"Não vire uma estrela, pois é um gancho. Cuide de você mesmo, não fique para trás. É uma vida difícil de se viver, então viva-a bem. Serei seu amigo, sem segundas intenções. Eu te conheço menina, em todas as situações..."
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Puxei uma respiração mais profunda sentindo o aroma adocicado do corpo colado ao meu, os braços que me circulavam me apertando cada vez mais com o passar dos segundos. As mãos massageando minhas costas por baixo da blusa, meus lábios sendo tomados com urgência e sensualidade. Uma das mãos deslizou para baixo arranhando minha coxa nua voltando à subir me apertando levemente a bunda enquanto a boca quente se ocupada com meu pescoço. Mordidas e arranhões eram distribuídos por toda minha pele a deixando ainda mais arrepiada.
Senti meu corpo ser erguido do chão me colocando sentada sobre o piano, as mãos apertando fortemente minhas coxas desprotegidas ao voltar com os lábios em direção a minha boca abrindo passagem com a língua atrevida. Acolhi o músculo de bom grado mergulhando uma das mãos nos cabelos lisos, a outra apertava a cintura fina impedindo que nossos corpos se separassem. Com um movimento rápido minha camisa branca foi parar no outro lado da sala me deixando apenas com o simples sutiã preto. Resfoleguei tentando encontrar racionalidade enquanto a boca quente descia os beijos molhados pelo meu pescoço de encontro ao colo. A mordida carinhosa em meu ponto de pulso me fez ronronar, a respiração acelerada e extremamente quente bateu em meu ouvido quando envolveu a cartilagem de minha orelha com os lábios. As unhas médias arranhando a pele lisa de minha barriga antes das pontas dos dedos vagarem pelo meu abdômen em uma carícia forte.
Os braços magros me abraçaram novamente com possessividade enquanto começavamos um novo beijo sedento. Um dos braços me prendeu contra seu corpo, a outra mão deslizou pela minha lateral até fazer morada na coxa. Suspirei no beijo sentindo o afago em minha perna subir por dentro do curto short jeans chegando à brincar com o elástico da calcinha.
– Não, espera... - Falei com dificuldade me separando da boca suculenta.
– Vamos subir? - Sugou meu lábio inferior aplicando mais força no aperto em minhas costas.
Não pude responder de imediato porque a boca já atacava a minha mais uma vez e as unhas cravavam em minhas costas. Lancei meus braços por sobre seus ombros impossibilitada de restringir alguma coisa. Meus olhos mal ficavam abertos, as carícias me impediam que pensasse ou respirasse normalmente. Meu corpo estava quente, meu ventre revirava exercendo uma pressão desconhecida, calafrios percorriam a base de minha coluna.
O 'click' do meu sutiã sendo aberto me fez recobrar os sentidos, a peça fina ficou folgada em meu corpo fazendo com que me arrepiasse cada vez mais com a vulnerabilidade que começava a sentir.
– Para... - Balbuciei tentando empurrar o corpo para longe, mas na verdade não estava fazendo esforço nenhum para que a separação ocorresse. - Pode entrar.. arh... - Meu raciocínio foi cortado quando o pedaço de pano caiu ao chão e a boca macia envolveu um dos meus seios. - Anie... - Arfei lutando entre a razão e as sensações que provocavam a pulsação entre minhas pernas.
– Céus, como você é gostosa. - O sussurro rouco me fez sorrir brevemente antes da boca colar à minha.
Com certa dificuldade desabotoei a camisa xadrez que ainda usava deslizando o pano de flanela pelos braços pálidos, passei os dedos pela barriga quente contornando a cintura fina. Anahi já corria as mãos por todo meu corpo, mordeu meu queixo enquanto repousava as mãos no fecho de meu jeans. O som da buzina me pareceu irrelevante quando meu short foi aberto, a respiração alta e desregulada da garota colada à mim combinando com a minha. Meu corpo gelou e minha respiração pareceu se ausentar por alguns segundos quando o barulho da campainha ecoou pela casa.
– Aniee... - Sussurrei tentando não me render à mordida carinhosa que recebia no trapézio.
