Fanfics Brasil - Capítulo 18 My world was always you ( portinõn) finalizada

Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 18

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"Nunca quis dizer as coisas que eu disse para fazer você chorar, posso dizer que sinto muito? É difícil esquecer e sim, eu me arrependo de todos esses erros. Eu não sei porque você está me deixando, mas eu sei que você deve ter suas razões..."



*************


A cidade não passava de um borrão para mim. Estava sentada no banco traseiro do carrro enquanto meus pais ocupavam os da frente. Estávamos indo à uma entrevista importante para falar sobre o CD que já havia sido lançado e também tinha a divulgação da série, nada do que eu já não vinha fazendo nas últimas semanas.


Estava absorta em pensamentos quando a sintonia do rádio começou a chamar minha atenção, por cima da conversa entre meu pai e minha mãe, consegui entender do que se tratava a notícia. Bufei impaciente, me inclinei para a frente ficando entre os dois bancos e desliguei o aparelho de som. Voltei a me jogar no encosto do banco, cruzei os braços ignorando a troca de olhares entre meus pais.


– Está com dor de cabeça? - A voz de minha mãe me fez olhá-la através do espelho retrovisor.


– Não. - Respondi seca, mas o olhar inquisitor da mulher me fez soltar mais palavras. - Não suporto essa briga para aprovar ou não o casamento homossexual em outros estados. - Expliquei ganhando dessa vez os olhos do meu pai.


– E isso significa que é a favor ou contra? - O espelho me mostrou sua sobrancelha grossa arqueada em curiosidade.


– Significa que eu acho todos iguais. - Cortei me voltando para a janela. - Significa que não importa qual o sexo da pessoa e sim quem é. Somos todos criaturas de Deus, então quem são essas pessoas que nos dizem quem podemos ou não podemos amar? - Conclui olhando para os dois mais uma vez.


Minha mãe me encarou por breves segundos antes de colocar um CD no rádio, a música latina preencheu o silêncio do automóvel me fazendo voltar a atenção para a visão borrada da cidade através da janela.


''Estávamos deitadas no terraço da casa de meu pai. A tranquilidade não deixava a serenidade da noite ser abalada. Nenhum som chegava aos nossos ouvidos e a iluminação da cidade não nos privavam das estrelas magnificas que enfeitavam o céu.


– O céu parece tão ao meu alcance. - Esticou a mão como se fosse tocar a lua cheia. - Adoro esse lugar.


Sorri virando o rosto para a face alegre, a pele alva ganhava um tom diferente com a iluminação que a lua proporcionava. Não sabia exatamente o porque de querer sempre aquela visão para mim; olhos brilhantes; sorriso gasto nos lábios rosados; cabelos lisos esvoaçando com a brisa leve. Eu poderia ficar mais alguns minutos a observando, mas seu rosto virou me encarando de maneira divertida.


– Você é linda. - Comentei casualmente.


– O quê? - Anahí indagou risonha.


Sorri ao notar a fissura entre os dentes, achava fofo. As bochechas coraram levemente me fazendo sorrir ainda mais largo, a garota rolou os olhos para o céu novamente.


– Pare com isso. - Bateu levemente em meu braço.


– Parar com o quê?


– De me olhar assim.


– O que tem de errado no meu olhar pra você? - Perguntei ganhando a face em minha direção mais uma vez.


– Não sei. - Estreitou os olhos. - Só é diferente.


– Diferente? - Foi a minha vez de corar e desviar a atenção para o céu estrelado.


– É. - Ouvi a confirmação na voz risonha. - Mas eu gosto.


A mão macia se encontrou com a minha entrelaçando nossos dedos, era um ato normal quando estávamos sozinhas. O contato nos fazia bem.


– Já escolheu quem é que você vai levar pra viagem semana que vem? - Perguntei sentindo um arrepio estranho percorrer meu corpo.


Anahí ficou em silêncio estendendo ainda mais a minha curiosidade.


– Não sei... Mamãe disse que só posso levar uma amiga.


– Hum. - Estreitei os olhos fitando o céu.


– Estou pensando em chamar a María - Me sentei olhando indignada para Anahí - O quê? - Percebi os lábios tremerem segurando o riso.


– Diz que está brincando. - Falei sério a fazendo se sentar também.


– Só se você confessar que sente ciúmes. - Soltou com ar superior.


