seu coração quase parou no seu peito, e Anahí se obrigou a voltar-se lentamente e examinar a faixa de areia que tinha anteriormente ignorado.

            Estava tão longe no mar que era difícil fazer qualquer coisa, mas seus olhos estreitaram-se e avistaram uma figura escura próximo  a margem, e um flash de azul que era o tom exato de túnica favorita de Alfonso.

            A boca de Anahí ficou seca, e ela virou-se para Muffin. Seus olhos estavam arregalados com a incerteza.

            —  Eu não posso, Muffin. Eu não posso falar com ele.

            —  Por quê? — Muffin franziu o nariz. —Ele foi bom o suficiente para você dormir com ele, mas não é bom o suficiente para falar, agora que ele sabe que você é metade peixe?

            Suas palavras atrevidas humilharam Anahí, e ela lutou contra o desejo de mergulhar de volta na água.

            A fada madrinha estava desapontada com sua covardia. Ela piscou rapidamente, tentando afastar as lágrimas.

            —  Eu... eu não sei. Eu tenho medo do que ele vai dizer. — As palavras fecharam sua garganta, e ela engoliu em seco, depois olhou para a fada madrinha novamente. — Você não viu o modo como ele olhou para mim. Como se eu fosse... uma criatura anormal. Ele estava revoltado.

            —  Mas, minha querida, você é uma criatura anormal. Permita que o homem fique chocado. — Ela fechou a sombrinha e voltou o rosto para o sol. — Temos um pouco de tempo antes  do sol se pôr, então você pode muito bem ir lá e conversar com ele. — Ela se inclinou em direção a Anahí. — Eu sei que você está com medo, mas aprenda com uma velha senhora. O homem está esperando por você há três dias. Acho que tem algo mais urgente na cabeça do que o fato de sua calda ser ou não repulsiva.

            O medo batalhou com o pesar e a saudade. Ela queria vê-lo uma última vez, não importava o quanto Alfonso pudesse machucá-la. Mesmo se a última expressão que visse em seu rosto fosse de repulsa, ela ainda queria olhar para aqueles olhos verdes mais uma vez.

            Sem olhar para trás, Anahí começou a nadar em direção à praia. Enquanto se movia através da água,  manteve os olhos no litoral. Gradualmente, ele entrou em foco, e podia ver Alfonso de pé na praia. Seus braços estavam cruzados sobre o peito, o seu olhar voltado para o oceano. Anahí sabia que ele estava olhando para ela, porque quando Alfonso percebeu o topo de sua cabeça sobre a água, seu corpo grande enrijeceu e ele deu alguns passos para a frente.

            Anahí vacilou, mas se forçou a continuar. Uma mão na frente da outra, movimentando sua cauda, olhos para frente. Tudo vai acabar em breve, e então você nunca mais vai vêlo novamente.

            Nunca mais vai vêlo novamente.

            Sua garganta fechouse e uma nova torrente de lágrimas ameaçava sair. Ela não queria deixálo.

            Mesmo que ele a odiasse, ficaria feliz em permanecer em seu castelo, tudo para que pudesse olhar para ele todos os dias. Anahí amaldiçoou o egoísmo dos últimos três dias,  dias em que havia se escondido dele e do mundo.

            Era um tempo em que poderia ter passado em seu castelo, com ele, não importa o quão doloroso o resultado final fosse.

            A água se tornou rasa o suficiente para que ela tivesse que colocar  seus braços a frente, sobre a areia, arrastando sua cauda pesada para a praia. Ela não sabia porque, mas a água era como uma barreira entre eles.

            Anahí sabia que tinha sido o suficiente, quando suas guelras contrairam-se e começaram a queimar. Anahí desabou no chão, com a transformação e assumiu seu corpo, seus pulmões, forçando a água a sair deles e as pernas queimando quando elas se separaram mais uma vez. Anahí escondeu o rosto dele. Alfonso  deveria estar revoltado com a sua transformação grosseira.