Mais uma vez o soar da campainha.
– Deixa tocar... - A Portilla murmurou arrastando o dente pelo meu pescoço, a campainha voltou a tocar. - Mas será possível... - Gemeu voltando a beijar minha boca com fome, a campainha ficando cada vez mais insistente.
Empurrei o corpo de Anahi para longe pulando para o chão e buscando meu sutiã jogado por ali tentando controlar a respiração e voltando à raciocinar. Olhei para Anahi estática me encarando enquanto me vestia, o barulho da campainha novamente pareceu fazer com que despertasse.
– Puta que pariu! - Anahi rosnou pegando a própria camisa se vestindo com brutalidade enquanto saía da sala. - Quem é o filho da puta que quer foder com a campainha da minha casa? - Ouvi seus gritos pelo corredor sentindo meu coração querer sair pela boca.
Passei as mãos pelo cabelo os puxando com força, minha respiração ainda fora de controle. Soltei o ar calmamente tentando voltar ao normal, olhei para o piano lustroso repassando a cena na cabeça, ainda podia sentir os beijos e as mãos em meu corpo. Estremeci. Mordi o lábio inferior indo de encontro ao espelho pendurado em uma das paredes me encontrando com a boca inchada, o pescoço vermelho e cabelos revoltosos. Soltei o ar preso em meus pulmões mais uma vez, não estava acreditando que havia quase transado com Anahi em cima do piano. Mordi o interior da boca voltando novamente para o instrumento cúmplice. Me virei para a porta quando ouvi passos e encontrei a Giovanna com cara de poucos amigos.
– É a María - Anunciou mal humorada. - Esqueci que tinha marcado de sair com elas.
– Elas? - Perguntei por cima do fôlego cruzando os braços e dando alguns passos em sua direção.
Anahi coçou os cabelos loiros visivelmente frustrada, o bico estampado nos lábios carnudos me fez sorrir e puxá-la para meus braços.
– Respira, baby. - Instrui risonha.
– A gente vai pra casa da Maitê - Passou os braços pelo meu pescoço escondendo o rosto em meu ombro.
Acariciei a nuca da garota aplicando um beijo na lateral da testa quente.
– É melhor eu ir. A Zepeda já deve estar impaciente. - Suspirei me afastando da Portilla.
Andei para fora da sala seguindo pelo corredor arrastando Anie pela mão. Desembocamos na sala de estar encontrando a loira andando de um lado para o outro com os braços cruzados. Peguei minha bolsa que descansava na poltrona antes de me dirigir à garota que agora me olhava de cima à baixo. Ergui uma das sobrancelhas a observando, a loira pareceu engolir em seco quando seus olhos azuis miraram nos meus.
– Oi, Savinon - A voz enjoada e meio desconcertada me chegou aos ouvidos.
– Tudo bem, María? - A cumprimentei educadamente aguardando a resposta.
– Tudo. Desculpe atrapalhar qualquer... - A garota começou a se desculpar, mas Anahi a cortou ganhando nossa atenção.
– Sem essa, Zepeda - A voz mal humorada quase me fez sorrir.
– Quanto mau humor, Giovanna - A loira debochou olhando de mim para Anahi.
– Acho que você está querendo ter o crânio amassado. - Mordi o lábio inferior me impedindo de gargalhar da situação.
– Deixa eu ir embora antes de virar testemunha de um crime. - Anunciei deixando um beijo na bochecha de Anie e me dirigindo para a porta. - Tchau, Zepeda.
***********
– Por favor, Dul! Por favor! Por favor! Por favor!
Revirei os olhos sentindo o corpo pequeno pular ao meu lado no sofá, as mãos pequenas balançavam meu braço tentando chamar minha atenção. Corri os olhos pelo camarim que me foi concedido. Meu figurino perfeitamente organizado. Toalhas brancas, frutas e chocolates ocupavam a mesa de centro. O espelho iluminado praticamente coberto com a quantidade de produtos dos maquiadores sobre a penteadeira.
– Eu faço qualquer coisa. - O anuncio me fez fitá-la.
