Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Ah, meu Deus. Ele vai me demitir!

– Pai, eu estava te esperando para você ver se gosta do meu repertório para a apresentação.

O chefinho não suavizou a careta, mas ao me olhar, podia jurar que se ele pudesse lançar raios com os olhos, eu já teria virado pó.

Senhor, que ele não me mande de volta para casa. Comecei a ficar tensa e a suar frio. Passei as mãos pela calça cor de vômito.

– Eu não dei um tempo máximo para você tocar? – a voz do Sr. Uckermann saiu tão baixa que até Adam se encolheu.

– Ele não excedeu esse limite, Sr. Uckermann – sussurrei, mal ouvindo minha voz. Quando seus olhos encontraram os meus, rezei para qualquer força divina me manter viva. – Ele tocou duas horas durante a tarde, e estava tocando há uma hora até que o senhor chegou.

Adam olhou assustado para mim. Qual é, ninguém desafiava esse homem? Eu não estava mentindo. Adam parecia que não queria acabar com o tempo estipulado, provavelmente estava acostumado a tocar bem mais que isso.

– Ele tem aula amanhã, Dulce. Ele tem que dormir bem para conseguir se concentrar nas aulas.

– Não tenho aula amanhã – vez de Adam de sussurrar. O chefinho olhou para ele em confusão. – Minha turma vai para um passeio no clube por ter ganhado a gincana.

– E você não vai?

Jesus.

– Não – foi a resposta sucinta de Adam. Christopher cruzou os braços, aguardando mais informações. – Não quero ir. Eu não me dou bem com as crianças da minha sala – desviou os olhos. Tinha alguma coisa errada.

– Adam... – o chefinho, começou, mas Adam o cortou.

– Eu não vou. Eu vou ficar e vou ensaiar para a minha apresentação com as quatro horas que você deixou. Você pode ver o meu repertório ou não?

– Amanhã, filho. Antes de ir trabalhar, pode vir aqui e te ajudo, o que acha?

– Sério?  – olhou com desconfiança para o pai.

– Sério. Agora vá dormir – um fantasma de um sorriso surgiu em seu rosto quando Adam voou para os seus braços, abraçando-o.

– Eu te amo, pai. Boa-noite, Dul – saiu acenando para mim, e deixou-me sozinha com o próprio Lúcifer.

O Sr. Uckermann permaneceu parado, segurando a sua pasta cara e me encarando com os olhos levemente estreitos. Depois um tempo, comecei a ficar constrangida, porque parecia que ele estava enxergando algo dentro de mim que me deixava vulnerável. E eu não gostava de ficar vulnerável. Eu precisava mesmo era de um cigarro.

– Melhor eu...  – comecei, mas ele me cortou.

– Não sabia que cantava.

Eu ri, porque aquilo devia ser brincadeira. Eu, Dulce María, uma ex garota de programa, completamente fodida na vida tendo uma voz bonita? Eles deviam ter algum problema de audição, porque por algum motivo Valentina gostava da minha voz e Adam queria que eu cantasse com ele na apresentação. E agora o chefinho me vinha com essa?

Mas, meu sorriso morreu assim que vi que ele (aparentemente) falava sério. – Eu não canto, senhor.

– Não foi o que pareceu. Eu escutei você e o Adam – ele colocou a pasta na mesa ao lado da porta e aproximou-se.

Ah, Cristo, eu não sabia que ele tinha necessariamente me escutado. – Humm...

Ele riu baixinho e, ah, meu Deus, aquilo nas bochechas dele eram covinhas? Droga.

– Vamos ver se você está enganando o seu chefe, senhorita Saviñón – sentou-se ao piano, mas eu permaneci imóvel, querendo saber o que aquilo significava. – O que está esperando? Pode vir. Deduzo que você conheça esses filmes da Disney, certo?

Relutantemente, sentei ao seu lado, e aquele cheiro amadeirado com algo exclusivo dele invadiu meu espaço, quase me fazendo suspirar de prazer.

Ele pigarreou e começou a tocar alguns acordes e eu sorri. Claro que eu conhecia. O chefinho começou a tocar Beauty and the beast. Parece que alguém ali assistia aos filmes da Disney.

Tale as old as time

True as it can be

Barely even friends

Then somebody bends

Unexpectedly

Os olhos do Sr. Uckermann voaram para mim, e as covinhas apareceram. Droga, eu adorava homens com covinha. Então ele começou a cantar e eu só calei a boca.

Eu ainda estava digerindo o fato de ele tocar, mas também cantava? Isso era demais para mim. Era muito. Não dava. Estava tarde, eu estava cansada e tinha descoberto que o maldito tinha a voz bonita. Linda. Incrível.

Quase suspirei.

Obviamente, ele teve que continuar sozinho, porque eu não consegui mais lembrar da letra da música e nem tirar os olhos da boca dele, que se mexia tão sensualmente.

Quando ele terminou e virou para mim, eu fui lerda. Lerda para caramba, porque a última coisa que eu podia fazer era beijá-lo, e foi isso exatamente o que eu fiz.

O chefinho teve um segundo de hesitação, mas foi só o suficiente para ele entender o que era aquilo e logo retribuiu e como uma mulher que estava na seca, eu gemi. Ele enfiou a língua possessivamente e habilmente, provocando a minha para sair. Seu beijo era tão exigente e confiante como ele próprio, seus lábios firmes controlando o ritmo, roubando a minha respiração e mandando um firme alvoroço para minhas partes íntimas.

Imagine os lábios dele lá embaixo...

Um pigarro alto tirou-nos da nossa bolha de luxúria, e eu me afastei a ponto de cair na cadeira de forma nada elegante. Olhei para o meu chefe, que estava pálido olhando para a porta. Quando segui seu olhar, amaldiçoei todas as minhas gerações.

– Eu sabia que essa mulher não ia dar certo aqui – Emma choramingou, saindo correndo.

Puta!

Que!

Pariu!

Hummm, Dulce cheia de atitude. Emma sempre aparecendo na hora errada, né? Será que ela vai surtar?

Beijinhos.