Fanfics Brasil - Prólogo De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Prólogo

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Olhei para o canivete que eu havia cravado na nuca de Dennis, que estava jogado aos pés.


Eu podia ser uma merda toda errada, mas eu não era assassina. Pelo menos não até aquele momento.


Não sei quanto tempo fiquei observando. Minhas mãos estavam em meu pescoço, tentando aliviar a dor que seu aperto causou, meus pulmões ardiam pela falta de ar que o babaca havia me causado e minhas pernas melada pelo seu gozo. Olhei para os dois lados do beco, procurando alguém que pudesse ter visto qualquer coisa, mas não tinha ninguém para me ver matando o idiota também. Ainda.


Tomei algumas respirações profundas, pensando no que poderia fazer. Já era madrugada, então eu não poderia pedir ajuda a ninguém que não fosse a polícia. Mas, ligar para eles significava assinar minha sentença de culpa.


Nem precisei pensar muito para pensar em quem poderia me ajudar. Peguei o dinheiro da carteira de Dennis e entrei no primeiro táxi que havia parado. Eu não conseguia conter meus soluços e abraçava o meu corpo como se isso, de alguma forma, fosse um escudo. Eu realmente não queria ficar no mesmo ambiente que um homem, mas morando em Tampa, a droga de uma cidade perigosa, era impossível voltar andando para casa às três horas.


Me atrapalhei com as chaves, fazendo um alvoroço. Eu só escutava as minhas batidas cardíacas zunindo em meus ouvidos, e quando fechei a porta, escutei um palavrão, virando-me rapidamente.


– Puta merda, Dulce. Você quer levar um tiro na testa? – grunhiu Alfonso, meu colega de apartamento e irmão que o orfanato me deu.


Alfonso era o meu amigo desde que eu me lembrava. Eu nunca tinha conhecido meus pais; eles haviam me abandonado quando eu ainda nem tinha completado uma semana de vida, e Alfonso era a única pessoa que eu conversava comigo, porque todo mundo me achava esquisita.


Ele era quatro anos mais velho que eu, e nunca deixou que ninguém me machucasse. Desde sempre ele estava metido em brigas, mas, ao mesmo tempo, era o cara mais inteligente que eu já tinha conhecido. Ele era um hacker, e era isso que fazia “profissionalmente”. As cicatrizes em seu corpo eram sinal das brigas que ele se envolvia.


Quando ele saiu do orfanato, aos dezoito anos, alugou um apartamento não muito longe do orfanato, então continuou me visitando. Assim que completei dezesseis anos, fugi de lá e fui morar com Alfonso. E ele continuou cuidando de mim da melhor forma que podia.


– Alfonso... Eu matei o Dennis.


Não consegui falar mais nada porque o choro tomou conta de mim, me fazendo cair sentada no chão. Alfonso agachou ao meu lado e agarrou minhas mãos, o semblante raivoso agora completamente preocupado. Ele sabia tanto quanto eu que nenhuma garota de programa que tenha ao menos tentado fazer algo contra seu cafetão vivia para contar história.


Ai, meu Deus, eles iam me matar! Os caras do Dennis sabiam que ele estava no meu ponto aquele dia.


– O que aconteceu, Dul? – perguntou com o maxilar trincado.


Olhei para ele, que acariciava minhas mãos a fim de tentar me acalmar. Enxuguei minhas lágrimas e contei o que aconteceu.


Dennis era meu cafetão há onze anos, desde que eu fora morar com Alfonso. Nos conhecemos numa das lutas clandestinas de Alfonso, e ele disse que uma moça bonita como eu poderia ganhar dinheiro com o meu corpo. Eu queria levar dinheiro para casa, e sequer tinha terminado o ensino médio, então aceitei. Ele me colocou na prostituição tão rápido que eu nem tive tempo de mudar de ideia. Leiloou a minha virgindade e havia me tornado a sua garota favorita.


Ele era um velho, e até os meus vinte e cinco nunca havia tentado nada comigo. Os últimos dois anos foram evitando ao máximo ficar sozinha com ele, e na única vez que isso acontecera, ele me enfiou num beco e me estuprou até eu quase perder a consciência.


Alfonso tinha me dado um canivete para o caso de eu precisar, e eu o mantinha mesmo achando que nunca usaria. Dennis, embora velho, era um cara forte e me pegou de surpresa, pressionando a frente do meu corpo na parede enquanto segurava meus braços nas costas a ponto de torcer. Quando enfim ele me soltou, dizendo para eu voltar para o trabalho, tirei o canivete e o enfiei em sua nuca assim que ele se virou para sair do beco. Como Alfonso havia me explicado, foi rápido.


Vi várias emoções passando pelo rosto do meu amigo à medida que eu contava: predominantemente o ódio. Alfonso não era conhecido por ser a pessoa mais paciente do mundo.


– Poncho...? – chamei-o quando terminei de contar, mas ele ainda me encarava, apertando com força minhas mãos, quase me machucando.


– Filho da puta – Alfonso grasnou e se levantou, me empurrando e abrindo a porta. – Você fica e toma um banho. Tem um calmante perto da minha cama. Tome dois e durma.


– Que merda, você vai fazer? – perguntei, mais por idiotice, porque eu já sabia a resposta.


– Faça o que eu disse – e saiu, fechando a porta atrás de si.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



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  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


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