Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Eu tive tantas reuniões que estavam atrasadas durante o dia que não consegui almoçar, mal tomei água e sair da sala de conferências não foi exatamente uma opção. Eu era um cara focado no trabalho, conhecido por tomar decisões friamente calculadas, mas, infelizmente, a maldita babá sempre dava um jeito de se espreitar na minha cabeça.

Caramba, como eu não lembrava da apresentação de Adam? Ele devia ter dito em algum momento, então por que eu não lembrava?

Merda!

Mas eles devem saber que se sou um pouco ausente, é para sustentar a vida que eles tanto amam... Certo?

Quando estava arrumando minhas coisas para ir embora, vi que Donna e Maite estavam conversando na recepção do andar. Franzi o cenho ao ver que já passava das onze e elas ainda estavam lá, e pareciam invocadas com algum papel que Donna estava segurando. Peguei a pasta e saí da minha sala.

– Eu esperava que vocês tivessem um pouco mais de vida social – brinquei. As duas me encararam e voltaram a olhar o papel. Me aproximei. – O que é que vocês estão lendo?

– O contrato definitivo da sua babá – Maite respondeu sem tirar os olhos do papel.

– Esse salário é para uma babá de no máximo quatro crianças... E essas crianças não deviam aprontar nem metade do que os seus filhos aprontam – Donna me encarou debochada.

– Eles já jogaram tinta nela?

– Colocaram laxante na torta?

As duas gargalharam. Muito abusadas para o meu gosto.

– Emma está invocada com ela. A garota não para de provocar. Acho que a ideia do internato é uma boa pelo menos para ela aprender que o mundo não gira ao redor dela.

– Sua mãe arranca suas bolas – Maite riu tristemente.

Verdade. Desde a morte de Sophie, Nancy Uckermann tornou-se um inferno de avó protetora com as crianças. Eu evitava ir à casa dela justamente por essa proteção desnecessária, como se as crianças não tivessem amor em casa.

– Eu vou dar um jeito nisso. Não dá para Em continuar com esse comportamento – suspirei. – Vocês acham que preciso aumentar o salário, então?

– Claro – as duas disseram em uníssono. Bom...

– Se ela sobreviver aos três primeiros meses, vou triplicar. Preciso ir para casa. Vocês deviam fazer o mesmo – murmurei já caminhando para a saída.

As duas responderam um “boa-noite” antes que eu saísse. O caminho até minha casa foi tranquilo. Los Angeles não era o inferno como Nova Iorque, mas dependendo do horário, ficava difícil.

Ao estacionar, vi que as luzes estavam apagadas. Geralmente, quando eu chegava, a casa estava caindo aos pedaços. Isso era um sinal que os meninos estavam dormindo e Dulce estava inteira, correto?

Quando entrei, a única coisa que escutei foi o piano. Não dá para acreditar que Dulce deixou meu filho tocar até meia-noite. Inacreditável!

Fui praticamente como um furacão até o estúdio, mas parei quando ouvi a voz de Adam cantando. Eu nem sabia que ele cantava, para mim, só tocava e pronto. E, caramba, ele tinha a voz bonita. Estava cantando City of stars e abri só uma frestinha da porta para ver Dulce sentada ao seu lado.

Quando ele parou de cantar, Dulce continuou fazendo a voz de Mia.

That now

Our dreams

They've finally come true

Absolutamente linda! Sua voz era doce e suave, mas firme e única. Incrível. Ela continuou cantando e então Adam entrou no momento certo. Meu coração perdeu uma batida ao ver que eles se olhavam e pareciam realmente se divertir. Soph era quem acompanhava o Adam em apresentações e nos ensaios, era bom saber que ele tinha aceitado outra pessoa em seu lugar.

– Eu preciso melhorar a minha entrada junto com você. A minha segunda voz não está boa – a voz de Adam saiu num resmungo e sonolenta.

Há quanto tempo eles estavam ali? E qual parte do no máximo quatro horas, Dulce não entendeu?

– Por que ainda está acordado, Adam? – entrei batendo a porta, com uma carranca que se igualava à sua cara de sono.

Os dois se levantaram e me encaravam assustados.

Bom!