Fanfic: O Cavaleiro da Sereia - Ponny - Adaptada - Finalizada | Tema: RBD, AyA, Conto de fadas

              Mãos suaves deslizaram por sua cintura, segurando- a como se ela pudesse quebrar. Dedos gentis afastaram o cabelo do seu rosto, molhado com água salgada e lágrimas.       

            —  Anahí, — sussurrou Alfonso, e seu coração contraiu-se em um tipo completamente diferente de dor. — Não chore. Está tudo certo, Anahí.

            As lágrimas rolavam então, como se uma represa tivesse estourado. Ela soluçou, enterrando o rosto contra seu peito para que ele não pudesse ver a dor em seus olhos. Todo o tempo ele acariciou seus cabelos e segurou seu corpo contra o dele.

            —  Por favor, não chore, Anahí. — O polegar limpou as lágrimas em seus olhos. — Eu não suporto ver você chorar. — Ela sentiu seu lábios tocarem sua fronte. — Nós não precisamos contar a ninguém sobre isso.

            Anahí ficou tensa em seus braços, não entendendo a sua reação. O que ele quis dizer? Não contar a ninguém? Não contar a ninguém sobre o que? Curiosa, ela abriu os olhos e escrutinou seu rosto.

            Os quentes olhos escuros observaram o seu rosto como se estivesse tentando memorizar sua feições.

            Alfonso parecia exausto, Anahí percebeu. As olheiras cercavam seus olhos, e seu rosto estava abatido, o cabelo desgrenhado. Parecia que ele não tinha dormido há dias. Mais real do que o seu esgotamento, no entanto, era a ternura com que olhou para ela.

            —  Mandei Padre Andrew para longe, Anahí. Para o mosteiro, onde ele não pode contar seus segredos ou usá-los contra você. — Ele tocou seu queixo com os dedos quase reverentes. —  Nós não vamos contar a ninguém sobre seu segredo, Anahí. Vou construir uma passagem secreta em meus aposentos, para que você possa chegar ao oceano sempre que precisar. Você pode fazer o que quiser. Só não fuja de novo.

            Seu rosto era gentil, suas palavras doces. Ele estava sendo tão compreensivo, e não a odiava. Não achava que ela era um monstro. Anahí enfureceu-se por tê-lo deixado pelos últimos três dias, pensando que Alfonso tinha sido contaminado pelo Padre Andrew e suas cruéis mentiras e calúnias.

            Ela poderia ter passado mais três dias em seus braços. E agora era tarde demais. Anahí enterrou o rosto em seu pescoço, inalando o cheiro almiscarado dele, inundada com um amargo arrependimento.

            Ele a acalentava, como se estivesse sentindo a tensão excessiva em seu corpo.

            —  No começo eu estava com raiva de você por ter guardado este segredo de mim, Anahí, mas então o padre Andrew começou a falar da semente do diabo, e eu percebi que você estava com medo que eu a abandonasse, ou pior, quando descobrisse. – Seus braços apertaram-na mais. — Eu nunca faria isso com você, Anahí.

            Seus dedos estavam sob seu queixo e inclinou suavamente a cabeça de Anahí para que ela pudesse olhar para ele. Seus olhos acariciaram o rosto dela, devorando suas feições tristes.

            —  Está tudo bem. Você virá a confiar em mim, acabou. Vamos nos casar, e você continuará a ser a minha dama, e ninguém irá forçá-la a fazer qualquer coisa que não queira, nunca mais. Meus homens vão tratá-la com respeito, e os servos já amam você. E eu sei que pode falar, mas deve haver uma razão para que não fale comigo. Você irá confiar em mim, eventualmente, e então pode me contar tudo. Mas vou esperar até que esteja pronta.

            Oh! Deus. Seu coração estava se partindo! Ela não conseguia parar de chorar, mesmo quando tocou seu rosto, trazendo seus lábios até os dela para um beijo. Seus lábios tocaram os de Anahí suavemente, como se tivesse medo de machucá-la.

            —  Anahí, Anahí. Fique comigo para sempre.

            Mas ela não podia. Anahí se afastou, balançando a cabeça, e colocou os dedos nos lábios. Ela não podia ficar, e seu olhar se desviou para o oceano novamente.

            —  Eu não entendo, — ele começou, mas suas palavras morreram quando uma sombra caiu sobre os dois.

            Muffin bateu-lhe na cabeça com a sombrinha.

            —  Eu temo que seja hora de partir, minha jovem.

            Ela sentiu-o enrijecer-se contra ela, ainda segurando-a contra seu peito.

            —  Quem é você? — Perguntou ele, sua voz áspera.

            —  A guardiã de Anahí, — Muffin disse em uma voz truculenta. — Ela tinha uma tarefa a cumprir, e falhou. Agora, é hora de partir. Diga adeus,menina.