Fanfics Brasil - Dulce O Destruidor de Corações - Vondy

Fanfic: O Destruidor de Corações - Vondy | Tema: Adaptada


Capítulo: Dulce

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Como de costume, Chris me levanta e me coloca sentada em cima do balcão enquanto ele cozinha. Estou vestindo uma camisa e observando o homem pecaminosamente sexy caminhando ao redor da minha cozinha, em apenas uma calça jeans, o botão de cima aberto. É um paradoxo vê-lo andar com os músculos rasgados, seu peito exposto enquanto ele se move pela cozinha com os pés
descalços, quase graciosamente, jogando ovos em uma tigela com algumas outras coisas que eu nem sabia que tinha na geladeira. Ele passa por mim, em seu caminho para o fogão, e planta um beijo casto em meus lábios. Delicioso.


 Nós dois devoramos tudo. Eu realmente não tinha percebido como eu estava com fome até que a comida estava bem na minha frente. Tudo que Chris cozinha é muito melhor do que um restaurante serviria. Eu realmente não tenho certeza se a minha opinião é tendenciosa sobre qualquer coisa relacionada a Christopher Uckermann, ou se ele é realmente um ótimo cozinheiro. Mas realmente não me importo. Eu adoraria vê-lo cozinhar sem camisa na minha cozinha todos os dias, mesmo que a comida tivesse um sabor horrível.


 Digo a Chris para relaxar e começo a limpar os nossos pratos e colocar na máquina, mas ele me ajuda mesmo assim. — Você cozinhou, não tem que me ajudar a limpar. — Eu sorrio para ele. — Além disso, é a única coisa em que sou boa na cozinha.
Chris vem por atrás de mim enquanto eu coloco nossos pratos na máquina de lavar e se inclina para beijar a minha nuca suavemente. — Mas quanto mais rápido se limpa. — Suas palavras param enquanto ele deposita beijos no meu pescoço e no meu ombro esquerdo. Eu deixo meus olhos vagarem fechados e aproveito o momento. Quando ele finalmente continua o pensamento, a sua voz é baixa e aveludada. — Mais rápido conseguimos conversar e voltar para a cama.


 Meus olhos se arregalam e um flash de realidade bate em meu estômago. Houve dias, até meses, cheios de pesar sobre os pecados do meu passado, mas eu nunca odiei o homem que arruinou a minha vida mais do que neste exato momento. Eu não culpo mais a mim mesma. Eu o culpo. Culpo-o por
tudo o que aconteceu antes e os anos que ele tirou de mim, enquanto eu lutava para recuperar a minha vida. Mas eu nunca o odiei mais do que eu o odeio agora, porque ele está prestes a tomar mais uma parte da minha vida. A maneira que Chris vai me ver.
Eu não posso protelar por mais tempo. Penso no que a minha terapeuta me diria para fazer se ela estivesse sentada ao meu lado, olhando-me agir como uma covarde. Ela diria para arrancar o Band-Aid. Deixar a ferida respirar... curar. A pior parte é a antecipação da lágrima, e não a própria lágrima.


 Então, eu respiro fundo e, calmamente, levo Chris para o sofá. Ele se senta e me puxa para cima dele, uma perna de cada lado de suas coxas, montando-o no colo. Eu não posso ter essa conversa, enquanto estou tão próxima dele. Preciso de distância. Eu começo a levantar uma perna, tentando me reposicionar longe dele, mas Chris mantém o controle sobre meu quadril.
Eu olho para ele confusa. — Eu... eu só estou me mexendo...
— Eu sei o que você está fazendo.
Meu rosto deve mostrar a minha confusão, porque Chris não espera que eu responda.
— Eu quero falar assim mesmo.
— Por quê? — Na verdade, estou confusa por sua ação... recusando-se a me permitir colocar espaço entre nós.
— Porque é mais difícil você me evitar quando estou bem diante de você.


 E eu pensei que estava fazendo um bom trabalho em esconder isso dele.
Fecho os olhos e respiro fundo. Quando os abro, Chris está me observando atentamente e isso  torna tudo muito mais difícil. Mas eu preciso fazer isso. Eu arranco o Band-Aid e mostro-lhe as minhas feridas. As feridas horríveis que eu tenho carregado por aí, sozinha, por mais da metade da minha vida.


