Fanfics Brasil - Capítulo 69 — Christopher De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Capítulo 69 — Christopher

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O sono não chegava.


Passei horas a fio deitado, esperando que o sono chegasse, afinal, o meu corpo estava cansado, eu sabia disso, mas simplesmente não conseguia dormir.


Quando olhei o relógio e vi que eram quase três e meia da madrugada, levantei da cama, resignado, decidindo tomar um copo com água para ver se aquilo acalmava o meu ânimo.


A casa estava terrivelmente silenciosa. Com as crianças se revezando para ficarem acordadas durante a madrugada, aquele silêncio gratuito era muito bem vindo. Nada de O Rei Leão, nem conversinhas paralelas. Eu os amava demais, mais do que qualquer coisa na vida, mas eles precisavam de uma noite completa de sono.


Eu também, inclusive. Mas tinha a impressão que não conseguiria descansar enquanto não resolvesse a minha situação com a Dulce. A minha. A nossa, aliás. Ela ficaria ali pelas crianças, e achava isso ótimo, mas sabia que aquilo não significava que nós estávamos juntos novamente.


Infelizmente, não estávamos nem perto disso.


Parei de andar quando vi fumaça vindo da varanda, trincando o maxilar ao cogitar a possibilidade do que poderia significar aquilo.


Quando me aproximei, quase tive um ataque ao ver Dulce fumando.


Fumando!


Puta que pariu. Ela queria morrer, eu tinha certeza disso.


— Atrapalho? — Perguntei secamente, assustando-a. Dulce deu um salto da cadeira, visto que estava de costas para mim, e me encarou assustada. — O que há, Dulce?


— Pensei que você estava dormindo. — Balbuciou, olhando para algo atrás de mim. — Você está sozinho?


— Estou. — Respondi entre dentes. — Você quer ter outro ataque, porra? Sabe que não pode fumar.


— Eu não posso fazer um monte de coisas, Christopher. — Bufou, revirando os olhos. — Isso não quer dizer que eu obedeça. — Deu de ombros e sentou novamente.


O doutor tinha sido estritamente rigoroso ao falar sobre cigarro e álcool. Qual a dificuldade em obedecer pelo menos um pouco? Era a vida dela, porra, isso tinha que significar alguma coisa.


Sentei de frente para ela, juntando as mãos no colo enquanto a observava atentamente. Desde que havíamos chegado à minha casa, ela estava aérea, e, por mais que eu quisesse sacudi-la até fazê-la voltar a si, sabia que não seria a melhor abordagem.


Então, me limitei a pegar a carteira de cigarros em cima da mesa, e o colocar em meu bolso, pegando em seguida o que ela estava levando aos lábios, partindo-o ao meio, ignorando a expressão incrédula dela. Eu quase ri. Juro por Deus, tive muita vontade de rir, mas a falta de cuidado dela com ela mesma iria acabar me matando.


— Agora me diga o que está acontecendo.


— De que merda você está falando? — Ela rosnou, balançando a cabeça.


— Bom, considerando que você está tentando se matar, eu posso supor que você está mal por algum motivo. Estou certo?


Ela trincou o maxilar e franziu o cenho, parecendo estar planejando mil maneiras de me matar. Não tive alternativa a não ser esperar que ela dissesse alguma coisa. Eu não deixaria que ela escapasse de uma conversa. Se ela estava ali, estava tão desperta quanto eu, e podia apostar que era pelo mesmo motivo também.


Meu pai havia pedido para eu ser paciente, que Dulce iria digerir algumas coisas da conversa que eles tiveram, fora a adaptação que ela estava sendo obrigada a ter. Não devia ser fácil ter passado por aquela merda toda. Até aquele momento não tinha a visto extravasar o que estava sentindo, e por mais que ela fosse forte, era necessário colocar aquilo para fora.


Dulce soltou o ar com força, suavizando a expressão, como se tivesse se rendido.


— A minha cabeça está um bagunça, Christopher. Eu sei que estou sendo imatura por um monte de merdas, mas eu não consigo evitar. — Suspirou e fechou os olhos. — Acho que eu estou com medo.


— Eu posso saber do quê?


Ela me olhou desconfiada, e se remexeu na cadeira, focando nas próprias mãos.


— Eu tive uma conversa com o Alfonso antes de vir para cá... E estive pensando em procurar meus pais.


