Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Olhei-me no espelho uma última vez naquele uniforme horrível antes de ir acordar as crianças. Valentina já estava desperta em minha cama. Ela dormia comigo todas as noites, e eu achava isso uma gracinha. Lembrei-me das palavras de Anahí sobre mandar todos para o orfanato. Aquela Emma bem que merecia, para deixar de ser arrogante.

– Merda, eu estou parecendo uma bruxa com essa coisa que seu pai chama de uniforme – resmunguei olhando o reflexo de Valentina pelo espelho. Ela sorria brilhantemente. Muito bem humorada para quem acordava às cinco e meia. O homem era um ditador.

Aquela merda que ele insistia em chamar de uniforme se resumia numa camisa larga branca e com as mangas curtas, uma calça plush que até poderia ser bonitinha se não tivesse cor de vômito e um sapato de couro. Eu parecia uma perfeita velha. Onde estava o meu piercing? Meus cabelos vermelhos que eu tanto amava?

Puta merda! Eu detestava esse emprego e com certeza odiaria o meu patrão, que devia ser o próprio demônio. Pena que era tão gostoso.

Passei pelo quarto de cada uma das crianças, começando pelos gêmeos, depois Adam, Tyler, Lisa, e respirei fundo antes de adentrar no quarto da Emma.

Eu a chamei diversas vezes, mas nem sinal de vida. Por um segundo achei que ela estava morta ou algo do tipo, então acabei me aproximando para garantir. Seria uma pena.

Brincadeirinha.

– Emma. Escola – sacudi seu ombro de leve e ela soltou um gemido em protesto, virando para o outro lado. Estava viva. – Emma, você precisa ir para a escola – ela abriu em seus olhos lentamente e vi que eles estavam fundos, haviam olheiras e estavam absurdamente vermelhos, como se ela tivesse passado muito tempo chorando. – Você está bem? – talvez ela não fosse tão insensível assim.

– Do que está falando? – fez uma careta, sentando lentamente. – Por que ainda está aqui?

Retiro a parte de ela não ser insensível.

– Arrume-se. Você tem aula, mas a sua cara está horrível. Se quiser, posso fazer alguma coisa para tentar disfarçar.

A insensibilidade transformou-se em ódio. – Sai do meu quarto, babá. AGORA!

Balançando a cabeça, saí do quarto e olhei o relógio em meu pulso. Se ela não descesse em vinte minutos, faria que ela fosse seminua para a aula. Pouco me importava se ela não queria ser gente boa, eu não estava ali para fazer amizade.

Dei um banho rápido em Valentina e coloquei seu uniforme. Quando descemos para o café da manhã, todos estavam lá, comendo em silêncio. Inclusive o patrão. Ele estava na ponta da mesa, vestido socialmente e de costas para mim. Fiquei observando o contorno de seu corpo. Mesmo com o terno, dava para ver que ele era gostoso.

Mantenha a droga da cabeça longe desse homem, Saviñón. Chega de problemas na sua vida.

– Bom-dia – sentei Valentina perto do meu chefe e permaneci em pé, afinal, nada de mordomias. Eu estava ali para trabalhar.

– Bom-dia – responderam em uníssono, menos Emma, claro, que estava usando óculos escuros e parecia pronta para ir a um velório.

– Quem morreu, Emma? – o Sr. Uckermann perguntou antes de dar uma garfada na panqueca.

– Minha dignidade – retrucou a garota.

– Que pena – foi a única coisa que ele disse. Sério? Eles pareciam duas crianças birrentas.

Emma não respondeu. As crianças começaram a conversar e agradeci aos céus pelo clima ter melhorado. Emma parecia a droga de um furacão e o pai parecia sempre mau humorado. Deus do céu.

Todos eles foram para a escola com os motoristas e o Sr. Uckermann se aprontou para sair também. Agora ou nunca, Saviñón.

– Sr. Uckermann? – chamei-o cautelosa e suas costas enrijeceram ao me ouvir. Ele continuou de costas.

– Diga, Dulce – respondeu friamente. Ah, qual é, a culpa era dele se eu estava usando aquela droga de uniforme. Se ele achava feio, que trocasse.

– Gostaria de falar com o senhor sobre o Adam – comecei a torcer os dedos, agoniada. Ele, enfim, virou para mim e aguardou pacientemente. Ou não, já que olhou o relógio em seu pulso. Relógio bonito, aliás. – Eu gostaria de ter permissão para que Adam voltasse a tocar.

– Sem chances. Todos eles estão de castigo. Se um faz besteira, todos recebem punição.

– Mas, senhor, ele tem uma apresentação em duas semanas e não pode praticar no teatro da escola sem a autorização do responsável – tentei não soar acusatória, mas, caramba, o menino precisava tocar para ter uma apresentação digna, certo?

O Sr. Uckermann olhou-me com surpresa, quase com dúvida.

– Adam tem uma apresentação? – estreitou os olhos e seus ombros caíram. Sério que ele não sabia? Pelo amor de Deus, era o filho dele.

– Sim. Ele pode ter um tempo limitado, e fico responsável por cronometrar, mas, por favor, deixe o garoto praticar. Ele está inconsolável.

O chefinho me encarou alguns instantes. Instantes que me deixaram desconfortável, porque seus olhos criaram um brilho diferente, que eu não estava acostumada a ver nos homens. Com um suspiro, ele tirou uma chave de seu chaveiro e me entregou. Tentei não encostar nossas mãos, mas não consegui, e uma coisa esquisita e gostosa percorreu o meu corpo de novo. Balancei sutilmente a cabeça.

Que merda é essa?

– Quatro horas por dia e nada mais, Dulce – anunciou friamente. – Bom-dia – saiu.

Bom, ele ainda era um maldito seco, mas pelo menos havia cedido com o coitado do Adam. Eu já estava deprimida por ele.

Dulce 1 x 0 Chefinho.

Hum, parece que a Dulcinha está lidando com as crianças do próprio jeito, né? Emma, coitada, vai penar com a mulher que não abaixa a cabeça pra arrogância dela.

Manas, como foi o carnaval de vocês? 

Aaaaaaaah, antes que eu esqueça, se alguém usa wattpad, vcs podiam dar uma lida na minha história, ne? Primeiro pq eu não sei usar direito aquela parada, depois pq eu queria saber se a história é boa, mais ou menos, pode melhorar, ou apaga, kkk. (www.wattpad.com/story/137658167-cicatrizes).

Beijinhos, lindas!