Fanfics Brasil - Capítulo 64 — Dulce De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Capítulo 64 — Dulce

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Olhei para os Uckermann ao meu lado, me encarando com expectativa. Bom, Emma com expectativa e George com malícia, se deliciando com aquele momento.


Filho da mãe!


— Eu não sei o que vocês pretendem com isso. — Resmunguei, me remexendo na cama, tomando o cuidado de não deixar o lençol acidentalmente descobrir alguma parte do meu corpo.


George bufou exasperado e olhou para Emma e para mim em seguida. Bateu o indicador no queixo infinitas vezes com um ar pensativo, e cada segundo me deixava mais apreensiva.


— Christopher acha que Emma é uma criança, não quer admitir que a garota cresceu, mas eu já acho o contrário. Por exemplo, Emma tem idade o suficiente para não ficar mais às cegas, concorda, Emma?


— Completamente de acordo, vô. — Emma suspirou aliviada por enfim alguém ver que ela já não era uma criança.


— E você sabe que seu pai e Dulce tiveram relações sexuais, certo? — Olhou debochado para a neta. — Muitas, posso ressaltar.


Emma soltou um gemido frustrado, em seguida um som de nojo.


— Certas coisas eu não preciso saber, vovô. — Fez mais uma vez um som de vômito. Não aguentei e acabei rindo, e o movimento fez o meu corpo inteiro doer, e acabei soltando um gemido de dor.


— Emma, mas como você acha que nasceu? E, você sabe que Dulce escapava vez ou outra para o quarto de Christopher, e, olha, Angelica me disse que os barulhos, mesmo abafados, mostravam que...


— Ah, meu Deus! Pare com isso! Tá legal, eu vou tomar um café. — A garota levantou-se num pulo. — Estou de volta em trinta minutos, e nem um segundo a mais. — Saiu pisando duro do quarto. Olhei para George sem entender nada.


— Sempre funciona. — Riu. — Os filhos nunca querem saber da vida sexual dos pais. Eu fazia isso com o Christopher, sabia? E ainda faço com a Anahí, vez ou outra.


Estremeci e dei um sorriso triste. Não havia como eu saber, porque eu não conhecia os meus pais. Mesmo que Nancy fosse meio maligna, amava os filhos. Era o que eu queria pensar, ao menos. Quanto ao George, eu não tinha dúvidas: mesmo quando os repreendia, via que doía mais nele do que em Christopher.


E Christopher não era diferente. Ele parecia ter algumas mágoas com o pai, mas o idolatrava.


Imaginei como teria sido a infância dele e de Anahí. Repletas de risadas, união, e carinho, e por um momento os invejei. Eu preferia pensar que meus pais me deixaram por não ter condições de cuidar de mim, mas nem mesmo quando eu cresci vieram me procurar. E quando eu perguntei à diretora sobre eles, a resposta era sempre a mesma: você foi abandonada na porta. Provavelmente tocaram a campainha e saíram, porque quando fui ver quem era, encontrei você numa caixa de papelão e enrolada num cobertor muito fino, sujo e desgastado, além de um bilhete com o seu nome.


E doía como o inferno ter a consciência de ter sido abandonada.


Doía mais ainda pensar que talvez meus pais estivessem mortos e eu não teria a chance de conhecê-los.


— Dulce? — Olhei para George, que me encarava com preocupação. — Está tudo bem, querida?


Afirmei fracamente com a cabeça, e apertei os olhos por alguns instantes para não chorar. Pelo amor de Deus, eu estava me transformando numa... Bom, não sei, talvez em Paulina Bracho — ou Martins —, porque estava chorando o tempo inteiro, e isso era uma verdadeira merda.


— Você é um bom pai. — Minha voz saiu trêmula, e George ficou surpreso por alguns instantes, sem saber ao certo o que falar. Lentamente, um sorriso brotou nos lábios dele.


— Obrigado, filha. — Balançou a cabeça. — Mas, há muito que falar e só temos trinta minutos antes de Emma voltar. Ela é crescida, sim, mas existem coisas que eu prefiro que ela fique às cegas.


— Tudo bem... — Afirmei com o cenho franzido, encabulada com a expressão de seriedade que tomou o rosto do homem.


