Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU
Eu estava num verdadeiro tédio.
Anahí e Alfonso sequestraram as crianças, então eu não tinha muita coisa para fazer. Eu nem sabia o que ela tanto fazia com os sobrinhos, mas eles pareciam gostar, visto que nem pensaram duas vezes antes de irem, me deixando completamente sem carinho e sem amor.
Christopher estava no trabalho, Maggie estava ocupada com alguma coisa da casa, e se recusava a me deixar ajudar.
Foda!
Eu tentei ler, tocar o piano do Adam — e não saiu nada bonito, já que eu não sabia nem onde ficava o dó central que ele vivia falando —, nadar, fucei cada canto daquela casa enorme, mas não tinha nada de interessante para fazer.
Até a bagunça do aniversário da Emma já estava limpa, então nem tentar ajudar a limpar eu poderia.
Tentei ligar para Christopher, mas caiu direto na caixa de mensagens. Devia estar em alguma reunião. George também estava ocupado, e pelo tom de voz e os gritos da Nancy ao fundo, não era para resolver coisa boa.
No caso, decidi fazer a única coisa que parecia cabível: fazer uma surpresa para o Christopher. Pelo que ele havia me dito, as reuniões estavam tensas nos últimos dias, e nada melhor do que uma mulher seminua para ajudá-lo a relaxar, certo?
Certo.
Depois de um dos banhos mais longos da história, vesti uma lingerie que ele adorava, e coloquei um sobretudo por cima. Não havia muito a ser feito nos cabelos, já que o que sobrou ficava liso a maior parte do tempo. Passei uma maquiagem leve, mas optei por um batom vermelho vivo para marcar aquele corpinho bonito.
Enquanto Matteo me levava até a empresa, eu me perguntava o que eu podia fazer. Sabia que Donna era secretária dele, e que era absurdamente eficiente. Será que ela me deixaria entrar sem ser avisada? Merda, eu não pensei nesse detalhe.
Quase pedi para Matteo voltar, mas antes que eu pudesse fazer isso, ele avisou que havíamos chegado.
O troféu de pessoa mais lerda do século vai para: Dulce María Saviñón. Parabéns!
Enquanto via o elevador subindo eternamente até o último andar, comecei a me arrepender amargamente de ter inventado de fazer uma surpresa. Onde eu estava com a cabeça? Tudo bem, eu estava no ócio e não estava adaptada a ter tempo livre, mas de onde a minha mente criou que Christopher gostaria de uma surpresa no meio do dia?
Mais idiota que eu, só eu.
Tudo bem, eu poderia lidar com isso. Era só fazer a egípcia, dizer que estava passando por e decidiu dar um “oizinho”.
Certo!
Vi Donna assim que as portas do elevador se abriram, sentada em sua mesa em formato de lua, concentradíssima no conteúdo de seu computador. Me aproximei tentando não fazer barulho, mas os saltos fizeram aquele clic assim que entraram em contato com o mármore.
Donna ergueu os olhos e sorriu amplamente, levantando para me abraçar. Eu não sabia o quanto ela sabia sobre mim, mas o contato era muito bem-vindo, visto que eu estava acostumada com crianças em cima de mim o tempo inteiro, mas estava sendo trocada pela tia.
— Que surpresa te ver por aqui. Christopher não disse que você viria.
— Ah, eu meio que decidi vir de surpresa. — encolhi os ombros, dando um sorriso nervoso. — Mas se ele estiver muito ocupado, posso ir embora.
Por favor, que ele esteja ocupado, por favor, que ele esteja ocupado.
— Que nada. — Donna me puxou até que sentei num sofá de couro muito confortável. — Ele está numa reunião, mas já deve estar acabando. É muito urgente o que você tem pra falar com ele? Ele não gosta muito de ser incomodado em reuniões, mas posso avisar que você está aqui.
— Não. Eu posso esperar. — sorri.
Ela me ofereceu água, café, biscoito, bolacha, almoço, janta, e enfim disse que precisava revisar algumas coisas, mas não sem antes avisar que Christopher logo estaria saindo.
As minhas unhas já tinham ido embora com a ansiedade. Eu estava agoniada com a possibilidade de Christopher não gostar de surpresas. Faria mal se eu ligasse? Não, mas eu tinha que ser a idiota impulsiva.
