Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde
"Eles dizem que sabem o que posso sentir, e que o tempo vai encontrar uma maneira de cicatrizar. Mas neste momento o tempo não é o suficiente[...] Então, sinto você se infiltrar. Eu posso sentir o sangue correndo novamente.."
***********
O lábio macio entre os meus era sugado com leveza. Nossas línguas se encontrando vez ou outra me dava sede de mais do contato molhado. Levei meus dedos até o pescoço pálido arrastando as unhas pela pele quente, as mãos de Anahí me apertavam as coxas com força em reação. Abri mais a boca acolhendo o músculo que me vasculhava sem pudor, provocando minha língua a cada segundo com mais vontade. Meus dedos se embolaram nos cabelos castanhos a puxando para mim, exigindo mais do contato já realizado.
Senti os dedos delicados se enroscarem em meu short e resfoleguei soltando dos lábios suculentos.
- Tudo bem?
Concordei com a cabeça a ajudando tirar a peça de roupa para fora de meu corpo. Me desvencilhei da dominância da garota me sentando em seu colo colocando uma perna em cada lado de seu corpo. Lhe beijei a boca sem esperar, correndo as pontas dos dedos nos botões fechados da camisa negra. Mordi o lábio inferior de Anahí e me atrapalhei um pouco ao abrir os botões quando as mãos, antes em minhas coxas, se fecharam em minha bunda. A sincronia do beijo com o movimento das mãos já estava me fazendo ofegar alto. Nossos quadris roçando enviavam pequenos choques por todo o meu corpo.
As respirações fortes e irregulares se misturaram na pouca distância quando separamos as bocas. Minha língua percorreu o caminho do maxilar até abaixo da orelha onde chupei sem pensar. Os polegares de Anahí circulavam na pele de minha coxa, cada vez mais próximo ao meu centro que já implorava por um toque mais direto. Me inclinei um pouco mais sob o pescoço pálido mordendo a nuca com um pouco de força quando os polegares me chegaram a virilha. Um gemido baixo me escapou assim que a boca da mais velha se fechou em meu trapézio, unhas passaram em uma caricia leve pelo pano da minha calcinha e me vi puxando os cabelos de Anahí entre os dedos.
- Cristo..
- Se for gemer.. – A boca molhada colou em meu ouvido piorando a intensidade do arrepio constante. – Que seja o meu nome.
- Anie..
Eu mal conseguia formular algo coerente quando os dedos atravessaram o pano fino massageando meu ponto de prazer inchado. Podia sentir os dedos deslizando com facilidade na carne já molhada. O gemido de Anahí em meu ouvido me provocou um outro quando um ponto meu mais sensível foi alcançado. Os lábios de Anahí envolveram a cartilagem da minha orelha, minha respiração ofegante preenchia as quatro paredes do quarto escuro e minha atenção dispersa só conseguia prestar atenção nas reações de meu próprio corpo.
- Tire a blusa pra mim. – A voz rouca ao pé de meu ouvido me fez contorcer.
O rosto de Anahi se abaixou quando puxei a camisa para fora de meu corpo, a ponta da língua contornando meu mamilo enrijecido antes da boca o chupar devagar. Um dos dedos me provocou a entrada, mas nem precisou penetrar para que me corpo começasse a convulsionar. Os dedos deslizaram para cima novamente mantendo o movimento circular mais preciso, senti meus seios serem abandonados e uma mordida forte ser depositada na curva de meu pescoço. Me agarrei aos ombros da mulher já sentindo a construção do alivio chegando, a contração percorrendo minha perna se intensificando a cada segundo.
- Anie.. – A pressão no ventre só piorava. – Eu v...
- Isso. – A boca de Anahí, estava grudada em meu ouvido outra vez. – Vem pra mim. – Minhas unhas se cravaram sob a roupa dela. Faltava pouco, muito pouco. – Tão gostosa..