— Dulce, vou falar algumas coisas sobre mim para que você possa entender o motivo de termos te achado no galpão em que estava, tudo bem? Não me interrompa, não finja que quer dormir e não me julgue, tudo bem?


Ri pelo nariz.


— Francamente, você está falando com uma prostituta, George. Não sou melhor que você.


— Não se limite a isso, filha... — Falou tão suavemente, que era como eu imaginava que meu pai falaria comigo quando conversasse sobre algo importante comigo. — Você é muito mais que isso, e sabe disso. Eu também sei. Meus netos sabem. Christopher também.


Caminho errado. Eu tinha certeza que estávamos desviando do assunto principal, sem contar que não estava emocionalmente — e muito menos fisicamente — preparada para falar sobre Christopher. Era um assunto demasiadamente delicado, e eu pretendia evitá-lo por quanto tempo pudesse.


— Eu também sou de Tampa, Dulce. — Ele começou e eu o olhei, espantada. — Filho de um gângster e uma doméstica, que faleceu no parto, então, sou filho único. — Limpou a garganta, parecendo desconfortável. — Eu sei o que é passar fome, frio, não ter o que vestir e viver com medo. Meu pai me batia, muitas vezes até eu perder a consciência. — Riu fracamente. — Foi uma merda viver com aquele homem. Conheci a Nancy por causa de um acordo entre os nossos pais. O famoso casamento arranjado.


— O quê? — Perguntei antes que pudesse me conter, e crispei os lábios por tê-lo interrompido. Ele apenas assentiu, respirando fundo.


— O pai dela era um empresário, e se meteu com várias merdas com o pessoal do meu pai. Lavagem de dinheiro, extorsão... — Riu. — Meu pai era ótimo para extorquir esses caras ricos. No fim das contas, eu me casei com Nancy, assumi os negócios na empresa do homem, liquidei as dívidas do meu sogro, e todos saíram vivos.


— Ok... — Qual era a finalidade daquilo, afinal?


— Mesmo depois de me casar, continuei com a gangue por muito tempo. Tive dois filhos com a Nancy. Anahí é a minha flor, enquanto Christopher sempre foi cabeça dura, teimoso, orgulhoso e persistente. — Balançou a cabeça. — Só cortei ligações com a Bloods, uma gangue daqui de Los Angeles, depois que Anahí foi para a faculdade. Mas continuei mantendo contato com eles, especialmente o Drew, líder da gangue. Ele é padrinho do Christopher, inclusive.


Uau.


— Depois que Sophie morreu, contratei Dennis para fazer a segurança não só dos meus filhos, mas também dos netos, e descobrir quem matou a minha nora.


— E aí...? — Perguntei agoniada quando ele ficou calado por tempo demais.


— Foi tentativa de assalto. — Suspirou e me olhou com cautela, esfregando as bochechas de forma inquieta. Ele parecia querer me dizer alguma coisa, mas estava numa luta interna. — Dulce, você tem algum irmão?


Balancei a cabeça veementemente.


— Não. Quero dizer... Não que eu saiba. Por quê?


— Nada... — Mais um suspiro. — Conheci Alfonso pela Bloods. Ele é um hacker conhecido, como você deve saber, e eu o contratei para cuidar da TI e da segurança da minha empresa. Além de me fornecer erva vez ou outra. — Sorriu sem graça. — Preciso me acalmar de alguma forma. Mas, isso ninguém pode saber, pelo amor de Deus. Christopher me deserda se descobre uma merda dessas. — Riu.


— Você fuma? — Aquela história estava cada vez mais surreal e interessante. George era engomadinho, sempre com um ar superior. Inacreditável.


— Hoje não tanto. Já tive tempos complicados com outros tipos de drogas. — Balançou a cabeça, apertando a ponta do nariz. — Estou me prolongando muito. Você estava no galpão da Bloods. Lá é usado para uso pessoal dos membros da gangue, além de depósito de drogas e armas. Jason e Drew se conheciam e ele alugou o lugar por uma semana, em troca, todos sairiam vivos dali. Bloods não aceita mais derramamento de sangue nos seus espaços e seguem isso à risca.


Estremeci. Em resumo, eu estava viva por causa da regra de uma gangue.


— Alfonso quebrou o nariz do Christopher, o deixou inconsciente, o culpou de todas as formas possíveis por você ter se entregado ao Jason, e em partes, não tiro a razão dele...


