Fanfics Brasil - Capítulo 7 My world was always you ( portinõn) finalizada

Fanfic: My world was always you ( portinõn) finalizada | Tema: Rebelde


Capítulo: Capítulo 7

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"Eu consigo sobreviver com você ao meu lado


 


Nós vamos ficar bem."


 


 


 



******************


 


Era quase duas da tarde. O radio estava ligado em um volume baixo e dava para escutar o zunido da panela de pressão na cozinha. Estava sentada no sofá grande com a cabeça de Anahí deitada em minha coxa. Minha mãe falava ao telefone acomodada na poltrona e Mari se encontrava jogada no sofá menor.


 


Eu tinha conseguido enrolar tanto em minha explicação sem lógica para a Marichelo que ela desistiu de entender o que se passava, murmurou um "Vocês que se entendam" e voltou para a sala reclamando da dor de cabeça absurda que sentia. Sorri abobalhada passando os dedos por entre os fios claros a minha mercê enquanto ela folheava distraída uma revista adolescente. Olhei de soslaio para minha mãe que já tinha encerrado o telefonema e me lançava um olhar tão sapeca quanto o meu. Levantei meu braço o apoiando no encosto do estofado, inclinei a cabeça para cima e assoprei a goma de mascar para o alto a pegando com a boca calmamente.


 


– Meu Deus, Maria ! Pare com isso, vai acabar grudando no meu cabelo. - Anahí gritou batendo com a revista em meu braço.


 


Mari gruniu de dor antes de tampar o rosto com uma almofada, minha mãe riu divertida e eu gargalhei. Gostava de irritá-la daquela maneira. Continuei sorrindo divertida da careta emburrada que ela fazia. Repeti o gesto a fazendo gritar novamente. Mari se levantou subindo as escadas reclamando da gritaria, minha mãe informou que estaria na cozinha e que não era para nos matarmos. Ficamos sozinhas ao som do radio. Inclinei a cabeça para jogar a goma mais uma vez mas as mãos de Anahí se fecharam em minha nuca me puxando para baixo. Senti os lábios frios e antes de ceder ao beijo dei uma pequena checada na sala. Fechei os olhos deixando a língua intrometida deslizar para minha boca. Apertei a cintura fina com um pouco mais de força sentindo o beijo ir terminando. Recebi um ultimo beijo nos lábios e fui empurrada para cima novamente. O sorriso maroto estava estampado naquele rosto perfeitamente desenhado, percebi a boca se mexer como se mastigasse algo, senti falta do meu brinquedo.


 


– Ei! - Disse enfezada. - Meu chiclete!


 


– Perdeu. - Deu língua.


 


– Aé? - Fechei a cara a fazendo me olhar assustada.


 


A ataquei na barriga fazendo as gargalhadas saírem altas de sua boca por causa das cócegas. Depois de muito implorar, eu parei.


 


– Preciso falar com sua mãe. - Se levantou olhando para minha expressão confusa. - Sobre a premiere. - Esclareceu.


 


A segui em direção a cozinha. Minha mãe temperava a salada e logo pediu para que eu apagasse o fogo da panela maior. Me encostei na geladeira e Anahí foi para o lado dela observando o trabalho.


 


– Blanca .. - Começou com a voz dengosa. Sabia que lá vinha pedido.


 


– Que que você quer? - Sorri com a sabedoria de minha mãe.


 


– Bom.. - Retomou a palavra fazendo pequenos círculos no balcão com o indicador. - Estava pensando em semana que vem e.. A senhora sempre reclama que reserva dois quartos sem necessidade. Então, nós duas podíamos ficar na mesma suíte. - Sugeriu me fazendo engasgar com o ar.


 


– Está tudo bem, minha filha? - Minha mãe me olhou preocupada e Anahí assustada.


 


– Tudo. - Limpei a garganta me virando para buscar água.


 


– E então? - Anahí insistiu.


 


– Não vejo problemas. - Deu de ombros indo em direção a pia. - Irei reservar um quarto para as duas, mas depois não venham reclamar.


 


Olhei para Anahí que me lançava um olhar maquiavélico. Ela me deveria uma depois daquilo. Pegou uma maçã na fruteira e mordeu aos suspiros. Era a primeira coisa que via Anahí colocar na boca nas últimas dezesseis horas e foi a última que vi até chegarmos ao hotel onde ficaríamos hospedadas.


