Fanfics Brasil - Capítulo 15 My world was always you ( portinõn) finalizada

Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 15

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"Mesmo que doa. Mesmo que eu tente afastar você. Você voltará? E lembre-me de quem eu realmente sou. Por favor, lembre-me de quem eu realmente sou..."



***********


Fechei o notebook enquanto bufava, as notícias divulgadas nos sites desconhecidos eram superficiais e baseadas em fotografias, mas a veracidade do que apontavam no tópico me deixava apreensiva. Já havia visto vários fóruns daquele tipo, mas naquele momento era diferente, havia sim alguma coisa acontecendo entre eu e Anahí.


Anahí. Ainda tinha que pensar sobre esse assunto. Não queria perdê-la, mas também não poderíamos nos assumir até porque tecnicamente não tínhamos nada, ainda. Como se meus pensamentos à chamassem o celular vibrou sobre a mesa acompanhado da batida de violão. Me levantei da cadeira aceitando a chamada e me deitando na cama.


– Hey você. - Suspirei olhando para o relógio digital que marcava o inicio da meia noite.


– Dulce, Dulce. - Franzi o cenho notando a voz arrastada.


– Está tudo bem?


– Não. Está. Quer dizer, não sei. - Suspirou com a voz enrolada.


– Você está bêbada? - Sentei sobre o colchão prestando atenção nos suspiros curtos do outro lado da linha.


– Não. Talvez um pouquinho. - Comentou com a voz infantil me confirmando o estado de embriaguez.


– Anahí, aonde é que você está?


– Eu não sei. - Um riso curto e débil chegou até mim. – Eu estava com o pessoal do filme, aí eles resolveram ir para uma boate e depois chegamos em uma casa.. - Pausou. – Não sei de quem é essa casa.


– Onde está Mari?


– Ih, não sei não viu. - A voz ficando cada vez mais arrastada. – Estou sem babá hoje. - A gargalhada me fez fechar a cara.


Se ela fosse ser tão inconsequente então era bom mesmo ter uma babá por perto. Reprimi a vontade de brigar com a garota lembrando de um ponto no inicio do telefonema.


– Você disse que não está bem. O que houve? Por que me ligou?


– Eu te amo, Candy - A declaração sincera me fez acalmar. – Nunca esqueça disso. Eu sei que sou uma idiota, sei que de vez em quando deixo você triste, mas você é a única coisa que faz meus pés ficarem no chão, é a única coisa que presta na minha vida. - Cerrei os dentes sentindo a sutil tremedeira subir pela espinha, Anahí suspirou. – Mas..


Franzi o cenho mais uma vez ouvindo um soluço do outro lado.


– Anahí, você está chorando? - Perguntei preocupada.


– Não. - A voz embargada e mais um soluço me disse o contrário. – Nós não podemos estar fazendo isso, Dul.


Engoli em seco ouvindo tal frase. Quantos meses haviam se passado desde a primeira vez que aquela frase havia sido pronunciada? Senti minha respiração ficando superficial e meu corpo amolecer, minha cabeça rodou me obrigando a fechar os olhos.


– Anie. - Sussurrei me deitando sobre os travesseiros ainda de olhos fechados, sentimentos ruins subiam pela minha garganta. - O que você está dizendo?


– Eu não mereço você. Eu não posso estragar a sua vida. - Mais soluços.


Fiquei em silêncio olhando para o teto de meu quarto, do outro lado só podia se ouvir a respiração forte de Anahí contra o aparelho. Estávamos bem, não estávamos? O que tinha acontecido para a mudança repentina?


– Você está bêbada, Anahí. Não acha melhor falarmos sobre isso quando estiver sóbria? - Tentei colocar panos quentes na conversa, mas não deu muito certo.


– Não, Dul. - Pressionei os dentes ao ouvir o apelido novamente, o tom que usava era pior do que quando pronunciava meu nome completo. – Hoje vieram me perguntar se havia alguma coisa entre a gente, sabia? Você sabe como eu fiquei? Eu queria dizer que estou com você, queria dizer que você é minha garota, mas já pensou no estrago que isso causaria? Você é um anjo e eu não posso simplesmente trazê-la para o inferno.