– Para quê vou confessar uma coisa que já sabe? - Franzi o cenho demonstrando minha irritação no tom de voz. - Pensa mesmo em levá-la?


Anahí soltou uma risada alta. Me levantei profundamente aborrecida com o assunto em questão. Não era novidade nenhuma que eu morria de ciúmes dela com Maria, mas ficar jogando na minha cara era sacanagem.


– Pare com isso. - Anahí segurou em meu pulso me puxando para baixo novamente. - Você acha mesmo que iria querer ela do meu lado ao invés de você? - A pergunta meiga me fez desviar os olhos para longe dela.


– Não sei. Vocês andam tão amiguinhas ultimamente, então quem sabe? - Cuspi ganhando um muxoxo de Anahí.


– Volte a ser uma menina boazinha e diz que aceita viajar comigo e minha família. - A olhei com um pequeno sorriso no canto dos lábios.


– Isso foi um convite? - Ri da expressão entediada da garota.


– Sério que precisa disso entre a gente? - Ergui as sobrancelhas de maneira divertida ganhando um suspiro seu. - Okay. Quer viajar comigo, Candy?


– Pensei que nunca convidaria. - Joguei os cabelos por sobre os ombros antes de voltar a me deitar. Anahí permaneceu sentada e boquiaberta me olhando. - O quê?


– Me explica o porque de eu te amar? - A pergunta me fez gargalhar e puxá-la para se deitar ao meu lado.


– Pare de besteiras e olhe um pouco mais o céu antes que minha vó venha nos chamar para dormir.''


Abri os olhos encostando a testa no vidro frio. Lembranças como aquelas penetravam em minha mente a todo instante, a sensação de não ter Anahí comigo nas últimas semanas era torturante demais. Nunca havíamos ficado todo aquele tempo sem nos ver ou comunicar, e apesar dos conflitos que estávamos tendo eu sentia falta da minha amiga. Todas as minhas chamadas recebiam desculpas como Shows, entrevistas e gravações. E os dias livres? Bom, os dias livres ela não estava na cidade, segundo Mari, porque nem comunicar à mim ela comunicava mais.


– Chegamos. - A voz do meu pai me despertou do estado vegetativo me fazendo abrir a porta. - Vou falar com a produção.


Vi meu pai se afastar sentindo minha mãe se posicionar ao meu lado. Os braços cruzados e o suspiro leve me fez olhar para o chão me lembrando do ocorrido dentro do carro. Tínhamos uma ligação especial demais para sabermos qual o assunto que fervilhava na cabeça da outra.


 


– Vamos conversar sobre o discurso dentro do carro? - A voz suave de minha mãe me fez sorrir erguendo a cabeça para olhá-la.


– Eu sei que a senhora pensa igual. - Falei ganhando um sorriso largo da mulher a minha frente.


– Verdade. - Me puxou para um abraço de lado começando a me guiar em direção ao estúdio. - E tenho muito orgulho de você por defender esses pensamentos. - Apertou levemente meu ombro me fazendo sorrir mais uma vez. - Agora vamos ao trabalho.


***********


– Hey! - Chamei ao bater na porta aberta do camarim. - Posso entrar?


Fuzz desviou a atenção que tinha no aparelho celular entre as mãos erguendo a cabeça para me olhar através do espelho iluminado. O sorriso forçado nos lábios rosados da loira me convidou a entrar e caminhar em sua direção. Me sentei com calma na cadeira giratória vaga ao seu lado, havia sido um logo dia de gravação e minhas juntas imploravam por descanso. Os olhos de Fuzz já estavam caídos sobre o celular novamente e por um momento me vi ali, franzi levemente as sobrancelhas me irritando com a situação.


Estava cansada de me comportar como a vítima, estava cansada de ficar esperando Anahí aparecer em um cavalo branco para me levar ao pôr do sol. Peguei o celular das mãos da garota o jogando no sofá pequeno encostado à parede.


– Chega disso, okay? - Anunciei buscando os olhos verdes com os meus.


– Okay. - Jogou a cabeça sobre o encosto dando um longo suspiro mirando o teto. - Queria parar de pensar.


– Tente ocupar a cabeça. - Sugeri sabendo ser inútil.


