Fanfics Brasil - Capítulo 21 My world was always you ( portinõn) finalizada

Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 21

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"Eu sinto que todos os dias são iguais. Me desanima, mas eu sou o culpado. Eu tentei de tudo para fugir, então aqui vou eu de novo perseguindo você novamente. Porque eu faço isso?"


***********


O ano de certa forma havia começado muito bem. A convivência com meus familiares e amigos estava se mostrando ótima e minha vida profissional estava indo de vento em popa. Algumas coisas me aborreciam, mas nada que valesse brigas. Me limitava a falar e desabafar com minha mãe que se mostrava ainda mais presente e amiga com o passar dos dias. Ela e papai haviam dividido tarefas entre quem me acompanharia e quem trataria dos assuntos formais. Eles achavam a ideia boa, já eu maravilhosa.


Maitê e Poncho sempre arrumavam um jeitinho de ir até Los Angeles quando não estavam compromissados; Angelique a cada dia que passava se comportava como uma verdadeira irmã mais velha; e óbvio, o centro dos problemas que me cercavam, José Henrique. Apesar de todas as investidas falhas do garoto e do meu imensurável "Não", as notícias que circulavam me traziam dor de cabeça.


Meu pai se divertia as custas do suposto romance que a mídia divulgava, já minha mãe preferia a conversa silenciosa, que por muitas vezes executávamos ao cruzar nosso olhar.


Lembro de ter acordado mais leve naquele dia, diferente dos outros em que já acordava desanimada achando tudo igual. Deixei meu quarto percorrendo o caminho do corredor até ao escritório afim de chamar minha mãe para irmos ao estúdio. Entrei pela porta aberta desejando bom dia, peguei o cubo mágico sobre a mesa em um ato automático ignorando o fato da mulher sentada na cadeira giratória ter se sobressaltado e fechado rapidamente o notebook ao ouvir minha voz.


– Bom dia. - Me respondeu forçando um sorriso amarelado. - Como se sente hoje?


– Bem. - Dei de ombro mudando as posições das poucas cores fora de ordem. - E a senhora? - Coloquei o objeto montado sobre o tampo da mesa me sentando no colo de minha mãe. - O que está me escondendo? - Sorri fraco com a timidez da mulher.


– Tenho uma coisa que você precisa assistir. - Torceu a boca meio hesitante. - Vai ser chato e desagradável.


Aprumei o corpo franzindo as sobrancelhas.


– Está me deixando preocupada. - Meu coração deu dois pulos mais rápidos. - Aconteceu alguma coisa com a vovó?


– Não, não. - Negou rapidamente. - Não tem nada haver com isso. - Se moveu abrindo o notebook. - Só dê o play.


Pisquei algumas vezes ainda encarando minha mãe antes de dar atenção ao vídeo que me aguardava. O enunciado prontamente me avisou de quem se tratava e isso fez um arrepio descer pela espinha junto ao revirar estranhamente gostoso em minha barriga. Dei o play sentindo todos os pelos de meu corpo se arrepiarem com o alvoroço de vozes que saia da caixinha de som. Engoli em seco quando a figura pálida entrou em foco, a cabeleira estava um pouco castanho, os óculos escondendo os olhos azulados Entre o empurra-empurra, aglomeração de pessoas, flashes e pedidos para autógrafos, uma voz se fez ouvir fazendo uma pergunta sobre mim. A resposta súbita e inesperada da garota que parecia indiferente me deixou momentaneamente sem reação.


"Pergunte para Fuzz."


Podia sentir o afago de conforto que minha mãe fazia em minhas costas, mas meus olhos ainda estavam vidrados na tela que exibia o vídeo já terminado. Nada além do fato de Anahí ter respondido aquilo me passava pela cabeça, não conseguia raciocinar. E como em um estalar de dedos todos os sentimentos que me esforçava para esquecer e controlar apareceram provocando sutis tremeliques e falta de ar.


– Dulce? - Resfoleguei ao ouvir a voz preocupada da mulher que me guardava em seu colo. - Filha, como você está?


Engoli mais uma vez em seco olhando para baixo, cerrei os dentes tentando parar de tremer, mas parecia inútil. Senti a saudade e o carinho sendo substituídos pela raiva tensionando minhas juntas. Limpei sutilmente a garganta me colocando de pé.


– Estou bem. - Soei altiva e indiferente. - Vamos logo, não quero chegar atrasada.


***********


– Não vale! Você está roubando! - Exclamou Maite pela milésima vez.