– Anahí. - A chamei tentando manter a calma, minha vontade era de ir buscá-la e colocá-la para dormir em meus braços. - Por favor, meu amor, me escuta. - Sussurrei fechando os olhos com força. - Eu amo você. O resto do mundo não me importa, quem me importa é você. Só você. Não faça isso com a gente de novo. Nós valemos a pena, todos esses anos juntas e esses últimos meses provam isso.


O resfolegar vindo do outro lado era a única coisa que se podia ouvir através da linha telefônica, uma sensação estranha se apossou de meu corpo me fazendo imaginar uma vida sem os sorrisos largos da garota ou os beijos carinhosos da boca doce. Terrível. Eu precisava dela.


– Promete que não vai desistir de mim? - O sopro de voz hesitante atravessou a linha em meio à soluços baixos.


– Anie... - O som de pessoas falando e a música alta me cortou.


– Tenho que ir. - Anahí avisou com a voz mais forte, porém não menos enrolada. – Boa noite.


– Boa... - E o telefone ficou mudo antes de eu terminar a frase.


Olhei para o visor que piscava o tempo do telefonema. Franzi o cenho repassando o recém acontecimento na cabeça, não seria uma noite de sonhos belos.


*****************


Entrei na cozinha de cabeça baixa rumando direto para a geladeira tirando de lá um suco qualquer, minha cabeça parecia querer explodir. Sentei na cadeira cruzando os braços sobre o tampo da mesa enfiando o rosto entre eles e fechando os olhos bem apertados. Ainda estava decidindo o que falar para Anahí caso a ideia estupida de que não podíamos estar fazendo aquilo permanecesse em sua cabeça.


– Bom dia. - A voz sonolenta de minha mãe me fez erguer a cabeça para olhá-la.


– Bom dia, mãe. - A observei caminhar para trás do balcão ajeitando a cafeteira. - Minha cabeça está explodindo. - Informei voltando a esconder-me entre os braços cruzados.


Algumas portas foram abertas e fechadas, passos leves sobre o piso. Sai do esconderijo quando o copo d'água foi colocado sobre a mesa junto com o comprimido, tomei o medicamento sentindo os músculos irem relaxando pouco à pouco enquanto minha mãe se movimentava pela cozinha.


– Cláudia chega essa tarde. Vai querer buscá-la no aeroporto ou mando um motorista? - Minha mãe perguntou se sentando com uma xícara de café nas mãos.


– Tinha esquecido. - Franzi o cenho esfregando o vinco entre as sobrancelhas. - Vou ter algum tempo livre na parte da tarde?


– Não lembro. Deixa eu acordar primeiro. - Sorri fraco ao reparar nos olhos sonolentos da minha mãe enquanto sorvia o líquido sagrado. - Hum.. Você tem uma entrevista na rádio sobre o lançamento do albúm às quatro.


Gruni me levantando para pegar o pote de bolachas.


– Mande Paul ir buscá-la e trazê-la direto aqui pra casa. - Suspirei me voltando a sentar.


Minha cabeça estava uma confusão, o telefonema do dia anterior e as frases ainda se misturando em minha mente. Eu tinha que conversar com Anahí, ver se ela estava bem, se nós ainda estávamos bem. Franzi as sobrancelhas pensando em Cláudia, não poderia deixá-la sozinha para resolver o possível problema. Lembrei de meu celular decidindo mandar uma mensagem para Anahí me ligar quando fosse possível.


 


– Posso saber onde sua cabecinha está? - A voz de minha mãe me despertou me lembrando que havia parado de mastigar o que estava em minha boca.


– Em nenhum lugar, mãe. Euem. - Forcei um sorriso bebericando o suco de meu copo.


– Pensa que me engana, Dulce? - O sorriso de lado me fez sorrir sincera.