Aquilo foi o estopim. A explosão foi forte e intensa. O êxtase parecia preencher cada célula do meu corpo que ficou mole. A sensação de leveza inibiu minha respiração ofegante e percebi o sorriso fraco surgindo em meus lábios. Meus olhos fizeram contato com os azuis a minha frente que ainda se mantinham intensos, fixos em minha boca que deixou o sorriso se alargar mais.
Inclinei para a boca entreaberta de Anahí beijando os lábios com desejo, saboreando da carne macia e da língua quente. As mãos delicadas subiram por meu corpo nu arrastando as unhas por minhas costas lisa. Me forcei contra o corpo da mulher a fazendo deitar no colchão de casal. Meus dedos voltaram para os botões da camisa terminando os últimos dois que ficou para depois.
O pano deslizou pelos braços de Anahí que ergueu o tronco me facilitando o acesso ao fecho do sutian nas costas alva. Minha boca ainda estava na dela quando tracei o caminho de sua pele até o cós da calça jeans. Chupei o inferior carnudo a desabotoando e descendo o zíper com tranqüilidade. Não demorou para nos livrarmos daquelas peças desnecessárias. Biquei os lábios fartos da mulher para depois beijar o queixo, seguindo para o pescoço, colo e seios.
Senti os dedos mergulhando nos cabelos de minha nuca quando arrastei os dentes pela barriga pálida. Minha mão se fechou em uma das coxas grossas erguendo a perna bem torneada me dando mais acesso ao local que eu queria.
- Dul..
As costas de Anahí arqueou quando deixei minha respiração pairar no ponto sensível. Minha língua abriu caminho entre os lábios molhados e pude sentir o gosto doce junto ao gemido que penetrou meus ouvidos.
- Oh Deus! Dulce..
Minhas unhas se cravaram na coxa impedindo das pernas se fecharem quando chupei o clitóris devagar. A dor que sentia com os puxões em meu cabelo era prazerosa e os gemidos cada vez mais alto me pediam para continuar. Circulei a área inchada com a língua prestando atenção nos espasmos curtos que o corpo de Anahí sofria. Deslizei a língua até a entrada forçando até penetrá-la. Se antes eu precisava segurar as pernas de Anahí abertas, naquele momento eu não precisava fazer força alguma. Arranhei as coxas que me concediam passagem e subi a língua para o clitóris outra vez a penetrando facilmente com dois dedos.
Podia sentir as paredes se tornarem apertadas envolta de meus dedos molhados, me expulsando enquanto estocava cada vez mais fundo. Anahí se contorceu e as pernas ameaçaram a fechar outra vez, as costas se ergueram do colchão junto ao grito rouco que substituiu os gemidos curtos e então a senti relaxar.
Lambi o liquido viscoso que derramava dela guardando o sabor na memória. Deixei um beijo ali antes de subir pelo corpo suado encontrando os olhos de Anahí fechados e o sorriso fraco nos lábios grossos. Sorri para a cena e ergui a mão esquerda afastando os fios que estavam grudados na face corada. Seus olhos brilhantes se abriram me olhando com cumplicidade.
Não me recordo quanto tempo ficamos ali deitadas, aproveitando do calor de nossos corpos juntos. Os dedos leves corriam pelas minhas costas fazendo minha pele arrepiar, meu polegar traçava padrões aleatórios na barriga quente se arriscando deslizar vez ou outra para o vale entre os seios da mulher.
Já não sabia em que ponto da madrugada eu havia dormido quando o som de alguém batendo na porta me despertou. Forcei os olhos abertos procurando algo que me mostrasse as horas, mas desisti assim que não encontrei. Voltei a deitar no colo de Anahí que ainda dormia quando o barulho na porta veio acompanhado de uma voz conhecida.
- Dulce, o café vai acabar.
Me levantei com cuidado da cama para não acordar Anahí e vesti um roupão que encontrei no caminho antes de abrir uma fresta da porta encontrando minha avó já batendo na porta de Priscilla.
- Vovó. – Deixei um bocejo escapar quando ela me olhou com um sorriso pequeno.
