Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU
O lugar estava malditamente silencioso, e isso só servia para me deixar mais tenso a cada passo que eu dava com o um homem que foi apresentado como Skull. Eu nem queria saber o motivo do nome, mas a julgar pelo tamanho e pelas cicatrizes, ficou bem claro que ele era bom de briga.
— Drew disse que você está nervosinho por causa da mulher. Talvez você queira saber que ela comeu hoje. — Skull disse com indiferença.
— Isso é bom?
— Não. Isso significa que Jason tem planos para ela ao sair daqui. Ele deve querer levá-la para voltar a trabalhar. Ficamos sabendo que ela era uma das garotas que mais dava dinheiro ao Dennis.
— Nem fodendo ele vai fazer isso. — Rosnei, e Skull fez um sinal para que eu fizesse silêncio. Me olhou alguns segundos e abriu um sorriso contido, revelando apenas um pouco dos dentes de ouro.
— Você gosta dessa garota?
— Amo. — Afirmei.
— É a primeira vez que vejo alguém se apaixonando por uma prostituta. — Trinquei o maxilar. — Diferente. Tomara que vocês não voltem para Tampa. Acredito que metade da população masculina de lá já a teve na cama. — Respirou fundo, voltando à seriedade. — Está na sua cara que você quer matar o homem, Christopher. Se eu fosse você, pensava duas vezes. Na única vez em que ocorreu um assassinato aqui, o cara também não saiu vivo para contar história.
— Será que dá para buscarmos a Dulce de uma vez? — Rezinguei, franzindo o cenho. Eu não tinha em mente deixar aquele homem vivo, mesmo que aquilo me matasse em seguida. Minha cabeça estava uma bagunça, e eu sabia que ainda precisava pensar nas crianças. Meus filhos perderam a mãe, deixar que perdessem o pai, ainda com o conhecimento dele, não era algo inteligente a se fazer... Puta merda.
— Os capangas do Jason saíram. Só falta o Jason. — Skull informou sem tirar os olhos do celular.
— Ótimo, onde eles estão? Vamos lá. Estamos em vantagem.
— Ele tem armas perto da Dulce, Uckermann, você acha que ele vai hesitar em usá-la?
— Porra, mas não é proibido matar aqui dentro?
— A Dulce é a mina de ouro dele, Uckermann. Você não entendeu isso? — Ele me olhou com estranheza. — A gente entrando, ele mata a Dulce, e vinga a morte do pai. Essa se tornou a meta de vida dele, você acha que ele se importar em viver ou não depois que matar a garota? — Diante do meu silêncio, ele respirou fundo e voltamos a caminhar. Não demorou para que ele se encostasse numa parede, olhando impaciente para o celular. O corredor que estávamos era escuro, e tentei aguçar meus ouvidos para escutar qualquer merda, mas não tive nada em resposta. Era como se o lugar estivesse vazio.
Fúnebre.
Um arrepio percorreu a minha espinha com essa possibilidade, e apertei os olhos, me forçando a ficar quieto e não sair correndo procurando qualquer vestígio de que Dulce estivesse viva. Eu só precisava ter calma. Tudo ficaria bem.
— Ela está viva, Christopher. Não tem nem quatro horas que eu fui entregar comida para ela. — Senti uma mão apertando o meu ombro, mas permaneci com os olhos fechados. Eu queria saber como ela estava, mas não era preciso ser um gênio para isso. Ela devia estar sofrendo e eu nem queria imaginar o quanto, nas mãos daquele doente.
Um barulho seco à minha esquerda me fez abrir os olhos imediatamente, procurando por Skull, que parecia tão surpreso quanto eu estava assustado.
— Puta que pariu, Skull. — Grasnei quando mais um tiro foi ouvido, e comecei a correr para o outro lado, procurando pelo local de onde havia vindo o barulho.
Mais um tiro.
Puta que pariu!
Encontrei várias portas, mas do lado de dentro estava tudo vazio. Eu escutava Skull dizer alguma coisa ao fundo, mas eu já tinha pego a arma. Eu nem lembrava direito como se segurava uma, e as mãos trêmulas certamente não ajudavam em nada.
— Christopher... — Skull sussurrou atrás de mim. — Vem para cá, porra. Drew ouviu o barulho e está vindo.
Escutei um gemido e entrei em uma das últimas portas que haviam no corredor, a abrindo com um baque.