– Algumas coisas que devo resolver. - Dei de ombros observando minha mãe menear a cabeça despreocupada. - Posso fazer uma pergunta? - Estreitei os olhos ganhando novamente a atenção da mulher a minha frente.


– E desde quando precisa pedir permissão para fazer isso? - Bebericou da xícara em seu poder.


Considerei seu semblante confuso e receptivo tentando formular a indagação na cabeça. Não havia uma maneira sutil de fazer a pergunta então fui apenas sincera e curiosa.


– Como uma pessoa faz para convencer a outra pessoa de não desistir de um relacionamento? - Fui taxativa, bem cara de pa/u.


– Que papo é esse, senhorita Marie? - Franziu o cenho passando um pouco de geleia na torrada.


– Só me responde, por favor? - A olhei esperançosa. Minha mãe suspirou antes de começar a falar.


– Bom, não tem uma forma exata. Mas se está em busca de um conselho. - Olhou em meus olhos parecendo tranquila. - Você só tem que ouvir e procurar entender os motivos da pessoa. Se conseguir fazer isso então saberá quais argumentos usar para que ela não desista. - Terminou dando uma mordida na torrada com geleia.


– Hum..


Desviei os olhos de minha mãe mirando o nada enquanto refletia naquelas palavras. Eu podia fazer aquilo, na verdade era o que sempre fazia.


– Vai me falar o que está havendo? - Torci a boca sentindo os olhos de minha mãe sobre mim.


– Ainda não. - Um frio em minha espinha apareceu imaginando qual seria a reação da mulher quando lhe contasse.


– Tudo bem. - Voltou a postura normal ignorando a curta conversa que havíamos acabado de ter.


***********


Rasguei mais uma tira de papel seguida de outra, já estava no segundo guardanapo. Meus olhos permaneciam atentos em meus dedos picotando o papel frágil, tudo à minha volta parecia irrelevante, eu parecia irrelevante. A única coisa que conseguia pensar era que Anahí não havia respondido nenhuma de minhas oito mensagens, não havia atendido meus quatro telefonemas e Marichelo não fazia ideia do que estava acontecendo. Minha atenção estava tão dispersa que não notei quando um homem rechonchudo com seus quase 40 anos apareceu ao lado de nossa mesa.


– Com licença. - Sorriu se inclinando levemente para mim. - A senhorita poderia me dar um autógrafo? Minha filha é uma grande fã sua.


Um sorriso largo e involuntário tomou conta de meus lábios ao escutá-lo. Me levantei mesmo com os pedidos para que permanecesse sentada.


– Onde eu posso assinar? - Perguntei educadamente para o homem desconcertado. Seus olhos caramelos me fizeram lembrar de Cristian.


– Hum.. - Apalpou os bolsos buscando a carteira. Retirou um pequeno cartão o estendendo para mim. - Aqui, é uma foto dela.


Corri os olhos pela fotografia encontrando a menina que não aparentava mais que treze anos. Os cachos loiros me faziam recordar de Angel, poucas sardas manchavam a pele alva do rosto, os lábios fartos mostravam os dentes brilhantes em um sorriso largo. Os olhos castanhos me fez soltar um riso curto enquanto virava a foto para autografá-la.


– Qual o nome? - Franzi o cenho o olhando brevemente.


– Emma.


– Creio que herdou os olhos da mãe, correto? - Perguntei estendendo a foto autografada para o homem sorridente.


 


– Sim. - Confirmou colocando o retrato de volta na carteira. - Bom, desculpe atrapalhar e obrigada pela atenção.


– Não foi nada. - Abanei as mãos no ar. - Pode fazer um favor para mim? Diga à Emma que a achei linda.


– Com toda certeza que direi. - Sorriu mais uma vez. - Mais uma vez obrigada. Com licença.


Acenei antes de voltar a me sentar. Olhei em volta encontrando as poucas pessoas que frequentavam o restaurante mexicano.


– Ontem não deu para conversarmos direito e sei que aqui não é o lugar para isso, mas tem se pesquisado na internet? - Olhei confusa para a morena que dividia a mesa comigo.


