Fanfics Brasil - Capítulo 85 — Dulce De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Capítulo 85 — Dulce

1423 visualizações Denunciar


Desde que eu tinha conhecido Christopher, comecei a entender muitos sentimentos dos livros de romance que eu comprava — ou roubava, quando não tinha dinheiro. Não me orgulho disso, mas vida que segue.


Eu entendi a expressão monstro verde (referente ao ciúme), silêncio ensurdecedor, e agora eu entendia aquela coisa de enxergar vermelho.


Começou quando eu soube que Esperanza me reconheceu. A forma como ela mencionou meu nome não deixou a desejar. Ela sabia quem eu era. E se pensava que eu simplesmente seguiria Christopher do mesmo jeito que ela seguiu Arturo como um cachorrinho, e iria esquecer tudo isso, estava muitíssimo enganada.


Antes de sair do prédio, amarrei ainda mais o sobretudo para não acabar mostrando mais do que deveria. Encontrei-a entrando num carro preto, e apressei o passo para alcançá-la.


— Esperanza! — gritei assim que passei pelas portas giratórias.


Ela girou o corpo, me encarando assustada, e fez um sinal para o motorista sair de perto dela. A cabeça de Arturo surgiu de dentro do carro e ele falou alguma coisa enquanto eu me aproximava.


Esperanza fez menção de entrar no carro, e eu gritei alto o suficiente para chamar a atenção de qualquer pessoa que estava por perto:


— Se você ousar entrar na porra desse carro, juro que acabo com a sua vidinha de lady e a candidatura desse mentiroso! — apontei para o homem, sentindo o meu rosto arder de raiva.


A mulher me encarou perplexa, como se não soubesse se eu seria capaz de fazer isso. Arturo estava impassível, apenas olhando para os lados para ver se alguém tinha escutado.


Me deixa falando sozinha, que eu chamo até o Papa para armar um barraco.


A porta foi fechada, deixando-a do lado de fora. Fiquei a poucos centímetros dela, procurando qualquer resquício de arrependimento por ter vivido quase três décadas fingindo que eu não existia.


— Nós vamos entrar na empresa, encontrar uma sala onde tenhamos privacidade, e nós vamos conversar, Esperanza. Você me deve isso por ser uma cretina sem coração.


— Dulce... — arfou, levando a mão ao peito como se tivesse sido golpeada.


— Avisa ao seu marido, Esperanza. — fechei as mãos em punhos, me esforçando para não estapear aquela carinha plastificada. Eu estava num misto de mágoa, raiva e frustração, e não seria bonito quando eu explodisse de vez. — Agora! — trinquei o maxilar para não falar muito alto.


Ela ainda me encarou por um tempo, esperando que eu mudasse de ideia, e quando viu que isso não aconteceria, bateu duas vezes na janela do carro, falando algo em espanhol com o marido, que me encarou cheio de desdém.


Filho de uma puta.


Esperanza me seguiu prédio adentro, e o caminho no elevador até a cobertura foi uma tortura. Eu sentia o olhar dela em mim, mas precisava colocar a cabeça no lugar. Não dava para apenas sair destilando ódio, por mais que, do fundo do meu coração, fosse o que eu queria fazer.


Estava tão decepcionada com a imagem que eu criei da minha mãe e ter que me deparar com uma mulher fria e mesquinha, que nem conseguia encontrar motivos para manter a calma com ela.


Christopher estava conversando com Donna, parecendo agitado, e quando me viu, soprou o ar com força, para sugá-lo de volta ao ver Esperanza no meu encalço.


— O que aconteceu? — ele perguntou baixinho quando se aproximou.


— Vou conversar com ela. Tem alguma sala livre por aqui?


Ele estreitou os olhos, desconfiado, intercalando uma encarada sinistra entre Esperanza e eu, provavelmente tentando descobrir se alguma coisa seria quebrada.


— Alguma coisa vai ser quebrada? Se for, vou ter que mandar pra sala no primeiro andar... — começou, e eu revirei os olhos. — Se não, tem a sala de reuniões. É grande, cômoda, sem câmeras e com isolamento acústico, então você vai poder gritar à vontade.


Deus do céu.


O homem pensava em coisas que sequer tinham passado pela minha cabeça.


Agarrei sua nuca, beijando-o longamente. A surpresa dele não durou mais que um segundo antes de agarrar minha nuca e cintura, me puxando ainda mais para si. Um pigarro desnecessário fez com que nos separássemos, e Donna apareceu no meu campo de visão, com os braços cruzados e um sorrisinho de lado.


— Christopher tem uma reunião em cinco minutos, e está com a cara cheia de batom. — anunciou sorridente.


— Sala de conferências? — ele perguntou, sem me soltar ou deixar de me olhar. Donna confirmou. — Certo! Leve a Dulce e a Sra. Calderón até a sala de reuniões. Elas não devem ser interrompidas de maneira nenhuma.


Ele se afastou relutantemente. Estava uma gracinha com o rosto marcado pelo meu batom. Infelizmente não seria naquele momento que eu mostraria a lingerie favorita dele no meu corpinho. Eu também estava louca por ele ter falado com aquela mulher sem a minha permissão, então a gente ia conversar antes de ele ter qualquer pedaço de Dulce.


— Se precisar de alguma coisa, não hesite em me chamar, tudo bem? Tem um telefone na mesa central, e um papel com os ramais das salas. Estarei na sala de conferências. — acenei com a cabeça e ele se afastou, lançando um olhar desdenhoso para Esperanza.


Donna nos guiou até a sala, e diferente da de Christopher, ela era clara, com janelas enormes cobrindo toda a parede, e a decoração neutra.


