Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU
ATENÇÃO: esse capítulo contém gatilhos, pense duas vezes antes de ler. Diga não à violência sexual! Se você já passou por isso, ou conhece alguém que tenha passado, não hesite em denunciar.
Caso precise conversar, a minha caixa de mensagens está aberta.
Inspira.
Expira.
Inspira.
Expira.
Porra nenhuma. Aquela era a voz do Jason. Eu sabia que era. Ele tinha aquela rouquidão fumante assim como o pai. Ele pegou Valentina por minha causa.
Filho da mãe!
Assim que voltamos para a mansão do Christopher, ajeitei as crianças durante o dia enquanto ele conversava com os funcionários sobre o que havia acontecido, e pedia para não comentarem com os familiares, isso incluía a mãe maluca. Ele também conversou com a polícia, mas eles pareciam estar às cegas. Jason era bom nisso. Havia aprendido com Dennis.
Ouvi batidas na porta do meu quarto enquanto andava de um lado para o outro, pensando no que poderia fazer. Olhei e vi a cabeça de Christopher no vão, e dei permissão para que ele entrasse. Tinha pensado em falar de quem se tratava, mas isso só faria que ele me odiasse mais, e eu tinha certeza que poderia lidar com aquilo sozinha.
— Está tudo bem? — Ele encostou as costas na porta, olhando-me com curiosidade. — Te senti distante na volta.
— É complicado ficar bem com alguém que aceita muito bem o fato de um homem ter me estuprado, mas ficar louco por eu ter me defendido. — Soltei antes que pudesse controlar a língua. Droga. Ele suspirou e concordou lentamente com a cabeça, crispando os lábios. Eu estava preocupadíssima com o que podia acontecer com Valentina, mas a forma dura que ele falou comigo também não saía da minha cabeça.
— Dulce, tenta me entender... — Sussurrou.
— Tenta me entender você, porra! — Me aproximei até que nossos rostos ficassem a poucos centímetros de distância, tentando fazê-lo entender com o olhar quão puta e magoada eu estava com ele. — De tudo o que eu disse para você... Da minha vida de merda, de precisar me sustentar, de terem me tocado sem permissão, e a única coisa que importou para você foi o que eu fiz para me defender num momento de desespero. Eu fui sufocada enquanto aquele pedaço de merda me fodia, Uckermann. Tinha sêmen escorrendo pela minha perna enquanto eu voltava sozinha para casa de madrugada, morta de medo de mais alguém tentar me tocar, mas isso não importou para você, certo? Você teve a vida fácil, tudo o que queria, tinha na mão. Nunca passou fome, frio, necessidades. A merda mais difícil que você teve nessa sua vida até perder a Sophie foi escolher o terno mais bonito para usar num evento. Não venha me pedir para tentar te entender sendo que você não fez isso por mim.
Me afastei e mordi as bochechas. De onde tinha saído aquilo? Eu iria pedir educadamente para ele sair do meu quarto, mas acabei falando merda. De novo. Peguei a carteira de cigarros, o isqueiro e o celular, pronta para acabar com aquela merda enquanto pedia ajuda para Alfonso. Ele devia saber de alguma coisa, sem dúvidas.
— Dulce... — Christopher tentou barrar a minha passagem, e eu fixei o olhar no peito largo dele, porque estava por um fio de desabar, e eu não faria isso na frente dele. — Me escuta. Deixa só eu falar, por favor.
— Quando Valentina voltar, eu vou embora, pode ficar tranquilo. Agora, se me dá licença... — Ouvi-o sugar uma respiração, e senti a minha ficar mais pesada. Ah, merda. — Christopher, com licença. Eu entendi tudo o que você quis dizer no Havaí. Eu não vou ficar com um homem que pouco se ferra para o que aconteceu comigo.
— Não vai embora. Só me ouve, tá legal? — Sua voz saiu embargada, e minha visão ficou turva pelas lágrimas. Eu precisava sair dali urgentemente. — Me perdoa por ter falado daquele jeito com você, eu só... Preciso digerir tudo o que você me disse. Você disse que me ama. Isso tem que significar alguma coisa, não?
— Sai. Da. Minha. Frente. — Rosnei. Ele não iria usar o que eu disse naquele momento. Eu havia cedido uma vez e deu merda do mesmo jeito. Aquilo foi bom para mostrar que aquilo não daria certo. Ele não conseguia aceitar a minha história, pelo amor de Deus, eu já devia ter adivinhado aquilo. Aquele papo de estar apaixonado era pura carência, necessidade do meu corpo.
Como os meus clientes.
Quando vi que ele não sairia, empurrei-o e saí dali, indo direto para a varanda. Ele não me seguiu, e eu não sabia se ficava aliviada ou perturbada com aquilo. Mas, no momento, eu tinha outra prioridade: encontrar minha menina.
(...)
Já estava praticamente terminando a carteira de cigarros e Alfonso não atendia as ligações. Quanto mais o tempo passava e Jason não dava notícias, mais agoniada eu ficava, o medo de ele estar fazendo algo com Valentina me fazendo sentir tanto medo a ponto de não conseguir parar de tremer.
A madrugada já havia dado as caras, e a minha respiração ficava mais difícil a cada ligação que ia para a caixa de mensagens.
