Fanfics Brasil - Capítulo 66 — Christopher De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Capítulo 66 — Christopher

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Dizer que eu estava assustado era eufemismo.


Estava apavorado como o cão.


Primeiro, Emma me liga desesperada para falar que aconteceu alguma coisa com a Dulce e eu precisava correr para lá. Por sorte, Anahí estava comigo, então ela pôde ficar com as crianças de forma que eu só precisava disfarçar o meu nervosismo. E provavelmente falhei miseravelmente. Especialmente para Adam. O garoto era absurdamente sensitivo, e com certeza havia sacado que algo estava acontecendo.


Depois, sou informado pelo meu pai que Dulce teve o começo de uma parada, mas, por sorte, conseguiram estabilizá-la antes que se tornasse em algo mais sério.


Meu pai estava com uma expressão de culpa na cara, o que me fez deduzir que algo tinha acontecido. Emma não saber o que eles conversaram também não ajudou.


Passei horas me recusando a sair de perto da Dulce, e, no único momento em que eu decido conversar com ela, acreditando que ela estava dormindo, decidiu abrir os olhos, fazendo o meu corpo inteiro tencionar em resposta.


— Oi. — Sorriu fracamente, e a voz não era mais que um sussurro.


Eu não sabia o que ela tinha escutado, mas fosse o que fosse, eu não estava preparado para falar diretamente para ela. Ainda precisava saber o que precisava falar e ensaiar para não gaguejar e fazer a cabeça dela dar um nó.


Tudo bem, para ser honesto, eu queria ficar com ela sem ser mandado embora. A sensação de que Dulce seria hostil não me abandonou em momento algum, o que tirou o meu sono, o meu apetite e a minha sanidade.


Então, ouvi-la falar “oi”, me deixou sem reação, porque eu esperava uma expulsão indelicada.


Nada de emoções fortes, Christopher. Ela precisa ficar bem.


— Está... Tudo bem? — Perguntou ofegante.


— Está sentindo alguma coisa? — Levantei num pulo. — Precisa de algo? — Por favor, não precise que eu vá embora. Por favor, não precise que eu vá embora.


Ela balançou a cabeça e apertou os olhos como se estivesse sentindo dor. Quando os abriu, a vulnerabilidade que encontrei ali quase me quebrou, mas me arrancou o fôlego. Me inclinei para apertar o botão e chamar de volta o doutor, mas Dulce apertou a mão que estava na cama, atraindo o meu olhar.


— Só preciso de um pouco de... — Arfou. — De água. Estou bem. Só me dê um pouco de água e... Vamos... Ufff... Vamos acabar com isso.


Meu corpo travou com a última frase. “Vamos acabar logo com isso” podia ter um sentido bom, e um sentido ruim. E, infelizmente, eu não conseguia enxergar o sentido bom disso.


Peguei um pouco de água e ajudei Dulce a tomar silenciosamente, observando. O corpo dela estava coberto pelo lençol, mas, as partes de trás dos braços estavam com furos que supus ser da cadeira de pregos que vi no galpão. Podia ver marcas nos ombros, e isso só fazia a minha satisfação por ter matado aquele filho da puta aumentar.


Seus cabelos estavam presos, mas lembrava que estavam um pouco acima do queixo. Será que ela já tinha se visto? E qual havia sido a reação?


— Christopher? — Pisquei e encontrei Dulce me olhando com estranheza. — Pare de me olhar assim para o meu corpo... Nem eu tive coragem de me ver ainda.


Encontrei seus olhos, incrédulo. Como assim ela não tinha se visto? Ela estava machucada, sim, mas continuava linda. Ainda era a mulher mais linda que eu já havia visto.


— Por que não? — Me deixei cair na poltrona, pegando o copo vazio e o colocando na mesinha ao lado da cama. Ela sorriu ironicamente.


— Porque eu devo estar muito diferente.


— Mudar é bom. — Retruquei.


— Não contra... A vontade. — Balançou a cabeça, se remexendo um pouco. Ela estava muito desconfortável, aparentemente.


— Precisa de ajuda?


— Eu quero sentar, mas ainda não... Tenho permissão. — Fez uma careta. — É um inferno ficar assim o tempo inteiro.


— Eu imagino... — Falei lentamente. Dulce era muito ativa em casa, e imaginava que não fosse diferente quando morava com Alfonso. Ela não suportava ficar no mesmo lugar por mais de quarenta e dois segundos (já cheguei a cronometrar). Estava sempre fazendo alguma coisa, comendo, conversando, andando...


Um silêncio brotou, e foi a minha vez de me remexer desconfortável. Quis pegar a mão dela, mas tive medo que o movimento a fizesse se fechar. Eu aceitaria ficar apenas olhando-a, contanto que ela não desejasse que eu fosse embora a cada segundo.


— Soube que você... Matou o Jason.


Crispei os lábios, incrédulo. E a primeira merda que passou pela minha cabeça foi que ela tinha passado mal depois dessa informação.


Eu vou matar meu pai.


— Não precisa planejar a morte do seu pai. — Riu baixinho, respirando com dificuldade. — Ele só queria me ajudar.


— Quase te matando? — Perguntei, incrédulo. — Esse era o tipo de informação que eu deveria ter te dado depois, quando você estivesse fora de perigo, fora do hospital, de preferência na minha casa, tendo os cuidados necessários, as crianças te paparicando do jeito que estão planejando... — Fui soltando de uma vez, ficando sem fôlego.


