Fanfics Brasil - Capítulo 30 My world was always you ( portinõn) finalizada

Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 30

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"Volte agora, é hora de eu deixar pra lá. Lá em baixo tive que encontrar um lugar para me esconder. Uma luminária se tornou um poste de luz.."


**************


As dançarinas pararam assim que a música cessou. O silêncio que envolveu o ateliê pesou entre as poucas pessoas presentes. Pisquei desviando a atenção das meninas focando em Anahí e Mari ao meu lado. Mordi o inferior contendo o riso ao notar a cara de entusiasmo da mais velha em contraste com o choque evidente no rosto de Anahí.


- E então? - O coreografo uniu as mãos enfrente ao corpo direcionando a pergunta para Anahí com certa expectativa.


Vi a garota fechar a boca e piscar procurando as palavras para responder.


- Ficou maravilhoso! - Mari respondeu já andando em direção às meninas. - Vocês precisam me ensinar isso.


- Você está ficando maluca? - Dessa vez foi Anahí quem cortou me fazendo abafar a gargalhada entre as mãos. - Eu não vou dançar isso! É muito.. muito..


- Vulgar? - O coreografo tentou ajudar na palavra.


Me sentei em um dos puffs espalhados pela sala espelhada enquanto Anahí coçava a testa inquieta. O homem careca tentava dar toda atenção à estrela em evidencia e sorri ao me lembrar de seu choque quando apareci ao lado de Anahí.


Jonathan era um latino charmoso. O corpo era bem definido, a pele queimada de sol, acessórios de ouro distribuídos entre orelhas, pescoço e pulsos. Conseguiria ganhar a mulher que quisesse, isso se não fosse o fato de ser gay.


- Não é isso. - Anahí respondeu gesticulando. - Mas o meu publico não está acostumado com isso. Eu não estou acostumada com isso. Não tem como eu me apresentar no show com uma coreografia dessa. Eles ainda me relaciona ao RBD.


- Anahí! querida. Who's that boy pede essa coreografia. Eu sei que seu estilo é completamente diferente com uma pegada mais teen ou seu público a maioria é crianças, mas o publico irá te louvar com essa performance.


- Ele tem razão. - Mari ganhou atenção com as mãos no quadril. - Não tem como você fugir de coreografias com esse seu CD. - Deu de ombros. - E não poderiam ter criado passos melhores do que esses para essa música.


Anahí me olhou com súplica, mas eu nada podia fazer, então apenas ergui os ombros em sinal de que não sabia o que dizer. Anahí suspirou olhando o teto antes de aceitar o que lhe era proposto.


- Sabe.. - Comentei enquanto caminhávamos para a área de alimentação. - Se você não achou legal poderia dizer que não dançaria e pronto.


- É.. - Deixou uma risada curta e seca escapar. - Ai todos se voltariam contra mim e a pressão começaria outra vez.


Mordi a língua para a resposta conformada.


Sentamos à mesa aguardando os pedidos chegarem quando a mãe de Anahí apareceu ocupando a cadeira entre mim e Mari.


- Demorei, mas cheguei. - Anunciou colocando o celular sobre a mesa. - E então? Como foi com Jonathan?


- Maravilhoso! - Mari soltou.


- Horroroso. - Ouvi Anahí dizer em um sopro procurando alguma coisa no cardápio.


- Não seja pessimista, minha filha. - Marichelo colocou a mão sob a de Anahí. - Tudo vai dar certo. Você é uma pessoa forte, lembra?


"E a galinha dos ovos de ouro também." Pensei observando a interação adoravelmente repugnante entre mãe e filha.


- Essa tarde você tem uma entrevista na rádio e depois reunião com a gravadora. Céus, meu telefone toca tanto que estou cogitando trocar de número. Não. Brincadeira. - Sorriu da própria piada enquanto as outras começavam a comer da refeição que o garçom havia posto na mesa.



- Marichelo. - Chamei sua atenção ganhando a atenção das filhas também. - Não acha que a agenda de Anahí está enchendo um pouco rápido demais não? - Perguntei calma antes de beber do suco em meu copo.


- Não. Está tudo sob controle. O psicólogo já disse que ela pode voltar pra carreira completamente. - Respondeu simples não dando importância ao assunto.


- Sim, mas..


- E o mundo todo quer saber o que Anahí passou. - Me cortou dando de ombros. - Os fãs aumentaram, o sucesso aumentou, o compromisso também.


- E você não acha que a pressão encima dela pode aumentar também? - Olhei para Anahí e Mari que permaneciam imparciais. - Eu sei o que o médico disse, mas também sei que ele mandou prevenir excessos.


- Dulce, eu sei que você se preocupa com Anahí. Eu sei. Mas eu sou a mãe dela e estou cuidando de tudo. Não precisa se preocupar. - Finalizou cortando um pedaço do bife despreocupadamente.


