Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU

Por favor, não me deixe.

Isso ficou martelando na minha cabeça o resto da noite. Era eu quem estava rastejando para que ela me desse mais uma chance, por que diabos eu a abandonaria?

Sem chances.

De qualquer forma, não consegui dormir. Talvez por medo de amanhecer e Dulce ficar esquisita de novo, mesmo que ela houvesse prometido que não iria se arrepender.

Dulce era carnal pra caralho. A sua linguagem corporal deixava isso explícito, e eu não achava que fosse algo que ela fizesse questão de esconder.

Era um dos pontos que eu amava nela.

Então podia ser que ela estivesse agindo por impulso quando veio para cima de mim, e quando prometeu que não iria se arrepender.

Mas, quando amanheceu, ela não estava esquisita, porém também não estava cem por cento confortável comigo.

— E então, vamos voltar à estaca zero? — perguntei quando estacionei em casa, encarando-a. Seu corpo enrijeceu, como se ela não esperasse por aquela pergunta.

— Como assim?

— Bom, considerando que você não falou comigo direito essa manhã e se recusa a me olhar, eu posso dizer que tem alguma coisa acontecendo e eu não sei o que é. — minha voz saiu mais rígida do que eu planejava, mas pelo amor de Deus, eu estava tenso pra caralho. — Dulce, você disse que não iria se arrepender.

— Eu não me arrependo de nada. — ela levantou a voz, me olhando pela primeira vez naquele maldito dia. Eu podia dizer que ela estava... Assustada?

— Dulce...?

— Christopher. — ela segurou minhas mãos, encarando-as. Sua respiração estava irregular, o que me assustou um pouco. — Eu não me arrependo. Eu amo você. Disse isso ontem, digo agora e isso não vai mudar. — me encarou. — Mas a gente precisa conversar.

Ah, não!

— Pelo amor de Deus. — suspirei, apertando os olhos. — Será que a gente não consegue ter um pouco de paz? Sabe, você diz que me ama e a gente segue em frente? — forcei um sorriso.

— Não tem graça. — ela permaneceu séria, e apertou ainda mais a minha mão. — Não tem graça. — baixou o tom ao repetir. Franziu o cenho, e eu suspirei.

— Tudo bem. O que está havendo? Estou ouvindo. Vamos resolver isso, porque estou louco para seguirmos em frente.

Dulce balançou suavemente a cabeça, trincou o maxilar e seus olhos lacrimejaram. Ok, talvez não fosse um bom momento para brincadeiras, e o idiota aqui precisou ver a sua mulher chorando para perceber isso.

Agarrei sua nuca, aproximando-a para que eu beijasse sua testa. Quando me afastei, vi que seus olhos estavam apertados e o lábio inferior tremia nervosamente.

— Dulce, você está me assustando.

Eu já estava assustado, na verdade.

— Eu não posso falar com você agora. — sussurrou ainda com os olhos fechados.

— Porra, Dulce. — resmunguei, fazendo-a abrir os olhos. — Não deve ser alguma coisa tão séria assim.

— Eu não quero te preocupar à toa...

— Eu já estou preocupado, cacete! — cortei-a rispidamente. — Dulce, vamos lá, pelo amor de Deus, o que está havendo?

— Eu amo você. — ela forçou um sorriso. — Sabe disso, não sabe?

— Sei...? — aquele era um daqueles momentos que a gente sabe que não pode dar a resposta errada, ou se coloca em perigo.

— Você sabe, não sabe? — sua voz falhou.

— Sei, querida. Agora me diga o que está acontecendo aqui.

— Você confia em mim? — ignorou o meu pedido, apertando quase de forma desesperada a minha mão.

— Dulce, porra...  — meu coração já estava batendo nos joelhos.

— Me responde, Uckermann. — sua voz subiu uma oitava, e eu franzi o cenho.

— Confio. — suspirei exasperado.

— Eu vou precisar sair agora. Mas eu vou voltar. — enxugou uma lágrima que rolou pela bochecha.

— Para onde?

— Nós vamos falar sobre isso mais tarde. Agora, você vai trabalhar ou ficar com as crianças, e eu vou cuidar de um assunto. — saiu do carro sem esperar minha resposta.