- Hey, a bela adormecida acordou. – Riu batendo outra vez na porta de minha prima. – Priscilla, se você não levantar agora mesmo vou ser obrigada a arrombar seu quarto.
- Já estou indo!
Minha risada foi baixa quando ouvi a resposta de Priscila.
- vó, pode pedi para Madalena colocar mais um lugar na mesa? – Minha avó franziu o cenho. – Anahí veio ontem a noite e está dormindo aqui. – Apontei o polegar para o interior de meu quarto.
- Ah. – O sorriso da mulher reapareceu com o esclarecimento. – Claro que sim. Ela ainda gosta de pão de queijo?
- Creio que sim.
- Ótimo. Porque é o que tem pra hoje. – Ri observando vovó andar pelo corredor até a escada. – Não demorem.
Entrei de volta no quarto trancando a porta. Anahí já havia virado de bruços na minha ausência e abraçado um dos travesseiros. Prendi meus cabelos em um coque frouxo achando meu celular na mesa do notebook e visualizando o horário. Cinco horas de sono já era mais que suficiente para quem era acostumada a dormir duas horas dentro de um avião entre um compromisso e outro.
Caminhei até a cama apoiando os joelhos no colchão e beijando as costas lisas devagar. Mordisquei o ombro de Anahí observando sua pele arrepiar.
- Amor.. – Beijei o rosto adormecido passando uma mão em seu braço. – Hora de acordar.
- Hn.. – O resmungo dengoso me fez sorrir.
- Vamos, meu amor. Vovó disse que tem pão de queijo no café. – Beijei o ombro outra vez esperando a reação.
- Pão de queijo? – Um dos olhos azuis se abriu com a menção da comida.
- Yeap. – Apoiei o queixo no ombro nu a observando. – Eu vou tomar um banho para descermos.
- Noooo.. – A garota largou o travesseiro me puxando pela cintura. – Vamos ficar aqui.
- E perder o café? – Ri afastando a franja de seus olhos. – Nós precisamos comer.
- Não vou te deixar sair daqui.
- Anie...
Demorou mais alguns minutos para que eu convencesse a mulher a se levantar, mas confesso que se fosse por mim ficaria naquela cama na companhia de Anahí eternamente. Terminei de prender os cabelos em um rabo de cavalo alto olhando pelo espelho a morena fechar os botões da mesma blusa que havia usado no dia anterior.
- Tem certeza que não prefere uma roupa emprestada? – Perguntei arrumando a franja em minha testa. – Já sinto calor só de te olhar.
- Não. Obrigada. – O sorriso largo surgiu antes de me olhar. – Se eu apareço no aeroporto com uma roupa sua é capaz de termos uma terceira guerra mundial. – Assenti ciente do rebuliço que aquilo causaria. - O que você está achando da terapia? Ontem eu ia perguntar, mas você foi logo me agarrando..
- Pelo que eu me lembre, você não reclamou. – Ri me afastando do espelho.
- Nem seria estúpida em reclamar. – Revirei os olhos andando até a porta. – Sério, como anda as sessões?
- Bem. – Destranquei o quarto tendo Anahí logo atrás de mim. – A médica é incrível. Tive bastante dificuldade nos primeiros encontros, mas agora é como se fosse da família.
- Ela já disse alguma coisa sobre seu quadro?
Repeti a pergunta na minha mente enquanto andávamos pelo corredor. O impulso em dizer era substituído pelo receio em contar, mas minha demora na resposta gerou uma fala presunçosa na morena:
- Já. – O riso fraco de Anahí surgiu quando começamos a descer a escada.
- A gente está testando umas coisas e eu prefiro deixar em off por enquanto. – Mordi o lábio inferior chegando ao térreo.
- Compreendo perfeitamente. – Anahí me mostrou um sorriso de lábios selados. – Quando quiser conversar sobre, é só me falar. Sabe, tenho um currículo meio extenso.