 


**********


 


– Aí está você, Dulce María Savinõn!


 


A voz conhecida atrás de mim fez o sorriso largo aparecer entre meus lábios. Me virei rapidamente me deparando com a figura sorridente. Os cabelos mais claros que da última vez, a face debochada, olhos escuros. Pulei em seu pescoço enquanto gritava.


 


– Cristian! Meu Deus, eu não acredito.


 


Os flashes das câmeras já não ofuscavam minha visão. Estava na porta de entrada do local onde estava sendo o evento e lá estava meu amigo que alguns dias não via por nossas merecidas folgas. O barulho era tecnicamente ensurdecedor. As conversas tentavam ultrapassar o som da trilha sonora do filme. Artistas, familiares e a produção lotavam a área. Nem sabia mais onde estava minha família ou até mesmo Anahi. Me afastei do abraço familiar voltando a encarar o rosto sorridente.


 


– Pois é. Você me abandonou. - Me acusou com uma falsa aparência irritada.


 


– Desculpe. - Joguei os cabelos curtos. - Sou uma pessoa importante agora. - Disse com ar superior antes de gargalharmos.


 


– Cadê sua garota? Já cheguei faz meia hora e ainda não tive a honra de conversar com as anfitriãns. - Colocou as mãos nos bolsos da calça olhando para os lados.


 


– Você e essa sua mania de chamá-la de minha garota. - Gargalhei descontraída.


 


– Não estrague minha fantasia! - Me repreendeu antes de sorrir.


 


– Você é louco. - O abracei sorrindo para uma das câmeras em nossa direção. - Onde está Maitê?


 


– Não s..


 


Antes que ele terminasse de me responder senti braços envolverem meu corpo por trás, Cris sorriu satisfeito para a pessoa sob meu ombro.


 


– Posso saber o que está fazendo com minha garota, Chaves? - A voz macia e exigente de Anahi saiu alta aos meus ouvidos fazendo o garoto vestindo a jaqueta de couro preta à minha frente morder o lábio inferior.


 


– Está vendo, Dulcinha? Ela sabe alimentar minha fantasia. - Sorriu malicioso.


 


Anahí riu me apertando mais contra seu corpo quente antes de se posicionar ao meu lado.


 


– Pare de ficar imaginando isso, seu pervertido! - O repreendeu entrelaçando nossos dedos enquanto lhe dava um meio abraço em cumprimento. - Precisamos tirar mais fotos. - Me avisou.


 


– Sem problemas. Acho que meu sorriso já está parafusado. - O que de fato era verdade, eu não tinha parado de sorrir um segundo sequer.


 


Os dois riram de mim antes de Anahi me puxar para cumprirmos nossas tarefas. Os flashes vinham de todas as direções, a gritaria das pessoas grudadas na grade estranhamente me animava e me assustava ao mesmo tempo.


 


– Você sabe que é muita maldade sua usar esse vestido, não sabe?


 


Ouvi Anahí sussurrar contra os dentes enquanto sorria para os flashes em nossa direção.


 


– Você já parou para se olhar no espelho? - Fiz outra pose aguardando pela resposta.


 


– Já, e fico feliz por causar o mesmo efeito em você. - Sorriu mais abertamente para uma câmera ao canto.


 


Balancei a cabeça tentando sorrir para os Flashes, mas a reviravolta estranha em minha barriga me fazia gargalhar de nervosismo.


 


– Fique ciente de que irá me pagar quando chegarmos ao hotel. - Ameacei entre dentes enquanto dávamos as mãos uma de costas para a outra.


 


– Acho que não irei aguentar esperar por esse tempo todo.


 


**************


 


Rodopiei mais uma vez na pista de dança ao som da batida eletrônica, o gelo seco me impedia de enxergar o que se passava a minha volta. Sentia o corpo quente, a respiração ligeiramente ofegante, o suor brotando de meus poros, mas se eu parasse o cansaço me atingiria e eu não ergueria mais nem os dedos. A apresentação do filme foi maravilhosa, todos nos parabenizaram. A fase formal tinha se passado e só nos restava aproveitar a festa que nos era proporcionada.