Depois do que pareceu ser uma eternidade, a porta da sala dele foi aberta, e me levantei rapidamente, ajeitando o sobretudo para não acabar mostrando coisas demais.
Christopher estava conversando com quem ainda estava dentro, mas ele não parecia muito feliz. Talvez a surpresa fosse sim num bom momento, no fim das contas. Um casal saiu da sala. O homem estava com os braços ao redor do corpo da mulher, que parecia não estar prestando atenção no que Christopher dizia. Seu rosto estava vermelho, e a julgar pelo lenço que segurava, esteve chorando.
Chorando com Christopher? Por quê?
Cruzei as mãos atrás do corpo, esperando que Christopher me notasse, observando o seu maxilar trincado, e o corpo inteiro enrijecido. Ele só me viu quando começou a caminhar com o casal, provavelmente até o elevador, e seu semblante passou de tenso para perplexo. Seus olhos se arregalaram, a boca entreabriu, e a respiração ficou ligeiramente ofegante.
Bem, eu não esperava aquela reação ao me ver.
— Oi... — sussurrei ao perceber que ele não falaria nada, apenas ficaria me encarando como se eu fosse um ser de outro mundo.
— O que você está fazendo aqui? — sua voz estava baixa, tensa. Franzi a testa em confusão, me sentindo imediatamente na defensiva. Olhei para o casal, que me encarava com curiosidade. Olhei para a mulher desconhecida, que parecia que ia desmaiar a qualquer segundo.
Tinha alguma coisa errada. Olhei o sobretudo para garantir que não estava mostrando nada, e a única explicação que encontrei foi que tinha alguma coisa no meu dente. Era a única explicação plausível.
— Está tudo bem? — perguntei sem tirar os olhos do casal, que me encarava como se eu fosse um ET. Olhei para Christopher, e seus olhos ainda estavam arregalados. — Eu cheguei num momento ruim?
— Imagina, filha, já estávamos de saída. — o desconhecido foi o primeiro a quebrar o gelo, com um sorriso cordial. — Inclusive, sou Arturo Calderón. Estava numa reunião com o Christopher. — olhou de relance para Christopher, e meu coração começou a bater descompassado.
Arturo Calderón. Puta merda. Ah, não. Christopher não faria isso. Olhei para Christopher, que parecia querer desaparecer da face da Terra, ainda sem mover um músculo.
— Esta é a minha esposa, Esperanza Calderón. — o homem continuou falando, apontando para a mulher ao seu lado, e por pouco minhas pernas não amoleceram. Só podia ser brincadeira com a minha cara. — Você está bem, moça?
Sacudi a cabeça, e só então reparei que Arturo estava com a mão estendida, me encarando preocupado. Num gesto automático, apertei a mão dele, mas os meus olhos não deixavam a mulher diante de mim.
Não dava para acreditar. Eu estava bem diante da minha mãe. Da mulher que tantas vezes eu idealizei, esperei que não tivesse ficado comigo porque não tinha condições, quando na verdade ela estava muito bem física, e aparentemente, emocionalmente também.
Cacete!
— Dulce, amor. — Christopher colocou a mão na base da minha coluna, atraindo o meu olhar. — Aconteceu alguma coisa?
— Dulce? — Esperanza, enfim, falou, ficando mais pálida do que já estava assim que reconheceu meu nome.
— Sim. — respondi com mais rispidez do que o planejado. — Dulce Saviñón. — falei lentamente o sobrenome. — É um prazer, senhor e senhora Calderón. — olhei para Christopher. — Podemos conversar, Christopher?
Eu ia acabar com esse filho da puta. Eu nem tinha decidido o que faria, e ele passava por cima de mim assim? Como ele sabia que aquela mulher estava no país?
Depois de anos sonhando com aquele encontro, não poderia estar mais decepcionada. Mesmo com a declaração de Fernando, eu não esperava uma mulher como ela. Fina. Elegante. Bonita. Porra, era pedir demais que ela parecesse ao menos um pouco humilde? Essa mulher gritava luxo por todos os poros.
Eu só conseguia sentir uma coisa naquele momento, enquanto queria berrar o quanto ela fodeu com a minha vida: nojo!
