Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Sempre foi muito impulsiva. Sempre. A tatuagem no púbis foi exemplo disso. A cicatriz no pescoço também, assim como meus vícios. Tudo na minha vida foi feito por causa do impulso, para ser mais honesta.

Eu não cheguei a trabalhar com chefes de verdade. Só o Dennis, mas ele não contava. Mas, eu sabia que tratar o meu chefe daquele jeito tinha sido mancada. Em minha defesa, eu estava demasiadamente furiosa por ter sido tratada como um erro, e ver meus meninos sendo negligenciados daquele jeito não foi legal. O Sr. Uckermann sequer se deu ao trabalho de resolver o problema de Adam, e isso me deixou transtornada.

– Você precisa de ajuda? – perguntei a Emma, que estava mexendo nas malas. Ela me olhou rapidamente e voltou a arrumar as coisas, mas assentiu com a cabeça.

O aniversário de Valentina fora do dia anterior, e não podia ter sido mais fofo. Eu tinha percebido que ela adorava o Batman, e constatei isso quando dei a fantasia do herói para ela, e ela foi vesti-la na mesma hora. Nancy ficou louca, dizendo que era roupa de menino, mas somente me limitei a lançar um olhar debochado para ela, e o Sr. Uckermann pareceu gostar do presente também.

Foda-se aquela mulher sem noção.

– Achei que você ia tentar raspar meu cabelo para se despedir, sabe? – tentei brincar. Ela estava muito quieta desde o dia que conversamos, e eu não sabia como lidar com isso.

– O meu pedido de desculpas foi sério, Dulce – ela deu de ombros. – Não sou a sua maior fã, afinal, não te conheço muito bem, mas cuida dos meus irmãos direitinho, tá? Eles são o que mais importa para mim – seus olhos estavam brilhando, e eu assenti com a cabeça, emocionada. – Provavelmente vou vir só uma vez por mês, para passar um final de semana, mas eu ficaria feliz se você me mandasse e-mails ou mensagens para eu saber que está tudo bem com eles. Vou ter acesso ao meu celular uma vez por dia, por uma hora. Muito militar! – revirou os olhos.

– Claro, querida – segurei suas mãos e forcei um sorriso. – Eu tentei falar com seu pai, mas ele...

– É irredutível, eu sei. Vivo com ele há quinze anos, lembra? – riu baixinho e me abraçou. – Não deixa os meus irmãos, Dul. Eu falei com Lisa e Tyler, eles vão pegar leve com você. Talvez Ty até te chame para ver os quadros dele. Só não deixe Val e Adam. Acho que eles gostam de você.

Assenti com a cabeça e fechei os olhos, respirando fundo. A garota estava me deixando emocionada.

A despedida não podia ter sido pior. Ela saiu assim que amanheceu, e Lisa praticamente se jogou aos pés dela para ir junto. O meu chefe esteve lá, viu a cena, mas não mudou aquela máscara fria.

E eu só sabia me perguntar como eu podia achar aquele cara atraente. Porque ele era, eu precisava ser sincera e aceitar isso. Sem falar que ele beijava como um deus. Eu estava começando a sentir falta de sexo, e aquilo estava começando a tomar meus pensamentos.

No almoço, Lisa e Tyler se recusaram a comer. Valentina estava usando a fantasia do Batman, e os gêmeos me mostraram animados um novo corte de cabelo. A minha surpresa maior foi quando o Sr. Uckermann ligou para dizer que jantaria em casa.

Talvez o que eu tinha dito tivesse feito efeito, afinal.

Mas, minhas esperanças foram atoladas quando às sete e meia, ele mandou uma mensagem avisando que chegaria atrasado, e que podíamos começar sem ele.

Será que tinha alguma mulher no meio?

Fiquei observando as crianças. Eles estavam horríveis. Valentina até tinha feito um penteado para receber o pai para o jantar. Adam estava louco para mostrar a música que estava ensaiando para a apresentação que seria no próximo final de semana. Reparei até que Lisa colocou um vestido especial.

Que! Cara! Babaca!

Olhei ao redor. Só tinha eu de adulta na sala de jantar, e a que faria uma infantilidade. Peguei o purê de batata que estava saboreando e joguei em Adam, que me olhou incrédulo. Os gêmeos gargalharam, e Valentina abriu um sorriso sapeca.

– Ei, por que fez isso? – Adam perguntou incrédulo.

– Porque você está triste – mostrei a língua, pegando um pedaço maior do purê e o dividindo em dois, jogando nos gêmeos, que se entreolharam e gargalharam mais alto ainda.

Não sei exatamente como aconteceu, mas em segundos o cômodo estava completamente sujo. Purê, molho, massas, tudo estava sendo arremessado. Até os mais velhos entraram na bagunça. Eu com certeza estava apetitosa da cabeça aos pés. Os outros funcionários, pobrezinhos, tentaram apartar, mas, no fim, acabaram brincando junto. Menos Maggie, que parecia que teria um enfarto a qualquer segundo.

Pelo menos as crianças estavam rindo. Tá, o lugar estava imundo e daria um trabalhão para limpar aquelas cadeiras caras, mas o que importava é que as crianças estavam rindo.

– Mas o que é que está acontecendo aqui? – ouvi uma voz grave que fez gelar todos os meus nervos. Todas as crianças pararam, e, pela cara de pânico, estávamos muito encrencados.

Agora sim eu sou demitida.

Salve, salve, Sr. Uckermann vendo o lado travesso da Dul. A babá é mais maligna que as crianças, vai entender. Emma já foi pro internato, só falta nossa babá ser demitida pro chefinho ser mal de verdade.

Beijinhos!