Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde
"Estou condenada se eu fizer e condenada se não fizer. Então, estou aqui para brindar no escuro ao final da minha estrada. Estou pronta para sofrer e pronta para ter esperança. É um tiro no escuro mirando direto na minha garganta, pois buscando pelo paraíso, encontrei o demônio em mim..."
**************
Estreitei mais os olhos fitando o movimento que a árvore em meu jardim fazia no fim de tarde. Naquela altura já não escutava mais nada do que Maite me dizia ao telefone. Meu pensamento estava longínquo e a cada dia que passava a inércia à qual me afundava parecia ainda maior. Eu não sabia o que era pior: o sentimento de ser uma inútil ou o vazio que sentia ao não ter contato com Anahí.
– Talvez consiga vir passar pelo menos o natal, sabe! Como antes.– A voz familiar me despertou do transe o qual me encontrava. - Estou com saudades de vocês.
– Eu também Tita? - Sorri fraco com a voz grossa.
– Todos nossos fãs reclamam, Dul. Acho que pelo menos uma foto.– A declaração de Maite me fez suspirar inconscientemente. - O que foi, cariño?
– Só estou cansada. - Me espreguicei no banco de madeira que ficava na varanda de minha casa.
– Cansada do quê?– A voz intrometida querendo ir mais à fundo.
– Como assim?
– Do dia, da semana, do trabalho..
– Da vida! - Respondi simplesmente recebendo o silêncio como resposta. - Está tudo tão sem vida, tão sem graça. - Confessei fechando os olhos.
A verdade era que eu estava irritada. Acordar me irritava, falar me irritava, respirar me irritava, as sociais me irritavam, o sorriso que eu era obrigada a dar me irritava, não ter a única pessoa que eu queria ao meu lado me irritava.
– Você quer conversar?– A voz receosa de Maite me fez trincar os dentes.
Havia proibido todos ao meu redor à tocar no assunto, até minha mãe que sempre era meu colo nos momentos depressivos. As noites parecia que o buraco se tornava maior, a ausência de distrações do dia fazia meu corpo ficar vazio e minha mente viajar recordando de momentos simples. Em uma das noites solitária a chuva veio me fazer companhia, molhando a janela e trazendo o vento gélido para dentro de meu quarto. Instintivamente busquei meu celular no criado mudo procurando pelo nome curto na agenda, mas hesitei em telefonar. Anahí havia deixado bem claro que não queria que eu entrasse em contato e Mari havia me avisado que a sua irmã não estava apta à usar telefone na clínica. Em um ato impulsivo apaguei o nome ali gravado repetindo o ato nos números que possivelmente me levaria até ela.
– Dulce? Você ainda está aí?
– Oi, Tita. - Respondi com a voz baixa.
– Fala comigo!– Maite rosnou indignada.
– Não há o que falar. - Soei indiferente. - Bom, preciso desligar. Tenho um jantar agora à noite, preciso me arrumar.
– Hã.. Okay. Qualquer coisa me liga? – O tom ainda receoso.
– Sim. - Fui firme.
Encerrei a chamada e ofeguei. O turbilhão que escondia de mim mesmo parecendo me asfixiar com violência. Cruzei os braços sobre meus joelhos abaixando a cabeça entre eles tentando respirar, a dor no peito parecendo não ter cura. Em um dado momento senti as mãos quentes e maternas tocarem em meu corpo e me puxar para o abraço acolhedor. Me deixei embalar pelos carinhos e a canção de ninar antiga até que minha respiração voltasse ao normal.
– Não precisa ir ao jantar se não quiser. - Ouvi a voz de minha mãe. - Eu e seu pai arrumamos uma desculpa..
– Não, mãe. - Neguei aos suspiros. - Eu vou. É melhor. Só assim não fico pensando.
Minha mãe me analisou com a feição preocupada, mas ela sabia que eu tinha razão.
– Tudo bem, mas se quiser voltar para casa é só me falar. - Acenei sabendo não haver outra resposta.