O rosto pálido e infantil fazia a melhor cara de piedade. Os cabelos lisos e acobreados já estavam batendo na altura do ombro, os olhos acinzentados piscaram vagarosamente me dando vontade de sorrir. Estreitei os olhos em direção a criaturinha fazendo com que sua expressão de piedade se transformasse em medo.
– Qualquer coisa? - Perguntei. Acenou positivamente um tanto quanto hesitante. - Me dá o Think.
A boca fina e pequena coberta pelo gloss brilhante se abriu e os olhinhos tremeram. Think era um tigre de pelúcia gigante com o qual a garota dormia agarrada todas as noites. Puxei o corpo leve e pequeno o deitando em meu colo fazendo com que gargalhasse com minhas cócegas.
– Para - Pediu entre as risadas gostosas.
– Eu estava brincando, Zoraida - Parei olhando a face corada. - A gente pode ir à pizzaria depois do show.
– Chama o Poncho - Franzi o cenho.
– O Herrera? - Zoraida balançou a cabeça confirmando. - Ele está aqui?
A garota não precisou responder, o bater sutil na madeira da porta e o pedido da voz grossa para poder entrar me fez sorrir largamente. Zoraida saiu de meu colo para que eu levantasse, abrisse a porta e pulasse no pescoço do moreno.
– Que saudade! Que saudade! Que saudade! - O apertei escutando a risada rouca do garoto
– Nhá, como se o mundo todo não impedisse você de passar um tempinho comigo. - Disse adentrando o aposento e se sentando no sofá recebendo Zoraida em seu colo - Pizza depois do show? - Sorriu largo em minha direção mostrando os dentes impecavelmente brancos.
– Eu deveria saber que você estava por trás disso, Herrera - Estreitei os olhos antes de me render a gargalhada junto aos dois.
[...]
Sorri para o flash que era direcionado à mim e Chris. O burburinho das conversas e as gargalhadas altas preenchiam o estabelecimento discreto, nossa equipe parecia dominar o local, afinal ninguém dispensaria pizza e uma confraternização após o sucesso do show realizado. Olhei para a tela de meu celular quando vibrou avisando a nova mensagem.
Desculpe não aparecer hoje, prometo que no próximo irei. Beijos.
Apertei o aparelho na mão, não era a primeira apresentação que Anahi prometia ir e acabava dando para trás. A situação já estava começando a ficar um pouco chata. Da última vez havia faltado porque era aniversário de um dos dançarinos do filme e resolveram festejar em uma boate, a desculpa da vez não deveria ser diferente. Um frio estranho se apossou da boca de meu estômago imaginando a Portilla se divertindo com seus mais novos amigos.
– Liguei pra ela três vezes essa semana e não me atendeu em nenhuma. - Poncho me tirou dos pensamentos frustrados fazendo com que o olhasse - Eu não sei o que fiz para ser ignorado assim.
– Ela não está ignorando você - Sorri da cara emburrada do garoto bebendo do refrigerante em seu copo. - Também venho ligando pra Angel e quando não em atende, caí na caixa postal. Das duas uma: Ou ela perdeu o celular, Ou cansou de nós dois. Garanto que a primeira é mais válida. - Cortei um pedaço da pizza em meu prato levando em direção à boca.
Poncho correu os olhos pelo local parecendo pensar. Não era novidade que os dois haviam se tornado grandes amigos, mas aparentemente o sentimento do garoto estava sendo confundido. Sorri levemente imaginando a cara da loira quando conversassemos sobre o assunto.
***********
Girei o ponteiro novamente gargalhando ao ver onde a seta havia parado. Olhei para os quatro amontoados sobre o tapete colorido. Alisson, Zoraida, Poncho e Christian pareciam se dar um nó.
– Mão esquerda no verde. - Anunciei para o Chris.
Christian se esticou por cima da Alisson, a cabeça apoiada nas costas de Poncho. Um movimento errado do pé o fez desmoronar sobre os três, o grito dos quatro me fez rir ainda mais.
– Chega! Eu não quero mais brincar disso! - Zoraida levantou mal humorada. - Aí minhas costas. - Se espreguiçou antes de se jogar no sofá.
