Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU
Eu já disse que sou medrosa, certo?
Certo.
E era óbvio que naquele dia não seria diferente. Depois de encontrar George numa cafeteria perto da casa de Christopher para irmos à clínica, fiquei pensando em que merda aconteceria depois disso.
Eu não iria surtar. Já estava trabalhando no meu psicológico justamente para que, independentemente do resultado, eu sentaria com Christopher, explicaria a situação e resolveríamos isso juntos. Se não ficássemos juntos depois disso, seria porque ele não queria, não eu.
Eu o queria.
Eu queria as crianças.
Eu queria uma família.
E não seria uma merda de um DNA que me tiraria aquilo.
Parte de mim ainda queria que o positivo estivesse lá, mesmo com tanta coisa em risco, mas eu queria ter só um pouquinho a sensação de saber quem era o meu pai. Saber da minha origem, o motivo de ter sido abandonada.
Mesmo não sendo a pessoa mais certa do mundo, queria pensar que eu merecia isso.
A clínica era fria, estéril, assim como as pessoas que trabalhavam lá. Ninguém sabia o medo que eu estava sentindo, exceto George. Eu estava suando, sentia as mãos dormentes e geladas, como se fosse passar mal a qualquer momento.
Quando o envelope estava nas minhas mãos, e George ficou me encarando cheio de expectativas, o que eu fiz?
Exatamente. Nada. Não tive coragem de abrir o exame.
Nós saímos da clínica e eu fui visitar Alfonso. Ele não pediu para ver o resultado, mas disse que estaria ao meu lado independentemente do que acontecesse. E que quebraria o pau de Christopher se ele fosse babaca por uma coisa que eu não tinha culpa. Inclusive, eu quase consegui rir disso.
Quase.
Porque uma crise de choro ridícula tomou conta de mim quando eu percebi o que poderia acontecer. Cogitei jogar aquela merda fora, mas eu queria saber o que estava ali dentro.
Passei o dia com George, e isso incluiu fumar um baseado para ver se acalmava os nervos. Funcionou a ponto de me fazer conversar com os peixes num aquário perto da casa de Christopher.
E quando eu voltei para casa e o encontrei sentado no sofá, apenas me esperando... Só então eu me dei conta de que não tinha explicado nada a ele.
Fomos para o seu quarto, e imediatamente eu me sentei na cama, deixando a bolsa e o envelope que esteve nas minhas mãos o dia inteiro na cama. Christopher enfiou as mãos no bolso, mas logo sentou ao meu lado, esperando.
— E as crianças? — perguntei.
— Dormindo. São quase onze, e hoje eles brincaram até não querer mais. — sorriu. — Emma deve estar falando com Ákos. — estremeceu ao dizer o nome do rapaz, o que me fez sorrir. Segurei a mão dele, passando-lhe conforto.
— Ákos com certeza é um bom rapaz. — garanti, e ele assentiu, respirando fundo. Me olhou com curiosidade.
— Então, o que há? Você me deixou curioso, Dulce. Eu preciso saber o que está acontecendo.
— Eu sei. — sussurrei, respirando fundo. Agarrei o envelope de novo. — Eu preciso te contar uma coisa.
— Bom, até que enfim. — sorriu, mas notei que seu corpo estava tenso, o que só serviu para me deixar mais tensa ainda.
— Ok... — respirei fundo várias vezes.
— Dulce, só conte de uma vez. É como arrancar um curativo.
— Acho que meu pai matou a Sophie. — soltei, e tapei a boca com a mão livre. Não era para contar assim. — Não. Espera.
— Dulce... — Christopher ficou pálido. — Do que você está falando?
— Eu preciso te contar. Ai, meu Deus... — aquilo não estava saindo como o planejado. Ok, eu não tinha planejado nada, mas eu não queria que soasse daquele jeito. — É melhor eu ser sincera de uma vez, não é?
— Eu agradeceria. — resmungou com o maxilar trincado.
Cacete!
— Quando eu estava no hospital, seu pai perguntou se eu tinha algum parente, mesmo que distante... Ok, talvez não exatamente nessas palavras... Ele só me perguntou, e depois eu perguntei o motivo. Ele disse que contratou alguém para investigar a morte dela e, bom... Eram dois Saviñón. Fernando e Pablo.
Christopher assentiu com a cabeça, digerindo a informação. Na certa ele não sabia desse detalhe, mas se eu ia abrir o jogo, não iria deixar buraco nenhum no meio. Queria que a gente resolvesse tudo de uma vez.
— Certo. — disse. — E o que isso tem a ver?
— Na minha certidão de nascimento está Saviñón. Não sei se já comentei com você, mas eu já tinha sido registrada antes de chegar ao orfanato.