Eu só precisava de um alívio para a pressão que meu corpo vinha sustentando. Mas se o alívio não vinha, a distração era bem vinda.
************
Já era a terceira vez que meu celular começava a vibrar devido ao chamado da ligação. Meus olhos ainda estavam estáticos sobre o visor do aparelho, não aparecia nenhum nome dizendo quem era o remetente, mas o número familiar fez um calafrio passar pela minha espinha e meus lábios ficarem brancos logo na primeira chamada. A aflição era nítida em meus olhos trêmulos. A ansiedade em atender aumentava, mas o receio em saber do que ou quem se tratava sobressaia a ansiedade formando assim um ciclo contínuo.
Recebi uma leve cotovelada de Pablo ao meu lado me fazendo despertar. Todos envolta da mesa, exceto Pedro que analisava o roteiro nas mãos, me olhavam aguardando pela minha próxima fala. Me levantei murmurando um "Desculpe" e "Com licença" antes de sair da sala. Segui pelo corredor entrando na primeira porta de banheiro que encontrei me trancando em seguida. O celular começou a vibrar mais uma vez, apertei a tecla para aceitar a chamada dizendo um hesitante "Alô" na espera de ouvir a voz de Marichelo ou até mesmo dela, mas foi de Aninha que recebi a saudação.
– Dul! Pensei que não iria atender. Quase desisti.– Confessou estranhamente animada.
– Hum.. Aninha? - Sorri aliviada por escutar ao menos uma das Portilla. - O que houve, menina?
– Saudade, sabia?– A voz autoritária me fez lembrar Anahí. – Eu não tenho nada haver com os problemas de vocês adultos.
– Adultos? - Uma gargalhada explodiu pela minha boca e vi meus olhos brilharem através do espelho. - É justo a sua irritação, eu deveria aparecer para sair com você.
– Tem um jeito de me recompensar.. – Algo naquela declaração me fez ficar subitamente desconfiada.
– O que você quer Ana? - Arqueei uma sobrancelha.
– Vou logo dizendo que não aceito não como resposta.
– Ok pequena!
– Desde quando ela se internou ninguém me leva para vê-la. Nós só podemos ficar poucos minutos no telefone e estou morrendo de saudades.– Meu corpo gelou com a explicação da pequena menina. - Você vai passar aqui dizendo que me levará para passear, tomar sorvete, sei lá... Mas vai me levar até lá.
– Eu... - Tossi rindo nervosamente. - Eu não posso fazer isso.
– Você me deve essa, okay?– Disse duramente. - E eu sei que você também está louca para encontrar com ela, saber como ela está...
Fechei meu punho livre com força. Era verdade, fazia semanas que eu estava louca para ir até lá sem me importar com o que ela me falaria ou com o que as revistas iriam dizer no dia seguinte. Estava cansada da ausência insuportável que sentia, cansada da vida incompleta que estava levando. Eu precisava de um alívio, uma forma de encontrar a paz mais uma vez. Precisava tocá-la, olhar naqueles olhos azuis e ver se estava bem.
Esfreguei a mão sobre as vistas me impedindo de proferir as palavras seguinte, mas foi inútil. Meu coração estúpido aceitou.
– Passo aí às duas. - A tensão que me acompanhava há semanas abandonando meu corpo junto com as palavras.
– Valeu, Dul! Te amo.
– Tá, tá garota. - Disse com falsa irritação. - Não me vem com "Eu te amo" agora não. - Escutei uma gargalhada gostosa do outro lado e me permiti sorrir.
[...]
Saí do estúdio mais cedo alegando não me sentir muito bem e como era apenas ensaio de leitura fui liberada sem problemas. Minha mãe estranhou um pouco quando apareci em casa ao meio dia dizendo ir buscar Aninha para passar um tempo, mas não me interrogou, uma das qualidades de dona Blanca.