– Como assim? - Me inclinei sobre o tampo assistindo minha irmã olhar discretamente para os lados.


– Tem saído algumas coisas sobre seu relacionamento com... - Pausou olhando em volta. - Você sabe.


Desviei os olhos de Cláudia voltando a rasgar ainda mais os pedaços que antes formavam guardanapos.


– Já vi. - Respondi sem olhá-la.


– O que vai fazer? - O tom baixo me fez olhá-la.


– Nada. - Cláudia franziu o cenho. - O que eu poderia fazer? Eu não vou me afastar, não quero fazer isso mesmo ela me ignorando.


O barulho vindo do celular sobre a mesa fez com que deixássemos de nos encarar. Olhei para o visor do aparelho lendo a mensagem curta: Saudade da sua risada. Sorri de lado digitando uma resposta rápida.


– Anahí? - Ouvi minha irmã perguntar enquanto deixava o aparelho sobre a mesa novamente.


– Não. José. - Suspirei.


– Hum. Por que ainda dá esperanças para ele? - Olhei incrédula para a Claúdia.


– Eu não estou dando esperança nenhuma. Já cansei de dizer que gosto dele como um amigo, praticamente um irmão.


– Mas você sabe o que esse garoto realmente quer com você. - Revirei os olhos para longe da morena.


– O que você quer que eu faça? Que o trate mal? Ele não merece isso, é uma boa pessoa.


Minha irmã deu de ombros se voltando para a sobremesa em sua frente, meu celular voltou a apitar. Engoli em seco lendo de quem era: Anahí. Abri o texto sem respirar e senti tudo ficar escuro a minha volta.


Preciso de um tempo para pensar sozinha.


Soltei o ar quente que havia prendido sentindo meus olhos marejarem, coloquei o celular sobre a mesa calmamente.


– Dul? - Ouvi a voz de Cláudia ao longe. - O que foi?


Pisquei algumas vezes tentando sair da bolha que me encontrava, mas tudo parecia querer me afundar ainda mais em um poço sem fundo.


– Perdi a fome. - Balbuciei levantando os olhos para encontrar os confusos à minha frente. - Podemos ir para casa? - Pedi em rogo vendo minha irmã se levantar imediatamente.


– Claro, vem.


***************


Corri os olhos pela mensagem mais uma vez. Estava deitada em minha cama enquanto Cláudia ocupava a mesa do notebook, já havia se passado dois dias que Anahí havia me enviado a mensagem e até aquele momento não tinha dado nenhuma notícia. Minha barriga revirou fazendo um sonho estranho o que fez minha irmã olhar para mim com uma expressão engraçada.


– Tem um alien aí dentro? - Ri da imbecilidade da garota deixando o celular de lado.


– Acho que ela precisa de comida. - Coçei a cabeça bagunçando os fios que já batiam um pouco abaixo dos ombros.


 


– Ah, um pouco de juízo. - Debochou enquanto me levantava.


Não andava com muita vontade de comer e o pouco que descia pela minha garganta me fazia enjoar. Ignorei o comentário de Cláudia saindo de meu quarto. Desci as escadas aos pulos chegando à sala escura e rumando para a cozinha. meus pais haviam saído na parte da tarde e não iriam dormir em casa.


Sorri ao dar de cara com a pizza que minha irmã havia pedido em cima da mesa, eu não quis nem sentir o cheiro quando havia chegado, mas naquele momento fiquei grata por minha irmã só ter comido um pouco mais do que a metade da delicia de calabresa. Busquei refrigerante na geladeira e um copo me voltando para a mesa.


A hora nem estava avançada, pensei que no meio da madrugada teríamos que descer as escadas para comer novamente. Entre uma mordida e outra pensava na correria que estava sendo me dividir entre a música e a atuação. Gostava daquilo, era prazeroso estar realizando os meus sonhos mesmo em meio à toda a burocracia que eu odiava. Sorri sozinha lembrando de alguns momentos com meus colegas de banda. Eramos todos diferentes, mas o fato de sermos palhaços nos unia e Pedro nunca tinha paciência com a gente.