— Respira. — Sorriu ternamente, e respirei fundo em resposta. — Christopher, eu não acho que ir para a sua casa seja uma boa ideia... — Abri a boca para protestar, mas ela fez uma careta. — Olha para mim. Eu estou furada. Tem noção do que isso pode fazer com as cabeças das crianças? Sem contar que... — Suspirou. — Eu preciso aprender a me virar sozinha. Quem sabe cuidar do Alfonso, não sei... Ter um pouco de independência, me descobrir.


Aquele papo estava indo para um rumo perigoso. Em partes, eu entendia o ponto da Dulce. Eu não queria ser apenas um legado dos Uckermann, então recusei tudo o que viesse deles: paguei a minha faculdade trabalhando como um burro, mas no meio do curso, abri a minha própria empresa com Maite. Foi foda, não éramos reconhecidos, o lugar era minúsculo, mas nunca quis nada que viesse dos meus pais. Nada. Eu gostava da minha independência, queria o melhor para mim e para Sophie.


O que Dulce não enxergava era que ela não era dependente do Alfonso. Ele a ajudava, mas ela tinha o próprio sustento. De forma dolorosa, e não convencional, mas ainda assim, ela tinha o próprio dinheiro.


Ela parecia não ver quão guerreira era. Pelo amor de Deus, eu no lugar dela já teria morrido. Precisava assumir que não aguentaria nem metade da merda que ela passou. Por mais insana que fosse a minha família às vezes, eles sempre estavam lá. Não tive necessidades, e a minha maior dor de cabeça nunca se comparou com os problemas de Dulce.


E ela simplesmente não via isso.


Pior ainda: eu precisei quase perdê-la para enxergar isso também.


Então, eu precisava ser cauteloso. Ela estava machucada física e emocionalmente, não poderia impor as minhas vontades em nenhum momento.


Mas como diabos eu faria aquela mulher voltar para mim? Eu a queria. Desesperadamente. Como eu havia dito à Emma, havia pisado feio na bola, era óbvio que ela não me daria outra chance tão cedo. E eu poderia ser paciente.


Contanto que ela aceitasse que eu cuidasse dela.


Eu precisava pedir perdão a ela, mas sabia que não funcionaria do jeito convencional. Ela diria que estava tudo bem só da boca para fora, para me despachar, e Deus era testemunha que eu não a deixaria ir embora.


Então, decidi ir para um território seguro, mantê-la com o coração estabilizado e depois resolvermos a nossa situação.


— Dulce... — Comecei cauteloso, medindo as palavras. — Você está ferida. Não só fisicamente. Eu nem consigo imaginar todo o inferno que você passou com Jason, mas pense bem: você precisa de ajuda. Não é errado admitir isso. Você não vai ser fraca por precisar de alguém com você. Eu posso te ajudar com o que for preciso...


— Vocês já estão pagando pelo hospital, Christopher... — Balançou a cabeça. — Não posso deixar o meu emocional falar mais alto de novo. Não quando você nem sabe o que sente.


— Mas eu sei o que sinto. — Retruquei, ofendido.


— Você... — Respirou fundo, piscando várias vezes. — Você não está entendendo. — Falou mais baixo. — Você gosta da ideia de alguém que cuida dos seus filhos, que está debaixo da sua asa o tempo inteiro e que esquenta a sua cama. Você acha que eu ser a sua companheira vai se resumir a isso, e eu entendo. Eu também achava que eu queria isso, mas a minha vida inteira eu precisei ser o que os outros queriam... — Suspirou. — Eu não sei quem eu sou, Christopher.


— Besteira. — Bufei. — Você é Dulce. A mulher mais incrível que já conheci. É forte, independente, tem uma voz linda...


— Para com isso. — Me cortou com rispidez. — Eu não sei quem sou, Christopher. Percebe? Eu tenho quase 30 anos e não me conheço. É como se eu estivesse tendo uma crise de identidade na metade da vida. É ridículo.


— Eu posso te ajudar a passar por isso. — Falei rapidamente.


Ela se limitou a me lançar um olhar vazio, e encarou o teto em seguida, parecendo se controlar na própria respiração.


Cabeça no lugar, Uckermann.


— Suponho que você não queira ficar longe das crianças. — Tentei novamente, ganhando seu olhar confuso. — Façamos um trato: fique conosco. As crianças não vão aguentar ficar longe de você, Dulce.


Ela crispou os lábios e estreitou os olhos, desconfiada. Só precisava da minha jogada final:


— Especialmente Valentina. Ela não dorme direito sem você.


Grandessíssimo filho da puta. Contudo, não havia a menor possibilidade de ficar longe da Dulce. Não com ela morrendo de preocupação por Alfonso, se recuperando, e ainda mais sozinha.


Sem chances.


Ela arfou, como se a minha declaração houvesse a colocado num campo minado. Vi a hesitação dela como um futuro “sim”, e prendi a respiração, com medo de qualquer movimento brusco fazê-la mudar de ideia.


— Eu vou pensar nisso. — Declarou, por fim, mas apressando a declarar em seguida: — Mas isso não é uma promessa.


Sorri internamente.


Não ainda.


 


Como eu me sinto com a jogada do Christopher: 



Respondendo o face:


Maria Pimentel: seu desejo é uma ordem, ahahahahah. Alá, Valentina logo aparece. Christopher usou a menina como isca pra fazer a Dulce se render.


 


É, minha gente, Christopher se vira como pode, aaah! Dulce tem crise de identidade? Pois ele tá lá pra ajudar mesmo que ela não queira, hahahaha. Viram aí, né? Pelo menos ela não despachou o coitado. 


Seria isso o começo de uma reconciliação? Or not? 


Até segunda, amores! 


Beijinhos!



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



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  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


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