Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Olhei Valentina adormecida em meu colo, e os mais velhos distribuídos na tenda improvisada no tapete da sala enquanto O Rei Leão 3 passava pela segunda vez. Era o único filme que todos os sete gostavam, então precisei apelar para ele.

Com exceção de Emma, todos estavam dormindo. Depois de ter sido bombardeado de perguntas em relação à Dulce, como ela estava e prometer levá-los para vê-la quando ela estivesse bem, eles conseguiram se acalmar um pouco.

Eles estavam dormindo na mini cabana desde que Dulce esteve no hospital. Era algo ligado a uma vigília, que eu não entendia muito bem o que poderia significar tudo aquilo.

Coloquei Valentina ao lado de Lisa e me levantei, tirando o filme.

— Precisamos conversar. — Ouvi a voz de Emma, e enrijeci na mesma hora. Ela não estava falando direito comigo desde que havia escutado a conversa entre meu pai e eu, e ignorando qualquer tentativa que eu tinha de me aproximar dela.

— Vamos lá para fora. Não quero acordá-los.

Sentamos-nos nas espreguiçadeiras, e fechei os olhos ao sentir a brisa em meu rosto, enquanto esperava Emma se pronunciar. Ela tinha amadurecido muito durante a estadia de Dulce conosco, e às vezes eu achava que ela tinha amadurecido demais para uma adolescente de quinze anos.

— Você não contou o que houve no resgate da Dulce. — Murmurou num fio de voz.

Crispei os lábios. Obviamente eu não diria a eles o que havia acontecido lá. Nem mesmo para Emma. Madura ou não, algumas coisas não eram necessárias explicações.

Ela não precisava saber que Dulce era garota de programa, nem que havia assassinado um cara. E muito menos que eu também havia matado alguém.

—Ela foi resgatada, Em. Isso é o que importa. — Resmunguei, olhando-a.

— O que aconteceu com o homem que pegou a Valentina?

Morreu. Graças aos céus.

— Ele não é mais um perigo. Isso é tudo que você precisa saber, então já peço que não insista.

Ela assentiu fracamente com a cabeça, olhando para o lado. Um silêncio constrangedor brotou entre nós, e eu fiquei olhando minha primogênita. Tão parecida com a mãe. Parecia tão abatida e retraída. Eu sabia que não era lá o melhor pai do mundo, mas ver meus filhos sofrendo era como uma dor física para mim.

— Me desculpa por ter sido tão duro com vocês depois que a Sophie faleceu. — Umedeci os lábios e os mordi nervosamente. Emma me olhou assustada, como se eu tivesse dito algum absurdo. — Eu fiquei tão perdido com toda aquela situação que esqueci que meus filhos precisavam de mim. Fui mais rígido com você em relação aos outros, e isso quase fez a gente se perder, Em. Vocês são tudo o que eu tenho, e estava perdendo isso sem perceber.

— Ah, papai. — Emma se sentou ao meu lado. — Você é o melhor. Só um pouco quadrado. Mas ainda um pai legal. — Segurou minha mão e abriu um sorriso fraco. — A Dulce vai ficar bem, não vai?

Hesitei alguns instantes. Ainda não tinha conseguido parar para pensar sobre o que houve no hospital. As crianças me bombardearam com perguntas sobre o estado da Dulce e eu procurei dar atenção a eles. E, embora Emma tenha doado sangue, ninguém além de mim e do meu pai entrou no quarto.

Eu não sabia no que pensar com a reação da Dulce comigo. Óbvio, eu não esperava um sorriso imenso, até porque eu tinha consciência que tinha sido um completo filho da puta, mas aquele desprezo foi como me levar ao inferno. E ali mesmo ficar.

Só esperava que meu pai a convencesse a pelo menos me ouvir. Porque ela precisava me ouvir. Pelo amor de Deus, eu nem sabia direito o que precisava falar para ela além de “me perdoe”, mas esperava mesmo que ela pudesse me ouvir.

— Pai? — Emma balançava a mão na frente do meu rosto, e sacudi a cabeça, encontrando seus olhos curiosos. — Está tudo bem?