Meneei a cabeça colocando o último pedaço de massa na boca, corri os olhos pela cozinha e minha respiração paralisou. Minha barriga revirou com violência e não era por causa da fome, mas sim pela Portillo escorada no portal da cozinha.


– Oi. - Sorriu fraco permanecendo parada no mesmo lugar.


Minha mente travou e eu não podia pensar em mais nada e com a mesma velocidade que travou, veio com força total. Senti as perguntas e as palavras ferverem em meu cérebro.


– Oi. - Respondi calma. - Não escutei a campainha.


– Eu, bom.. - Coçou a nuca. - Eu vi só a luz do seu quarto acesa e não achei que teria problemas em usar minha cópia. Cláudia disse que estava aqui na cozinha. Me desculpa se..


– Não precisa se desculpar, Anahí. A chave é sua, você pode entrar e sair de minha casa quando bem quiser. - A cortei sentindo minha voz em um tom perigosamente baixo.


Desviei a atenção de Anahí fechando a garrafa de refrigerante enquanto tentava manter a calma.


– Okay. - Soprou cabisbaixa se balançando nos calcanhares.


Me levantei indo em direção a geladeira para guardar a garrafa quase vazia, a tensão palpável me dava vontade de gritar. Senti a garota dar alguns passos em minha direção.


– Podemos conversar agora? - Pediu encostando as costas no balcão à minha frente.


– Claro. - Evitei olhá-la ameaçando sair de sua frente mas a mão quente segurou meu pulso me impedindo de sair do lugar. - O quê? - Olhei para o único contato de nossos corpos sentindo todos os meus pelos se arrepiarem.


– Não faz assim. - Os azulados brilhosos me fitaram com arrependimento e mágoa. - Por favor.


Engoli em seco com o maxilar rígido, a respiração pesada me saindo pelo nariz. Eu era uma imbecil, uma idiota que sempre amolecia ao lado dela. Eu estava com raiva por ter se afastado, mas também com muito medo.


– Estou escutando. - Soltei rouca.


Anahí suspirou olhando para sua mão fazendo um leve carinho em meu pulso com o polegar.


– Eu não posso dar o que você merece. - Franzi o cenho sentindo minhas juntas ficarem tensas.


– E o que é que você acha que eu mereço? - Soei paciente apesar da tempestade que acontecia dentro de mim.


Algo gritava em minha cabeça que eu iria perdê-la, mas me recusava à acreditar naquilo. Eu não poderia deixá-la ir.


– Tudo. Você merece tudo. - Encolheu os ombros, seus olhos desviavam dos meus parecendo procurar as palavras corretas. - E eu sei que não posso dar isso à você. Eu sou uma bagunça, Dul.


– Você é tudo o que eu quero, isso basta para mim. - Rosnei vendo os olhos de Anahí ficarem marejados. - Isso que você chama de bagunça eu chamo de perfeição. Você é perfeita para mim, você é linda. Eu amo você do jeito que é sem mudar absolutamente nada.


– Você já parou para pensar em como o mundo reagiria em relação ao que temos? - Sorriu fraco limpando rapidamente uma lágrima teimosa que havia riscado o rosto cor de giz. - Já parou para pensar que somos duas adolescentes famosas que mantem uma relação lésbica?


A palavra fez minha cabeça girar. Lembrava de ter comentado sobre isso com Maitê em uma de nossas conversas, mas a teoria era muito diferente da prática. Pisquei algumas vezes olhando para a mão que ainda segurava meu pulso umedecendo os lábios.


– Você merece alguém que possa sair de mãos dadas com você sem que sejam criticados. Você tem uma carreira brilhante pela frente, nós temos. Foi isso que nos uniu, nossa garra para alcançarmos nossos sonhos. Estamos vivendo nossos sonhos, o que você acha que aconteceria se nossa relação fosse descoberta? - Fiquei calada enquanto sua pergunta ficava no ar. - Nossas vidas iriam virar um inferno. - Completou. - Sinto muito, Candy. Eu não posso viver sem você, mas isso não pode continuar.