Neguei com a cabeça sorrindo ao entrarmos na sala de jantar. Priscilla estava com a cabeça deitada no tampo da mesa enquanto Brooke mexia em seu celular. Coloquei o dedo indicador colado nos lábios avisando para minha prima menor fazer silêncio antes de bater a mão com força na mesa. O grito de Priscilla junto com o solavanco que deu na cadeira causou uma rodada de gargalhadas altas.
- Pu/ta que pariu, Savinõn!
- Priscilla! – Vovó entrou na sala a repreendendo com uma jarra de suco em mãos para colocar na mesa. – Olha a Brooke.
- Ai po/rra.. Desculpa. Oh. – Os olhos de Priscilla duplicou de tamanho ao notar o que havia falado. – Me desculpe!
- Você está tão encrencada. – A adolescente apontou para Priscilla que arregalou os olhos em direção à Vovó que saiu da sala sem falar nada.
- O que ela está, baby B? – Perguntei outra vez para a loira que ria sentada ao lado de nossa prima mais velha.
- Fo/dida. – Me respondeu antes de fazermos um toque de mãos e Priscilla rolar os olhos.
Parecia ter passado apenas alguns meses desde que Brooke batia em minha cintura e corria feito furacão pela casa, com seus cabelos rebeldes esvoaçando e deixando nossa avó atordoada com a bagunça de criança. Mas Brooke já estava beirando seus quinze anos. As bochechas fartas da pré-adolescência agora davam lugar a um rosto mais fino e maduro, os olhos claros já enfeitados pela maquiagem pesada e os cabelos loiros perfeitamente arrumados de acordo com sua ambição em ser adulta.
- Essa é minha garota. – Ri me sentando a mesa sendo acompanhada por Anahí. – Cadê o resto do pessoal?
- Vovô, foi levar minha mãe na fisioterapia. – Priscilla respondeu rouca apoiando o queixo na mão. – E Brandon largou essa coisa chata aqui antes de ir pro trabalho.
- Foi você quem me pediu pra ficar! – Brooke acusou se servindo de café. – Bom dia, Anie. Não sabia que estava na cidade.
Olhei para Anahí que até o momento se mantinha quieta. Os olhos se conectaram com os meus rapidamente antes de encarar minhas duas primas.
- Eu tinha uma reunião ontem, e como meu vôo estava programado pra hoje e sabia que a Dulce estava passando uma temporada por aqui, me perguntei "Por que não?"
Brooke sorriu mordendo um pão de queijo enquanto Priscilla me olhava com uma sobrancelha maliciosamente arqueada.
- Por quê não? – Priscilla repetiu a pergunta debochada preenchendo seu copo com o suco de laranja fresco. – Vai ficar até quando, Anahí?
- Meu vôo sai às três da tarde, então tecnicamente eu já estou de partida.
- É verdade que você está namorando aquele governador mais velho?
A pergunta inocente de Brooke deixou meu corpo rígido e Anahí ao notar,depositou a mão na minha coxa por baixo da mesa sinalizando calma.
- Eu não acreditaria em tudo o que se divulgam por ai, mocinha. – O sorriso de lado de Anahí era tranqüilo; convincente.
- Eu não acredito. – Minha prima se defendeu. – Mas saiu fotos de vocês se beijando e tal. Pensei que fosse.
A mão em minha coxa se apertou um pouco mais e procurei não tremer tanto ao despejar café em minha xícara.
- Aquilo foi uma coisa que não deveria ter acontecido. – Anahí se explicou retirando a mão de minha coxa e parecendo repentinamente aborrecida. – Mas garanto que não estou com o Velasco.
Brooke acenou a cabeça terminando seu café em silêncio. Os olhos astutos de Priscilla encontravam os meus vez ou outra junto a um sorriso presunçoso que já começava a me irritar. Tomei o último gole da cafeína quando Anahí anunciou sua partida.
- A gente também está de saída. – Brooke avisou me pegando desprevenida.
- Onde vocês vão? – Olhei para Priscilla que já se colocava de pé.