— Disse. Mas, o que isso tem a ver com a morte da Sophie? Existem vários Saviñón por aí, Dulce. — argumentou.
— Eu fiz o DNA.
Christopher soprou o ar com força, me encarando. Crispou os lábios, e ficou ali. Ele ficou calado por tanto tempo, que comecei a me arrepender por ter aberto o jogo. Eu queria ser honesta, mas não se isso significasse que eu poderia perdê-lo.
O que eu disse sobre ser covarde?
— Christopher...
— Deu positivo?
Suspirei, olhando o envelope.
— Eu não sei. — sussurrei. — Eu não abri ainda.
Ouvi uma respiração aliviada e os ombros de Christopher relaxaram visivelmente. Até mesmo o seu semblante suavizou.
— Não precisamos ver isso, Dulce.
Ah, meu Deus.
— Christopher...
— Dulce, esse cara não te merece. Nem mesmo um mínimo elo. Pelo amor de Deus, são assassinos.
— Eu preciso descobrir, Christopher. — retruquei.
— Por quê?
— Por quê? — repeti, horrorizada. — Você nunca esteve num orfanato. Não passou anos da sua droga de vida perguntando o motivo de estar ali, sendo alvo de chacota na escola, tendo que viver de sobras, passando de lar em lar, mas no fim ninguém te querendo. Você tem um sobrenome, Christopher. Tem pais que te amam. Mesmo que Nancy seja uma louca sem coração, ela te ama. Você sabe disso. Eu não sei quem são meus pais. Perdi as contas de quantas vezes dormi chorando pensando que ninguém iria me amar. Nem mesmo meus pais. Sabe o que passou pela minha cabeça quando eu fui estuprada, Christopher? — eu sentia que estava perdendo o controle, mas a tensão dos últimos dias impedia que me importasse com isso.
— Dul... — sussurrou, com os olhos marejados.
— Eu me perguntei o motivo de eu ter que passar por isso. Eu culpei meus pais, porque se eles não tivessem me abandonado, aquilo não teria acontecido. — grunhi, sentindo o meu rosto esquentar. — Eles podem ter me abandonado porque não tinham condições de me criar, mas eu preferia ter morrido com eles do que passar por aquela noite.
Senti lágrimas rolando pelo meu rosto, e quando vi que Christopher também chorava, o amor que eu sentia por ele, cresceu. Ele sofria por mim. Conhecia as minhas marcas, entendia o meu sofrimento.
Acariciei sua bochecha, sentindo minha mão molhar com suas lágrimas.
— Mas se isso não tivesse acontecido, eu não teria conhecido você. Por isso eu estou aqui tendo essa conversa... Sendo honesta. Independentemente do resultado, se você deixar, eu vou ficar. Se você me quiser, eu vou ficar. Eu cansei de fugir, Christopher. Estou exausta de tentar escapar de nós. — funguei. — Mas se eu for filha do Fernando... Irmã do Pablo... Eu preciso saber porque eles me abandonaram. Entendeu?
Christopher me encarou antes de segurar meu pulso e beijar a palma da minha mão com devoção, apertando os olhos. Tomando uma respiração profunda, ele me deu um beijo casto, colando nossas testas.
— Abra o exame. — sussurrou com os olhos fechados.
— Tem certeza?
Ele balançou a cabeça.
— Não.
Eu sabia que aquilo estava sendo difícil para ele também. Cogitei a possibilidade de desistir dessa merda, mas eu sempre sonhei com aquele momento.
— Eu acho melhor você ver. — sussurrei, completamente sem coragem.
Ele abriu os olhos e tirou o envelope da minha mão, abrindo-o impaciente. Suas mãos tremiam um pouco, e seus olhos estavam vidrados. Mas, o seu semblante ficou impassível ao dar a notícia:
— Parabéns, você é filha de Fernando Saviñón. — anunciou.
RUTE ESTÁ D E S M A I A D A:
Respondendo o face:
Vanessa Aparecida: chegueeeeei!
Andrea Osiris: HAHAHAHAHAHA como eu disse, rainha dos gifs está de volta, hehehe.
Oi, nenês.
Até amanhã, nenês.
Beijinhos!
Prévia do próximo capítulo
Dulce pegou o papel da minha mão com uma impaciência palpável. Leu e releu o papel várias vezes. Ela estava chorando silenciosamente, mas eu não sabia dizer se por um motivo bom ou ruim. Não que houvesse uma situação boa àquela altura. Meu estômago estava doendo, assim como a minha cabeça, os meus b ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1003
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lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11
Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda
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lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24
Vai fazer 2 anos q vc n posta mais
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maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51
cont.....
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05
Espero que voce volte a postar, beijos
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23
Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35
Olá ruteeee
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lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13
poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03
Se vc estiver bem é o importante
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37
Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais
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lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15
já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?