Corri até meu quarto, tomei um banho rápido, coloquei um casaco cinza com capuz, calça jeans e tênis. Peguei um boné azul dos Red Sox e desci as escadas. Dei um grito de despedida para minha mãe que me abençoou na mesma altura.
Dirigi o caminho todo um tanto quanto inquieta, a música saindo das caixas de som não chegavam aos meus ouvidos distraídos. Entrei pelo condomínio estacionando enfrente a casa branca sentindo a nostalgia amargar minha boca. Buzinei duas vezes e logo Aninha pareceu na porta com Enrique ao seu encalço. Caminharam em minha direção, meu coração dando pulos cada vez mais fortes. A porta do carro se abriu e a menor deslizou para o assento do passageiro colocando o cinto de segurança.
– Quanto tempo, Dulce. - Enrique abriu um sorriso se abaixando na janela.
Suspirei ao ver o homem robusto, o rosto de aspecto forte que me acompanhava e me guiava no meu crescimento. Não sabia que sentia tanta falta de toda a família Portilla até aquele momento.
– Agenda cheia. - Me desculpei encabulada. - Como está todo mundo?
– Melhor. - Sorriu sincero mostrando as rugas das laterais dos olhos. - Melhorando a cada dia. Resolveu aparecer para passear com minha menina? - Bagunçou levemente os cabelos da caçula.
– É, estava devendo isso à ela. - Cocei a nuca desconfortável. Ana sorriu de maneira angelical.
– Tudo bem. Se cuidem, meninas. Qualquer coisa, me liguem.
– Pode deixar. - Sorri passando segurança.
Fechei a cara assim que pegamos a pista principal. Aninha tentava me fazer sorrir, mas eu me segurava para mostrar o quanto estava irritada por ela ter me colocado naquela sinuca de bico. No meio do caminho comecei a conversar normalmente, uma vez ou outra acompanhando a musica que o rádio tocava.
Estava indo tudo bem até a área verde me avisar de que estávamos chegando à clínica onde Anahí estava internada. Estacionei o carro e paralisei olhando para o painel do local, Aninha esperava por alguma reação minha, mas a única coisa que fiz foi enterrar o rosto no volante e suspirar profundamente.
Minha vontade era de surtar. Anahí estava ali, do outro lado daquelas paredes brancas. Muito, muito perto. Busquei o ar algumas vezes antes de levantar a cabeça novamente, Aninha dizia alguma coisa que eu não prestava a mínima atenção. Me virei para pegar o boné no banco de trás, o ajeitei na cabeça e puxei o capuz. Coloquei um óculos escuro e fones no ouvido. Rezei para que ninguém me reconhecesse.
– Para quê tudo isso? - Aninha enrugou a testa.
– Para não me reconhecerem. - Abri a porta saindo do automóvel.
– Eles tem uma coisa chamada sigilo profissional, sabia? - Caminhou para ficar ao meu lado. Sorriu de lado. - Como se ninguém soubesse quem é você. - Debochou.
– Digamos que não confio muito nessas coisas. - Ativei o alarme do carro antes de caminharmos para a entrada. - E também não custa nada um disfarce.
– Tá bom. - Aninha gargalhou se divertindo com a situação.
Acompanhei Ana de perto, mas não abri minha boca. A recepcionista que nos atendia hora ou outra me lançava olhares mesclado em diversão e desconfiança. Mas eu estava tão à flor da pele que não me concentrava em nada que me rodeava e ser reconhecida já não era um problema à rondar minha cabeça. Meus dedos se apertavam dentro dos bolsos do casaco em meio ao nervosismo. Me sobressaltei quando uma outra mulher apareceu, nomeando eu e Ana respectivamente como "Senhorita Savinõn" e "Senhorita Portilla", indicando um caminho à nós duas, e pude avistar o sorriso travesso do pequeno monstrinho.