 


 


 


Avistei uma cabeleira negra passar pela minha frente e a puxei pelo braço a assustando, Maite sorriu assim que bateu de frente comigo.


 


– Sua Maluca! - Exclamou começando a dançar comigo.


 


– Maluca não, estou apenas aproveitando minha festa. - Joguei os cabelos a fazendo sorrir.


 


– Estava procurando a Anahi... - Comentou olhando ao redor.


 


– Última vez que a vi estava com Ucher. - Segui seu olhar. - O que foi? - A olhei acalmando meus movimentos.


 


– Marichelo disse para que voltasse para o hotel com Anahi e sumiu. - Explicou preocupada. - Nem sei o número do quarto que ela iria ficar.


 


Mari, a pedra no meu sapato. O estraga prazeres. Suspirei jogando os cabelos para trás antes de dar mais uma olhada pela área.


 


– Eu e Anahí vamos dividir o quarto. - Expliquei entrelaçando o meu braço no da garota. - Minha mãe deve dar um jeito nisso.


 


Percorremos o salão que abrigava a festa sorrindo para os flashes e dançando com algumas pessoas que paravam para falar conosco, mas nossos olhos vasculhavam cada canto atrás de três pessoas: Anahi, Ucher ou minha mãe. Achei os dois últimos em uma mesa afastada.


 


– Estão se escondendo? - Perguntei sem fôlego intercalando a atenção entre minha mãe sentada e Ucher.


 


– Hum? - Dona Blanca indagou confusa.


 


– Maitê! - Ucher me empurrou envolvendo Maitê em um abraço desajeitado.


 


– Por que estava me procurando? - Minha mãe perguntou bebericando de seu copo. - Parecia tão animada na pista de dança. ( deixe meu pai saber) - Sorri deixando Ucher e Mai de lado indo me sentar no colo materno.


 


– Mari falou alguma coisa com você sobre sair?


 


– Veio conversar comigo sim. - Acenou com a cabeça. - Era sobre isso que estava falando com Cristopher. Tem problema de vocês quatro dormirem juntos? A pequena fica comigo porque vocês quatro não vão deixá-la dormir tão cedo.


 


– Como se ela não gostasse de fazer bagunça com a gente. E respondendo a sua pergunta: Não, não tem problema nenhum. - Respondi imediatamente. - Mas o quarto só tem duas camas de solteiro.


 


– Como se isso fosse algum problema para vocês. - Revirou os olhos enquanto eu desviava minha atenção para a festa atrás de mim. - Vou mandar um colchão extra pra lá.


 


– Blanca.. - A voz da Perroni chamou nossa atenção. - Viu para onde Anahi foi?


 


– Toalhete.


 


Não precisou falar mais nada para Maite me acompanhar até o banheiro enquanto Ucher nos dava as costas revirando os olhos. Atravessei a porta encontrando a dona das pernas mais perfeitas da festa enfrente ao espelho gigante.


 


– Hey, vocês! - Sorriu virando-se em nossa direção. - Venham, vamos tirar algumas fotos sem aquela muvuca toda.


 


– Depois. - Me afastei encostando as costas na pia enquanto Anahí abaixava o celular e amuava o sorriso largo. - Sua irmã abandonou a sem teto aí. - Apontei pra Mai recebendo um empurrão mal humorado no braço. - Disse alguma mentira?


 


– Cala a Boca, Dulce. - Mai respondeu entre risadas indo em direção a Anahi.


 


Anahí a envolveu em um abraço antes de posicionar o celular para tirar a foto que tanto queria.


 


– É Dul, sua mãe me disse que abrigaremos dois sem teto essa noite. - Comentou casualmente enquanto se interessava mais em mexer no celular.


 


 


 


Maitê jogou as mãos para o alto em um gesto totalmente indignado olhando de mim para Anahi antes de bufar.


 


– Eu desisto de vocês duas. - Resmungou antes de sair do banheiro.


 


Meu olhar cruzou com os olhos azulados de Anahi enquanto segurávamos momentaneamente o riso antes de nos rendermos as risadas fracas.


 


– Acho que ela ficou chateada. - Ouvi o comentário rouco ecoar no banheiro solitário.


