Fanfics Brasil - Capítulo 30 — Christopher De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Capítulo 30 — Christopher

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— Christopher? Está me escutando, filho? — meu pai balançou a mão na minha frente.


— Desculpa, pai. O que você disse? — balancei a cabeça, tentando tirar uma babá usando um uniforme horrível da cabeça.


— Christopher, eu estou há duas horas tentando falar com você e você não consegue absorver nada. O que é que está acontecendo?


Me recostei em minha cadeira e soltei um suspiro. Eu não conseguia tirar os suspiros de Dulce da cabeça e isso estava me deixando meio perturbado. Infelizmente eu tinha apreciado a forma como o seu corpo correspondia ao meu toque, e isso era uma grande droga, porque, obviamente, era como se eu estivesse traindo Sophie. Merda, se ela estivesse viva, com certeza jogaria todos os seus saltos na minha garganta.


— Está viajando de novo. Christopher, pelo amor de Deus — meu pai resmungou, apertando a ponta do nariz.


— Desculpa... Você dizia...?


— Emma! Por quanto tempo você vai deixá-la naquele lugar?


— Até ela terminar o colegial — dei de ombros. — Era só isso? Preciso trabalhar.


Meu pai estreitou os olhos e me encarou inquisitivo, provavelmente tentando enxergar alguma coisa.


— Quem é ela?


— Emma?


— Não. Às vezes você é muito idiota para ter os meus genes — balançou a cabeça e eu fiz uma careta. — Você está muito pensativo, mas ainda não me tirou daqui no chute e nem me xingou. Não me pediu para controlar sua mãe... Tem mulher no meio. Quem é?


George Uckermann e sua sabedoria.


— Não tem mulher nenhuma, pai. Quer que eu te tire daqui no chute? Posso fazer isso agora mesmo — voltei a olhar os papeis que me prenderam a manhã inteira, mas não conseguiu me fazer clarear as ideias. Meu pai ficou em silêncio muito tempo, fazendo-me olhar para ele. — O quê? Eu já respondi, pai: não tem mulher nenhuma.


— E eu sou virgem. Você e Anahí são adotados — bufou. — Então me diga qual é o problema. Posso tentar ajudar.


Larguei os papeis na mesa e esfreguei o rosto, exasperado. George era muito cansativo quando queria alguma coisa. Mas, eu poderia lhe dar meias verdades. Eu precisava mesmo de uma luz.


— Às vezes eu sinto que se me envolver romanticamente com outra mulher, seria como se eu estivesse traindo Sophie — foi humilhante admitir isso em voz alta. Mas era mais forte que eu. Era como se minha esposa ainda estivesse impregnada em mim.


— Você acha que se ficar com outra mulher vai traí-la? É isso?


Não havia julgamento em sua voz, nem pena. Apenas uma curiosidade genuína. Assenti com a cabeça e engoli o nó que se formou na minha garganta.


— Vamos. Quero te levar a um lugar — ele levantou, ajeitando o terno.


— Mas estou no trabalho.


— Você é o chefe, inferno. Para de criticar tudo o que eu peço e vamos de uma vez.


Seguimos em silêncio até a saída do prédio. O silêncio se prolongou enquanto ele dirigia e eu observava a vista de Santa Mônica. Meu pai parecia pensativo, talvez pensando no que me diria. Nunca tivemos essa conversa. Na realidade, nunca tive coragem de conversar com ninguém sobre isso, e talvez por isso fosse tão difícil colocar uma pedra nesse sentimento e seguir em frente.


Quando ele estacionou no parque Palisades, tive vontade de rir. Sempre íamos lá quando eu era menor, mas perdemos o costume quando ele traiu minha mãe. As coisas saíram do controle naquela época, e acabamos nos afastando.


— Sinto falta de vir aqui toda semana com você, filho — ele murmurou enquanto caminhávamos. Sentamos num banco, e ele ficou me olhando ternamente, do mesmo jeito que me olhava quando eu tinha nove anos e falava o quanto achava a vida difícil.


— Vai ficar só me olhando? — perguntei desconfortável com aquela situação. Nós não éramos mais tão próximos, e eu estava meio perdido. Ele riu baixinho.


— Sempre tão sincero — cruzou os braços, olhando o lago à nossa frente. — Até hoje eu lembro quando você e a Sophie chegaram lá em casa para falar da gravidez — riu baixinho. — Sua mãe ficou tão furiosa, achando que a garota só queria o seu dinheiro, mas ela só não queria enxergar que o garotinho dela estava crescendo. E depois veio mais um, e mais uma, e mais um, e mais dois, e mais uma — riu, e acabou me fazendo rir também. — Você fez um bom casamento, filho.


Ela olhou para mim brevemente e respirou fundo. Balançou a cabeça e abriu e fechou a boca várias vezes, medindo as próximas palavras.


— Eu fiquei tão preocupado com você nas primeiras semanas da morte dela. Você não reagia. Valentina tinha parado de falar e você não fazia nada a respeito, parecia não se importar. Emma começou a se rebelar para tentar chamar a sua atenção e nada adiantava. Era como se Christopher Uckermann tivesse sido enterrado junto com a esposa, e ali só estivesse o corpo dele, alguém que deveria estar presente para buscar o boletim das crianças na escola.


— E nem isso eu fazia — ri tristemente, sentindo meus olhos arderem. — Que droga de pai eu me tornei — balancei a cabeça, decepcionado comigo mesmo.


— É aí que você se engana — meu pai sussurrou. — Você só estava perdido. Você e Sophie estavam juntos há... Não sei... Quinze anos, ou mais? Não é coisa de dois meses, Christopher. É compreensível. Só me preocupa no que você está se tornando. Seus filhos continuam precisando de você, a vida deles está continuando enquanto a sua parou. O meu medo é que você não faça mais parte da vida deles, entende? Eu vejo um viúvo que não consegue superar a morte da esposa, e esquecendo que ela lhe deixou sete presentes preciosos. Seus filhos são parte de vocês, Christopher. É a prova de que o que vocês tiveram foi verdadeiro e muito bonito. E ela morreu justamente para salvar um desses presentes. Um dos presentes que mais dependem de você.


Valentina!


Ela era tão parecida com a mãe, que chegava a me doer. Fisicamente. Quando Sophie morreu, eu passei quase três meses sem olhar para a minha filha. Nem ela, e nem Emma. As duas eram absurdamente parecidas com Sophie, e era insuportável olhar para as minhas garotas no começo.


— Sophie não gostaria de ver você nesse estado de entorpecimento. Você não a está traindo, filho. Ela foi embora, e tenho certeza que ela quer que você seja feliz e abençoaria o seu relacionamento com Dulce. Basta ver a forma que ela cuida das crianças.


Meus olhos voaram para o meu pai em completa confusão. Em que momento eu assumi que se tratava de Dulce? Ele abriu um sorriso quase debochado.


— Você não acha que conseguiria esconder essas coisas do seu pai, né? Faça o favor, Christopher. Siga em frente. Sophie te amava demais para aceitar te ver desse jeito.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



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  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


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