Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Saí mais do que satisfeito do Pilgrim, o colégio que Emma estudaria. Passei boa parte da tarde cuidando de sua matrícula e conhecendo o local. Com certeza aquele lugar daria um jeito na cabeça dela.

Onde já se viu, chamar a babá de vadiazinha? E na frente dos menores? Francamente...

Me joguei cegamente no trabalho e só me desliguei quando Maggie me ligou para dizer que a febre de Valentina havia voltado, mas, dessa vez, mais forte. Por que Dulce não me ligou? Essa era uma boa pergunta. E, não, Val ainda não tinha falado uma maldita palavra.

Quando cheguei em casa, como já passava da meia noite, todos já estavam dormindo e tudo estava escuro, mas uma voz melodiosamente doce num canto da sala me guiou até ela e encontrei Dulce sentada no tapete, balançando Valentina em seu colo. Valentina estava dormindo, e Dulce cantava…

The other night, dear, as I lay sleeping

I dreamed I held you in my arms

When I awoke, dear, I was mistaken

So I bowed my head and I cried

A música favorita de Valentina. Sophie cantava para ela quando a pequena tinha pesadelos, e aquilo fez meu coração pular uma batida. Ela terminou a canção, mas continuou balançando minha pequena, e beijou a sua cabecinha. Era tão bonito de ver que fiquei completamente perdido ao ver aquilo. Eu já tinha percebido que as duas tinham criado uma ligação só delas, mas não sabia que estava assim tão... Tão maternal.

Um soluço tirou-me dos meus pensamentos e reparei que Dulce chorava.

– Dulce? – sussurrei, me aproximando devagar. Ela saltou, mas continuou agarrada à Valentina como se ela fosse seu escudo. Parecia cansada, e realmente surpresa ao me ver. Eu podia jurar que ela estava até com medo.

Do quê, eu não sei.

– Sr. Uckermann, me assustou – virou o rosto novamente, tentando enxugar suas lágrimas. Ela estava chorando por Valentina? – Não sabia que voltaria hoje para casa.

– Maggie me ligou e disse sobre minha filha – tirei o terno e sentei ao lado dela. Percebi que ela se encolheu ligeiramente, e podia jurar que se Valentina fosse mais leve, teria se afastado. – Posso pegar minha garota?

– Ah... – ela riu nervosamente. – Claro – deu-me acesso para pegar Valentina, e quando o fiz, reparei que ela ainda estava usando uniforme.

– Por que ainda está usando essa roupa? – era horrível, eu precisava assumir.

– É meu uniforme – ela fez uma careta. – O senhor se incomoda de colocá-la na cama? Pode ser na minha, vou arrumar o cantinho dela – fez menção de levantar, mas antes que ela pudesse fazê-lo, a segurei.

– Está com medo de mim?

– O quê? – ela sussurrou com os olhos arregalados, soltando-se da minha mão. – Não diga besteiras. O senhor é meu patrão – bufou, revirando os olhos. Uma gracinha, mesmo com a luz fraca do abajur.

– Me chame pelo meu nome, Dulce. Você já passou tempo o suficiente para eu saber que você não vai embora, e eu odeio que me chamem assim – sorri. – Já tenho funcionários me chamando assim o dia inteiro.

– Mas o senhor é meu patrão – protestou, cruzando os braços.

– E como seu patrão, estou ordenando que pare de me chamar assim – pisquei. – Fica tranquila, eu não mordo – muito, quase completei. – Não precisa sair correndo só porque estou aqui.

– Eu não...

– Ia fazer isso – completei. – Eu sei. Então, relaxe um pouco e me conte um pouco mais de você.

Ela enrijeceu o corpo, e olhou para frente, para o tapete, para Valentina e de novo para frente. E eu fiz uma pergunta comum.

– Algum problema? – perguntei quando ela não disse nada.

– Não sei exatamente o que o senhor quer saber – ela continuou sem me olhar.

– Não precisa de formalidades, Dulce. Você é praticamente da família. As crianças te adoram.

– Sobre isso – ela limpou a garganta. – Quero falar com o se... Você sobre a Emma.

– Ah, não – balancei a cabeça, beijando a testa de Valentina. – É melhor colocar Valentina na cama – levantei. Obviamente eu estava fugindo do assunto, mas eu estava tão cansado de Emma causando problemas, que nem esperei a resposta da Dulce.