Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Quando cheguei em casa, quase meia noite, eu estava completamente destruído. Tudo o que eu queria era a minha cama. Eu não via meus filhos direito há quase três dias, mas estava tão atolado na empresa que não dava para ficar muito em casa. Fechei a porta, já jogando a pasta na mesinha ao lado dela e afrouxando a gravata.

– Preciso falar com o senhor – aquela voz tão doce. Merda, eu tinha um motivo para querer chegar tão tarde em casa, será que ela não percebia isso? Ela estava sentada no sofá, usando um short jeans e uma regata praticamente transparente e... Nada de sutiã. Pensei que entraria em síncope a qualquer instante.

– Não pode ser depois? – esfreguei os olhos, esperando que ela visse o quanto eu estava cansado.

– Não, não dá para ser depois. Preciso falar com o senhor. Agora – ela se levantou e a regata subiu um pouco. Droga, eu precisava me concentrar.

– Por que está vestida desse jeito?

– Porque essa é a minha roupa e eu não estou mais em horário de trabalho – rezingou secamente.

– Você precisava mesmo ficar sem sutiã? – eu precisava de uma ajudinha para conseguir manter o foco, nem que ser grosso fosse necessário.

Ela olhou para os seios e arregalou os olhos. Seus braços voaram para os seios, na intenção de cobri-los. Dulce ficava adorável corada. Será que ela ficava assim depois de... Ah... Merda.

– Eu vou colocar um roupão. Por favor, Sr. Uckermann, é importante. Não saia daqui.

Suspirei e me joguei no sofá. Ela acenou com a cabeça e subiu as escadas de dois em dois degraus. O que era tão importante, afinal? Merda, eu estava ficando duro. Ajeitei a calça, tentando alojar melhor meu amigo de vida que estava levantando numa hora completamente desnecessária.

Dulce voltou usando um roupão de seda que cobria todo o seu corpo e se sentou longe o suficiente para eu sequer sentir seu cheiro adocicado.

– Preciso falar sobre Adam – começou, olhando para as mãos em seu colo. – Tem alguma coisa acontecendo, Sr. Uckermann. Ele está com o olho roxo e com hematomas nas costelas.

Que diabos...

– Do que está falando, Dulce? – me ajeitei no sofá. Dulce conseguiu a minha total atenção depois dessa.

Dulce me contou que Adam apanhava na escola há mais de um ano por causa de um tal de Noah Peregrín. Eu me lembrava desse garoto. Um moleque completamente mimado e sem escrúpulos. Ela disse que ele batia no meu garoto desde a morte de Soph e ainda arrancava dinheiro dele. Mas que diabos!

– Ele me disse que Maggie tentou falar com o senhor uma vez, mas não quis escutar – havia uma leve reprimenda na sua voz, e ela se levantou, andando de um lado para o outro. – Estou preocupada, os hematomas na costela indicam chutes.

– Está dizendo que eu não cuido direito dos meus filhos? – levantei-me também, fazendo uma carranca. Ela me olhou em completa incredulidade.

– Nunca disse isso. Só estou dizendo que tentaram te avisar uma vez, mas o senhor estava ocupado demais para uma reunião – desdenhou. Ah, não!

– Quem você pensa que é para falar desse jeito comigo, Dulce? – me aproximei devagar, sentindo uma maldita adrenalina em meu corpo.

– Eu sou sua empregada, senhor Uckermann, estou aqui para cuidar do bem estar dos seus filhos. E, Adam, no momento, tem tudo, menos bem estar – fez uma careta, empinando o queixo em desafio. E não recuou.

– Então tire a droga dessa tom acusatório na sua voz. Você nem completou um mês aqui, não sabemos se você vai sobreviver.

– Eu tenho sobrevivido muito bem, senhor Uckermann – deu de ombros.

Quando dei por mim, estávamos muito perto. Eu sentia a sua respiração se misturando à minha e tudo o que eu queria era provar os seus lábios mais uma vez. O cheiro que ela exalava me deixava inebriado, e a sua pele parecia tão sedosa... Me aproximei novamente e ela sugou o ar, arregalando os olhos. Então recuou lentamente.

– Se o senhor não cuidar disso, cuidarei eu. Boa-noite, senhor Uckermann – e saiu.

Puta merda.

Eu não estava no meu estado normal.