Se eu estivesse tomando alguma coisa, aquele seria o momento em que eu engasgaria. Muito. De tantas coisas que Dulce pudesse querer, a última que eu imaginei seria encontrar os pais.


— E isso tem algum motivo especial? — Perguntei cauteloso, observando o olhar dela ficar vidrado antes de focar em mim, balançando a cabeça.


— Eu só quero saber o motivo de... — A voz quebrou, e ela respirou fundo. — Se não fosse o Alfonso me ajudando, acho que nem estaria viva hoje. Quero saber se eles queriam me abandonar, ou se tem algum outro motivo.


Assenti com a cabeça. Eu não tinha certeza de que aquilo era uma boa ideia, mas imaginava que no lugar dela, eu faria o mesmo. Talvez até antes. Dulce tinha vinte e nove anos, eu certamente não teria aguentado tanto tempo.


— Eu quero te ajudar. — Afirmei. — Podemos começar assim que amanhecer, entrando em contato com o orfanato que você cresceu e... — Parei quando ela me olhou surpresa. — O que foi?


— Você é um bom pai. Sabe disso, não sabe? — Sussurrou.


Sorri fracamente, assentindo com a cabeça. Eu podia ter falhas como pai, ter errado pra caralho, mas gostava de pensar que era um bom pai.


— Dulce... — Me remexi na cadeira, desconfortável. Pigarreei. — Como nós ficamos?


Dulce soprou o ar com força novamente, afundando o corpo na cadeira. Parecia mais cansada do que eu arriscaria dizer. Meu pai havia reforçado a ideia de “dê um espaço à garota. A cabeça dela está uma bagunça”, mas porra, a minha também estava. Nunca gostei de ficar às cegas, ainda mais com a Dulce tão perto de mim e ainda assim não saber como ficaria a nossa situação.


Eu estava agradecido por ela decidir ceder um pouco e ficar na minha casa, mas isso ainda era pouco. Eu a queria por completo. Não podiam me culpar por isso.


— Não faço ideia. — Encolheu os ombros. — Eu entendo que você estava de cabeça quente, mas não consigo esquecer a merda que você me disse quando eu me abri com você.


— Dulce...


— Me escuta. — Me cortou. — Eu sei que você estava de cabeça quente, estressado e o que você quiser me dizer, mas não é assim que as coisas funcionam. Eu contei a minha história para você, Christopher, fiquei vulnerável, uma coisa que eu evitava ficar até mesmo com Alfonso e você não deu importância a nada que não fosse em mim matando alguém. Te contei sobre o meu estupro, porra, você tem ideia de como eu me senti humilhada quando você não se importou com isso?


Afundei na cadeira, resignado. Não adiantava falar que imaginava a dor e a humilhação que ela sentiu, porque não imaginava. O que eu imaginava, sequer devia chegar perto da verdade.


— Dulce... — Tentei novamente.


— Não estou dizendo que nunca vamos ficar juntos, porque eu não sei. Mas agora? Sempre que eu te vejo, aquelas palavras ficam martelando na minha cabeça. O seu ataque só por Valentina ter me chamado de “mãe”. A expressão de desprezo que você fez quando eu disse que era garota de programa, e a de nojo quando disse que matei alguém. — Balançou a cabeça e fechou os olhos, e meu estômago deu um nó só de pensar que ela poderia não me dar uma chance. — Eu preciso... Não sei, digerir tudo o que houve.


— Mas...


— É a minha resposta final, Christopher. — Me olhou duramente, apertando os lábios.


Fiquei encarando-a, inconformado. Porra, ela sequer queria deixar que eu me desculpasse. Frustrante pra caralho.


Como eu ia fazer essa mulher ao menos me escutar?


 


Olá. Sou Juarez, noivo da autora (Rute), mas como ela está impossibilitada de postar agora, vim eu (a pedido dela).


Ela está internada desde ontem, e eu queria pedir que vocês mandassem boas energias para ela. Ainda não sabemos ao certo o que aconteceu, mas esperamos que seja resolvido o mais rápido possível para que ela venha postar para vocês logo mais :)


Abraços!



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— Como você está? — Perguntei a Alfonso, segurando a mão dele. — Ótimo. Não sei por que estão me mantendo nessa merda. A comida daqui é horrível. — Fez uma careta inconformada, me fazendo rir. Eu bem lembrava de como era a comida de hospital. Enruguei o nariz para mostrar solidariedade, mas como ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



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  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


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