– Eu tento. - Se endireitou na cadeira para me olhar melhor. - Mas mesmo assim não consigo parar. Eu fiz todas as tomadas, tentei ocupar a mente e mesmo assim não consegui parar de pensar nele. - Terminou gesticulando cada vez mais os braços.


A estupefação na voz da garota me impressionou, nunca tinha visto a loira daquela maneira. Os grunidos de irritação chegavam a ser engraçados pelo fato de sempre ser calma e centrada, mas em meu íntimo sabia o quanto minha colega de elenco estava sofrendo. Se ninguém sofresse iria ser muito bom. Fuzz não iria sofrer. Eu não iria sofrer. Então, uma espécie de luz apareceu sobre minha cabeça.


– O que vai fazer agora? - Estreitei os olhos.


– Estou tomando coragem para ir embora, por que? - Rosnou se inclinando em direção ao espelho conferindo a maquiagem.


– Sei lá... Está calor... - Cocei a nuca a fazendo sorrir fraco com minha pequena atuação. - Seria bom tomar algo refrescante. Ir à uma sorveteria, talvez?


Fuzz me olhou por alguns segundos parecendo ponderar, os olhos de tristes passaram para confusos. Parecia que uma briga interna estava acontecendo dentro da cabeça da pequena. Notei a vermelhidão tomar conta de suas íris assim como a raiva em sua expressão me deixando um pouco preocupada.


– Quer saber? - Levantou o corpo da cadeira buscando a bolsa e o celular no sofá com brutalidade. - Vamos. Eu não vou ficar esperando enquanto ele está 'curtindo' a liberdade e provavelmente nem se lembrando de que eu existo.


– Wow, calma aí gatinha. - Me levantei ficando de frente para a garota. - Não precisa desse ódio todo. - Comentei a fazendo sorrir largo, um sorriso sincero ao menos. - Eu vou buscar minhas coisas e te encontro no estacionamento.


Já estava desligando a luz do meu camarim quando o som do violão soou de dentro de minha bolsa. A abri apressada buscando o celular com facilidade.


– Oi. - Minha voz saiu mais fria do que estava esperando.


– Candy! - A saudação alta vinda do outro lado me fez afastar o aparelho da orelha.


 


– Oi. - Repeti seca.


– Tudo bem? - Me perguntou em meio ao burburinho ao fundo.


– Sim. E você?


Era errado eu não querer conversar? Porque todas as vezes que eu ligava era retribuída com "estou ocupada" ou "te ligo mais tarde", mas nunca retornava minhas ligações. Estava farta do joguinho de gato e rato.


– Mais ou menos. - Respondeu alegre. – Estou com saudade de você.


Suspirei cruzando os braços com foça. O que era aquilo? Algum tipo de piada?


– E-eu também estou com saudade. - Soltei meio embolado me impedindo de falar mais coisas.


– Posso passar na sua casa pra gente sair?


Cocei a cabeça desconfortável. Fuzz estava me esperando e ao que parecia a pessoa que falava comigo no celular estava em meio à alguma festinha particular.


– Onde você está? - Fui curiosa.


– Ah.. Uma reuniãozinha com algumas pessoas do elenco. - Mais gargalhadas ao fundo. – E então? Daqui a pouco os meninos vão embora, eu posso passar aí?


O sentimento conhecido de ciúme apareceu fazendo um peso horrível sobre meu estômago. Engoli algumas vezes, cerrei os dentes e tentei ser o mais sangue frio possível. Erro dela achar que eu iria esquecer todas as vezes que pedi que ficasse comigo. Erro dela achar que poderia me manter como um estepe. Erro meu ter sido tão imbecil porque eu não deveria ter feito o que estava prestes a fazer. Não deveria ter usado um amigo. Não deveria ter usado Fuzz.


– Ah sim.. - Senti a ironia pulsar forte em minha pele. - Na verdade eu não estou em casa, estou no estúdio ainda e eu meio que marquei com Fuzz de sair agora. Quer vir com a gente? - Mordi o lábio ao ouvir a respiração pesada do outro lado da linha.


Aos poucos o barulho de fundo foi desaparecendo, Anahí parecia estar se afastando do aglomerado de pessoas.


– María Fernanda Malo?– A voz dessa vez veio dura.


– Sim. Conheço outra María Fernanda Malo por um acaso? - Ri fraco tentando parecer divertida e normal, totalmente o contrário do que realmente estava.


– Não nos vemos à semanas e vai deixar de ficar comigo para sair com ela?


O tom baixo e autoritário quase me fez fraquejar. Quase disse que iria cancelar tudo e que era pra ela passar a noite em minha casa, mas algo bem maior do que isso me impediu. Algo chamado orgulho. Maldito orgulho.


– Não faz assim, Anie.. - Disse manhosa. - Vem com a gente. - Sugeri escutando o riso debochado.


– Não tenho intimidade com essa garota, se você quiser pode ir. Vou ligar pra Angelique então.– Ótima escolha de palavras, Portilla. Palmas para você.


Havia notado a mudança na voz de Anahí me mostrando claramente o ciúme, mas não me preocupei em me vangloriar já que a única coisa que eu conseguia pensar era que queria atravessar o aparelho celular e acabar com a raça de todas aquelas pessoas que estavam entorno dela. Meu maxilar ficou rígido antes de murmurar um "Okay" e receber um "Tchau" em resposta antes da linha ficar muda.


**********


Sabe aqueles dias que você acha que não há como acontecer algo para ficar pior e aí simplesmente acontece? Eu não havia acordado muito bem, fui trabalhar muda e voltei calada. Eu vinha pensando demais na minha vida e algumas atitudes, procurava um jeito de melhorar as coisas, mas não dependia apenas de mim e esse era o problema.


Lembro de que Cristian havia viajado com a promessa de me trazer o Zack Afron como namorado, mal sabia ele que não me importava mais com aquilo.


Já era noite quando minha mãe apareceu na porta de meu quarto dizendo que iria fazer Cookies. Sorri sentindo o coração aquecer tão fortemente que quase me fez chorar; Eu e Anahí sempre fazíamos Cookies quando ela passava dias em minha casa. Era um passado tão presente que chegava a me dar medo, até aquele momento eu não sabia que a queria tanto perto de mim.


 


Busquei o celular discando o número gravado na memória, precisava dela e que se explodisse o orgulho. Por algum motivo distinto meu coração batia ainda mais forte contra minhas costelas, parecia querer sair de dentro do meu peito. A cada toque minha respiração ficando mais superficial.


– Alô. - A voz da garota fez um arrepio correr pela minha espinha.


– Oi, Anie. Como você está? - Perguntei hesitante.


– Estou ótima. - Respondeu curta e calma. – E você?


– Não sei. - Confessei, afinal se tratava de minha melhor amiga do outro lado da linha, certo? - Minha mãe está fazendo Cookies e sinto falta de você aqui.


– Hum... - Engoli em seco com a falta de palavras de Anahí.


– Está ocupada? - Sussurrei com a respiração controlada.


– Na verdade não. Estou em casa por que? - A pergunta me fez estremecer levemente.


– Porque eu estou precisando de você aqui. - Disse mais alto e um pouco indignada.


– Nem sempre temos o que precisamos, certo? - A voz mansa fez um vento gelado envolver meu corpo.


Franzi o cenho boquiaberta fitando a parede verde de meu quarto impossibilitada de formular algo coerente.


– É o quê? - Soltei com a voz esganiçada.


– Geralmente queremos e precisamos de algumas coisas que não podemos ter. Foi apenas um comentário.


– Para mim pareceu mais uma indireta. - Inspirei o ar que parecia escasso tentando entender o outro lado. - O que está acontecendo?


– Por que você sempre acha que tem que estar acontecendo alguma coisa? - Suspirou parecendo impaciente.


– Porque eu não sou idiota, Anahí. Eu conheço você e sabe disso.


– Talvez não conheça tanto assim. - A declaração causou queimação em meus olhos.


– Eu não conheço você tanto assim? - Repeti incrédula. - Estou ao seu lado praticamente desde quando você nasceu!


– Mas não está agora, certo? - Mais arrepios em minha pele.


– E a culpa é minha? Eu fiquei semanas ligando e mandando mensagens pra você! Nas gravações da novela você nem ao menos olhava na minha cara. Afinal acho que você é bem diferente de Mia Colucci certo? - Gesticulei já perdendo o controle.


– Quando eu te liguei você simplesmente me trocou pela sua amiguinha Malo. - O argumento me fez gargalhar falsamente.


– Quer saber? Eu não te conheço mesmo não. Você faz um show por causa da Fuzz, mas se esquece de que eu tenho que ficar aturando esse seu namoro com o Derick. Sabe qual é o seu problema? Você é muito mimada. - Cuspi sem paciência. - Acha que pode ter tudo na hora que quer.


– E você é muito diferente disso, não é? - Debochou. – Não seja hipócrita, María.


– Eu realmente não entendo onde é que você quer chegar. Eu sinto falta da minha amiga, onde é que ela está?


– Deve está te esperando pra você ligar pra ela. A amiga é sua e não minha.


Cerrei os dentes com força com a provocação vinda da voz tranquila.


– Sua imbecil, eu estou cansada desse jogo. - Rosnei sentindo meus olhos ficarem marejados.


– Sei que não gosta de jogar. E eu não estou jogando, apenas estou falando os fatos.


– O que aconteceu com você? - Franzi o cenho.


– Estou colocando pra fora os meus pensamentos, não era isso o que você sempre quis? Que eu falasse?


– Vai pro inferno Giovanna. - Mandei impulsiva.


– Já estou nele. - Respondeu simples.


– Argh! - Cocei a cabeça com violência enquanto ouvia a respiração controlada da garota na linha. - Eu estou tentando trazer você pra mim, estou tentando voltar a ser como eramos antes. Você não pode se esforçar nem um pouquinho?


– Eu realmente não sei o que você quer, Dulce. Eu tenho andado muito ocupada, tenho pessoas divertidas ao meu lado e pelo que percebi você também.


– Nós somos um caso diferente. Não seja estupida.


– Eu disse no inicio; Nem tudo o que queremos ou precisamos nós podemos ter. - Repetiu ainda calma.


– Se isso é sobre..


– É sobre mim, minha carreira e o mundo. - Me cortou. – Tenho pessoas legais ao meu redor e às vezes você não me deixa fazer o que quero.


– É o que? - A conversa ficava cada vez mais confusa.


– Você sempre coloca empecilhos no que eu quero fazer, eu sempre sou a errada, sempre fica tentando controlar minhas ações, estou um pouco cansada disso. Os meninos não julgam nada do que eu faço..


– Eles não se importam com você, Anahí! Olha a diferença aí! Eu quero o seu bem. É complicado demais entender isso?


– Talvez seja.


– Eu me vejo preocupada demais contigo e você não dá a minima. - Sussurrei já sentindo as lágrimas silenciosas riscarem meu rosto.


– Eu não quero que se preocupe comigo. Eu não preciso que se preocupe comigo.


A naturalidade com o qual falou destruiu o pouco de esperança que ainda havia dentro de mim.


– Eu não aguento mais isso. - Passei o dorso da mão livre nos olhos limpando as lágrimas. - Cansei de ficar me preocupando e correndo atrás de você enquanto você pouco se importa. Não irei mais te perturbar. Está tudo acabado. - Soltei arfante.


– Eu não quero isso. - A voz permanecia insensível.


– Não podemos ter tudo o que queremos, certo? - Debochei deixando as lágrimas caírem livremente em um choro mudo.


– Certo. - Suspirou.


– E me faz um favor? Nunca mais apareça na minha frente, está bem? - Disse com raiva.


– Não se preocupe com isso. - E rapidamente a linha ficou muda.


Resfoleguei tentando controlar a respiração, mas o oxigênio parecia ter desaparecido. Um peso absurdo havia caído sobre minhas costas, não conseguia entender ao certo o que havia acontecido. A única coisa que conseguia pensar era que havia perdido. Me sentia dentro de um pesadelo.


Soltei um grito de raiva jogando com força o celular do outro lado do quarto sem me importar se iria quebrá-lo ou não. O choro veio mais forte me causando soluços e espasmos duradouros. Não vi quando a porta do meu quarto se abriu e nem quando os braços quentes me acolheram em um abraço protetor. Me agarrei o máximo possível ao corpo de minha mãe enterrando o rosto em seu peito. Só queria que a dor passasse.


– Sh... - Me ninou calmamente me mostrando apoio no abraço forte. - O que foi, minha filha?


A pergunta feita em sussurro ficou no ar até que eu conseguisse controlar os soluços.


– Eu me odeio.


 



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Autor(a): portisavirroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21

    Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★

  • fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23

    Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?

  • candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37

    Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.

  • fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33

    Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.

  • Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49

    To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!


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O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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