Olhei para Mari de soslaio notando uma breve modificação no semblante descontraído para uma mais tensa. Anahí parecia cabisbaixa, o que me deixou ligeiramente irritada com a mãe das duas.


*************


Bati o indicador no cigarro fazendo as cinzas caírem no cinzeiro próximo enquanto ouvia a pergunta de Angelique do outro lado da linha.


- Talvez. Talvez. - Respondi tragando rapidamente o cigarro de canela. - Mas minha vontade de bater nela ainda não passou. - Comentei soltando a fumaça devagar.


Impulsionei o corpo rodando delicadamente na cadeira giratória do meu quarto. A janela aberta revelava a madrugada chuvosa e o som suave saia do notebook a minha frente. Fazia quase duas horas que estava no celular com Angelique e a agitação que me sufocava antes não me atingia mais.


Olhei o filtro amarelo que tinha restado entre meus dedos me repreendendo por cair novamente naquele refujo, mas era quase impossível. A agonia era tanta que precisava escapar, precisava fugir de mim mesma. Geralmente uma festa rodeada de amigos me bastava, onde eu ria sem motivo e dançava sem hora para parar. Mas nas noites com distrações nulas, onde a solidão gritava tudo o que eu me negava a admitir, era ali onde me afundava; Uma bebida quente junto à neblina de fumaça.


- Você não pode bater na sua futura sogra, Savinõn. Pelo amor de Deus. - Ouvi o tintilar da risada bonita. - Ela é a mãe da Anahi. Tudo bem que nunca se importou com o bem estar dela, mas mesmo assim. Não é sua responsabilidade, por mais que você se coloque nessa posição. E a Anie já está bem crescida e madura para saber o que fará bem para ela ou não.


- Eu sei, Angel. Eu sei.. - Apaguei o cigarro no cinzeiro e me levantei esfregando a testa. - Só acho que esse povo está muito louco em colocar os carros na frente dos bois. A garota mal se recuperou. E essa minha intuição de que estão usando o problema dela pra atrair mais atenção só me deixa mais.. - Cerrei os dentes tentando amortecer a raiva que reaparecia.


- Dulce, respira comigo. Vamos lá. - Escutei o inspirar da Angelique ri baixo. - Isso foi uma risada? - A voz levemente animada e engraçada.


- Não, palhaça. - Gargalhei.


- Ai! - Fingiu ofendida. - Também te amo, tá?


Sorri me apoiando na sacada e sentindo alguns pingos leves da chuva bater nos meus braços.


- Sinto sua falta. - Mordi o inferior sufocando a vontade de chorar. - Quando você volta? - Inspirei a atmosfera molhada instabilizando minhas emoções.


- Eu não sei, pequena. - A voz baixou o tom para um mais longínquo. - Talvez final do mês.


- Não sei se aguento tudo isso. - Ri sem graça limpando uma lágrima teimosa que havia escapado do canto dos olhos. - Mas vou tentar.


 


- Você não anda fazendo muita coisa estupida, certo? - Olhei para a mesa do meu quarto onde estava a garrafa de conhaque e o maço de cigarro no meio das diversas folhas soltas preenchidas com palavras desconexas.


- Acho que não. - Respondi a pergunta desconfiada estendendo uma das mãos para sentir a chuva.


- Definitivamente você precisa de mim. - Concluiu conformada.


- Agora que percebeu? - Gargalhei voltando ao interior do quarto. - São que horas aí?


- Hora de você já estar cansada de dormir. - Soltei um muxoxo na voz autoritária. - Sério, Dulce. Já deve ser quase três da manhã em Los Angeles.


Olhei para o relógio digital que marcava duas e quarenta da manhã.


- Por aí..


- Vá dormir, pequena. Você precisa descansar. Sua semana vai ser cheia.


Fechei o notebook assim que a ligação foi encerrada. Guardei a garrafa e o maço no closet, as folhas soltas foram amontoadas em uma gaveta propicia da escrivaninha.


Me soltei na cama de casal e ouvi o aparelho celular apitar com uma nova mensagem.


"Sinto sua falta."


Olhei a foto de Ucher sentindo um peso sobre o peito. Também sentia a falta dele. E ultimamente, mais do que o normal..


**************


O afago leve em meu rosto me despertou em meio ao susto que foi tranquilizado ao encontrar os olhos astutos de minha mãe ao me observar. Enterrei o rosto em seu colo me aconchegando na barriga quente e recebendo a caricia das unhas em meu couro cabeludo.


O cheiro de mamãe sempre foi uma droga tranquilizadora para mim. Aquele cheiro de infância mesclado à dias de verão. Uma nostalgia que só sentia em seu colo. Algo caloroso, amoroso, repreensivo e protetor. Tão protetor que sentia que nada nem ninguém conseguiria me atingir enquanto estivesse ali. Enquanto fosse sua princesa, sua menininha.


Funguei baixo sentindo o medo do novo, o medo do que a vida me guardava ao pensar naquilo. Os dias estavam passando tão corridos, a vida estava dando tantas reviravoltas que crescer me aterrorizava.