— Meu pai era abusivo. — Minhas palavras são baixas, mas estou firme. Eu posso fazer isso. Olho para o peito nu de Chris quando falo e encontro o ponto minúsculo de uma sarda, à direita do seu umbigo. É tão pequeno que eu não tinha notado antes. Mas agora é tudo em que posso focar. Meus olhos estão colados a ele. As mãos de Nico em meu quadril apertam com mais força. Eu não tenho certeza se ele acha que eu vou sair correndo ou se ele inconscientemente responde ao início da minha história, mas, de qualquer forma, de alguma forma, isso me ajuda. Só de saber que ele está me segurando firmemente me dá a força para continuar.
— Não comigo. Só com a minha mãe. Ele continuou por anos. Às vezes, a gente fugia, mas ele nos encontrava e tudo ficava bem por um tempo. Mas, então, começava de novo. — Eu esfrego meu dedo indicador sobre a pequena sarda, o movimento lento me acalma.  —Quando eu era criança e meu
pai batia na minha mãe, eu me sentava na cama e me balançava. Balançava para trás e para frente. De alguma forma, isso me acalmava.


Chris não diz nada, ele apenas mantém a sua forte influência sobre mim e permanece sentado calmamente. Esperando e ouvindo.


— Ficou pior. Uma noite, ele bateu tanto nela que ela não saiu da
cama por mais de três semanas. Seu nariz estava quebrado e ambos os olhos estavam fechados de tão inchados, que ela vacilava quando eu entrava em seu quarto, porque ela não podia ter certeza se era eu ou ele. — Minha voz falha, mas não choro. Eu só gostaria de poder contar a história sem reviver a
imagem na minha cabeça. As poucas vezes que eu contava a história em voz alta, era sempre o mesmo. Estou de volta lá e estou narrando o que eu vejo na minha cabeça, descrevendo a cena, como se a menina não fosse eu.
— No vigésimo terceiro dia, ela saiu da cama. Os hematomas estavam começando a cicatrizar e seu rosto estava quase cinza e amarelo. O inchaço tinha diminuído também. Ela estava na cozinha e abriu uma lata de sopa. Era Campbell. De frango com arroz. Ela colocou-a na tigela listrada de marrom e branco que eu gostava de comer. Lembro-me de pensar que foi a melhor coisa que eu já comi.


 Fiquei em silêncio por um minuto enquanto esperava a minha mãe sentar para tomarmos a sopa juntas. A cena passa pela minha mente como se estivesse realmente bem na minha frente.


— Ela sorriu para mim e eu sorri de volta. Não tornava as coisas melhores, mas eu me lembro de pensar que íamos ficar bem. Eu tive uma estranha sensação de alívio quando nos sentamos lá e comemos em silêncio. Durante três semanas, eu devo ter andado por aí com meus ombros tensos, mas não percebia isso até que eu os senti relaxar, enquanto nós terminávamos nossa sopa.
Meus ombros relaxam um pouco. Então eu respiro fundo, sabendo o que viria a seguir. — Em seguida, ele voltou para casa. Nós ainda estávamos sentadas à mesa, a nossa sopa ainda nas tigelas na nossa frente quando ele entrou. Bêbado. Ele estava sempre bêbado. E com raiva.


 Eu fecho meus olhos e seguro as lágrimas. Eu sei o que vem a seguir, eu já vi isso na minha cabeça umas mil vezes, mas, a cada vez, é tão difícil de ver como da primeira. Isso nunca fica mais fácil. Não sei quanto tempo fiquei em silêncio, segurando minhas lágrimas. Eu nem percebi que pareide falar e fui para outro lugar até que eu ouço a voz de Chris.


— Você não tem que continuar, Dul. Apenas deixe-me te abraçar e te ajudar a esquecer o passado. — Sua voz é suave, gentil e carinhosa e leva toda a força do meu corpo para não ceder e deixá-lo me abraçar. Tomar conta de mim e fazer tudo ir embora. Mas eu não posso. Eu preciso arrancar o Band-Aid.