Entramos por uma área ampla que parecia o local social da clínica, onde se encontrava varias mesinhas espalhadas e plantas variadas. Pegamos um elevador e percorremos alguns corredores até chegarmos à uma porta de madeira branca com o número 4 cravado na parede. A mulher abriu a porta sem cerimonia nos dando passagem para a pequena sala de estar. Um sofá vermelho se localizava no meio, uma mesinha de centro sobre um tapete dourado. Fiquei ali enquanto a caçula acompanhava a mulher até uma outra porta. Bateu avisando que havia visitas e a voz, vinda de dentro, concedendo a entrada me arrepiou de cima à baixo.
Meu corpo começou a tremer e meus olhos arderem. Vi quando a mulher saiu do aposento nos deixando sozinhas. Aninha entrou, no que devia ser o quarto, mas eu continuei ali parada no meio da sala. Ao lado direito do sofá havia uma janela coberta por uma cortina branca que balançava por causa da brisa fresca vinda de fora.
Caminhei até o centro me livrando do óculos, fone, capuz e boné, deixando todos na mesinha. Me larguei no sofá mergulhando as mãos nos cabelos, meu coração parecendo explodir dentro do peito, minha pele fria, meus tímpanos com uma pressão insuportável. Cerrei os dentes deixando o maxilar rígido me impedindo de tremer. A respiração cada vez mais pesada, o silêncio no outro comodo me matando aos poucos. Fechei os olhos com força sentindo o peito se contrair, meus pulmões impedindo o oxigênio de entrar.
Não queria encontrá-la com a mesma intensidade que queria abraçá-la mais uma vez. Uma pequena parte de mim voltava à me xingar de masoquista, mais uma vez arquitetando meu sofrimento futuro, mas essa pequena parte era inútil já que eu precisava dela. Precisava de alguns minutos na presença de Anahí Giovanna Puente Portilla para todo o sentido voltar à mim. E o mais importante: Aquela era minha última tentativa, precisava arriscar. E eu já estava no inferno sem ela mesmo, pior não poderia ficar. Senti as lágrimas pinicarem meus olhos, mas não escorreram.
– Psiu! - Levantei a cabeça para o chamado, Aninha me olhava da porta sugestivamente.
"É agora" disse mentalmente. Suspirei atônita, meu corpo voltando à tremer, uma náusea estanha causada pela ansiedade. Levantei hesitante, meus olhos voltando a lacrimejar. Forcei meus pés a se mexerem e com muito custo consegui dar o primeiro passo, depois outro e mais outro chegando perto o suficiente para ver o teclado encostado na parede e o violão largado contra a cômoda. Engoli em seco parando de respirar ao lado de aninha na porta. Meus ossos pareciam inchar impedindo a circulação do sangue e espremendo a carne.
A pele alva, os cabelos loiros emodulando o rosto saudável. Anahí estava encostada na cabeceira da cama, o peito subindo e descendo mostrando a respiração disforme. Os lábios tremendo em um sorriso, os olhos azulados brilhando ao me olhar. Um silêncio preencheu o ambiente, a expressão ansiosa estampada na face bonita.
– Oi. - Murmurei com dificuldade antes de pigarrear.
– Eu disse para você não vir. - Ergueu uma das sobrancelhas desenhadas. A voz um pouco mais que um sussurro me fazendo gelar.
– Aninha me obrigou. - Me desculpei temerosa.
Mesmo à distância percebi os olhos azuis inundarem, o sorriso se tornando cada vez mais largo. Tentei dizer algo mas as palavras morreram em minha boca. Vi quando os braços se abriram convidativos e não hesitei em correr para o colo conhecido. A apertei com força sentindo o encaixe perfeito e deixando as lágrimas silenciosas rolarem pelo meu rosto. As mãos dr Anahí fazendo uma leve carícia em meu couro cabeludo. A pressão em meu corpo sumindo ao aspirar o perfume da garota.
– Vou ficar aqui na sala.
Ouvi aninha avisar antes da porta ser fechada. Ficamos ali em silêncio por alguns minutos até que funguei denunciando meu choro mudo. Anahí se afastou um pouco me olhando com um sorriso amargo e passando os dedos em meu rosto para enxugar as gotas salgadas.