- No shopping. – Se espreguiçou soltando uma pequena risada. – Fiz aniversário de namoro ontem e não dei nada pro Jay.
- Na verdade, você deu.
Ri do comentário da loira que recebeu um tapa automático no braço.
- E nossa avó ainda pensam que você é pura! – Priscilla guinchou irritada. – Enfim. – A morena se voltou para mim. – Preciso comprar algum presente pra ele. Você podia vir junto.
Olhei para Anahí ao meu lado que mostrava um sorriso fraco nos lábios. Concordei com o passeio antes de minhas duas primas subirem as escadas e eu me dirigir até o escritório puxando a Anahí pela mão.
- Tem certeza de que precisa ir hoje? – Imprensei o corpo da recente morena contra a porta fechada fitando os azuis tranqüilos.
- Não faz assim. – O sorriso tímido surgiu nos lábios carnudos ganhando minha atenção. – Dulce?
Sorri antes de avançar na boca doce. Uma das mãos de Anahí se fixou em minha nuca me puxando para mais perto enquanto colava em sua cintura. A língua ia e voltava em minha boca com malicia me fazendo resmungar em certos momentos, ganhando uma risada divertida da mulher.
- Impaciente. – Sussurrou pincelando o nariz no meu. – Eu realmente preciso ir. Tenho uma agenda bem acumulada para essa semana.
- Espero que não esteja se sobrecarregando. – Suspirei me afastando um pouco.
- Não. Eu não estou. – Segurou minhas mãos brincando com meus dedos. – Me mantenha informada de como andam as coisas por aqui, por favor. – Balancei a cabeça notando as sobrancelhas bem desenhadas franzidas. – E me avise quando voltar para casa.
"Casa"
Refleti rapidamente na palavra curta. Casa, normalidade, rotina. Pisquei os olhos de volta para os azuis atentos me lembrando do comentário de Brooke na mesa.
- Você tem visto governador? - Perguntei impulsiva me arrependendo no instante que as sobrancelhas finas franziram mais. – Quer dizer..
- Sei exatamente o que quer dizer. – Anahí coçou a testa suspirando. – Não. Eu não tenho visto, porém continuamos amigos. O que me faz lembrar de que saiu fotos suas com o Cristopher. – Apontou me pegando de surpresa. – O que foi aquilo, Dulce? Por que ele estava no hospital contigo?
Cocei a nuca a observando cruzar os braços na defensiva. Eu nem sequer me lembrava daquele fato e preferia não tocar no assunto, mas não tirava a razão dela em me questionar.
- Nossos empresários acharam uma boa ideia termos uma aparição pública juntos, você sabe como Pedro é – Soltei enquanto Anahí passava por mim andando até a janela fechada do cômodo. – Eu estava internada, Anahí.
- Sim, eu sei. – Girou nos calcanhares para me olhar. – Mas para o mundo, vocês ainda estão juntos e eu não gosto desse seu status.
- Eu sei. – Respirei fundo fechando os olhos. – Eu sei, mas é por pouco tempo. Daqui a pouco irão perceber que não estou mais com ele.
- Por que não notifica logo isso? – Me imprensou com palavras largando os braços rente ao corpo. – Deixar isso ficar correndo, essas suposições. Você não se importa com o que pensam a respeito de você?
Voltei a fechar os olhos impedindo minha boca de se abrir e soltar a resposta grossa enrolada na minha língua afiada. Me cobrar clareza diante à mídia em relação à Cristopher era hipocrisia, uma vez que estava na mesma situação com o governador. Voltei a abrir os olhos caminhando até a morena encostada na mesa de madeira sentindo o calafrio atingir minha pele e meu joelho tremer no processo.
- Eu me importo. – Afastei uma mecha dos cabelos de Anahí para atrás da orelha pequena tentando não ser impulsiva demais. – E vou resolver isso uma hora. Mas também não quero ficar vendo notícias suas e de seu suposto namorado espalhadas aos quatro ventos.
- Eu nunca confirmei nada.