– Como ela vai roubar em guerra de dedões? - Cristian me defendeu.


– Apertando os dedos dela. - Me denunciei gargalhando.


Estávamos na área de lazer do estúdio esperando o diretor para nos dar as devidas coordenadas do dia. Poncho ocupava a mesa mexendo em qualquer coisa no celular enquanto eu, Ucher, Cristian e Maite estávamos jogados no sofá maior falando besteiras. Enquanto Anahí estava isolada de todos nós. Algumas pessoas da produção se encontravam espalhadas pelo espaço e o restante do elenco eu não fazia ideia de onde estava. Anahí estava reclamava da demora do diretor, quando meu celular começou a tocar. Olhei o visor e franzi levemente a testa ao avistar o número desconhecido.


– O que foi? - Ouvi Cristian me perguntar.


– Não conheço o número. - Dei de ombros atendendo a chamada. - Pois não? - Minha voz saiu incerta.


– Savinõn?– A voz vinda do outro lado da linha me soou familiar.


– Sim? - Sinalizei que não sabia quem era quando vi os olhares curiosos de Anahí e Ucher sobre mim.


– Oi, é a Belinda... – Pausou. - Caso você não se lembre. – Ouvi um riso fraco.


– Ah.. Oi Bel, claro que lembro. - Sorri da expressão facial dos dois à minha frente quando ouviram o nome da garota.


– Que bom. Então, tudo bem com você?– Perguntou simples.


– Tudo sim.. - Ergui uma sobrancelha estranhando a conversa. - E com você?


– Eu estou bem, mas.. - Uma gritaria ao longe cortou a voz que falava comigo e logo após ouvi Belinda gritar afastada do telefone. - Cacete, eu estou falando no telefone aqui! Vocês não tem educação não, cambada? - Ouvi mais uns gritos de deboche e algo parecido com uma porta batendo antes da voz voltar à falar comigo. – Me desculpe por isso.


– Não, tudo bem. - Esbocei um meio sorriso. - Mas me diga, o que houve? - Perguntei enfim.


– Meio estranho eu estar ligando para você, não é? - Riu me provocando o mesmo.


– É, é sim. - Respondi sincera e ainda risonha.


– Então, não querendo ser inconveniente mas já sendo, eu estou preocupada com a Anahí. - Meu corpo ficou rígido com a menção do nome a ser mencionado, meu olhar vagou em Anahí alheia a conversa. – Eu a encontrei esses dias com um pessoal e a senti um pouco mudada, diferente. E tipo, esse diferente não é para melhor. Eu sei que vocês estão meio afastadas e tal.. mas eu também sei que você é uma das poucas pessoas que ela escuta.


– Olha Belinda.. - Suspirei esfregando o vinco entre meus olhos. - Eu bem que queria poder fazer alguma coisa em relação à isso, mas agora eu não posso. Você está certa sobre estarmos afastadas e isso piora ainda mais a situação, não sei se o que eu disser vai mudar muita coisa. Por que você não conversa com ela? - Sugeri com o coração nas mãos, a alta velocidade pulsando em meus ouvidos. Minha vontade era sair correndo e abraçar Anahí que estava alheia a todos nós.


– Qual é Dulce, olha para mim! Você acha mesmo que alguém vai levar meus conselhos à sério? Ainda mais ela. Você a conhece melhor do que qualquer pessoa e sabe muito bem que ela não dá ouvidos para ninguém. - A linha ficou momentaneamente muda esperando pela resposta que não dei. – Olha, eu não espero que você saía voando de onde esteja para salvar o mundo como uma super heroína, mas ficaria muito feliz se ao menos tentasse não deixá-la sozinha com aqueles projetos de artistas.


 


– É mais complicado do que parece, Belinda. - Me levantei do sofá coçando a nuca em sinal de frustração.


– Isso me faz pensar que a briga entre vocês foi feia. - Comentou.


– Nada muito relevante. - Esfreguei a mão no rosto não me sentindo mais presente em meu próprio corpo.


– Eu não acredito que vou dizer isso, mas.. - O suspiro atravessou a linha. – Liga para o Derick. Ele vai saber dizer exatamente o que se passa com Anahí.


– Tudo bem. Eu vou tentar fazer alguma coisa. - Anunciei nervosa.


– Imaginei que tentaria. - O tom de voz soou divertido. – Anote o meu novo número, qualquer coisa me liga para eu ir dar uns cascudos naquela garota.


– Pode deixar. - Sorri rapidamente. - Obrigada, Bel.