– Eu também. - Ally soou meiga passando as mãos pelo cabelo - Preciso beber alguma coisa, vocês querem? - Perguntou gentil.
– Não, obrigada. - Respondi junto com Zoraida e Christian.
– Eu vou com você. - Poncho se adiantou seguindo a loira.
Busquei o celular no bolso traseiro de minha calça olhando para as horas, estávamos no meio da tarde e o diretor ainda estava devendo nossos roteiros. Disquei o número no impulso colocando o aparelho contra a orelha esperando ser atendida.
– Alô? - A voz risonha atendeu, parecia estar em um lugar movimentado.
– Hey, como você está? - Me sentei no sofá ao lado da Gómez enquanto coçava a nuca.
– Estou bem.. - Ouve um grito fino ao longe a fazendo gargalhar. – Você é muito idiota, Belinda.
– Está ocupada?
– Hã.. Não, não. Está tudo bem por aí?– Estranhei o tom de voz indiferente.
– Tudo. Vai estar ocupada esse final de semana? - Mais uma sessão de risadas enquanto eu era ignorada.
– Esse final de semana? Sim, tenho algumas coisas marcadas. Por quê?
– Talvez porque faz algumas semanas que não nos encontramos e sinto sua falta. - Respondi ganhando uma respiração alta do outro lado.
– Depois eu ligo pra você e a gente marca alguma coisa.– Disse fazendo meu coração se apertar.
– Okay. Fico esperando então.
– Beijos, Dul.
Soltei um suspiro alto quando o celular ficou mudo, não era a primeira vez que aquilo acontecia. Segurei o cordão pendurado em meu pescoço acariciando o pingente com a inicial de Anahi. Nos últimos dias a Portilla só dava desculpas em cima de desculpas para os meus pedidos, nem mensagens apareciam mais em meu celular.
– O que foi? - Christian se sentou sobre o braço do estofado ganhando minha atenção.
– Nada, Chris. Nada.
Meu celular voltou a tocar me causando esperança, mas o número desconhecido que aparecia na tela fez meus pés ficarem presos no chão.
– Alô?
– Dul, até que enfim consegui falar com você. Eu perdi meu celular. - Fechei os olhos sorrindo ao ouvir o desespero na voz melódica.
– Eu imaginei que havia acontecido algo parecido. - Deitei a cabeça no ombro de Zoraida enquanto a garota jogava no próprio celular. - Volta quando?
– Falta duas semanas ainda!
– Quem é? - Ouvi o sussurro do Chris.
– Boyer - Respondi brevemente.
– Manda um beijo. - Os dois ao meu lado falaram juntos.
– Escutou? - Ri fraco contra o aparelho.
– Escutei a voz do Chris...
– Christian e Zoraida - Suspirei ao ver o diretor atravessar a porta com Alisson e Poncho em seu encalço. - Tenho que desligar agora, Angel. Volta logo, okay?
– Pode deixar. Qualquer coisa me liga, esse é meu novo número.
– Irei gravar. Até logo.
*************
Pousei o copo sobre o balcão olhando para o monitor que me privilegiava com a entrada de minha casa. O carro preto esperava pacientemente para que o portão da garagem fosse aberto.
– Pode abrir para mim filha, estou ocupada? - A voz de minha mãe me fez apertar o botão do controle do portão.
Caminhei para fora da cozinha indo de encontro à porta da sala. Vi Anahi se aproximar ao abrir a porta. A camisa preta folgada deixava os ombros expostos, a calça escura se emendava à sandália de salto alto. O óculos escuro enfeitava o rosto pálido.
– Oi - Sorriu de lado se inclinando para deixar um beijo em minha bochecha.
– Oi - Suspirei dando passagem para que entrasse. - Tudo bem?
– Sim - Se acomodou no sofá deixando o molho de chave sobre a mesinha de centro - E você? - Dei de ombros permanecendo de pé.
– Estou bem. Estava ajudando minha mãe na cozi... - O apitar do celular da garota me fez parar de falar. Anahi sorriu digitando algo no aparelho e voltou à me encarar. - Estou cozinhando. - Avisei dando as costas para a Portilla e entrando no corredor de acesso à cozinha.