— Puta que o pariu. — Arfei, cambaleando quando a primeira coisa que encontrei foi Dulce amordaçada, nua com os braços levantados e os pulsos amarrados numa corda ligada ao teto. Seu corpo estava escandalosamente machucado, os cabelos cortados e não demorei a ver que estava inconsciente. Meu ar começou a faltar. — Dulce! — Mal dei dois passos quando esbarrei em algo. Ou alguém. — Caralho. Skull, chama uma ambulância. — Gritei, abaixando até Alfonso, deixando a arma no chão e tentando sentir seu pulso. — Merda, está fraco. Skull, chama a porra da ambulância.
Ouvi mais um gemido, mas não era Dulce e tampouco de Alfonso. Virei a cabeça e vi um homem com a mão nas costelas, tentando se mexer. Acompanhando o que ele queria, enxerguei uma arma não muito longe dele.
Coloquei a cabeça de Alfonso no chão com um pouco menos de delicadeza que o que eu deveria ter feito, e chutei a arma para o outro lado antes que ele pegasse. O homem se deitou resignado, e mesmo sangrando pra caralho, ainda conseguiu me dar um sorriso amarelo, os olhos negros debochando da situação.
— Pensei que conseguiria matar a Dulce antes de você aparecer. — Aquela voz. Puta que pariu, foi o homem que me ligou para falar sobre Valentina. Ele era o Jason, aparentemente.
— Filho da puta! — Chutei seu rosto, fazendo-o arfar e girar levemente o corpo, mas antes que desse por mim, já estava chutando-o insanamente. — Você pegou a minha filha, seu merda. Pegou uma criança. Pegou a Dulce, porra! A mulher da minha vida! — Cada palavra era cortada por um chute. Na cabeça, no rosto, nas costelas. Minha visão estava embaçada, mas eu não conseguia parar. — Você é um desgraçado, assim como o seu pai. Você! É! Um! Filho! Da! Puta!
Não sei por quanto tempo continuei chutando-o, como se a minha vida dependesse disso. Só consegui parar quando me afastaram dali, ignorando completamente os meus protestos.
Jason estava cuspindo sangue, e vi que alguns dentes saíram dali. Seu rosto estava ensanguentado, e sua expressão era de dor, enquanto apertava as costelas.
— Alfonso atirou. Não dá para saber quem atirou primeiro, mas está na cara que ele saiu mais ferido. — Era a voz de Skull. — Estão vindo buscá-los para levá-los ao hospital.
Me aproximei de Dulce cautelosamente, como se qualquer movimento meu fosse capaz de machucá-la. Ela ainda estava inconsciente, mas sentindo o seu pulso, vi que ainda estava viva.
— Dulce... — Chamei-a com a voz embargada, olhando para o seu corpo enquanto tirava a mordaça. Haviam furos, e sangue seco por todo lado. Os olhos estavam inchados, o supercílio cortado, assim como os lábios e as bochechas. — Me perdoa, amor. Me perdoa por não ter te defendido. — Engoli o nó que se formou na minha garganta, me recusando a chorar naquele momento. Eu não iria perdê-la. Me recusava a deixar que isso acontecesse.
Ela não iria embora. Drew ficou por trás dela, e, com cuidado, cortou a corda, e eu a peguei no colo com cuidado, sentando-me no chão e a segurando como se fosse uma criança. Skull cobriu o corpo dela, me olhando sério.
— Os caras levaram o Alfonso para a van, só falta a Dulce.
Ouvi uma risada, seguida de uma tosse engasgada, e me deparei com Jason rindo com dificuldades.
— Vocês... Acham mesmo... Que essa... Puta vai conseguir... Se salvar? Eu... Quase... Acabei... Com ela. — Sua voz estava fraca, e aquilo foi o suficiente para toda a calma que eu estava me obrigando ter evaporar.
Eu queria levar a Dulce para o hospital. Eu queria levá-la até o carro. Mas sabia que se aquele filho da puta tivesse a chance de escapar, faria tudo de novo, e não seria eu a arriscar.
— Drew, leve a Dulce para o carro. Leve-os para o hospital Barlow. Avise que eles precisam de tratamento prioritário, e mencione o meu nome. Liga para o meu pai e peça para eles encontraram vocês lá, para não termos problemas.