— Christopher não tem nada a ver com isso. Ele estava com a Val...


— Eu pedi para não ser interrompido. — Me cortou, levantando um dedo. Franzi o cenho e fechei a boca. — Jason estava com Valentina, mas a discussão de vocês com certeza fez com que você me pedisse ajuda na calada da noite.


— Não é verdade. — Retruquei.


— Não foi uma pergunta. — Franziu o cenho, desgostoso. — Você falaria com Christopher se ele não tivesse lhe rejeitado no Havaí, se não tivesse repreendido Valentina por ter lhe chamado de mãe, e por te mandar embora assim que voltassem para cá. Estou mentindo?


Bom ponto.


— Foi o que pensei. — Ele assentiu com a cabeça em resposta ao meu silêncio. — Alfonso encontrou algumas localizações com aquele dom surreal que ele tem com a tecnologia. Por conhecer bem a cidade, liguei os pontos e o único lugar deserto que seria aberto ao Jason era o galpão do Drew, padrinho do Christopher, mas isso é nosso segredo também. Christopher quase foi baleado, Alfonso foi baleado e Jason foi morto.


Meu corpo inteiro gelou. Meu cérebro começou a digerir a merda da última frase. Que Jason estava morto eu já sabia, mas Alfonso... Puta que pariu!


— O Alfonso morreu? — Minha voz subiu ao menos duas oitavas, mas eu não poderia me importar menos. Àquele momento eu já estava sentindo todo o meu corpo tremer e a visão ficando turva pelas lágrimas. Agarrei o lençol com tanta força que senti as pontas dos dedos perderem um pouco a articulação.


— Não! — Ele exclamou depressa, e relaxei a pressão no lençol, me obrigando a relaxar.


— Onde ele está, George?


George não respondeu de imediato, e o maldito bipe do monitor só me deixou mais irritada. Tentei me levantar, ignorando que estava nua por baixo do lençol, mas o meu corpo simplesmente não obedecia. Não tinha forças para levantar, e não demorou para que George viesse em meu socorro, levantando o lençol e colocando as mãos no meu rosto, murmurando palavras tranquilizadoras.


Deus do céu, eu nem sabia o que faria se Alfonso morresse. A minha vida inteira eu só tive ele, e o idiota esteve perto de morrer por minha culpa.


— Ele está vivo? Bem? Estável? George, me responde, porra! — A minha cabeça estava a ponto de explodir, mas eu precisava desesperadamente de respostas.


— Então se controla, porra! — Devolveu no mesmo tom, e forcei-me a olhá-lo, procurando me acalmar. — Ele está vivo, Dulce. Eu disse que ele não está morto.


— Você jura que ele não está morto? — Cravei os olhos nos dele, apavorada.


— Alfonso está se recuperando, Dulce, por Deus, se acalme!


Ele me soltou e se sentou enquanto eu me acalmava. Me agarrei ao fato de ele estar se recuperando.


— Alfonso levou dois tiros. Como ele e Jason eram os únicos no lugar, ainda não sabemos como aconteceu. Bom, você estava lá, mas desacordada. Os tiros não pegaram em lugares muito graves, então acredito que logo ele irá se recuperar.


Assenti com a cabeça, aliviada.


— Ele matou Jason? — Perguntei. Afinal, ele havia dado o tiro.


— Não. Christopher matou. — Falou com naturalidade.


 


Ahhhh, desculpem a demora. Estou em SP (que é muito grande e eu tô muito perdida, inclusive), e o notebook deu pau. Precisei esperar ajuda pra conseguir fazer essa merda funcionar. 


Bom, eu tô super correndo, então não vou conseguir responder os comentários, mas, saibam que eu li todos e estou amando o feedback de vocês. VOCÊS SÃO FODA! 


DÁ-LHE GEORGE.


Sou team George, caso ainda não tenham percebido. Melhor pessoa é esse homem, hahaha (mesmo com o passado obscuro).


DÁ-LHE DREW, padrinho do Christopher (uau).


DÁ-LHE TODO MUNDO, MEU DEUS!


Viram? Não matei Alfonso (ainda, quem sabe. O destino dele ainda não decidi, RISOS).


Beijinhos, amores.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



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  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


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