– Nem precisa agradecer. Tchau, Savinõn. - E a linha ficou muda.


Olhei para o aparelho em minha mão sem conseguir pensar em nada.


– E então? - Ucher chamou minha atenção. - O que é que ela queria?


– Anahí. - Falei num sopro, observando Anahí fixa com seu telefone celular rindo de alguma coisa que supostamente via. - Quer que eu fale com a Anahí.— Ucher acompanhou meu olhar para a garota e suspirou profundamente.


********


Atravessei o portal de entrada à passos largos e pesados batendo a porta com toda a força que havia em mim.


– Idiota! Idiota! Idiota! - Esbravejei arrancando a bolsa para longe de meu corpo com violência a jogando na poltrona. - Argh! - Gruni socando o braço do sofá.


Era muito querer um pouco de paz? Era muito tentar viver sem a interferência dela em minha vida? Parecia que quanto mais eu tentava me afastar e acabar com os sentimentos que me atormentavam mais a vida nos puxava uma para a outra. Era uma espécie de imã muito do chato ao meu ver. Sempre era eu a pessoa que conseguia a trazer para a realidade, para o chão. Naquele momento eu fiquei entre fazer o bem para ela ou fazer o bem para mim. Na verdade não havia a segunda opção, sempre foi ela e o bem estar dela.


– Mas o que é que está acontecendo aqui?


Sorri sarcástica e ironicamente ao me virar para a figura de minha mãe parada no alto da escada com o cenho franzido em sinal de confusão.


– O que aconteceu é que eu sou uma imbecil! - Gritei gesticulando. - Sou uma babaca, uma idiota.


Comecei a andar de um lado para o outro inquieta e mal percebi quando minha mãe se aproximou mantendo os braços cruzados e olhos indagadores.


– Belinda me ligou. - Fechei os olhos com força tentando controlar a respiração. - Disse que Anahí está estranha e pediu para que eu fizesse algo. - Abri os olhos encarando minha mãe que havia erguido uma das sobrancelhas parecendo aguardar por mais palavras. - Eu não vou. - Completei coçando a cabeça nervosamente. - Não quero.


Minha mãe sorriu e umedeceu os lábios rosados.


– Tem certeza?


Abri e fechei a boca algumas vezes afim de proferir algo, mas nada saiu. Corri a língua pelos lábios secos cruzando os braços, meu coração martelando fortemente contra minhas costelas. Minha respiração oscilando enquanto o pé direito se movimentava rapidamente batendo contra o chão em um ato completamente impaciente. Apertei bem os braços sobre o busto soltando um suspiro longo.


– Preciso vê-la. - Soprei em um fio de voz sentindo lágrimas chegarem aos olhos. - Estou com saudade. - Encolhi os ombros passando a língua mais uma vez pelos contornos da boca, limpei rapidamente a gota salgada que havia escapado e riscado meu rosto.


 


– Ligue para ela. - Sugeriu ainda me dando espaço. - Vá encontrá-la.


Corri as mãos pelo cabelo algumas vezes com a respiração desregulada. Eu não podia ir atrás dela, não depois de tudo que a garota me fez sofrer, não depois de ter me excluído de sua vida. Bufei indignada.


– Eu não vou. - Rosnei voltando a andar de um lado para o outro. - Ela não me quer por perto, mãe! - Gesticulei as mãos no ar.


– E ela tem que querer alguma coisa?


– Se tratando disso, sim! - Afirmei com o tom de voz elevado. - Eu não vou ficar correndo atrás de alguém que não se importa comigo. Eu não sou obrigada a ficar tomando conta da Anahí!


– Está deixando o orgulho e a teimosia falar por você. - Deu um passo em minha direção tomando minhas mãos entre as dela. - Coloque o orgulho de lado e pense nos anos de amizade, no sentimento e cumplicidade que sempre acompanhou vocês duas. - Instruiu calma me fazendo calar e resfolegar.


Ponderei alguns segundos refletindo naquele conselho. A verdade era que eu estava com medo. Medo de ser ignorada, medo de acontecer uma briga pior da que havíamos executado através do telefone, medo de encontrá-la novamente e acabar me ferindo ainda mais. Só que apesar de todo o receio, a vontade de ir ao encontro dela se sobressaía. Cerrei os dentes prendendo a respiração, eu não podia ligar diretamente para a garota, não havia coragem o suficiente em mim.


– Argh! - Rosnei me livrando de minha mãe para revirar minha bolsa sem paciência.