— Christopher... — Drew começou, mas eu o cortei, olhando friamente para o desgraçado tossindo à minha frente.
— Pegue a Dulce.
Drew bufou e pegou a Dulce com cuidado. Olhei-os saindo da sala e me levantei, não me dando o trabalho de limpar as mãos sujas de sangue. O sangue da Dulce. Peguei a minha arma e respirei fundo.
Caralho! Não dava para acreditar que eu estava mesmo fazendo essa merda.
Me aproximei do homem, abaixando enquanto encarava-o me olhando com curiosidade.
— Vai... Me matar? — Ele riu. — Dulce é... Só uma... Prostituta qualquer... Sempre... Vai ser.
Levantei, apontando a arma para ele.
— Não conte com isso.
Esvaziei o pente em sua testa, vendo o corpo sacudir em resposta. Diferente do que eu esperava, não me sentia mal, culpado nem porra nenhuma do tipo. Me sentia vingado.
Por Dulce.
Eu queria ter tempo para fazer com que ele sofresse tudo o que fez a Dulce passar, mas não havia tempo. Eu precisava cuidar dela. Ela era a minha prioridade, e com Jason fora do caminho, agora ela poderia viver sem medo.
— Caralho, eu matei um homem. — Sussurrei, guardando a arma sem munição no coldre da calça, abrindo um sorriso de canto.
Saí praticamente correndo do local, pronto para ir atrás da mulher que ainda me deixaria maluco.
Respondendo o face:
Maria Pimentel: rá, hoje tem capítulo maiorzinho. Não é que Christopher matou um cara? Quem diria que o politicamente correto seria capaz de fazer isso, né? Hahaha, beijos!
Andrea Osiris: SALVARAM A DULCE! AI, MEU CORAÇÃO! Quero saber é o que acontece agora :O
Vanessa Aparecida: lindíssima, continuei. Beijos!
Wirllyana Santos LS: rapaz, ele quase que não se controla, mas no fim de tudo até que ele agiu bem né? Ou será que não?
DULCE TÁ VINGADA! Não vamos tirar os devidos créditos do Alfonso, né? Caso contrário eles teriam demorado ainda mais. O cara é um hacker bom pra merda, e ainda deu o primeiro tiro no Jason. PONCHO, EU TE VENERO. Agora é torcer pra não ser a despedida dele :(
Christopher, o politicamente correto, o que julgou a Dulce, atirou num homem. Eu vivi pra ver isso minha gente, eu vivi pra ver isso. E ele nem ficou traumatizado, até sorriu, vê se pode?
Será que a Dulce vai se salvar? Se sim, quais as sequelas que vocês acham que vai rolar? E se não, como vai ser a vida do nosso pobre Uckermann?
Quero pedir desculpas por estar postando capítulos pequenos, mas, quem está comigo desde Função CEO ou até antes, de No limiar do desejo, sabe que eu amo postar capítulos maiores. Imagino que vocês, assim como eu, também tem a vida atribulada e eu, como leitora ávida, sei como é frustrante ter capítulos pequenos. Mas, entre trabalho, estudo, mais trabalho, viagens fora de hora por causa do trabalho também, tá foda pra conseguir postar todo dia e até mesmo pra escrever. Não é intencionalmente que os capítulos têm vindo menores, é falta de tempo mesmo. Como eu disse, sei que é foda, frustrante um capítulo minúsculo, mas ultimamente é o que eu tenho conseguido fazer.
Desde já peço desculpas e a compreensão de vocês. Tentei fazer um capítulo maior hoje, e como não viajo esse fim de semana, vou tentar sentar e focar em capítulos dignos de vocês.
Bom fim de semana, amores.
Até segunda!
Prévia do próximo capítulo
Musiquinha pro capítulo de hoje (não vou colocar aqui porque fica um monte de anúncios no meio do capítulo. A música começa em 1:20, e é uma das versões mais bonitas que já vi). www.youtube.com/watch?v=B7d01K0SUoY — Dulce, você acha que um dia o papai vai se apaixonar? Olhei para Valentin ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1003
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lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11
Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda
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lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24
Vai fazer 2 anos q vc n posta mais
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maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51
cont.....
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05
Espero que voce volte a postar, beijos
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23
Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35
Olá ruteeee
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lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13
poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03
Se vc estiver bem é o importante
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37
Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais
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lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15
já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?