- Mas também nunca negou. – Apontei a deixando sem resposta. – Vamos fazer o seguinte; quando eu voltar pra casa, vamos conversar melhor sobre isso, caso não esteja resolvido. Tudo bem?
- Tudo bem. – Os olhos de Anahí sustentaram os meus por alguns segundos, o cheiro a minha frente me entorpecendo completamente. – Eu preciso ir.
- É.. Eu sei.
- Não faz essa cara. – Anahí jogou os braços sobre meus ombros me abraçando.
- Que cara? – Ri mais relaxada.
- Essa cara de cachorro sem dono. Não faz essa cara.
Já era para ter me acostumado com os extremos opostos quando se tratava de minha relação com Anahí. Onde uma hora eu só queria amá-la e mantê-la por perto, e na outra simplesmente não querer tocar em seu nome. E além de sentir a instabilidade entre nós, também sentia que ela compartilhava do mesmo sentimento de vez em quando.
Nossa despedida foi breve e logo o motorista estava na porta da casa de minha família para a levar até o aeroporto. Priscilla me fez dirigir até o shopping e não demorou muito para algumas pessoas me reconhecerem no local. A escolha do presente foi breve com a ajuda divina e já estávamos a caminho de casa quando meu celular começou a apitar dentro da bolsa jogada no banco de trás.
- Pega pra mim, Brooke. – Pedi encontrando os olhos de minha prima pelo espelho retrovisor. – Vê quem é.
Fiz uma curva entrando na rua de nossa casa enquanto Priscilla digitava algo em seu próprio celular no banco do carona.
- Cristian. – A loira avisou estendendo o celular entre os dois bancos dianteiros.
Sorri com a menção de meu amigo e estacionei o carro enfrente a casa colonial. Peguei o aparelho atendendo imediatamente.
- Alô?
- Dulce, onde você está?
A pergunta urgente na voz de uma pessoa diferente da que eu esperava me confundiu.
- Ucher?
- Aonde você está?
Pisquei duro encarando os olhos curiosos de Priscilla ao meu lado.
- Cadê o Cris, Cristopher?
- Tá na sala. – Respondeu curto. Agitado. – Você está com ela, não está?
- Passa para o Cristian. – Encostei a testa no volante enquanto ouvia Brooke perguntar o que estava acontecendo.
- Não! – A voz do garoto falhou na linha. – Eu quero falar com você.
- Passa pro Cristian agora, Ucher! – Gritei já ciente do estado alterado de meu ex. – Agora!
O som de algo se quebrando no chão e portas se fechando surgiu antes de passos apressados e a voz de meu amigo soar perdido no telefone.
- O quê?
- Dulce, quer falar com você. Anda!
- Dulce?
- Que por/ra está acontecendo, Cristian!? – Soquei o volante prestando atenção no silêncio do outro lado.
- Desculpa, Dul. – O garoto soltou um suspiro pesado. – Eu não percebi que ele havia...
- Ele está bêbado? – O cortei já supondo o estado de Cristopher.
- Tecnicamente.
- O que é tecnicamente? – Soltei o cinto me sentindo asfixiada. – Onde vocês estão?
- Espanha.. – Cristian suspirou brevemente. – Esquece isso, Dul. Eu vou cuidar dele.
Tranquei a mandíbula ponderando em deixar o assunto morrer ali ou ir mais a fundo. Mas o toque de Brooke em meu ombro me acelerou na decisão.
- Tudo bem. – Voltei a colocar o cinto e ligar o carro. – Me ligue qualquer coisa, okay?
- Pode deixar. – E com isso a ligação ficou muda e eu soltei o celular da orelha.
- Onde vai? – Priscilla perguntou enquanto eu me inclinava em sua direção para abrir a porta do carona.
- Vocês ficam aqui. Eu preciso fazer uma coisa.
***********
A sala familiar ainda era iluminada pela luz fraca do pôr do sol. Soltei a bolsa na poltrona andando de um lado para o outro como uma onça enjaulada. Uma mão se fixava em minha cintura enquanto a outra massageava meu queixo de maneira inquieta. O pendulo do relógio mostrava que meus segundos já estavam passando e eu pretendia ser breve. Breve e objetiva.