– Está tudo bem. - Sussurrou para mim.
– Não, não está. - Neguei com a cabeça deixando as lágrimas rolarem. - Não diga isso.
– Mas eu estou bem. - Acariciou a maçã de meu rosto. Fechei os olhos brevemente com o carinho. - Não está vendo?
A encarei estudando o rosto à minha frente com o coração apertado. Não tinha nenhuma marca de insônia ou estresse envolta dos olhos bonitos. Peguei as mãos pequenas olhando os pulsos com as cicatrizes antigas, nenhuma novidade por ali também. Acenei a cabeça fungando mais uma vez, podia sentir a calmaria me preencher.
– Viu? - Sorriu terna afastando a franja caída em meus olhos.
– Ainda acho que não precisávamos passar por tudo isso. - Confessei chorosa. - Sinto a sua falta.
– Candy... - As mãos gentis me puxaram para o abraço quente tentando me acalmar. - Me desculpa. Eu não queria que ficasse assim, não quero que fique assim. Eu estou aqui para melhorar. Estou melhorando! - As palavras aceleradas chegavam à sair desesperadas.
– Eu sei.. - Me afastei limpando o rosto. - Mas não entendo nada do que aconteceu. Eu lembro que você estava bem. Nós estávamos bem. - Frisei na palavra que envolvia nossa relação.
– Eu estava bem quando estava com você, Dulce. - Se limitou olhando para a colcha que forrava a cama de casal.
– Ainda não entendo. - Disse frustrada.
– Quando a nova última temporada de Rebelde e os ensaios para a série começaram, a pressão sobre namorar um o Poncho quase me enlouqueceu. Era o produtor falando no meu ouvido, as fãs espalhando histórias e revistas falando sobre coisas absurdas. Você lembra? - Balancei a cabeça a incentivando à continuar. - O único momento que eu tinha paz era com você, quando estava com você. Só que em determinados momentos eu queria mais.. - Franzi o cenho, a respiração se tornando artificial. - Nossa.. relação ficou com uma tensão estranha. Não conseguia mais ter o alívio que sempre tinha quando estávamos juntas. E quanto mais sucesso eu fazia, mais eu queria das pessoas. Meus dançarinos e os garotos da banda faziam tudo o que eu queria, menos você. E isso me irritava. - Gesticulou no ar. - Você nunca me deixou perder a cabeça, sempre me puxou para que meus pés se firmassem no chão. - Uniu levemente as sobrancelhas olhando para as unhas. - Mas além de ter todo mundo ao meu redor, eu também queria você perto de mim.. Eu estava um poço de orgulho e com muito ciúme, de você Dulce. - Suspirou deixando a conversa subentendida.
– Os cortes? A falta de comida? - Induzi.
– Na nossa última briga, quando te expulsei, eu havia experimentado algumas... drogas. - Disse de olhos baixo fazendo um arrepio horrível correr pelo meu corpo. - Estava sendo difícil me controlar. Não dormia, nem comia. Os ensaios se tornaram cada vez mais exaustivos, meu namoro com Poncho era uma merda de uma mentira e acabou com a nossa amizade. Nós não conversávamos, ele não abria a maldita boca para nada e eu não tinha você. - A voz oscilou ao fim da frase fazendo Anahí limpar a garganta discretamente. - O único jeito que eu encontrava para aliviar tudo o que estava me atormentando era com entorpecentes ou... - Alisou o pulso esquerdo não completando o pensamento.
– Continua, por favor. - Pedi chamando sua atenção.
– Um dia estávamos voando com toda a equipe do show e você não estava, e eu óbvio não estava muito bem, mas os pessoal da banda e algumas meninas dos figurinos começaram a fazer uma brincadeira que sempre faziam para me ver gargalhar. Elas começaram à me comparar com as artistas mais badaladas, uma atrás da outra, até que chegaram no seu nome. - Meu coração parou de bater, uma dor chata apareceu em minha nuca. - Mandei calarem a boca e não tocar no seu nome, na verdade eu havia proibido muitas pessoas de falar sobre você comigo, mas aquela idiota continuou e.. Lembra o que eu disse para você? No camarim?
