Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU
— Você tem certeza que quer fazer isso? Nós podemos simplesmente voltar pra casa, Dulce. Emma fez aqueles biscoitos que você adora. — Christopher tentou me convencer a desistir daquela ideia pela centésima vez.
Olhei para ele e balancei a cabeça. Eu já havia respondido à pergunta, então me limitaria a fazer apenas isso, antes que eu socasse aquele rostinho lindo e acabasse presa também. O seu suspiro disse que ele não estava gostando de nada daquilo, mas como eu também não estava, ficávamos quites.
— Dulce, vamos pra casa. — sussurrou. Ele não estava mais na defensiva, mas parecia receoso.
— O que você quer me dizer, Christopher? É melhor desembuchar do que ficar nessa enrolação.
— E se ele não quiser conversar? Você já parou pra pensar que ele pode se aproveitar de você?
— Ele é meu pai. — franzi o cenho.
— Mas não sabia disso. Eu sou pai de sete crianças, Dul. Esse homem colaborou pra você existe, existe uma diferença entre isso e a paternidade. — retrucou. — Ele nunca te viu na vida, não sabe nada sobre você.
Era um bom ponto. Um a ser considerado, inclusive. Mas eu já tinha pensado nisso, e se ele fosse a única forma de encontrar minha mãe, foda-se, eu falaria com ele.
O portão foi aberto, e Christopher apertou minha mão com tanta força que soltei um resmungo de dor, olhando-o com o cenho franzido. Suas mãos estavam geladas e suando. Sinceramente, ele parecia mais tenso que eu.
— Desculpa. — sussurrou, olhando para a porta, onde os visitantes entravam.
— Você fica. — levantei, sendo puxada para sentar novamente. — Cacete. O que foi agora?
— Eu vou com você. — olhou para o policial parado no portão antes de me encarar novamente. — Não quero você sozinha com aquele cara.
— Não precis...
— Porra, Dulce, coopera. — grunhiu. — Eu já perdi a Sophie. Não vou perder você também. — levantou, me puxando junto.
Ah, era disso que se tratava. Christopher estava fingindo lidar muito bem com essa situação, mas esse medo era não só óbvio, mas também esperado. Mesmo que Fernando não tivesse sido o que apertou o gatilho contra Sophie, ele estava junto, e tinha uma parcela de culpa. E das grandes.
— Eu preciso de espaço pra falar com ele, Christopher. — segurei as mãos dele.
— Sem chances. — bateu o pé. — Eu entendo que você queira conversar com ele, mas a menos que eu entre com você, isso não vai acontecer. Eu não vou arriscar. Não. Vou.
Bufei irritada para o homem, deixando claro que ele estava sendo um pé no saco agindo daquela forma.
— Tudo bem. Mas você fica em outra mesa.
Christopher abriu um sorriso triunfante, e lhe dei um soco no ombro, não podendo evitar o sorriso também. Eu podia falar o que fosse, mas era sexy como o inferno aquele lado protetor dele.
Nós entramos e imediatamente comecei a procurar pelo homem que George tinha me mostrado a foto. Havia poucas pessoas ali, mas todos já estavam acompanhados, exceto um.
Assim como todos, ele usava o uniforme laranja. Estava com as mãos unidas sobre a mesa e a cabeça baixa. Era careca, mas mesmo de longe pude ver a barba consideravelmente grande.
Isso estava oficialmente acontecendo.
Puta merda!
Olhei para Christopher, que olhava para Fernando como se pudesse matá-lo apenas fazendo isso. Seu maxilar estava travado, os olhos exalando fúria e os punhos fechados. Ele parecia estar vendo o seu pior inimigo, e por um segundo acreditei que isso fosse mesmo verdade.
— Eu vou agora. — não dei tempo para que ele respondesse; comecei a caminhar até Fernando.
Ele não levantou a cabeça quando me aproximei, e tampouco quando me sentei de frente para ele. Apenas quando pigarreei, ele ergueu a cabeça e se recostou na cadeira, me avaliando com um olhar tão atento que fez com que eu me encolhesse.
— Você deve ser a Dulce. — foi a primeira coisa que saiu da sua boca. Me assustou como o inferno saber que ele sabia o meu nome, e senti minhas mãos começarem a suar.
Fica tranquila, porra. É só o seu pai. Ou doador de esperma, como Christopher disse.