Ergui a cabeça encarando os olhos turbulentos, era visível a guerra que estava havendo no corpo pequeno.


– Eu não preciso de ninguém além de você. - Engoli em seco após dizer a frase, notei os lábios carnudos tremerem segurando o choro. - Você não consegue compreende, não é? - Estreitei os olhos mantendo a voz mansa. - Se eu olhar para todos os anos de minha vida ela se resume em uma só coisa: Você. Eu não quero sair de mãos dadas com nenhum garoto, se era isso o que você queria insinuar. Nunca fiz isso e posso ficar mais alguns anos sem fazer, isso realmente nunca me importou. - Senti o aperto em meu pulso ser solto e com agilidade entrelacei nossos dedos. - Se você não está aguentando guardar segredo sobre isso a gente podemos conversar apenas com nossas famílias, sabemos que nenhum deles vazaria a informação.


– Não. Não é sobre isso. Mais cedo ou mais tarde a mídia descobre, você sabe que descobre. Eu não posso estragar sua vida desse jeito, não quero ser o motivo para seus sonhos serem transformados em pesadelos.


– Anahí. - Fechei os olhos com força soltando a respiração pelo nariz. - Você se imagina ao meu lado daqui à dez anos? Não como amiga, como sua mulher. - A fitei sentindo meu coração choramingar pelo aperto das costelas contra ele.


Seu cenho franziu mordendo o lábio inferior, a cabeça acenou timidamente em afirmação me fazendo sorrir. Minha paz voltou ao perceber que seu coração batia na mesma frequência que o meu.


– Mas agora... - Anahí iria começar um novo discurso mas pousei o indicador carinhosamente sobre os lábios macios lhe pedindo silêncio.


– Eu já disse uma vez e volto a repetir. - Dei um passo em sua direção ficando mais próxima. - Nós valemos a pena. Só tenha paciência, por favor. - Fechei os olhos encostando a boca em sua testa enquanto as mãos quentes brincavam com minha cintura. - Vamos esperar juntas pelo momento em que poderemos viver isso livremente, é só o que eu peço. Você pode me esperar? - Anahí balançou a cabeça concordando me fazendo sorrir mais aliviada. - Bom, muito bom.


– Como você consegue fazer isso? - A pergunta me fez afastar para encará-la.


– Isso o quê? - Reparei sua respiração voltando ao normal.


– Você consegue me acalmar. - Sorri de lado acariciando seu queixo.


– Não sei, Anie. Não sei.


Os olhos azulados que antes miravam meus olhos desceram para minha boca, a pouco distância entre nós ajudou Anahí a tocar meus lábios com carinho. Senti meu corpo ser empurrado para trás e minhas costas baterem na parede, Anahí se afastou de minha boca dando um pequeno sorriso ao notar o espaço a qual nos encontrávamos antes de voltar a me beijar com mais vontade. A segurei firmemente pela cintura não me incomodando com o pouco espaço entre o armário e a geladeira. Suguei seu lábio inferior degustando da sensação de encostar nossas línguas em movimentos provocantes me lembrando de que poucos minutos antes estava pensando que não poderia mais ter nada daquilo.


– Promete que vai mesmo me esperar? - A voz infantil me chegou aos ouvidos enquanto ainda roçava os lábios nos meus.


– Prometo. Eu sempre vou estar aqui pra você. Sempre.


 



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Autor(a): portisavirroni

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"Não vire uma estrela, pois é um gancho. Cuide de você mesmo, não fique para trás. É uma vida difícil de se viver, então viva-a bem. Serei seu amigo, sem segundas intenções. Eu te conheço menina, em todas as situações..."     *************   Puxei uma respiraç ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21

    Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★

  • fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23

    Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?

  • candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37

    Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.

  • fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33

    Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.

  • Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49

    To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!


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