– S-Sobre me vender? - Tentei interagir na conversa que parecia um monólogo. Ela acenou.
– Eu mandei ela calar a boca de novo, mas... Eu não sei o que me deu, Dul. Quando eu vi já estava encima dela e não tinha vontade de largar. - Gesticulou um pouco nervosa, os olhos azulados sem foco. - Tudo o que eu queria era bater nela até minha raiva passar, mas.. - Pausou focalizando em mim.
– A raiva não passou. - Completei a encarando.
– Eu não podia deixar falarem de você daquela maneira. - Negou com a cabeça. - Quando disse aquilo à você, eu quase quis me matar, só que algo me impediu e eu acabei indo pra casa dormir no quarto da Aninha . - Falou irritada me fazendo sorrir.
– Foi melhor assim. - Soltei satisfeita.
– É, eu também acho. - Um sorriso brincou nos lábios carnudos. - Mas e você? Como anda tudo no mundo lá fora?
– Hã.. - Cocei a nuca desconfortável. - Não assiste televisão ou lê revistas? - Indaguei sonsa.
– Estou evitando acreditar em fofocas. - Explicou séria.
– Comecei as gravações de Verano de Amor, e faz poucos dias que terminei de gravar um filme, e depois foco na música.
– Como foi se livrar da grande Roberta Pardo, afinal ela esteve na sua vida por muito tempo, não é como se ela não existisse mais. - Segurou minhas mãos e senti o peito se aquecer com o contato.
– Eu sei. Hã... Senhorita Colucci - eu acabei rindo lembrando de algumas coisas entre nossas personagens. - Maite também está um pouco louca demais. - Comentei receosa e Anahí explodiu em uma gargalhada.
– Disso eu sei. Ela própria me contou. - As risadas curtas.
– Ah sim. - Vasculhei minha mente espantando algo que estava gritando em meus ouvidos. - Estou produzindo meu novo CD, está particularmente maravilhoso. - Sorri contente.
– Não duvido disso. - Senti o sorriso da garota morrer aos poucos ao pronunciar as palavras seguintes. - Pare de enrolar e me fala logo sobre o José Henrique.
A perturbação em minha cabeça finalmente entrando em pauta. Era de duas uma: Eu falar sobre aquilo e perder meus poucos minutos de paz com Anahí ou esquecer do mundo dentro daquele quarto da clinica de reabilitação.
Suspirei entrelaçando os dedos em uma das mãos de Anahí, levei a mão livre até o rosto pálido o tocando com as pontas dos dedos. Anahí parecia esperar pela resposta e eu não sabia se meu pedido seria aceito, mas mesmo assim o fiz.
– Podemos não falar sobre isso agora, por favor? - Sussurrei insegura. - Preciso estar com você agora, preciso de um pouco de alívio para tudo o que venho suportando longe de você. - Confessei baixinho.
Eu esperava certamente um "não" e talvez mais pressão da outra parte, mas tudo o que aconteceu foi meu corpo ser puxado para deitar sobre o peito dela. O aperto sutil na minha cintura me deixando em casa. A voz divertida em meu ouvido me dando a resposta:
– Acho que podemos parar o mundo por hoje.
Autor(a): portisavirroni
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"Nós fizemos planos de envelhecermos juntos. Acredite, havia sinceridade em todas aquelas histórias que eu contei. Perdidos num simples jogo de gato e rato, somos as mesmas pessoas que eramos antes disso vir a tona?" ******** Corri os dedos pela pele alva dos braços enquanto escutava as batidas suaves do peito no qual estava deitada. O leve afagar em m ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21
Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★
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fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23
Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?
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candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37
Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.
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fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33
Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.
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Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49
To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!