Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU
O cacete que aquele beijo foi um erro. Que cara mais cretino. Eu já estava mortificada por ter me jogado no colo dele, mas não satisfeito, o maldito tem que garantir que aquilo foi uma merda impensada.
Emma veio me pedir desculpas no dia seguinte, mas eu estava tão transtornada que só virei e saí. Primeiro porque eu sabia que aquilo ali era só da boca para fora para ela não ir embora, segundo porque eu estava muito puta mesmo. Foda-se se eu tinha que cuidar dela. Ela iria embora mesmo.
Um erro.
Onde já se viu? Que cretino.
Já haviam se passado três dias desde o desastre e Valentina não tinha dito nada além daquelas mínimas palavras que, querendo ou não, encheram o meu coração de alegria. A voz dela era tão suave que eu tinha gravado em meu peito. As crianças não mencionavam o tal beijo, nem o almoço fatídico. Pelo menos isso...
E o Sr. Uckermann (nada de “chefinho”, ele não merece o apelido), estávamos nos evitando a todo custo. Ele saía muito cedo e chegava muito tarde, e nas refeições eu não ficava com eles. Era muito imaturo, eu tinha consciência disso, mas tente dizer isso ao orgulho ferido.
No dia seguinte eu faria uma visita até a escola das crianças. Já tinha falado com Maggie, mas, claro, inventei que precisava comprar um presente para Valentina, já que o aniversário dela estava chegando. Quem sabe assim ela falaria novamente. Mas, antes, eu faria uma visitinha ao tal valentão. Ele iria se arrepender de mexer com meu menino.
Quando as crianças já estavam dormindo, eu já não aguentava mais. Eu estava ansiosa e com raiva por tantas coisas que se eu não fumasse, teria um ataque. Saí de fininho para a varanda, mas um barulho na cozinha me chamou a atenção.
Ladrão?
Ai, e se os homens do Dennis me acharam?
Procurei alguma coisa que eu pudesse me defender, mas eu só tinha a carteira de cigarros e o isqueiro escondidos na calcinha – vai que alguém decidisse estar acordado. Olhei em volta e encontrei um taco de beisebol. Ia ter que servir. Respirei fundo, tentando controlar a respiração. Eu só escutava os meus batimentos frenéticos e a minha respiração cortada. Se fosse algum ladrão, eu gritaria e o Sr. Uckermann teria que aparecer. Ele era gostoso, com certeza malhava, então devia ter alguma força naqueles braços também.
Se fossem os homens de Dennis, só me restaria implorar por misericórdia.
Caminhei escorada na parede, com o taco pronto para bater em qualquer grandalhão que estivesse ali. Quando cheguei perto da porta, tomei três respirações e entrei num pulo bem dramático, para assustar o ladrão e me dar tempo de atacar.
– Ficou maluca, porra? – ai, não era um ladrão. Era Emma. E ela estava... Cozinhando? – O que você pensa que está fazendo? – ela respirava com dificuldade com a mão no peito e me encarava com uma carranca nada amigável.
Eu que devia estar puta da vida, cacete!
– O que é que você está fazendo acordada tão tarde, Emma? – sussurrei, mas não aliviei na carranca também.
– Estava sem sono e decidi vir cozinhar – apontou para o forno. Tinha alguma coisa lá dentro. Ela estava com as mãos sujas e voltou a mexer na massa.
– Você cozinha? – não consegui conter a surpresa. Ela parecia ser a garota mais fútil do mundo.
– Não fique tão surpresa – lavou as mãos, secou e colocou a luva, tirando a travessa de cookies do forno. Ah, meu Deus, eu amava cookies. – Prove um – apontou com a cabeça. – Juro que não está envenenado, nem com laxante. Eu gosto de cozinhar, mas o meu pai disse que eu devia parar com isso e focar na Medicina – sentou de frente para mim.
– Como assim? – parei o cookie no meio do caminho até minha boca e a olhei com o cenho franzido. Ela pegou um cookie e o mordeu, então fiz o mesmo. AI! MEU! DEUS! – Emma! Isso é... Ai, meu Deus, isso é divino.
Eu poderia jurar que estava tendo um orgasmo. Engraçado como um biscoito me fez sentir um prazer que 99% dos homens que eu transei não me fizeram sentir.
Sério, não dava para acreditar. Era novo, me tirava o chão, o paraíso em forma de cookie! Baunilha, chocolate meio amargo. Tudo junto, envolvendo minha língua, se derretendo em sabores desconhecidos. Eu poderia morrer naquele momento mesmo que chegaria ao inferno sorrindo.
Ou ao céu, vai que Deus tivesse piedade de mim por estar cuidando de crianças, né?
– Meu Deus do céu! Meu! Deus! Do! Céu! Você colocou cocaína nessa receita? – falei com a boca cheia. Isso era coisa de se dizer a uma adolescente?
– Cocaína? – Emma gargalhou. – Nunca pensei nisso, mas pode ser uma boa ideia...
– Não. Pelo amor de Deus, n...
– Relaxa, Dulce, eu estou brincando – ela sorriu, saboreando o biscoito.
– Emma, esse negócio pode me fazer gozar – arregalei os olhos assim que percebi que tinha dito isso em voz alta. – Ai, desculpa. Desculpa, Emma.
