Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Eu sabia que seria difícil trabalhar como babá, mas não imaginava que o Sr. Uckermann também seria um cara difícil. Ele parecia viver em pé de guerra com as crianças, especialmente Emma.

Depois do jantar, fomos ao seu escritório e ele me falou um pouco sobre todos os sete. Precisei anotar, porque com o maldito cheiro dele me invadindo, eu não me lembraria de nada no dia seguinte. Ele fez questão de dizer que eu usaria uniforme, mas que mesmo fora do horário de trabalho, eu precisaria rever minhas vestimentas. O cara me liberou um cartão de crédito e avisou que no dia seguinte, Anahí e eu iríamos às compras.

Anahí pareceu muito empolgada com o fato de a babá ser jovem e ter um irmão muito gostoso e que sabia o que fazer com a língua. Palavras dela. Eu queria que o chão se abrisse e me engolisse.

O que foi mesmo muito difícil foi me despedir de Alfonso. Em todos os meus vinte e sete anos, nunca passei mais que quatro dias sem vê-lo, e com a distância que nos separava, eu o veria uma vez a cada trimestre, e olhe lá.

Eu estava dormindo confortavelmente em minha cama absurdamente macia e gostosa quando a senti se aprofundando. Abri os olhos, espantada, com medo de ser algum cara de Dennis que pudesse ter me encontrado, mas me assustei mais ainda ao ver que era Valentina, aos prantos.

– Oi, querida – sorri e ela se agarrou em mim, soluçando copiosamente. – Teve um pesadelo, amor? – ela assentiu com a cabeça. – O que eu posso fazer para você melhorar?

Ela balançou a cabeça, e por um momento pensei que seus pesadelos se tratavam do assalto. Com certeza ela não se esqueceria disso. Pela forma como Valentina estava assustada, não era um pesadelo comum. Quando eu tinha pesadelos, Alfonso contava histórias para mim, mas eu era péssima para inventar histórias, e não lembrava mais de nenhuma.

Então, fiz o que gostaria que minha mãe fizesse, se eu a tivesse conhecido. Cantei:

The other night, dear, as I lay sleeping

I dreamed I held you in my arms

When I awoke, dear, I was mistaken

So I bowed my head and I cried

Valentina ergueu os olhinhos, que estavam vermelhos, os ombros sacudindo levemente pelos soluços. Continuei cantando enquanto enxugava suas lágrimas, e ela fechou os olhos, deitando novamente.

You are my sunshine, my only sunshine

You make me happy when skies are grey

You'll never know, dear, how much I love you

Please, don't take my sunshine away

I've always loved you and made you happy

And nothing else could come between

But now you've left me to love another

You have shattered all of my dreams

You are my sunshine, my only sunshine

You make me happy when skies are grey

You'll never know, dear, how much I love you

Please, don't take my sunshine away

Cantei mais duas vezes e percebi que ela estava dormindo quando soltou um suspiro e sua respiração ficou lenta e ritmada. Fiquei olhando o seu rostinho pensando em como seu coraçãozinho deve ter se partido quando sua mãe faleceu. Ela nem entendia as coisas direito e já era obrigada a ver coisas que uma criança não devia ver.

Assim, como ela, as crianças também sentiam falta de Sophie. Eu vi isso nos olhos de Emma. Era o mesmo olhar que todas as crianças do orfanato tinham. Emma tinha medo que eu tentasse roubar o lugar de mãe. Aquilo ia ser uma merda. Eu precisava de um cigarro. Talvez algo mais forte, mas sem Alfonso eu não podia usar nada.

Sem falar que Christopher iria me demitir na hora se me pegasse usando algo que pudesse influenciar as crianças.

De verdade, aquele homem devia aprender a se soltar mais.