Observei seu rosto. Se eu o visse em outra ocasião, não diria que ele era um criminoso. Mesmo com a cicatriz na bochecha esquerda e o semblante ameaçador, sua postura era elegante. Quase tão elegante quanto a de George e Christopher. Seus olhos estavam estreitos, e o queixo erguido, como se fosse superior a mim.
— Você vai falar alguma coisa ou vai abrir o bico pra terminarmos logo com isso? — falou com rispidez, estreitando ainda mais os olhos.
Porra!
— Acredito que você não tenha muito pra fazer aqui. — retruquei. — Não é como se você estivesse num SPA.
Seu maxilar travou, e eu quase fiquei com medo de ter falado alguma besteira.
— O que você quer, menina?
— Como você sabe que eu viria aqui?
— Um tal de George veio aqui bancar o seu guarda costas. Ou a sua babá. Seja o que você tenha pra mim, não me interessa. Você não é o meu tipo de mulher.
Mas que diabos...
— Não vim pra ser seu tipo de mulher, Fernando. Sou sua filha. — despejei, sem me preocupar em ser delicada ou com o que ele pensaria.
Seus olhos estavam estreitos desde que eu tinha chegado, mas de repente de arregalaram e tive a visão de íris azuis escuras, como num mar turbulento.
Bom, ao menos o homem tinha os olhos bonitos. Pra caralho, diga-se de passagem. Eu adoraria ter olhos como os dele.
Ele cruzou os braços, arqueando a sobrancelha. Seus ombros ficaram tensos, fazendo-o ficar maior do que ele era, de fato. O homem ficou calado por tanto tempo que me deu a entender que não falaria nada.
— Besteira. — começou a se levantar, mas segurei seu braço quase de forma desesperada. — Me solta, porra! — grunhiu.
— Eu tenho provas. — soltei, e vi a dúvida passando por seus olhos. — A não ser que você tenha medo da verdade, gostaria mesmo que você sentasse. Eu posso te provar.
— Isso é impossível. — disse, mas mesmo assim ficou. — Só tive um filho toda a minha vida. E ele está morto.
— Senta. Por favor. — pedi num sussurro.
Ele se jogou na cadeira e minhas mãos tremeram enquanto eu procurava o maldito exame dentro da bolsa. Assim que o encontrei, coloquei-o em cima da mesa, perto de seu alcance. Ele encarou o papel, a mim, o papel e a mim novamente.
— Que porra é essa, menina? — apontou com a mão para o papel.
— Exame. DNA. Eu fiz. Deu positivo.
Fernando permaneceu lá, impassível, como se fosse incapaz de entender qualquer merda que eu estivesse falando.
— Fernando...
— Eu entendi. — rosnou, atraindo o olhar de algumas pessoas. De relance, vi alguns policiais agarrando as respectivas armas, estreitando os olhos para nós. — Eu entendi. — respondeu mais baixo.
Ele levou seu tempo para pegar o exame e ver o que estava escrito. Mais tempo ainda lendo e relendo o que estava ali. Sua respiração ficou irregular e quando ele olhou para mim, jogou o papel na mesa.
— Quantos anos você tem? — sussurrou.
Bom, aquela calmaria não era o que eu estava esperando. Definitivamente não era. Eu nem sabia o que esperava, mas estava me preparando para uma explosão ou algo assim.
— Vinte e nove.
Ele me encarou, voltando a trincar o maxilar.
— Aquela vadia descarada. — levantou antes que eu tivesse o reflexo de segurá-lo.
— Você lembra da minha mãe? Qual o nome dela? — levantei junto.
— Aquela desgraçada me disse que você tinha morrido. — berrou, apontando para mim. Quando eu menos esperei, ele se aproximou e me agarrou pelos ombros, me sacudindo violentamente. — Aquela filha da puta disse que você tinha morrido. Vagabunda! Desgraçada! Cadela filha de uma puta!
As mãos dele foram tiradas de mim com brutalidade, e quando dei por mim, Christopher estava em cima de Fernando, socando-o com tanta força que fiquei zonza.
Policiais apareceram para apartar a briga — mesmo que só viesse da parte de Christopher —, separando-os. O rosto de Fernando estava ensanguentado enquanto Christopher continuava tentando avançar sobre ele.
— Toque nela mais uma vez e você morre, seu desgraçado. — Christopher rosnou.
Fernando levou as mãos ao rosto, limpando em vão o sangue que escorria do seu nariz. Ele olhou para mim, um olhar gélido e cheio de ódio.