– Fica tranquila, não é como se eu não soubesse o que é isso – suspirou. – Vai ser bom ir embora. Vou voltar sendo o robô que meu pai quer que eu seja – bufou, encarando os biscoitos.
– Mas isso... É um dom, Emma. Meu Deus, ele nunca cogitou aceitar você cursar Gastronomia ou algo assim?
Ela riu secamente. – Christopher Uckermann só apoia o que convém a ele. E o que convém é que a filha dele curse Medicina. Ou Direito – ficou um tempão me encarando, e eu, como uma boa mulher que adora comer, devorei quase metade dos cookies nesse tempo. – Quero que você me desculpe por aquela cena, Dulce. De verdade.
Engasguei. Muito. Forte. Não por ela não ter me pedido antes, mas porque parecia ser um pedido sincero. Sua postura estava derrotada e ela não tinha coragem de me olhar nos olhos. Parecia realmente envergonhada.
Que fofa!
– Emma... – até parei de comer.
– Não, Dulce. Meu pai está certo em relação a isso. Eu preciso aprender a me controlar. É que... Não sei... Parece que todas as amigas do papai querem ocupar o lugar da minha mãe – deu de ombros. – Não quero que o lugar dela seja ocupado por mais ninguém. A Maggie me disse que ele é um homem bonito, mas eu não quero outra mulher no lugar da minha mãe, entende? Você é bonita, não sei se você está aqui para cuidar mesmo da gente ou tentar se aproximar do meu pai. Aí eu vi vocês se beijando e...
Ai, caramba! Ela começou a chorar baixinho, e meu primeiro instinto foi querer abraçá-la, mas aí me veio a questão: ela queria ser abraçada? Ela podia me cortar com um cutelo; eu não duvidava que ela soubesse usar uma coisa daquele tamanho.
– Dulce? Você me entende? – ela me olhou, enxugando as lágrimas.
– Na verdade, não – para que mentir, né? – Não conheço meus pais.
Emma inclinou a cabeça e estreitou os olhos, provavelmente não entendendo.
– Hã... Eu cresci num orfanato – ri baixinho, de nervoso. – Pelo que eu sei, fui abandonada bem cedo, tipo, bem cedo mesmo – engoli um cookie. – Por isso eu não sei. Sabe, eu fico meio perdida com essa coisa de família que vocês têm. Deve ser legal ter avós, pai – dei de ombros e calei a boca. Nada de remorso na frente de uma adolescente.
Adolescente que colocou um sapo do meu tamanho no guarda roupa, vale ressaltar.
– Eu não sabia, Dulce. Desculpa – ela sussurrou, segurando minha mão por cima do balcão. Ela tinha mesmo feito isso? Uau. – Eu tive uma mãe até o começo da adolescência, ainda estou me adaptando a isso. É esquisito não ter ninguém para conversar, contar meus segredos ou sobre o menino que eu acho bonito na escola.
– Seu pai não faz isso? – fiz uma careta. Ela tirou a mão da minha e devorou dois cookies de uma vez só. Impressionante.
– Ele nunca foi muito de ficar em casa – me encarou. – Sempre trabalhou muito, mas sempre passava os finais de semana com a gente. Depois que a mamãe morreu, é como se a gente nem existisse mais. A primeira reunião de família foi no churrasco, e foi um total fiasco – riu. – Desculpa ter te chamado por aquelas coisas. Eu estava com ciúmes... Parece que meu pai dá atenção para todo mundo, e comigo só vem as broncas – e chorou.
Tá, eu não tenho instinto materno, mas se ela abriu o jogo comigo, era sinal de que ela não cortaria a minha cabeça se eu a abraçasse. E foi o que eu fiz. Emma, em resposta, se agarrou a mim como nunca a vi fazendo com ninguém. Nem com Lisa, que lambia seus pés, ou Maggie, que estava há tanto tempo na família. Ficamos um bom tempo ali, e decidimos tentar uma trégua. Eu até poderia tentar falar com o Sr. Uckermann para ele repensar sobre a ida dela ao colégio.
Mas, primeiro eu cuidaria do pirralho que estava batendo no meu garotinho.
Aaaaah, esse capítulo ficou enoooorme, desculpa, mas eu não queria dividir em dois, e, bom... Deu pra entender a Emma? Ela foi sincera nesse pedido? E o chefinho que não vai ser chamado de "chefinho". Parece que tem alguém com o orgulho ferido.
AMANHÃ TEM DULCE VISITANDO ALGUÉM, AAAAAH! AGUARDEM!
Beijos!
Prévia do próximo capítulo
Eu estava de tocaia na frente da escola das crianças, esperando o tal Noah aparecer com o bando dele. Eu nem acreditava que estava fazendo isso, mas se eu visse Adam machucado de novo, arrancaria o pescoço do cretino que fizesse isso. Adulto ou criança. Eu procurei nas redes sociais fotos do garoto, porque perguntar a alguma das crianças seria d ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1003
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lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11
Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda
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lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24
Vai fazer 2 anos q vc n posta mais
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maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51
cont.....
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05
Espero que voce volte a postar, beijos
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23
Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35
Olá ruteeee
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lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13
poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03
Se vc estiver bem é o importante
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37
Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais
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lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15
já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?