— Hã... — seu olhar foi para mim para o casal e para mim novamente. — Claro. Donna, você pode levá-los ao elevador?
Donna assentiu com a cabeça, e acompanhei Christopher até a sua sala, consciente do olhar da mulher que sempre arrumei desculpas para admirar.
Christopher trancou a sala num clique, e eu me sentei numa poltrona, encarando-o. Esperando que ele dissesse alguma merda a seu favor. Ele era a pessoa que mais estava me infernizando com essa coisa de manter distância dos meus pais, e ele é quem vai atrás da minha mãe? Não dava para entender.
— Estou ouvindo. — anunciei quando vi que ele não faria nada além de me encarar cauteloso.
— Eu sinto muito. — sussurrou, se aproximando. — Eu só queria garantir que essa mulher era boa pessoa.
— Ela tem uma vida incrível, Christopher. Diferente do que eu pensei, ela não me abandonou porque não tinha condições de ficar comigo. — minha voz, infelizmente, saiu quebrada e mais alta que o planejado.
Era uma merda assumir isso, mas feliz, ou infelizmente, era a verdade. Ela forjou a minha morte para Fernando e para o mundo, e passou quase trinta anos fazendo de conta que eu realmente tinha morrido.
— Eu sei. — passou as mãos pelos cabelos. — Quero dizer, não, não sei. — agachou de frente para mim, segurando minhas mãos. — Ela estava com medo.
— Você vai ficar do lado dela? — perguntei, incrédula, soltando minha mão da dele abruptamente. Inconscientemente, eu estava do lado de Fernando. Naquela história, ele fora o único injustiçado. Desde que aquela mulher entrou na vida dele, só aconteceu desgraças.
— Eu não estou do lado de ninguém, amor. — protestou. — Mas eu não sabia se você ia atrás dessa mulher, e eu queria ter certeza que ela não sabia sobre você. Arturo é um político corrupto, Dul, ele podia muito bem ter forjado a sua morte até mesmo pra Esperanza.
— E foi o que ele fez? — um bolo se formou na minha garganta, pensando que Esperanza também podia ter sido enganada. Mas as minhas esperanças foram trituradas com o olhar de Christopher. Ela sabia.
— Ela ficou com medo. Foi ela quem escolheu seu nome, e optou por deixar o sobrenome do Fernando, porque assim você poderia encontrá-lo, quem sabe.
— Filha da puta. — resmunguei e levantei bruscamente, fazendo Christopher quase cair. — Você não devia ter agido pelas minhas costas.
— Aonde você vai? — ele perguntou quando comecei a sair da sala.
— Vou me resolver com essa mulherzinha. Se ela acha que pode sair fodendo com todo mundo e depois descartar a própria filha como se fosse um pedaço de merda, ela está muito enganada.
VOCÊS SABEM COMO EU TÔ COM A VERSÃO BARRAQUEIRA DA DULCE?
Respondendo o face:
Vanessa Aparecida: chegueeeei, nenê ♥
Já falei pra algumas manas, agora vou deixar oficializado: Rutinha ama um drama, MAS RUTINHA TAMBÉM AMA UM BARRACO, MINHA GENTE. É DISSO QUE O POVO GOSTA: DULCETE INDO TOMAR UMA ATITUDE.
Será que vai ter pancadaria? Puxão de cabelo? Gritos desesperados? Choro de sair catarro no nariz? Segunda-feira, no Fanfics Brasil, hahahaha.
Até segunda, mores. Bom fim de semana e boa leitura!
Prévia do próximo capítulo
Desde que eu tinha conhecido Christopher, comecei a entender muitos sentimentos dos livros de romance que eu comprava — ou roubava, quando não tinha dinheiro. Não me orgulho disso, mas vida que segue. Eu entendi a expressão monstro verde (referente ao ciúme), silêncio ensurdecedor, e agora eu entendia aquela coisa de enxergar vermelho ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1003
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lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11
Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda
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lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24
Vai fazer 2 anos q vc n posta mais
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maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51
cont.....
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05
Espero que voce volte a postar, beijos
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23
Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade
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lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35
Olá ruteeee
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lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13
poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03
Se vc estiver bem é o importante
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camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37
Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais
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lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15
já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?