Me dirigi para o fogão observando minha mãe fazendo as panquecas. Dona Blanca me olhou confusa, apenas balancei a cabeça em negação para que não se preocupasse.
– Oi, Blanca - A voz da Portilla fez um frio descer pela minha espinha.
– Hey, vem aqui me dar um beijo. - Anahi se aproximou com um sorriso beijando o rosto de minha mãe e parou ao meu lado. - Vai ficar essa noite?
Olhei para a garota esperançosa, mas algo em sua fisionomia me disse que a resposta seria negativa.
– Não, tenho que ir à festa de uma amiga. - Revirei os olhos. - Só passei para ver como estavam mesmo.
– Você está merecendo uma surra. - Sorri com a declaração de minha mãe. - Abandonou a família.
– Abandonei não. - Negou risonha.
– Vão para a sala, vão. Quando estiver pronto eu chamo vocês.
Sentei no sofá ligando a televisão com o controle remoto e passando preguiçosamente pelos canais. Notei Anahi se sentar ao meu lado permanecendo longe e em silêncio.
– Está tudo bem mesmo? - A pergunta me fez olhá-la rapidamente.
– Por que a pergunta? - Continuei a vagar pelos canais.
– Está estranha. - Soltei um sorriso amargo. - Não vai me dizer o que foi?
Apertei o botão para desligar o aparelho televisor com força. Me virei para encarar Anahi que me olhava com a expressão neutra.
– Nem desconfia? - Um riso sarcástico escapou de minha garganta.
– Vai alegar que sumi. - Desviei de seus olhos. - Estou aqui agora, não estou?
– Está, mas... - O apito do celular me fez rir debochada mais uma vez.
Anahi leu a mensagem rapidamente e colocou o celular no estofado. Olhei para o papel de parede sentindo meu estômago revirar. Fechei os olhos com força puxando uma respiração profunda.
– Você vem me deixando de lado durante todas essas semanas. - Disse baixo.
– Tenho compromissos.
– Não mete essa. - Desdenhei. - Você vive na noite, não acha que irá me convencer com esse discurso, certo?
– É uma coisa chamada social e diversão, Dulce. Me desculpe, mas não posso ficar colada 24 horas do dia em você.
– Mas pode ficar na dela, né? - Apontei para o celular.
– Já entendi. Está com ciúmes. - Esfregou a testa. - Aparece fotos suas com o Herrera e a Boyer o tempo todo e eu não falo nada.
– Claro, sobre o que você vai falar? - Peguei o celular apertando a tecla para desbloqueá-lo. - Eu não saio em fotos ameaçando dar selinho neles dois. - Apontei para o papel de parede.
Anahi estalou os pulsos desviando de meus olhos. O semblante perturbado me causava a vontade de querer abraçá-la, mas estava me sentindo tão sozinha e descartada que estava quase me rendendo ao choro. A loira apoiou os cotovelos nos joelhos cruzando as mãos entre as pernas.
– Estou fazendo um filme com ela, não dá pra ignorar isso. - Soltou com a voz rouca e baixa.
– Só estou achando você um pouco distante de mim, okay? - Confessei sentindo o coração bombear sangue em alta velocidade. - Está sendo fria ultimamente e parece muito mais feliz quando está com outras pessoas.
Os olhos azuis correram em minha direção com o final da declaração, a expressão perturbada se transformando em preocupada. Com um movimento rápido fui puxada para o colo do corpo quente, o aperto em meu corpo me fazendo soltar o ar que não sabia haver segurado.
– Pare de ficar pensando nessas coisas. - Sussurrou beijando meus cabelos. - Está tudo bem.
Não, não estava tudo bem, mas preferi ficar quieta. Minha mãe apareceu anunciando que a mesa já estava colocada, mas Anahi se colocou de pé rapidamente alegando que já deveria ir embora. Minha mãe fechou a porta e me encarou por alguns segundos quando ficamos sozinhas.
– Está tudo bem? - Ergueu uma sobrancelha desconfiada.
– Sim. - Dei um sorriso que julguei ser verdadeiro. - Vamos comer logo, estou com fome.