Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

A semana se passou num borrão esquisito. As crianças ficavam em seu mundo e faziam questão de fingir que eu nem existia, menos Valentina, que era um amor de garota. Ela dormia comigo todas as noites e os pesadelos pareciam ter tido proporções menores. Ou Emma quando vinha com algum comentário ridículo, mas como uma mulher muito madura, acabava respondendo com a mesma arrogância. Eu simplesmente não conseguia controlar a minha língua.

Meu chefe parecia querer me evitar a todo custo. Na quinta-feira tentei conversar com ele sobre deixar Adam sem o estúdio, porque o menino parecia estar vegetando, mas o Sr. Uckermann não voltou para casa, e segundo Maggie, ele só voltaria no dia seguinte para se arrumar para o trabalho.

Ora, ora, parece que o viúvo está saindo do luto.

– Dulce, posso conversar com você? – ouvi a voz de Anahí do outro lado da porta. Ela estava sendo uma boa companhia, me explicando os gostos de cada um dos meninos. Levou-me para sair quando eles estavam na escola, e não pareceu se importar quando fumei.

– Pode entrar. Não está trancada – continuei olhando-me no espelho. Sem a maquiagem no rosto, os hematomas ficavam mais visíveis e tornava o meu estupro e o assassinato impossíveis de esquecer.

Anahí entrou e fechou a porta atrás de si. Os hematomas ainda doíam e estavam num tom esquisito de amarelo. Ela não pareceu escandalizada ao ver as marcas, nem envergonhada por me ver só de short e sutiã. Sentou-se na cama tranquilamente. Eu precisava assumir, talvez ela fosse uma garoa legal. Mudou todo o meu guarda-roupa, mas continuava sendo uma garota legal.

– Você pode me contar o que houve quando quiser, Dul – Dul? De onde tinha saído esse apelido? Pensei em censurá-la, mas ela parecia genuinamente preocupada comigo. Suspirei e vesti uma das minhas novas blusas.

– Não quero te deixar traumatizada, Anahí – sentei ao lado dela. – Eu não tive a chance de ter uma vida boa como você e seu irmão tiveram.

– Não vou te julgar pelo que você fez ou não, querida.

Você que pensa!

– E o seu irmão, por que parece que está fugindo de mim? Eu queria falar com ele sobre o Adam. Caramba, o menino parece que vai morrer a qualquer momento e o pai nem viu isso.

Anahí suspirou pesadamente e balançou a cabeça. – Olha, Dul... O Christopher sempre foi um cara difícil, mas depois que a Soph morreu, ele piorou. Ele nunca foi próximo das crianças, agora então... – riu sem humor. – Eu sei que ele ama as crianças, mas às vezes... É como se eles lembrassem a Sophie e ele não soubesse lidar com isso.

Meu coração apertou por pensar no sofrimento dele, mas, caramba, as crianças precisavam dele. Eu sonhava em conhecer meus pais, pensando no motivo de ter sido abandonada tão pequena. E o Sr. Uckermann tinha a chance de dar aos filhos o que eu não tive...

Sacudi a cabeça violentamente.

Nada de tomar as dores dos filhos do seu patrão, Saviñón!

– Olha, Dul, não importa o que aconteça, você precisa ser forte e aguentar as crianças. Christopher disse que se mais uma babá fosse embora ou se tivesse mais algum deslize deles, iria mandá-los para o internato. Deus, até Val. A menina só tem seis anos, viu a mãe ser morta, não merece passar por mais uma merda dessas – pânico atravessou os olhos de Anahí e eu a encarei, chocada. Christopher faria isso? – Ele está no limite, Dulce, mais um vacilo, as crianças estão fora.

Merda!