 


– A amiga é sua. - Dei de ombros.


 


Notei os olhos carregados pela maquiagem exótica faiscarem em minha direção, engoli em seco me mantendo pregada no mesmo lugar. Um choque leve parecia contornar toda a minha pele e um frio estranhamente gostoso me fazia tremer. Anahí olhou ao redor umedecendo os lábios antes de repousar os olhos em mim novamente.


 


– Vem cá. - Estendeu a mão em minha direção reforçando o convite.


 


Segurei a mão quente me deixando levar para dentro de uma das cabines. Senti minhas costas contra o azulejo frio da parede enquanto Anahi colava o corpo ao meu, a respiração quente batendo em meu rosto fazia o frio gostoso revirar algo dentro de minha barriga.


 


– P-P-Pode entrar alguém. - Balbuciei sentindo a tremedeira em meu corpo aumentar.


 


Sua mão foi até a porta e escutei o "Click". O sorriso malicioso a minha frente aumentou, engoli o acumulo de sáliva assim que percebi estarmos trancadas. Fazia o quê, dias que não ficavamos sozinhas?


 


– Estou pouco me importando com isso. - Sussurrou se aproximando de minha boca. - E eu disse que não aguentaria esperar por tanto tempo.


 


Os lábios carnudos roçaram nos meus com gentileza. Sentia minhas mãos extremamente geladas em contraste com o braço incrivelmente quente que me envolvia. A língua atrevida deslizou para a minha boca enquanto exigia mas contato dos corpos. Estava completamente imprensada na parede enquanto o beijo profundo me fazia esquecer do mundo, os movimentos lentos em minha boca pegava mais velocidade transformando o beijo calmo em algo mais intenso e urgente.


 


– Princesa? Garota rebelde? Estão por aqui? - A voz de Angelique ecoou entre as paredes nos separando em um pulo.


 


Encarei os olhos brilhantes de Anahí enquanto tentavamos recuperar o fôlego.


 


– O que foi, Angel? - A voz de Anahí soou rouca enquanto eu tampava a boca com as mãos impedindo a risada nervosa.


 


– Dá pra pararem de serem anti sociais e irem se misturar com os humildes? - A resposta veio gritada e autoritária do outro lado. Aquela loira sabia como ser insuportável quando queria.


 


– Já estou indo, Angelique. - Os passos se distanciaram até que a porta bateu. Anahí me olhou aos suspiros. - Acho que temos que ir.


 


– Ah, você acha? - Perguntei risonha. - Eu disse que poderia entrar alguém, mas você não me escuta.


 


– Detalhes.. - Fez pouco caso ameaçando destrancar a porta. A impedi de mexer no trinco colocando minha mão sobre a dela. - O quê?


 


– Minha vez. - Sorri antes de puxá-la para um último beijo.


 


*************


 


Entramos pelo corredor tentando manter as risadas em um nível baixo, mas era impossível com os comentários de Cristian. Mai era quem mais sorria sem falar nada, a exaustão era a maior culpada pela conversa desconexa e engraçada que executávamos. Um colchão de casal havia sido colocado no chão da suíte arrumado com lençol e travesseiros. Congelamos no meio do aposento fitando a cama improvisada.


 


– Okay, quem irá dormir no chão? - Perguntei sem tirar os olhos do colchão convidativo.


 


– Os invasores. - Anahí respondeu antes de pular em uma das camas de solteiro. - As camas são nossas por direito.


 


 


 


Mai e Cris se entreolharam assustados por dormirem juntos me fazendo rir.


 


– Calma aí, gatão. - Bati no ombro de Cristian chamando sua atenção. - Quem vai dormir com você sou eu.Pode ficar com minha cama.


 


A madrugada ia avançando cada vez mais e nossa guerra de travesseiro já havia se passado. Maite já não aguentava mais ficar de olhos abertos, mas lutava para não ser a primeira a dormir, inutilmente porque ela sempre era a primeira. Eu lutava pela dominância do cobertor com Cris, enquanto Anahí cantarolava de onde estava deitada.


 


– Poncho volta quando? - A voz sonolenta de Mai soltou entre uma conversa e outra.


