Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

– Levanta essa bunda da cama. Você precisa arrumar as malas. Logo! – Alfonso jogou longe as cobertas, ignorando meus gemidos frustrados. O calmante dele realmente fez efeito depois de uma madrugada praticamente em claro, parecendo uma chaminé de tanto fumar. – Sumi com o corpo do Dennis, mas vão atrás de você, e todos nós sabemos que você era a única que estava no ponto, então será a responsável pelo sumiço.

– Malas para quê? Eu não posso ir embora, Poncho. Vão me descobrir e me matar. Os caras do Dennis vão descobrir. Tinha sangue no chão. E que merda eu vou fazer fora dessa cidade? Eu não vou voltar para a prostituição e não vou vender suas drogas – resmunguei.

Poncho revirou os olhos. –– Eu tenho um cara que precisa de uma babá. Você vai para Los Angeles. Eu cuidei do sangue e do corpo. Mas você é uma péssima mentirosa, preciso te tirar daqui antes que você estrague tudo.

Uma risada completamente sem humor escapou de mim. –– Babá? Ficou maluco? Como eu vou fazer isso? Alfonso, eu mal cuido de mim. Eu nem sei trocar fralda.

– Você não vai precisar trocar fralda. A menina mais nova tem seis anos. E você vai ao orfanato às vezes.

Claro, mas eu ficava no máximo três ou quatro horas por lá.

– Eu posso repassar suas drogas. Alfonso, eu não posso cuidar de crianças. Como eu vou fazer isso?

– Para começar, você vai pintar os cabelos e tirar o piercing desse nariz. O filho do cara que vai te contratar é meio rígido com essas coisas.

Fiquei encarando meu amigo-barra-irmão, esperando que ele dissesse que estava brincando. Ele não disse. Comecei a me desesperar. Eu era uma péssima influência para crianças.

– Não posso fazer isso. Não quero ficar perto de homens, Alfonso.

– Eu sou homem – ele cruzou os braços, arqueando uma sobrancelha.

– Mas é meu irmão – retruquei. – Qual é, Alfonso, o que eu vou fazer com uma criança?

– Na verdade são sete. Sei lá. Enche de doces.

Rá, só podia ser brincadeira. Sete? Quem em sã consciência tinha sete filhos?

– Não estou brincando – leu meus pensamentos, apertando a ponta do nariz. – Beth está chegando daqui a pouco para cuidar do seu cabelo. Você precisa dar uma repaginada para encarnar a babá amorosa.

– Alfonso – gritei quando ele saiu do quarto. – Alfonso, eu não sei cuidar de crianças.

– Ou você vai aprender, ou morre. Qual vai ser a sua escolha? – gritou de volta.

Apertei os lábios. Merda. Ele não queria mesmo que eu fosse a mensageira de drogas. Eu nem iria usá-las. Não muito.

– Porra! – rosnei, acendendo um cigarro.

Como diabos se cuidava de uma criança? Ou de sete? O cara era o quê? Um coelho? A mãe desses moleques devia estar com o corpo completamente detonado.