- Você está chorando? - A pergunta calma da mulher me fez afundar ainda mais na barriga familiar. - Cariño?


- Não é nada. - Forcei uma risada sem graça deitando na coxa despida de minha mãe.


- Como se eu não conhecesse minha própria cria. - Passou o indicador em meu nariz sorrindo ao ver minha careta. - Conte-me, Dul.


Suspirei brincando com a barra da regata branca que a mulher usava. Uma pontada forte atingindo minha nuca.


- Estou tão farta de tudo, mãe. - Soltei junto a respiração passando a mão na testa. - Tudo parece fora de ordem, tudo me irrita, tudo.. - Deitei na cama fitando o teto. - Sei lá.


- Eu acho que você está passando por estresse. - Comentou se deitando ao meu lado.


- Pode ser. - Brinquei com meus dedos. - Eu me sinto meio.. perdida.


- Em qual sentido?


- Emocional. Acho. - Respondi refletindo se era realmente aquilo ou não.


- Suponho que tenha algum dedo de Anahí ou Cristopher nessa história, certo?


- Ah não. Tem uma outra pessoa na jogada. - Comentei aleatória.


- Okay. O problema é um pouco mais grave do que imaginava. - Gargalhei da mulher que me deu um leve tapa no braço. - Você está tirando uma com a minha cara.


- Lógico. - Gargalhei outra vez sendo acompanhada pela mais velha. - Mas sim. Tem dedo deles dois, na verdade.


- Mas o que está acontecendo afinal? - Olhei para a mulher que me fazia a pergunta com curiosidade.


- A senhora vai acreditar se eu disser que não sei?


Minha mãe respirou fundo voltando a fitar o teto.


- Você está em duvida com quem ficar. É isso?


Ponderei na pergunta que me foi feita. Talvez sim, talvez não. Na verdade eu nem estava pensando muito sobre o que queria, só me concentrava naquilo que eu sentia.


- Sinto falta do Ucher. - Confessei. - E a Anie... Ela está.. - Arfei sem querer acreditar naquelas coisas. - Diferente.


- Diferente?


- Sim. - Umedeci os lábios procurando a explicação. - Tem vezes que ainda é a minha Anahí, mas na maioria do tempo ela está.. Eu não sei explicar. - Conclui me levantando agoniada. - Talvez eu não queira pensar nisso agora. Ela está passando por momentos difíceis. Passou por uma barra pesada nos últimos tempos. Talvez é a forma que ela está encontrando para se erguer.


- Pode ser.. - Senti os olhos analíticos de minha mãe sobre mim. - Isso te incomoda muito?


- Até demais. - Deixei a risada seca me escapar. - Mas preciso me controlar. Preciso ficar na minha por enquanto. Conversar com ela seria for a de questão por enquanto.


- É. Você tem razão. Ela precisa de certo espaço para se encontrar outra vez. - Assoprou as palavras. - E o Ucher?


Tampei o rosto com as mãos escutando a risada da mulher.


- Mãe, pelo amor de Deus!


- O que? - A gargalhada contagiou o quarto.


- Você não pode ser como qualquer outra mãe normal e só entrar no meu quarto para reclamar da bagunça? - Indaguei risonha observando a mulher correr os olhos pelo ambiente.


- Se você insiste.. - Deu de ombros. - Seu quarto está uma zona! E essa decoração já está ultrapassada. Pelo amor. - Ri da mulher em minha frente. - Preciso te pedir uma coisa.


As mãos macias seguraram as minhas com delicadeza. Os olhos castanhos intensos brilhavam com o leve reflexo do sol. Os cabelos chocolate estavam presos em um penteado alto. O rosto redondo revelava um discreto furo na bochecha com o sorriso que lhe era contido.


- O que foi? - Franzi a testa.


- Eu sou uma boa mãe para você? - Quase ri em deboche daquela pergunta ridícula.


- Tá falando sério? - Sorri fraco. - A senhora é a melhor mãe do mundo. Minha melhor amiga, confidente e cozinheira. - Sorri quando a mulher gargalhou do ultimo adjetivo. - Eu não poderia ter uma mãe melhor do que a senhora.


- Isso é bom. - Afastou uma das mãos das minhas para limpar uma lágrima que escorria do rosto bonito. - Muito bom. - Fungou voltando a segurar minhas mãos. - Eu preciso que você me ajude a continuar assim, okay?


- O que foi? - Estranhei o rumo da conversa. - O que está acontecendo?


- Preciso que me ajude a lembra de como te eduquei, do que eu fazia na sua infância para te fazer sorrir, que me lembre do que você gostava de fazer quando criança. Tudo, tudo.


- Mãe..


- Eu estou grávida, Dulce.


 



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Autor(a): portisavirroni

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21

    Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★

  • fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23

    Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?

  • candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37

    Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.

  • fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33

    Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.

  • Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49

    To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!


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