 


Anahí me olhou de soslaio, mas não fiz movimento ou expressão alguma com o assunto em questão.


 


– Talvez semana que vem, não tenho tido muito contato com ele. - Deu de ombros.


 


– E você, Dulce? - Dessa vez foi Cris ao meu lado que despertou minha atenção. - Fiquei sabendo que você e o goleiro estavam em uma possível reconciliação.


 


Bufei notando Anahí fazer o mesmo.


 


– Rumores, polito. Apenas rumores.


 


– Vocês e esses casos esporádicos. - Maite murmurou completamente grogue quase se rendendo ao sono.


 


– Hãm? - Cristian perguntou confuso com a última palavra me fazendo sorrir.


 


– Sabe Mai, acho que você deveria parar de andar com a Dulce. - Anahí disse séria do outro lado me fazendo atirar uma das almofadas em sua direção.


 


– Cala a Boca, Giovanna! - Rosnei.


 


– Vem calar, Maria. - Sorriu maliciosa.


 


Mordi a língua antes de suspirar e enfiar a cabeça no travesseiro.


 


– Maite dormiu. - Cristian comentou risonho enquanto olhávamos para a figura adormecida. - Se não se importam, boa noite.


 


– Boa noite. - Respondemos em uníssono antes de Anahí desligar o abajur do criado mudo ao lado da cama.


 


O silêncio se alastrou pela escuridão e pelo tempo. Estava inquieta, tinham se passado o quê? 30, 40, 50 minutos? Me revirei mais uma vez com cuidado para não incomodar Cris que dormia tranquilamente, os cabelos lisos e coloridos pousaram em sua testa e olhos. Pousei o braço sobre a testa olhando para cima, o quarto completamente escuro me permitia ter a leve percepção dos contornos dos objetos.


 


– Alguém acordado? - Ouvi o sussurro quase mudo que me fez sorrir.


 


Umedeci os lábios soltando o ar quente preso em meus pulmões, demorou um pouco antes de eu responder.


 


– Sim. - Balbuciei temendo acordar um dos nossos convidados.


 


Escutei a cama ranger e o corpo se movimentar sobre o colchão.


 


– Dul? - O sussurro veio um pouco mais forte, olhei para a cama avistando os contornos da minha loira.


 


– Insônia? - Mantive o tom sem me mexer.


 


– Acho que sim, você?


 


– Acho que estou muito agitada para dormir. - Dei-lhe a resposta simples.


 


O zumbido do ar condicionado preenchia o cômodo de maneira agradável, mas não sei dizer se o frio era o real motivo da minha mão estar gelada e meu corpo sofrer pequenos tremeliques. Queria sentir o corpo quente de Anahí abraçado ao meu e como se estivesse lendo meus pensamentos a voz rouca sussurrou no escuro novamente:


 


– Vem pra cá?


 


Não precisei responder. Me levantei com calma evitando encostar em Cris e subi na cama de solteiro deslizando para debaixo do edredom, o choque com o corpo quente e pequeno fez um arrepio subir pela minha espinha. Os braços firmes se prenderam ao redor de minha cintura enquanto descansava sua testa na minha, o hálito doce batendo em minha boca me fez salivar.


 


– Tudo bem, minha princesa? - Sussurrei encostando os lábios nos seus fazendo um sorriso distinto decorar o rosto bonito.


 


– Com você ao meu lado? Eu consigo sobreviver. - Sorri largamente para as palavras que penetravam meus ouvidos.


 


– Onde foi que já ouvi isso? - Apertei os dentes sentindo um tremor mais forte correr pelo meu corpo ao sentir uma mão de Anahí invadir minha camisa fazendo uma leve carícia em minhas costas.


 


– Talvez em uma das músicas que escrevi para você. - Tomou meu lábio inferior o sugando lentamente.


 


Eu nem preciso dizer que sono era a última coisa que queria sentir no momento, certo? Entre conversas e troca de carinhos sutis a madrugada foi avançando, o céu começava a se tornar alaranjado indicando que o nascer do sol estava próximo. Entre uma palavra ou outra eu me lembrava da pergunta de Maitê: "E o Poncho?" Queria repetir a pergunta para a garota abraçada a mim, mas algo me impedia. Tinha medo. Medo de escutar o que não queria. Medo de estragar um momento gostoso como aquele. Medo de estar vivendo em uma ilusão. Ignorei a vontade de saber sobre aquilo me recordando de outra coisa.