— Eu te ofereceria algo pra beber, mas quero acabar logo com isso, e a sala não é minha. — cruzei os braços, sentando na cadeira onde imaginei ser a que Christopher ocupava nas reuniões, tentando sentir um pouco daquele poder. — Pode sentar.


Esperanza parecia realmente relutante em estar ali, olhando para todos os lados como se eu fosse a própria praga. Queria dizer que isso me incomodava, mas tive tantas bombas nas últimas semanas, que provavelmente eu já estava acostumada.


Quando ela sentou, suavizou também o semblante, parecendo querer chorar a qualquer momento.


— Me perdoe, filha. — fungou, colocando as mãos na mesa. — Eu sei que você não vai entender, mas eu... Eu não podia abandonar meus filhos por um caso rápido.


Ouch!


— Então abandonar uma criança com quatro dias de vida é o aconselhável, certo? — nem me esforcei em manter a ira e o sarcasmo longe do meu tom de voz. — Em algum momento passou pela sua cabeça me entregar ao Fernando?


— Eu não podia fazer isso, filha!


— Não me chama de filha! — grasnei, furiosa. — Você não tem a porra do direito de me chamar assim! Passou pela sua cabeça ou não me entregar ao Fernando?


Esperanza enrijeceu a coluna e crispou os lábios. Uma única lágrima caiu do seu olho direito antes que ela negasse com a cabeça.


I-na-cre-di-tá-vel.


Olhei-a perplexa, esperando uma mínima explicação. Eu merecia isso, certo? Por toda a merda que eu passei por causa dela, quando ela simplesmente poderia me deixar com o meu progenitor, que ao contrário dela, parecia ser uma boa pessoa.


— Ele poderia usar isso contra a minha família, Dulce. Usar você pra nos atingir. — sussurrou e um grunhido transtornado brotou do fundo da minha garganta. — Arturo é um homem poderoso enquanto o Fernando era só... — gesticulou com as mãos, e eu pedi aos céus para ela não finalizar da forma que eu estava pensando. — Um motorista fodido.


Pronto.


Isso foi o suficiente.


Levantei da cadeira e caminhei rapidamente até ela, dando-lhe um tapa no rosto forte o suficiente para que a cadeira caísse, acabando com aquela pose superior ridícula.


— O que... — me encarou perplexa, e eu a calei esbofeteando o outro lado do seu rosto. — Dulce! — gritou, mas eu me limitei a agarrar os cabelos presos num coque perfeito, arrastando-a enquanto ela gritava descontrolada, tentando se soltar e me arranhando com aquelas unhas de gato.


Graças aos céus a sala tinha isolamento.


Soltei-a quando meu joelho começou a doer, como um lembrete da minha nova limitação. Esperanza chorava como um bebê, e eu chorei silenciosamente, não por ela, mas pela família que ela não me permitiu ter por puro egoísmo.


Ao menos nesse aspecto, Christopher não podia reclamar da Nancy.


Agachei com dificuldade, encarando a mulher desfigurada diante de mim.


— Nunca mais ouse falar assim do Fernando. Você é a pessoa mais repugnante que eu conheci nessa vida, Esperanza.


— Eu vou te processar por agressão, garota. — grasnou, tentando arrumar os fios rebeldes.


— Faça isso. Eu vou amar a atenção que vou receber, e vou amar mais ainda acabar com a campanha do seu maridinho. Imagina só se o público dele descobre a víbora que tem por trás daquele imbecil. Você! É! Repugnante!


Levantei com o auxílio da mesa, apertando o sobretudo que começava a soltar.


— Espero que o nosso encontro fique marcado pra sempre em você, Esperanza. — desdenhei antes de sair da sala, ignorando o pedido ensurdecedor do meu cérebro de voltar lá e dar mais uma surra desgraçada naquela mulher.


Donna estava na sua mesa, e ergueu os olhos ao ouvir os malditos saltos que eu usava.


— Você pode pedir para o Christopher me ligar quando a reunião acabar? — sorri fracamente para ela, que olhou para um ponto atrás de mim, arregalando os olhos em choque. Acompanhei o olhar o vi Esperanza saindo da sala com as mãos cobrindo as bochechas. — Eu já terminei o que tinha com ela. Você pode dizer ao Christopher?


Donna assentiu com a cabeça e sorriu nervosamente, mas ela estava sã e salva dos meus acessos de raiva.


— Foi um prazer conversar com você, mamãe. — ironizei, entrando no elevador.


Sozinha.


Enxuguei uma lágrima traiçoeira, jurando a mim mesma que eu não choraria por Esperanza. Fernando até poderia ser digno das minhas lágrimas. Esperanza, não.


Como diabos eu podia querer ficar tão longe de uma pessoa que eu quis por perto por tantos anos?


 


Ultimamente as minhas emoções com esses capítulos estão uma bagunça, mas hoje, eu tô assim:



Respondendo o face:


Andrea Osiris: eu posso falar? amo barraco. amo esse lado da Dulce #timeDulce  #vaiDulce #acabacomaEsperanza


 


Não sei vocês, mas eu achei foi pouco. Por mim a Dulce ainda acabava com aquele rostinho plastificado (palavras dela, não minhas. Só fiquei de boa comendo minha pipoca).


Vou subir duas hashtag #acabacomaEsperanza e #armaumbarracoDulce. Vai que dá certo, né? Hahahaha.


Até quarta, amores.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 3 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Cheguei em casa e me deparei com o mais profundo silêncio. Essa coisa de deixar meus filhos com Anahí por um tempo, já que eles estavam de férias, não era uma boa ideia. Eu estava acostumado com o barulho, o caos, as brigas, as risadas escandalosas. Aquele silêncio não era acolhedor. Dulce não estava no andar debaixo. Ne ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais