Fanfics Brasil - Capítulo 20 My world was always you ( portinõn) finalizada

Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 20

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"Alguém que sabe quando você está perdido e assustado l á nos altos e baixos. Alguém com quem você possa contar, alguém que se importa; Ao seu lado onde quer que você vá..."


**************


O rapaz colocou os dois copos de Milk Shake na nossa frente me lançando um sorriso brilhante. Sorri divertida antes de agradecer e rumar para a saída da lanchonete com Ucher ao meu encalço.


Já haviam se passado dois dias que o garoto estava me fazendo companhia e aquilo estava me ajudando bastante. As risadas compartilhadas nas piadas bobas, as brincadeiras infantis que nos acompanhavam desde pequenos e o excesso de besteiras que nós dois comíamos ajudava muito na minha auto-estima.


– O cara ficou embabacado. - Ucher soltou risonho me fazendo gargalhar enquanto nos dirigíamos para o carro no estacionamento.


– São seus lindos olhos castanhos que causam isso nas pessoas. - Joguei a culpa abrindo a porta do motorista.


– Ah, claro que são meus olhos castanhos. - Desdenhou pulando para o banco do passageiro. - E então? O que faremos hoje à noite?


A pergunta simples do garoto fez meu sorriso desfalecer. Me lembrei de imediato que na manhã seguinte Ucher estaria pegando um avião para um projeto paralelo a banda e a novela, não queria ficar longe dele, não queria ficar sozinha. Forcei um meio sorriso abaixando os olhos para o copo em minha mão enquanto brincava com o canudo fixado ali.


– Hey. - Ucher me chamou colocando um o indicador em meu queixo e erguendo meu rosto para que olhasse em seus olhos. - Pare de pensar que vai ficar sozinha porque não vai.


– Não terei um irmão chato para me perturbar a todo minuto.E além do que você é o melhor parceiro de atuação que tenho - Sorri sentindo os olhos marejarem.


Ucher soltou um suspiro me olhando com ternura antes de desviar a atenção para ligar o rádio e colocar meu CD para tocar.


– O álbum ficou muito bom, já disse isso? - Sorri com a mudança repentina de assunto, ele sempre fazia isso. - Todas as músicas ficaram ótimas. Ganha no quesito animação. Principalmente a música que você fez para a série.


– É a preferida do José Henrique. - Lembrei rapidamente. - Diz que tem um balanço gostoso que faz querer dançar.


Cristopher ergueu uma sobrancelha ao me olhar.


– Hum, o Pee? Fiquei sabendo que ele é meio que gamado em você.


– Não seja estupido. - Fiz uma pequena careta largando o canudo.


– Não estou sendo. É o que dizem por aí.


– Estou cansada do que "dizem por aí". - Bufei voltando a colocar o canudo na boca.


Ucher ponderou alguns segundos e sorriu com a nova música que se iniciava.


– Ficou legal o que fizemos admito. Lembro de ter lido os rascunhos no seu diário. - Gargalhou quando lhe soquei no braço.


– Você é uma peste! - Rosnei tentando conter o sorriso, mas fracassei.


– Peste essa que você ama.


– Convencido. - O ignorei ouvindo a risada curta. - Tudo bem. Vamos para casa, jogamos vídeo game e pedimos hambúrgues. O que acha?


– Perfeito.


Sabe não me importo do que todos fossem em relação eu a ao Ucher. Ele é um ótimo amigo.



***********


Estava terminando de limpar a maquiagem que haviam feito em mim quando a música eletrônica preencheu o pequeno camarim. Soltei o cabelo do penteado que havia usado nas gravações indo em direção ao pequeno sofá branco que abrigava meu celular inquieto.


– Chegou bem? - Me sentei aguardando a resposta do garoto.


– Cheguei. Está tudo bem por aí? - O tom de voz preocupado me fez sorrir.


– Não. Você não está aqui. - Fui dengosa provocando um muxoxo do meu companheiro.


– Tenha só um pouco de paciência que daqui à alguns dias a coisa chata da Claudia vai fazer companhia para você.


– Mas minha irmã não é você Cristopher. - Gargalhei imaginando Ucher revirando os olhos.


– Essa frase sem humor são tão chatas. - A voz ligeiramente entediada.


O bater sutil na porta me chamou a atenção. Cristian colocou a cabeça para dentro do pequeno aposento antes de entrar completamente e se sentar ao meu lado no estofado.


– Eu sei, mas adoro perturbar vocês com isso. - Soltei uma risada rouca me deitando no ombro de Cristian - Tenho que terminar de me arrumar para ir embora, Ucher .


– Tudo bem, Savinõn. - Deu enfase do sobrenome. – Fique bem. Qualquer coisa me liga.


– Obrigada. Te amo. - Sorri.


– Te amo mais. Tchau, Dul.


– Tchau. - Desliguei o aparelho soltando um suspiro olhando para Cristian ao meu lado. - E aí, gatão.


Cris me puxou para seu colo bagunçando meus cabelos em uma brincadeira costumeira entre nós dois.


– Para, garoto. - Me debati entre risadas conseguindo por fim me levantar meio tonta.


– Como você está? - Rodou o molho de chave no dedo não contendo em ficar parado.


– Indo. - Suspirei me dirigindo ao espelho iluminado afim de pentear o cabelo alvoroçado.


– E isso não é bom, certo? Igual o "nada não". Aprendi isso com Maitê. - A declaração me fez rir roucamente.


– Pobre, Cris. Tão novo e sofrendo com o mundo feminino. - Debochei olhando o reflexo no espelho.


– Não tanto. Passei pela fase da Ginofobia.


– 'Medo anormal de mulheres.' - Meneei a cabeça dando um sorriso torto ao lembrar do significado. - Talvez seja isso. - Sussurrei perdida em pensamentos.


– O quê? - Me assustei com a pergunta de Cristian.


– Nada. - Sorri amarelado fugindo ao guardar minhas coisas.


Cristian se levantou ainda brincando com as chaves, parou ao meu lado me olhando em meio à divertimento e curiosidade. Dei mais um sorriso fraco abaixando a cabeça para a bolsa em minhas mãos.


– Alguém me disse que eu seria o primeiro a saber de uma coisa aí, sabia? - Coçou a cabeça atuando.


– É complicado, Cris. - Torci a boca me impedindo de falar para mais alguém.


– Encontrei com ela ontem. - A frase me fez olhá-lo com rapidez e isso o fez esboçar um sorriso de lado. - Se você não quer contar por mim tudo bem, mas adoro vocês duas. Maite me disse que brigaram feio, mas sei que ainda irão voltar as boas.


Meu coração ainda estava acelerado pela simples menção. Tentei voltar para a realidade e manter a conversa civilizada com o garoto.


– É, mas..


– Deixa eu falar, pirralha. - Me cortou em uma falsa irritação provocando risadas em mim. - Não quero ver você triste, então não esqueça que estou do seu lado para o que precisar. Agora que tal me aceitar como seu namorado da semana? Já que o suposto trauma vondy está afastado. Acho que Chavinõn é bem melhor.


 


– Ah.. - Engasguei em uma gargalhada. - E eu posso ter essa honra?


– Claro que eu deixo. - Laçou o braço no meu. - Jantar?


– Por favor. - Me deixei conduzir pelo garoto.


– Você primeiro. - Indicou a porta aberta se inclinando levemente em reverência à mim.


– Que lord você é.


– A gente tenta né. Afinal tudo pela nossa princesa.


**********


 


O dia e a noite se revesavam rapidamente com o excesso de trabalho que me comprometia. Havia aprendido à esboçar um sorriso largo mesmo em meio ao vazio que me preenchia. Vazio esse que meus amigos se preocupavam em ocupar, mas não era sempre que tal ato dava certo, afinal eu não era a única coisa que existia em suas vidas.


Estava com os braços cruzados e encostada na parede observando minha mãe se mexer apressada dentro do quarto de casal. Era meu dia de folga e pra variar minha mãe precisava resolver alguns assuntos importantes.


– Tem certeza que vai ficar bem, minha filha? - Perguntou pela enésima vez parando em minha frente no portal de entrada.


Sorri ainda sonolenta tentando passar conforto para a mulher preocupada.


– Eu vou ficar bem, mãe. Não precisa se preocupar. - Assegurei a seguindo para fora do quarto.


– Seu pai está no escritório do centro. - Começou a falar enquanto descíamos a escada. - Se acontecer alguma coisa e meu celular ainda estiver desligado liga pra ele. Tem comida pronta, mas se quiser pode...


– Mãe! - A cortei divertida abrindo a porta de casa. - Eu já sei. Não precisa se preocupar. Agora pode ir, vai. - Sorri antes de depositar um beijo simples em seu rosto.


– Se for sair deixe bilhete dizendo onde está e com quem. - Apontou. - Tchau.


– Tchau, mãe.


Esperei que o carro saísse da garagem e o portão se fechasse para dar as costas para o lado de fora da casa. Olhei para o relógio pendurado na parede que me mostrava o inicio do meio dia. Não tinha o que fazer, não tinha com quem sair. Me limitei à me trancar dentro do quarto e assistir alguns episódio de friends. Não sentia fome ou desejo de levantar da cama. Meus pensamentos longínquos impediam que penetrasse tanto no seriado. Franzi o cenho ao notar a quantidade de vezes que havia passado algo que geralmente me fazia rir, mas que naquele momento não estava me provocando emoção alguma.


Cerrei os dentes apontando o controle remoto para o televisor e o desligando. O problema de não ter nada para fazer é que você começa a pensar, começa a lembrar. Olhei para o porta retrato sobre o pequeno armario que abrigava o televisor soltando um suspiro. Meu coração se apertava dentro do peito, havia se passado dias, semanas e não via Anahí nem nos setes de gravação, não apareceu mesmo em minha frente, ela me evitava a todo custo. A esperança de fazermos as pazes morrendo cada dia a ficar com falta de ar pela saudade e arrependimento que me invadia, precisava escapar, precisava esquecer.


Peguei o celular buscando o número na agenda, apertei o botão de chamada e o levei à orelha.


– Amiga! - A saudação da voz alegre e melódica atravessou a linha.


– Oi, Angel. - Me estiquei na cama. - Como você está?


– Estou quase pirando, mas bem. E você? - Sorri fraco.


– Estou precisando da minha Angel. - Reclamei manhosa.


– Ô bebê. O que houve? Em quem terei que bater?


– Acho que em mim. - Sorri um pouco. - Vai demorar muito para voltar pra cidade?


– Creio que sim, Dul. Estou em uma sessão de fotos no momento.


 


– Desculpa estar atrapalhando.


– Você nunca atrapalha, é família. - Sorri com a declaração simples e inocentemente verdadeira. – Dia de folga?


– E dos piores. - Soprei por cima do fôlego. - Não tem nada pra fazer.


– Vai melhorar, criança.


– Dois minutos, Boyer. - Ouvi uma voz ao longe.


– Vai lá, Angel. Depois a gente conversa.


– Tem certeza de que vai ficar bem? - Tentou se certificar.


– Tenho. Agora foco no seu trabalho. - Soei autoritária escutando a risada angelical da loira.


Lembro de ter ligado o rádio, tomado um banho e descido para pegar biscoitos quando a campainha tocou. Franzi o cenho me dirigindo ao monitor que mostrava a entrada do portão, o carro negro esperava pacientemente para ser atendido. Deixei o pote de biscoitos sobre o balcão correndo para fora de casa, abri o portão esperando que o carro entrasse. A porta do motorista se abriu revelando o moreno trajando jeans simples e uma camisa pólo preta. O sorriso safado característico estampado nos lábios finos.


– O que está fazendo aqui, Poncho? - Cruzei os braços tentando conter a felicidade que sentia ao vê-lo.


– Angelique ligou dizendo que estava longe e.. - Abriu os braços olhando para si mesmo. - Eu sou o anjo que irá salvá-la hoje.


[...]


Poncho disse para que me arrumasse porque iriamos sair e em quinze minutos já estava pronta. Deixei um pequeno bilhete para minha mãe antes de trancar a casa e entrar no carro do garoto.


– E então? Vamos fazer o quê? - Perguntei depois de algum tempo em movimento.


– Você escolhe. - Deu de ombros. - Podemos dar uma volta no parque e dar matéria o suficiente para as revistas de fofoca ou irmos à um restaurante reservado de uma amiga minha.


– Restaurante? - Olhei para o relógio em meu pulso verificando o horário.


– E lanchonete. - Acrescentou.


– É impressão minha ou todo mundo está querendo me engordar? - Cruzei os braços elevando uma sobrancelha.


Poncho ponderou estreitando os olhos em minha direção rapidamente antes de voltar a atenção para a pista.


– É, você precisa engordar um pouquinho. Está muito magricela. Ai! - Gemeu com o soco que dei no braço forte.


– Sempre fui magra. - Tentei me defender.


– Magra sim, mas está quase esquel... - Ameacei bater no garoto novamente o fazendo se encolher levemente. - Estou dirigindo, estou dirigindo.


Revirei os olhos deixando um sorriso aparecer.


– Cala a boca e dirige, Herrera.


[...]


Poncho não havia mentido sobre o local ser reservado. Se encontrava em uma esquina simples longe da aglomeração da cidade, o interior era rústico e aconchegante. Mesas e divisórias de madeira, paredes decoradas com pedras. Em um todo me lembrava bastante dos locais que havíamos visitado no Canadá. No início das gravações da novela. Terminei de comer minha porção de batatas enquanto Poncho brincava com o canudo de seu copo.


– Então.. - Chamei a atenção do moreno. - O que o trás aqui. Além da minha companhia?


– Trabalho. - Suspirou apoiando as costas no encosto do banco largo. - Algumas entrevistas, divulgação.


– Entendo. - Cruzei os braços sobre o tampo da mesa. - E quanto tempo terei com você?


– Mais duas horas. - Checou no relógio. - Angel parecia preocupada no telefone. Aconteceu alguma coisa? - Sorri imaginando a loira.


 


– Só algumas preocupações. Nada de importante. - Sorri forçado, Poncho entortou a cabeça.


– Sabe que esse sorriso não cola comigo, certo?


– Que sorriso. - Sorri amarelado abaixando a cabeça.


– Você sabe. - Deu de ombros. - Seus lábios se erguem mostrando os dentes, mas os olhos brilham mostrando outra coisa.


– E desde quando começou a observar tanto os sorrisos, Poncho? - Debochei tentando fugir do foco.


– Apenas conheço você. - Sorriu de maneira compreensiva. - Espero que tudo fique bem. Sabe que sempre pode me procurar para fugir um pouco dos problemas.


– Procurar você só me arranja mais problemas, Poncho - Gargalhei sendo acompanhada pelo garoto.


– É, acho que a frase não foi muito bem colocada. - Coçou a cabeça. - O importante é saber que sou seu amigo e que sempre estarei disposto à te ajudar.


– Obrigada. - Sorri sincera esticando o braço para segurar a mão quente do moreno. - Você está sendo realmente o meu anjinho da guarda hoje.


***********


Sai do banheiro prendendo o cabelo em um coque mal feito escutando a conversação das duas garotas ao invés de música. Passei pelos colchões e travesseiros amontoados no chão conseguindo chegar na pequena mesa que abrigava meu notebook, coloquei uma nova lista de reprodução para tocar antes de olhar envolta. Angelique estava sentada contra o guarda roupa enquanto Maite ria de suas palavras e gesticulações, falta uma.


Estávamos tecnicamente de férias. Todas as festas e eventos que surgiam Angelique arrumava um jeitinho de me levar, mas como era final de semana, não tinha programação então achamos melhor fazermos uma pequena brincadeira com filmes e pipocas durante à tarde, mas no final da noite minha mãe acabou chamando ambas para passar a noite. Convite esse que não foi recusado pelas duas únicas garotas bem confortáveis no chão de meu quarto.


– Cadê Maite? - Fui curiosa ganhando os olhos das meninas.


– Tenho quase certeza que está desfalcando a coleção de bebidas do meu pai. - Angelique respondeu pouco antes da porta se abrir revelando a morena com uma garrafa de vinho nas mãos. - Não disse?


Angelique gargalhou me fazendo soltar uma risada rouca. Maitê estava bebendo Ice atrás de Ice durante a tarde e meiou uma garrafa de licor de meu pai. Eu achava que já tinha álcool o suficiente no sangue da baixinha, mas ela não.


– Não acha que está na hora de parar? - Perguntei divertida enquanto me sentava no meio das garotas.


– Eu ainda estou pensando. - Disse séria e irritada. - Quanto mais eu bebo, mas eu penso. - Bufou indignada.


– Essa é a tendência, cara Perronita. - Angelique tomou a voz. - A bebida não faz você esquecer, só anula seu consciente.


– E anular o consciente só com nós três aqui não vale a pena, acho. - Maite olhou envolta. - Você não vai querer ficar comigo nem se acabar com as bebidas dessa casa.


Eu e Angelique nos entreolhamos segurando o riso.


– Você não é mais a única opção por aqui, Angel. - Maite deu um gole do vinho olhando significativamente para mim.


– Hã.. Mas.. Eca! - Contorci a boca imaginando o que minha amiga queria insinuar no momento. - Que nojo, Maite! - Lancei um travesseiro na figura risonha.


– Eu disse que anulava o consciente. - Algel suspirou presunçosa.


– Cala a boca, Boyer. - Maite jogou o mesmo travesseiro que havia lhe lançado na loira. - Não. Antes de calar a boca me diz que você pegou aquela coisa gostosa do Poncho.


– A gente saiu algumas vezes. - Sorriu encabulada, a face levemente rosada.


– Só isso? - Maite foi insistente.


– A gente ficou algumas vezes, mas não dá. Ele é lindo, um ótimo amigo, mas não. - Concluiu.


– Você é louca. - Balançou a cabeça descrente antes de tomar do vinho. - E voltando ao assunto anterior: eu sou hétero, não rola experimentar outro time não.


– Fico muito aliviada com isso. - Soltei risonha.


– Mas me diga, Savinõn. - Maite ganhou nossa atenção. - Agora que experimentou...


– Mai. - Angelique a olhou em meio a repreensão.


– Tudo bem. - Afirmei lhe alisando rapidamente o braço.


– Então. - A morena retomou o raciocínio. - Vai escolher um time ou fazer igual sua amiga aqui.


Fiquei alguns segundo quieta olhando para a garota, na verdade eu não havia pensado muito bem na minha sexualidade. A coisa foi simplesmente acontecendo e bom, realmente não sabia o que era no momento.


– Não sei. - Respondi simples pegando a garrafa de vidro das mãos de Maite. - Não parei para pensar ainda. - Entornei o líquido na boca sentindo a queimação gostosa descer pela garganta.


– Então ainda gosta de meninos? - Estreitou os olhos, acenei a cabeça. - E de meninas?


A pergunta me fez engasgar em uma gargalhada, mas me segurei engolindo o vinho ainda em minha boca.


– Eu não sei se gosto exatamente de meninas, ok. - Confessei em meio as risadas nervosas enquanto Maite e Angelique eram meras espectadoras da conversa.


– Já sentiu atração por alguma outra garota?


– Ela só é assim pela, Portilla. - Maitê cortou.


O sobrenome pareceu me arrancar do chão. Havia se passado muito tempo sem ter contato direto com a garota que perturbava meus sonhos. O desejo de que não aparecesse mais em minha frente parecia ter sido muito bem aceito da outra parte e estava sendo perfeitamente executado. Recebia notícias de sua vida profissional e amorosa, afinal pertencíamos praticamente ao mesmo ciclo social. Fora os detalhes e fotos espalhadas por todo o mundo, estávamos nos comportando como duas desconhecidas. Ou nos adiamos. Segundo a mídia dizia.


Levei a garrafa em direção a boca bebendo dois grandes goles e me arrependendo quando a cabeça girou com violência. Entendia o fato de Maitê querer beber para esquecer do ex-namorado, talvez funcionasse.


– Eu não sei dizer se é "atração". - Ponderei tentando arranjar palavras no fundo de minha mente para conseguir explicar. - Mas há algumas garotas que me chamam a atenção sim.


– Ai meu Deus. Estou nesse meio?


Olhei rapidamente para Angelique que havia acabado de fazer a pergunta, não demorou dois segundos para todas estarmos rindo da situação.


– Não, Angel. - Tentei conter o riso. - Você é linda, talentosa, um anjo. Mas não. Você é minha irmã.


– Anahí tamb... - Maitê começou a falar, mas foi impedida pela mão de Angelique que tampava sua boca.


– Melhor suspender a bebida dela. Ai! - Reclamou puxando a mão para longe da morena. - Você me mordeu. - Acusou.


– E mordo de novo se colocar a mão na minha boca outra vez. - Ameaçou causando mais uma rodada de risos.


Trabalho, família, amigos, amor. Foi assim que meus dias se tornaram suportáveis. Foi assim que percebi que não estava sozinha, muito menos passar pelos problemas sozinha. Por mais que meu coração estivesse quebrado, por mais que a pessoa que eu mais queria ao meu lado não estivesse, fui me reerguendo. E foi com o pensamento de dar a volta por cima que um novo ano nasceu.


 



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Autor(a): portisavirroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21

    Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★

  • fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23

    Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?

  • candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37

    Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.

  • fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33

    Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.

  • Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49

    To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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