Quando saí do carro, pronto para fazer a porra de um questionário, Dulce colocou as mãos no meu rosto, me encarando com uma vulnerabilidade que me fez calar a boca e acabar com qualquer questionamento que eu quisesse fazer a ela.

— Eu te amo. — sussurrou. — Amo pra caralho. Você vai ter que lembrar disso, garotão. — me deu um beijo rápido antes de sair, me deixando completamente perdido.

♦

Tinha decidido não ir para a empresa. De qualquer forma, eu só tinha reuniões no dia seguinte, e tinha certeza que Maite estava lidando muito bem com as coisas, ou Donna já teria me ligado.

Observei as crianças brincando na piscina, tentando arrumar uma justificativa para as atitudes de Dulce.

Eu estava mais do que aliviado por ela não ter surtado, e ter dito que me amava. No meio de tantas merdas que aconteceram entre a gente, ela não havia dito isso explicitamente. Quero dizer, ela já falou de paixão e até soltou que me amava quando Valentina tinha sido sequestrada, mas fora num momento de raiva. Ela estava puta por eu estar mandando nela, não tinha dito porque queria.

Nada me vinha à cabeça. Eu pensava que poderíamos ter resolvido todos os nossos problemas na noite passada, mas pelo jeito eu estava enganado. E aquilo esta me deixando frustrado como o diabo.

— Papai. — Valentina sentou no meu colo, e pegou o copo de suco que eu estava tomando.

— Pode beber à vontade, querida. — ironizei, e ela se limitou a me encarar de cara feia. Eu ri, passando as mãos por seus cabelos molhados.

— Agora que você e a Dulce estão bem, eu posso chamar a Dulce de mamãe ou você vai brigar comigo de novo? — fitou os imensos olhos verdes em mim.

Uau!

Eu não esperava por aquela pergunta.

Obviamente não cabia a mim decidir isso. Eu não sabia se Dulce gostava de ser chamada de mãe, já que eles não eram, de fato, filhos dela, mas como era eu quem havia surtado quando Valentina a chamou assim, entendi que era eu quem devia dar essa resposta.

— Se ela não se incomodar, não vejo problemas. — respondi com sinceridade, apertando seu pequeno nariz.

— Humm. — respirou fundo, parecendo pensativa. — A mamãe Sophie gosta da Dulce.

Fiquei sério imediatamente. Como assim “mamãe Sophie”?

— Como assim, querida? — perguntei casualmente, mas cada músculo do meu corpo estava tenso.

— Ela sempre vem nos meus sonhos desde que virou uma estrelinha. A gente brinca, conversa... Ela disse que a Dulce é boazinha, e que ama a gente tanto quanto ela. — respondeu e esvaziou o meu copo. — Tchau, papai. Só queria o seu suco. — deu uma risadinha sapeca, beijou a minha bochecha e voltou a brincar com os gêmeos.

Um arrepio percorreu a minha espinha com aquela revelação de Valentina. Ela nunca havia me dito isso, mesmo com o tempo da morte de Sophie. Aquele dia, definitivamente, estava sendo daqueles.

Um dia daqueles.

Dulce chegou quando já tinha anoitecido. Tirando Emma, todos já estavam dormindo.

— Dulce? — chamei-a assim que ela fechou a porta da sala. Levantei do sofá, preocupado. Dulce estava pálida, o corpo inteiro estava tremendo, e seu rosto estava uma mistura de choque e terror. — O que há?

— Você lembra quando eu disse que a gente precisava conversar? — me encarou, mas seus olhos estavam vidrados, o que me fez duvidar que ela de fato estivesse me vendo.

— Claro.

— Esse é um bom momento.

Eu imaginando a reação de vocês com esse término de capítulo:

Vanessa Aparecida: cheguei, nenê ♥

Andrea Osiris: obrigada mil pela compreensão, gatíssima ♥ é importantíssimo pra mim. Ahh, cheguei com capítulo novinho.

Maria Pimentel: tava com saudade de escrever essas cenas, aaaaah. Cheguei, baby.

Amanhã tô de volta, mores ♥ 

Obrigada mil pelo carinho. 

Beijinhos!