 Minha mente volta ao presente, acho a sarda e recupero-a como meu foco, continuando com o que tenho a dizer. O que eu preciso dizer. — Ele quase a matou naquela noite. Levantou-a pelo pescoço e esmagou sua traqueia. Ela não conseguia respirar. Mas isso não era o suficiente. Ele não parava. — As lágrimas começam a fluir dos meus olhos, mas não vou deixá-las me impedir de fazer
o que preciso. — Ele não parava. Ele bateu nela uma e outra vez. E ela fez aquele barulho. Aquele ruído horrível porque ela não conseguia respirar. Ela estava com falta de ar, lutando com o pouco que lhe restava. — As lágrimas se transformam em soluços e eu sinto meu corpo tremer.
— Venha aqui, Anjo. — Chris tenta me puxar para ele, mas não permito. Eu preciso me livrar de tudo.


 Pela primeira vez desde que comecei a falar, eu olho para Chris. Seus olhos estão repletos de dor e se encheram de lágrimas não derramadas quando ele me vê chorar e ouve a minha história. Eu respiro fundo e olho em seus olhos quando falo, minhas palavras saindo tranquilas, mas o seu significado inequivocamente claro.


— Eu o matei. Eu sabia onde a arma estava escondida e atirei nele. — Os olhos de Chris se abrem assustados, ele não esperava que eu lhe dissesse isso. — É por
isso que eu sei. — Minha voz é apenas um sussurro. — Eu sei o que você sente.


 Eu choro até que não restam mais lágrimas. Eu não sei quanto tempo passa, mas Chris me mantém apertada contra ele até que meu corpo é arrancado de cada soluço e desgaste. E eu deixo.
Pela primeira vez na minha vida, eu deixo alguém segurar minha tristeza, mesmo que seja por pouco tempo. Ele segura a dor, a culpa e a carga, tudo isso. E com o peso tirado de mim, eu caio no sono. Dormindo.



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Autor(a): GrazihUckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 18



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  • bels Postado em 07/04/2018 - 20:35:05

    Muito amor por essa história! Linda Linda!

  • deia2017 Postado em 30/03/2018 - 14:24:39

    Lindo amei

  • deia2017 Postado em 05/03/2018 - 20:34:22

    Nao para nao por favor

  • dulcete.vondy Postado em 05/03/2018 - 09:23:12

    Comecei a lerrr, acho que ja já termino todos os capítulos já postados e antecipadamente já peço, posta maisssss

    • GrazihUckermann Postado em 05/03/2018 - 19:55:38

      Seja bem vinda ^^

  • deia2017 Postado em 12/02/2018 - 13:20:55

    Leitora nova já estou amando

    • GrazihUckermann Postado em 12/02/2018 - 21:49:55

      Seja bem vinda ^^

  • samayra Postado em 02/02/2018 - 11:02:58

    To viciada msm, anciosakkkkkk bjs, posta mais

  • beatris Postado em 02/02/2018 - 09:30:50

    Gostei da primeira vez deles. Invejinha branca da Dul. Eu tbm tô mto afim de saber do passado dela. Ainda falta muito? Continua linda

    • GrazihUckermann Postado em 02/02/2018 - 10:32:40

      Ainda vai demorar um pouquinho para Dulce falar sobre o passado dela... Continuando..

  • samayra Postado em 31/01/2018 - 11:30:52

    kkkkkk estou amando essa históriakkkkk

    • GrazihUckermann Postado em 01/02/2018 - 13:47:56

      Que bom que está amando. Seja bem vinda ^^

  • beatris Postado em 30/01/2018 - 15:40:29

    Kkkkk oh céus agr até eu fiquei frustrada com essa interrupção nam

    • GrazihUckermann Postado em 01/02/2018 - 13:47:34

      Próximos capitulo tem Hot, corre pra ler ^^

  • beatris Postado em 30/01/2018 - 11:38:56

    Amei kkkk o Cris parece ser tão romântico e tão fofo me diz onde posso encontrar um homem desse pra mim, que eu pago rsrsrs

    • GrazihUckermann Postado em 30/01/2018 - 14:04:38

      Olha, eu não sei, mas se você saber onde achar um homem desse não esqueça de avisar ^^ Continuando..


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