— Claro, querida. O que foi que você disse?

— A Dulce vai ficar bem?

— A Dulce vai ficar bem. — Afirmei.

— Ela vai ficar com a gente? — Sua voz soou mais baixa, quase temerosa. Eu não queria mentir para ela, mas também não queria que ela sofresse.

— Ela ama vocês, Em. Dulce sempre vai estar na vida de vocês. — O que eu esperava com todas as minhas forças que fosse verdade.

— Vocês não vão mais ficar juntos?

— A pergunta de um milhão de dólares. — Ri fracamente, balançando a cabeça. — Em, eu não sei. Como você disse, o papai é quadrado. Errei pra caralho com a Dulce.

— Ah, meu Deus, você xingou perto da sua filha? — Emma arqueou a sobrancelha, escandalizada, com um sorriso maldoso.

— Você fala coisas piores. Eu não quero nem imaginar o que sai da sua boca, mas... — Sacudi a cabeça. — O que eu quero dizer, filhota, é que eu vacilei muito com a Dulce. Fui muito duro com ela, principalmente no Havaí... Mais especificamente nos últimos dias.

— Eu imagino... — Limpou a garganta e se remexeu na cadeira, desconfortável. — Pai, você acha que amanhã eu posso ver a Dulce? — Abri a boca para negar, mas Emma me ignorou. — Qual é, estamos de férias. Eu sou a mais velha, Dulce é a minha melhor amiga. Eu mereço isso, não acha?

— Emma, ela não está bem. — Emma podia ser forte para muitas coisas, mas quando visse o estado da mulher, com certeza não aguentaria ficar ali, o que só deixaria o psicológico da Dulce ainda mais abalado. — É melhor você esperar a recuperação.

— Por favor, pai. Eu preciso vê-la. — Emma apertou minhas mãos, os olhos esverdeados, suplicantes. — Por favor, por favor, por favor! Eu quero falar com ela. Juro que vou ser forte. Eu sou forte. Sou uma Uckermann, caso não se lembre.

— Em...

— Por favor.

Suspirei resignado. Emma, assim como os outros seis, sabiam ser absurdamente insistentes. E aquele era um caso que eu tinha plena consciência que acabaria perdendo. Emma era cabeça dura como eu, e daria um jeito de ir escondido caso eu não permitisse.

Era melhor ela ir com a minha supervisão do que ir sozinha e me deixar louco de preocupação.  

— Tá bem, Emma. Amanhã eu te levo lá, mas ouça bem... — Segurei os ombros da garota que já dava pulinhos vitoriosos. — Escuta, Em... A Dulce não está recuperada, tente não abalar demais o emocional dela. Não queremos que ela passe mal de novo, certo? — Por passar mal eu queria dizer “parada cardíaca”. — Em, você está me entendendo?

— Pai... — Ela gesticulou com indiferença com as mãos. — Sou Emma Uckermann, a senhora do “não vou deixar que ela passe mal”. Só vou levar um pouco de cor para ela. E vou precisar da sua ajuda. O quarto dela deve ser super sem graça, nada a ver com o astral dela. Vamos fazer uma mudança naquele lugar.

O que eu havia dito sobre não abalar o emocional de Dulce? Pois é, Emma certamente ignorou essa parte.

Respondendo o face: 

Andrea Osiris: cheguei, lindona. Beijinhos!

Maria Pimentel: George pelo jeito era da vida perigosa antes de ser rico, hahaha. O cara não é fraco, não. Em passou por um processo lindo de amadurecimento. A garota tá incrível. Christopher, coitado, sofreu tanto nessa vida que eu só imagino como ele deve ter ficado tendo que passar por todo aquele sufoco de novo. Parte meu coração </3

Eu vendo vocês pirando por causa do Alfonso: 

VOCÊS NÃO ME DEIXAM MATAR NINGUÉM, ASSIM NÃO DÁ, GENTE KKKKKKKK. Jason e Dennis nem contam como morte, tá? Por favor! Gente, só uma morte pra dar impacto, VOCÊS NÃO PODEM ME TIRAR ISSO!!!!! AAAAH!