– O que vai fazer? - Ouvi a pergunta curiosa atrás de mim.


– Eu vou ligar para o Derick! - Gritei não acreditando no que estava prestes à fazer.


************


Derick ao meu lado me conduzia à seguir com seus colegas de uma banda que ele tocava, abriam o caminho desconhecido, entramos por um corredor estreito que desembocou em uma grande sala de dança mal iluminada. A fumaça era visível ao olho nu e o cheiro da nicotina penetrando em minhas narinas me fez tossir. A parede da frente era feita de espelho e a música absurdamente alta chegava à machucar meus tímpanos.


Corri os olhos pelo salão reconhecendo alguns dos rostos até achar o que estava procurando. O arrepio que senti me fez estremecer, foi como se minha alma houvesse acabado de voltar para meu corpo fazendo meu coração pulsar com mais vontade. Anahí estava sentada no chão, as pernas encolhidas contra o peito e as costas apoiadas ao espelho rindo animadamente com um grupo de jovens que pareciam um tanto quanto vulgares. As roupas eram vulgares. Os gestos eram vulgares. Na verdade, Anahí parecia vulgar naquela hora.


Em fração de segundos os olhos azulados se encontraram com os meus e automaticamente o sorriso largo que enfeitava o rosto pálido morreu dando lugar à uma expressão sé posso dizer que aquela foi uma das piores cenas de toda a minha vida. Durante anos o sorriso brilhante presente naqueles lábios carnudos era graças à mim e naquele momento eu era o motivo para ele ter se apagado. Meu coração se espatifou e minhas pernas ficaram momentaneamente fracas.


A loira se levantou e caminhou à passos lentos em nossa direção. Cumprimentou aos meninos e à mim secamente ficando calada ao nosso lado. Derick prontamente arrumou algo para fazer sendo seguido por Edyy e Jack. Olhei sugestivamente para Anahí quando ficamos sozinhas recebendo apenas um gesto com a cabeça para que a seguisse.


– O que faz aqui? - Perguntou rouca passando a chave na porta trancando nós duas dentro do pequeno camarim.


– Queria saber como você estava. - Respondi incapaz de olhá-la, joguei minha bolsa sobre uma cadeira no meio do aposento. - Faz muito tempo que não nos falamos, no estúdio de gravação você nem ao menos me comprimenta mais.


 


– Pensei que você queria assim. - Cruzou os braços ficando em minha frente.


Mesmo vestindo roupas largas reparei que estava muito mais magra, olhos fundos. Franzi o cenho estranhando o tom de voz que usava. Aquele tom nunca foi dirigido à mim, era algo mesclado em raiva e nojo.


– Você sabe que isso não é verdade. - Me atrevi a encará-la.


– Eu não sei de mais nada. - Abriu os braços em deboche. - Você terminou tudo, você disse que era para eu nunca mais aparecer na sua frente.


Citou minhas palavras com perfeição parecendo não se importar, completamente fria.


– Eu disse sim, mas..


– Mas o quê? - Me cortou elevando a voz. - Queria que eu me rastejasse até você? Queria que eu ficasse chorando pelos cantos enquanto você exibe seu novo grupinho perfeito por aí? Me desculpa, mas isso não vai rolar.


– Do que.. - Balancei a cabeça tentando entendê-la. - Do que você está falando?


– Não seja sonsa, Dulce. - Deu alguns passos em minha direção, a proximidade me fez tremer ainda mais. - Você adora receber atenção. Você consegue ter tudo o que quer. Você teve o Ucher, vivia pra cima e pra baixo com o Poncho, é a melhor amiga da Maite agora e tem o Cristian em suas mãos. Todos te amam, viva! - Ergueu as mãos em uma falsa comemoração. - E o que mais me deixa com raiva é que você teve a mim. Você ao menos lembra? Éramos inquebráveis, Dulce. - Terminou com a voz morta.


Senti o cheiro inconfundível de álcool emanando do corpo à minha frente e mais alguma coisa que não soube discernir, era doce e enjoativo. Eu fiquei meio que sem reação com aquela explosão.


– Primeiro, não coloque nossos amigos como desculpa para os nossos problemas. - Inspirei notando um sorriso sarcástico nascer nos lábios de Anahí. - Segundo, você andou bebendo?


– Ah.. Me desculpe se não sou perfeita o bastante para você, princesinha. - A voz completamente debochada. - E se eu bebi o problema é meu. Você não tem nada haver com isso, não mais.