- Eu não consigo não tocar no assunto mais. – Comecei parando de frente para a persiana aberta. – Eu pensei que suportaria, mas não consigo. – Soltei meu cabelo do elástico correndo os dedos pelos finos lisos. – Anahí veio me visitar ontem. Ela simplesmente apareceu. Como sempre. Ela só simplesmente aparece e eu como uma boa idiota sempre caio. Transamos, okay. Dormimos maravilhosamente bem, mas na hora do café da manhã, puff. – Gesticulei uma explosão no ar sentindo meu coração correr acelerado dentro do peito. – As coisas ficaram estranhas. Ela me cobrou algo que nem ela mesmo faz.
- Que algo?
- Quer que eu divulgue meu término com Cristopher. – Apontei sentindo minhas costas relaxando conforme as palavras saiam de minha boca. – Mas ela não move uma palha para desmentir o romance com aquele cara!
- Você quer que ela desminta?
Silêncio.
Voltei a andar de uma lado para o outro. O pendulo ainda se balançava marcando os segundos corridos. Haviam se passado quantos minutos desde que entrei naquela sala?
- Cristopher me ligou hoje. – Mudei de tópico evitando a resposta da questão. – Parecia bêbado. Foi tudo muito estranho, eu me senti culpada. Como se fosse minha culpa o estado dele.
- Você não tem culpa pela decisão de outras pessoas, Dulce.
- Mas tenho culpa das decisões que eu tomo em relação a outras pessoas. – Olhei minha terapeuta que mantinha o rosto inexpressivo. – Não quero que ela desminta.
- Por que?
- Isso nos protege.
- De quê?
Silêncio.
Estalei os pulsos voltando a andar pela sala. Colocar meus pensamentos em palavras era estranho e contraditório.
- Julgamentos. – Disse por fim. – Nos protege de julgamentos.
- Então o problema não são os fatos em si, Senhorita Savinõn. O que posso notar é algo mais complexo como aceitação e dependência.
- Não tem nada haver com isso. – Ri sem humor sentindo a necessidade de negar qualquer coisa que a mulher falasse ainda caminhando entre o espaço da poltrona e a janela.
- Se sua orientação sexual te garantisse aceitação, você se preocuparia em expor um relacionamento com a senhorita Portilla? – Parei observando a mulher sentada atrás da mesa. – Foi o que imaginei. Dulce, o preconceito só é vencido quando o vencemos.
- Não tenho problemas com isso. – Caminhei até a janela olhando a rua através da persiana. – E eu não acho que sou gay.
- Viver em negação não te faz andar para frente, somente para trás. – Suspirou. – Suponho que ainda não negou sobre o Cristopher por proteção também. – Acenei sem a olhar. – O que sente por ele?
- Carinho. – A olhei com mais segurança. – Preocupação, cuidado.
- E por Anahí?
O que eu sentia por Anahí? Também era carinho, preocupação, cuidado. Mas mais ainda era amor, paixão, desejo, anseio. Só de ouvir seu nome meu corpo já se aquecia. Eu precisava dela, necessitava.
- Necessidade.
- Você ficou tantos anos sendo o apoio dela, Senhorita.. – Anotou algo na prancheta suspirando. – Que acabaram invertendo os papéis.
- Não estou conseguindo te acompanhar. – Estreitei os olhos em direção a doutora Sullivan.
Não é ela a dependente da relação, Dulce. – Disse calma sustentando meu olhar. – É você.
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FERNANDAAYD : Acho que Dulce ainda não está preparada pra se abrir sobre seu estado emocional com Anahí.
Acho que o capítulo de hoje já responde por si, o que sao o sentimentos de Dulce para com anahi.
Autor(a): portisavirroni
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 5
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fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21
Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★
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fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23
Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?
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candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37
Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.
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fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33
Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.
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Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49
To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!