Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

— O papai vai vir? — Adam me perguntou esperançoso atrás do palco. Maggie estava com os outros cinco na primeira fileira do teatro, esperando a apresentação começar.

Droga! O pai dele não tinha dado sinal de vida o dia inteiro, não respondeu mensagem nem atendeu ligação. Como eu diria isso a uma criança de oito anos?

— Ele prometeu, não prometeu? — Adam concordou com a cabeça. — Então ele vai vir.

— Ele sempre prometeu, mas nunca veio para nenhuma apresentação minha — suspirou e voltou a atenção às partituras.

 Engoli em seco aquela afirmação quase decepcionada. Tentei mais uma vez ligar para o patrão, e ele atendeu na minha última tentativa.

— Estou chegando, Dulce — foi a primeira coisa que ele disse, e eu fiquei tão aliviada que quase chorei. — Já começou? Não deixe Adam apresentar antes da hora.

— E como eu vou fazer isso, Sr. Uckermann? Onde o senhor está?

— Pare de me chamar assim, Dulce. Você conhece a minha boca mais intimamente que as outras funcionárias. Já te disse isso — havia um sorriso em sua voz, e, infelizmente, senti meu rosto esquentar. — Me atrasei numa reunião, mas já estou a caminho.

— Certo... E, Christopher?

— Hum, o meu nome vindo dos seus lábios é realmente muito atraente — riu. O que esse cara tinha na cabeça? — Diga, Dulce.

— Obrigada por não decepcionar o Adam.

Houve um momento de silêncio, em que eu só escutava a sua respiração, e me perguntei se eu havia dito algo de errado. Eu estava contente por Adam, ele não podia me culpar por isso.

— Obrigado por cuidar dos meus filhos, Dulce. É importante para mim, saber que você os ama tanto quanto eu.

Pensei em dizer que eu estava apenas fazendo meu trabalho, e não podia amá-los, mas me vi apenas concordando e desligando o celular. Olhei para Adam e garanti que o pai chegaria a tempo. Ele topou apresentar sozinho, por isso voltei para os outros cinco, que estavam empolgados. Valentina segurou minha mão, chamando a minha atenção.

— Oi, linda. Está tudo bem? — ela concordou com a cabeça. — Você podia me deixar ouvir a sua voz de novo, né? Meu coração ia ficar muito feliz.

Ela sorriu travessa, mas não falou. Era constrangedor a garota só falar quando eu estava em apuros.

A apresentação começou e, por sorte, Adam seria o penúltimo, entre doze apresentações. Comecei a ficar angustiada quando a oitava apresentação começou a nada de Christopher. Ou senhor Uckermann, sei lá. Ele prometeu que iria, não podia decepcionar o filho. Ele prometeu, certo?

Na décima apresentação vi o rosto de Adam procurando algo atrás do palco e quando seus olhos me encontraram, a tristeza que seus olhos demonstraram, era como se meu coração estivesse sendo estraçalhado. Quando ele voltou a olhar para a porta, abriu um sorriso que me deixou imediatamente mais relaxada. Talvez o homem não fosse tão frustrante assim.

— Desculpe a demora — Christopher sentou ao meu lado, demonstrando toda a sua elegância masculina, e o seu cheiro... — Ele não apresentou, né? — sussurrou em meu ouvido, e acenou para os filhos, que tinham os olhos brilhando pela presença do pai.

— Não. Ele é o próximo — sussurrei de volta, tentando não inalar mais profundamente aquele cheiro cítrico que vinha dele.

— Ótimo. Você está linda, aliás.

Olhei para ele com o cenho franzido em confusão. Seus lábios se curvaram num sorriso sacana, ele voltou a atenção ao palco. Eu deveria ter agradecido? Provavelmente.

A apresentadora logo apareceu no palco e apresentou Adam Uckermann, o garoto prodígio. Pude ver o orgulho do meu chefe em ver o filho no palco pela primeira vez. Seu sorriso estava largo e seus olhos brilhavam, como se ele mal pudesse acreditar que aquilo estivesse mesmo acontecendo. Adam também olhou para o pai com alegria evidente. Logo tomou seu lugar ao piano e tocou um Medley de La La Land, que ele mesmo havia criado. Pelo que ele me disse, as trilhas do filme eram incríveis, e ele era fã do compositor das músicas.

Quando acabou, nós aplaudimos em pé. Haviam gritos, assobios, e eu mal podia acreditar que Adam tinha conseguido superar a vergonha de tocar em público sozinho.

— Obrigado por apoiar meus filhos — ouvi Christopher gritar em meu ouvido, e virei a cabeça para encará-lo.

Ele estava me olhando de um jeito esquisito, daquele jeito que eu não conseguia entender o significado. Mas, antes que eu pudesse falar alguma coisa, ele agarrou a minha cintura e me puxou para um beijo.