Passou por mim permanecendo de costas e olhando para o próprio reflexo no espelho iluminado sobre a penteadeira. Rosto abatido, corpo frágil. A observei passar as mãos pelo cabelo castanho levemente bagunçado. Belinda tinha razão; ela estava diferente. Notei que o casaco fino que vestia cobria até metade das palmas.


– Anie... - Chamei hesitante. Seus olhos se conectaram com os meus através do espelho. - Me mostre seus pulsos. - Pedi engolindo em seco.


– Vá embora. - Cerrou os dentes fechando as mãos em punhos.


Aquela reação apenas confirmou minhas suspeitas. Me aproximei de Anahí determinada, mas fui afastada pelas mãos que me empurrava para longe. A expressão dura ainda pregada no rosto pálido.


– Anahí, você precisa de ajuda! - Disse quase em um rogo.


– Eu não preciso de nada. Eu estou muito bem. - Me empurrou em direção à porta. - Agora vá embora! - Mandou com a voz elevada.


– Não seja idiota! - Gritei e percebi que estava ofegante. Nervosa. - Eu sou sua amiga, droga!


– Não! - Se igualou ao volume que eu havia usado. - Não diga essa maldita palavra! Nós não somos amigas! Faça um favor para nós duas e vá embora. Volte para sua vidinha perfeita, volte para sua amiguinha, pro seu namoradinho. - Podia ver a veia saltando do pescoço liso, a face recebendo uma leve coloração rosada. - Fique diante das câmeras sorrindo artificialmente e diga o que eles querem ouvir, faça o que eles querem que faça. Se venda. - Pausou me olhando nos olhos próxima demais. - Se venda. - Repetiu calma e em voz baixa. - Mas lembre-se que isso não te torna perfeita, isso apenas faz de você uma prostit...


O rosto em minha frente virou tão rápido com o impacto que minha mão fez na face pálida que a palavra não chegou a ser pronunciada antes do estalo. Não deu tempo de pensar muito bem no que havia acontecido, mas meu coração havia parado de bater no instante que pratiquei o ato impulsivo e com a mesma velocidade que lhe dei o tapa vi o punho fechado vir em minha direção. Fechei os olhos e segurei a respiração na espera do impacto, mas ele não veio. Ao invés disso escutei o som seco ao lado da minha orelha esquerda. Abri os olhos novamente sentindo a respiração pesada de Anahí bater em meu rosto, os olhos fechados, o hálito de álcool. Sua mão estava fixa na parede que havia acabado de socar. Soltei a respiração descompassada me encontrando com os olhos arregalados.


– A-A-Anie? - Sussurrei e percebi que ela tremia.


Sua cabeça pendeu para baixo fazendo com que o cabelo acobreado a escondesse. Deslizou a mão na parede e se aproximou um pouco mais de mim colando nossas testas, os olhos ainda fechados.


– Me desculpe. - A voz saiu controlada. - Por favor, vá embora daqui. - Soprou e pude sentir o gosto da respiração da garota em minha língua.


Fechei os olhos entorpecida com a sensação que me preenchia ao estar tão próxima dela. Minha respiração já estava controlada, porém pesada. Tomei o rosto bonito entre minhas mãos juntando nossas bocas em um contato singelo e saudoso. Envolvi os lábios frios e macios sentindo o gosto doce, mas não aprofundei voltando a juntar nossas testas. Nossas respiração permaneciam pesadas e se mesclando nos poucos centímetros de distância.


– Anie... - Tentei iniciar um discurso enquanto afagava o rosto bonito, mas fui interrompida.


– Dulce... - Me cortou ainda de olhos fechados parecendo se controlar. - Você sempre fez o que iria ser bom para mim. Você estando por perto não me faz bem. Vá embora, por favor.


Meus olhos tremeram olhando descrente para a garota de cabelos cor de cobre. Anahí se afastou, destrancou a porta e a abriu me mostrando a saída permanecendo com os olhos estreitos fixos no chão. Peguei minha bolsa não sentindo meu corpo, parei momentaneamente na frente da garota e me inclinei depositando um beijo demorado na testa de Anahí. O nó insuportável em minha garganta me impedindo de respirar direito, as lágrimas chegaram mais rápido do que imaginava quando percebi que estávamos dando mais um adeus. Descolei meus lábios da pele de Anahí e saí do camarim à deixando sozinha e desejando sumir do mundo.


 



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Autor(a): portisavirroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21

    Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★

  • fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23

    Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?

  • candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37

    Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.

  • fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33

    Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.

  • Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49

    To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




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