 


– Esqueci completamente do que eu tinha que fazer. - Falei dramaticamente.


 


– O quê? - Sussurrou preocupada.


 


– Calar a sua boca..


 


A puxei pela nuca tomando os lábios sorridente com volúpia. Puxei uma respiração profunda pelo nariz me negando a separar do beijo urgente, Anahí me puxou mais para si impedindo que perdêssemos a profundida. Nos afastamos atônitas quando as respirações ofegantes ficaram mais altas e um gemido baixo foi compartilhado por nós duas.


 


– Não estamos sozinhas. - Expliquei em voz alta mesmo sabendo que Anahí pensava a mesma coisa.


 


A vontade de rosnar de indignação morreu em minha garganta quando recebi um beijo doce no canto dos lábios.


 


– Melhor tentarmos dormir, não acha? - Perguntou afagando minha bochecha.


 


Acenei com um suspiro antes de nos rendermos ao sono.


 


[...]


 


– Eu tenho vergonha de falar que sou a responsável por vocês.


 


Essa foi a frase que minha mãe soltou ao entrar em nosso quarto. Levantei a cabeça com os olhos estreitos, a cortina foi bruscamente aberta e o sol brilhante iluminou todo o aposento. Pisquei alguma vezes antes de me acostumar com tamanha claridade.


 


– Quase uma da tarde e vocês ainda na cama. - Resmungou descobrindo Cristian e antes que vinhesse me atacar me pus de pé.


 


– São que horas? - Cocei os olhos com as costas da mão.


 


Minha mãe colocou as mãos na cintura me olhando de cima a baixo.


 


– Hora de você tomar um banho, trocar de roupa, escovar os dentes e ir almoçar.


 


Joguei a cabeça pra trás em um ato totalmente entediante enquanto a próxima a ser atacada seria Maitê, Anahí sempre era a última por requerer um trabalho maior ao ser despertada.


 


Caminhei a passos lentos pelo corredor em direção ao restaurante do hotel enquanto mexia em meu celular. Ainda estava morrendo de sono, quem me olhasse provavelmente me confundiria com um zumbi, minha vontade era de hibernar. Suspirei tentando olhar para onde estávamos indo quando senti uma mão me puxar para um canto, ergui os olhos confusas encontrando o rosto de Cristopher. Os olhos caramelos me encaravam seriamente.


 


– O que foi, Uckermann? - Estranhei o comportamento do garoto em me isolar do grupo de pessoas que nos acompanhavam.


 


Meu suposto amigo olhou de um lado para outro como se certificasse de que ninguém estava perto o suficiente. Apoiou uma das mãos na parede onde minhas costas estava escorada.


 


– Quando que você iria me contar... - Sussurrou próximo ao meu rosto. - Que você e Anahí são mais do que apenas melhores amigas


 



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Autor(a): portisavirroni

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"Embora a pressão seja difícil de aguentar é o único jeito de escapar. Parece uma escolha difícil de se fazer, mas agora estou abaixo de tudo."               *************       Senti o sangue ser drenado de meu rosto. As pontas dos meus dedos congelaram e o ar a minha volta pa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • fernandaayd Postado em 06/03/2018 - 14:30:21

    Já acabou?? Que pena, pois essa foi uma das melhores histórias que já li. E de alguma forma me ajudou muito. Obrigada pela dedicação e vc escreveu tudo com o coração, pq dar pra sentir isso em casa capítulo. Parabéns por tudo★

  • fernandaayd Postado em 28/02/2018 - 17:41:23

    Será que a Dul, vai falar para Anie sobre a depressão? ?

  • candy1896 Postado em 25/02/2018 - 20:44:37

    Continuaa, que não aconteça nada de ruim com Dul.

  • fernandaayd Postado em 09/02/2018 - 14:16:33

    Estou acompanhando e você escreve muito bem, parabéns! E que bom que você sempre posta.

  • Lorahliz Postado em 31/01/2018 - 21:07:49

    To acompanhando sua fic e to amando!!! Posta mais...o cap 7 tá dando erro!!


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