— Por favor, Deus. Minha menina não. Minha menina não! — Solucei. Quando o meu celular tocou e eu li o nome de Alfonso, quase gemi em alívio. — Alfonso? Pelo amor de Deus, preciso da sua ajuda.
Ouvi uma gargalhada. Aquela gargalhada rouca que congelou o meu sangue, o meu cérebro, os meus órgãos, tudo. Até a risada dele era parecida com a do pai. Perceber aquilo só me fez perder o controle e chorar mais ainda.
— Eu achei que você seria mais rápida e perceber que eu estava com Alfonso também, Dulce. Parece que você não é tão inteligente como diz, não é? Primeiro mata o meu pai e depois foge. Acha mesmo que conseguiria fugir de mim, gatinha?
— Cadê a Valentina e o Alfonso? — Perguntei sufocada.
— Eles estão bem, linda. Recebendo um tratamento dos deuses, como merecem. — Deus santo! — Diga-me, gatinha, como é saber que uma criança de sete anos está nas minhas mãos por sua culpa?
— Deixa ela voltar, Jason. Ela é só uma criança, pelo amor de Deus. Eu quero falar com ela e com Alfonso para saber que eles estão bem.
— Hum, e você acha mesmo que tem condições de querer alguma coisa, sua puta de quinta categoria? — O bom humor em sua voz foi embora completamente, e ali estava: o ódio que eu sabia que ele estava reprimindo. Anos convivendo nesse mundo me ensinou muito sobre os homens, e eu podia jurar que assim que eu estivesse frente a frente com ele, o cara iria me torturar para caralho antes de me matar.
— Você mesmo disse que ela é uma criança, Chace. Deixe a garota livre. Alfonso também não tem nada a ver com isso. O seu problema é comigo. — Respirei fundo para controlar os soluços. Minha garganta já começava a doer.
— Ah, mas eu vou adorar brincar com essa menina antes, Dulcinha. Você já viu o rostinho dela? Imagine quando eu estiver enterrando o meu pau naquela bocetinha virgem.
— NÃO FAÇA ISSO, SEU DESGRAÇADO. — Berrei descontrolada e o meu choro recomeçou. Apertei os olhos com força e fui para um canto mais afastado da casa enquanto o filho da puta ria descontroladamente.
— Sabe, o meu pai sempre disse que os seus clientes sempre voltavam porque você era deliciosamente apertadinha. — Ele gemeu, e uma repulsa sem igual cresceu em mim. O homem não tinha escrúpulos.
— Onde você está? Eu vou te encontrar, mas em troca você libera a menina e o Alfonso. — Mais uma risada.
— Então vamos lá, gatinha. — Ele gemeu novamente, e um som nojento denunciou o que ele estava fazendo. — Você me traz meio milhão, se entrega, e eu libero a menininha e o seu amiguinho com vida.
— Sem machucá-los.
— Não posso prometer isso sobre Alfonso. Quero você apenas com um casaco, sem nada por baixo, com os cabelos e a maquiagem do jeitinho que você se apresentava na Dancing Strip. Gostosa para caralho! — Grunhiu. Respirei fundo. — Imagina como vai ser quando eu estiver completamente enterrado em você. — Gemeu em agonia e eu apertei os olhos, tentando controlar a respiração.
— De onde vou tirar esse dinheiro?
— Se vire, porra. Isso não é problema meu. Meus homens vão estar te esperando perto da roda gigante no parque do píer. Eles vão te reconhecer e abrir o parque para você. Estarão te vigiando, por isso não tente bancar a esperta e chamar a polícia, ou eu acabo com a vida da garotinha e mando a cabeça dela numa bandeja para a família. Tenha somente uma pessoa que não seja o pai estourado da garota, para buscá-los. Está vendo como tenho um bom coração? Nem vou deixá-la vagando pela cidade como poderia fazer.
Reprimi a vontade de mandá-lo se foder, porque precisava de Alfonso e Valentina vivos e intactos.
— Esteja às cinco e quarenta e cinco da madrugada na roda gigante. Um minuto de atraso vou entender que você desistiu, e vou vender a garota para algum mafioso por aí e dar um fim no seu amigo. — Desligou.
Caralho. Como eu ia cuidar de tantas coisas em menos de quatro horas? De onde diabos e eu ia conseguir meio milhão?
Entrei em pânico, e percebi que o cigarro havia acabado. Meus pulmões já tinham ido para o pau, e isso não era bom. No fim, liguei para a única pessoa que conseguiria me ajudar.
— Preciso de ajuda!
Eu revisando esse capítulo:
Prévia do próximo capítulo
Dulce estava esquisita desde o momento da ligação, mas ver a fúria que exalava dela foi uma verdadeira merda. Eu já não estava batendo muito bem da cabeça, com ela agindo daquele jeito eu quase perdi a sanidade e agi como um louco. No fim das contas, Emma e Maggie ouviram nossa discussão e me deram um remédio para dorm ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1003
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lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11
Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda
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lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24
Vai fazer 2 anos q vc n posta mais
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maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51
cont.....
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05
Espero que voce volte a postar, beijos
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23
Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35
Olá ruteeee
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lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13
poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03
Se vc estiver bem é o importante
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37
Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais
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lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15
já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?