— Nunca mais venha aqui, garota. Não me importa o que você quer, mas não quero saber de nada que tenha ligação com aquela vagabunda. — colocou as mãos para trás e foi algemado, saindo com um policial a cada lado.
Christopher soltou-se violentamente, vindo até mim e envolvendo o meu rosto nas mãos, me olhando com preocupação. Suas mãos tinham o sangue de Fernando, mas de certa forma, não me importei com isso.
— Linda, está tudo bem?
Olhei para Fernando até que ele sumisse de vista, e então para Christopher, que parecia pronto para colocar a prisão abaixo caso ficássemos muito tempo lá.
— Vamos embora daqui.
♦
Christopher deitou comigo quando tivemos certeza que as crianças estavam dormindo. Ficando de frente para mim, puxou meu corpo até que eu ficasse completamente colada a ele.
— Oi. — sussurrou, beijando a ponta do meu nariz.
— Oi. — sorri fracamente, passando a perna pela dele, e envolvendo sua nunca com uma das mãos.
— Quer falar sobre o que houve com Fernando?
Balancei a cabeça, respirando fundo.
— Agora não. Eu ainda preciso digerir o que ele disse. Pelo jeito, ele não sabia que eu estava viva.
— Bom... Isso não é uma surpresa, certo?
— Ele estava puto por não saber, Christopher. Você não ouviu o que ele disse? “Aquela desgraçada me disse que você tinha morrido”. — repeti. Aquelas palavras ficaram na minha cabeça o dia inteiro.
— Eu preciso me preocupar com o que você está pensando? — traçou a minha sobrancelha com o polegar, sem deixar de me olhar.
— Eu não sei. — sorri. — Amanhã é um novo dia. Você vai conhecer o seu genro, e eu vou tentar esvaziar a cabeça para clarear as ideias.
— Ákos. Isso nem é nome de gente. — grunhiu, realmente irritado. Aquele ciúme acabou me fazendo rir. — E aquele sobrenome? Érgeresquisito. Eu aposto uma grana que ele é um perdedor. — bufou.
— Tente ser simpático com ele, Christopher. É importante pra Emma.
— Pelo amor de Deus. — respirou fundo e eu coloquei a cabeça em seu peito. — Você acha que ela está mesmo apaixonada?
— Humm... Honestamente, acho que é a primeira paixão do colegial dela. Acredito que isso seja real.
— Porra. — gemeu. — Isso vai ser uma grande merda.
Ficamos em silêncio até que senti sua respiração ficar regular. Eu estava surpreendida pela atitude de Christopher comigo. Eu esperava que ele fosse surtar. Eu esperava que eu fosse surtar.
Provavelmente o nosso relacionamento estava amadurecendo. Nós estávamos amadurecendo.
Pelo menos um ponto bom no meio de tanta merda.
Vocês sabem como eu fiquei com a atitude do Fernando?
Respondendo o face:
Vanessa Aparecida: cheguei, nenê ♥
Andrea Osiris: primeiro, muito obrigada pelo carinho, mulher. Me deixa imensamente feliz saber que eu tenho o apoio de vocês aqui ♥ o sobrenome do Ákos é uma coisa incompreensível, hahahaha, só a Emma consegue pronunciar.
Primeiramente, fora Temer! (desculpa, é força do hábito).
Segundo: caralho, obrigada demais pelo carinho e apoio de vocês. Cada mensagem me fez tão feliz que chorei a ponto de soluçar, hahahahahahaha (cada há é uma lágrima). Vocês são as melhores desse mundão louco ♥
E eu só posso dizer uma coisa: minha gente, que loucura do Fernando foi essa? Tô perdidaça!
Até quarta, amorecos ♥
Prévia do próximo capítulo
Ákos sobrenome-esquisito. Fernando Saviñón. Esses caras ainda iriam me matar. Por motivos diferentes, claro, mas por causa de mulheres absurdamente importantes na minha vida. Fernando era escroto. Vê-lo indo para cima de Dulce como um animal possesso, me deixou possesso. Dulce não queria abrir a boca sobre o que eles tinham conversado, ma ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1003
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lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11
Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda
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lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24
Vai fazer 2 anos q vc n posta mais
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maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51
cont.....
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05
Espero que voce volte a postar, beijos
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23
Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35
Olá ruteeee
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lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13
poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03
Se vc estiver bem é o importante
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37
Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais
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lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15
já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?