Fanfics Brasil - Capítulo 89 — Dulce De repente babá - Vondy

Fanfic: De repente babá - Vondy | Tema: Vondy; DyU


Capítulo: Capítulo 89 — Dulce

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Depois de uma noite de merda, consegui dormir algumas poucas horas — depois de amanhecer, claro.


Quando acordei, ainda mais cansada do que eu estava antes de acabar dormindo, Christopher não estava mais em casa. Na realidade, não tinha ninguém em casa. Carmen disse que Maggie e Angelica saíram com as crianças, e isso só me lembrou que precisávamos mesmo de alguém para ficar em tempo integral com as crianças. Maggie já não era mais jovenzinha para aguentar o pique de sete crianças em plena saúde, e Angelica parecia não saber exatamente o que fazer rodeada de tanta criança.


E Alfonso? Bom, considerando que Anahí havia chegado de viagem, ele disse que eu não era mais útil. Exatamente nessas palavras.


Nada a ver com o fato de ele estar dando em cima da irmã do meu noivo.


Então, a minha manhã e metade da minha tarde foi somente para ficar me massacrando com a conversa da noite anterior. Honestamente eu não achava que tinha errado em não falar para ele sobre a minha conversa com George, mas pelo que parecia, tinha errado sim. E feio.


Carmen se recusou veementemente a me deixar ajudá-la com qualquer coisa que fosse. Disse que era um insulto eu cogitar a possibilidade de fazer alguma coisa, então me sobrou apenas ficar sentada no tapete da sala, olhando para o nada, pensando na merda que estava acontecendo.


A campainha tocou e vi que já eram quase cinco da tarde. E Christopher — filho da mãe — se recusava a dar notícias. Nem uma mensagem para dizer que estava bem ou se voltaria para casa.


Eu precisava arrumar alguma coisa para fazer, ou acabaria pirando.


Abri a porta antes que Carmen aparecesse, e meus olhos focaram em George.


E em Fernando.


Pisquei, confusa.


Fernando estava bem ali, diante de mim, ou eu estava vendo coisas?


— É assim que recepciona o seu pai, filha? — George sorria contidamente, com os braços cruzados. Encarei-o confusa, mas acabei focando novamente em Fernando.


Era a primeira vez que eu o via sem aquele pijama horroroso da cadeia. Ele vestia uma calça jeans e uma camisa branca básica. Só. A barba estava mais curta, mas ainda parecia um tipo de neandertal, só um pouco mais moderno — por causa das roupas.


— Dulce? — Fernando me chamou, parecendo hesitante. — Está tudo bem?


Minhas mãos estavam suando, e a que segurava a maçaneta, começou a apertá-la com uma força completamente desnecessária. Abri e fechei a boca uma par de vezes antes de conseguir forçar a minha voz a sair:


— Oi.


Bom, geralmente essa era um jeito legal de começar uma conversa, certo?


— Vai nos deixar entrar? — George questionou, provavelmente sentindo que eu estava atordoada demais para fazer alguma coisa. — Christopher sabe que estamos aqui, então não precisa ter medo.


Dei uma risada nervosa, mas acabou saindo um som esquisito que provavelmente assustou os dois homens. Suspirei resignada, consciente de que não adiantaria me obrigar a relaxar. Se eu não conseguisse, acabaria passando vergonha. Provavelmente repetindo aquela risada esquisita.


Dei passagem para os homens entrarem, fechando a porta em seguida. Carmen já estava a postos, perguntando se poderia servir alguma coisa. Para variar, foi George quem levou à frente, pedindo um lanche rápido.


Sentamo-nos no sofá, e eu ainda estava sem saber o que dizer. Por que George estava ali? Quem o tirou da cadeia? Ele fugiu? Christopher foi quem fez o que pedi? Se foi ele, por que não estava ali para me ajudar? Ele sabia que aquilo seria foda para mim. Ele sabia.


— Christopher está atolado no trabalho. — George leu meus pensamentos, mas seus olhos diziam que tinha alguma coisa a mais. — Está com o dia cheio de reuniões.


— Arrã. — concordei sem convicção, e então foquei em Fernando. — Como você está? Como saiu da cadeia?


— Seu noivo. — sorriu timidamente, passando a mão pela nuca. — Ele contou que você pediu pra me soltarem.


— Não achei que ele conseguiria. — sussurrei, porque achei que Christopher ou não me levaria a sério, ou não conseguiria tirar Fernando daquele lugar horrível.


— Bom, parece que você se enganou. — sorriu genuinamente, pigarreando. — Obrigado, Dulce. Você não precisava fazer isso.


Assenti com a cabeça. Isso estava mesmo acontecendo. Eu estava diante do meu pai. Depois de quase três décadas sonhando com isso... Estava bem ali, diante de mim, o homem que eu imaginei tantas vezes. Bom, não imaginei muito o meu pai, mas mesmo assim...


Coloquei as mãos no colo e comecei a tirar fiapos imaginários da minha roupa. O velho nervosismo estava de volta, e com força.


— Conversa interessante a de vocês. — George debochou assim que Carmen deixou o suco e os mini sanduíches na mesinha de centro, saindo em seguida. Ele levantou, pegou alguns sanduíches e sorriu para nós. — Vou deixá-los conversarem. Estarei com um baseado na varanda.


— George, não... — comecei, mas ele me deu uma olhada repleta de sarcasmo. Aquele olha que dizia sério que você acreditou que eu estava falando sério?


Eu acreditei. Mesmo.


E ainda precisava falar com ele sobre a conversa dele com Christopher. Estava óbvio que meu noivo — NOIVO — não estava muito feliz com o que estava acontecendo. Tudo bem, ele não estava feliz com o fato de eu ter escondido, mas mesmo assim. Tinha quase certeza que George não decidiu se divorciar a troco de nada. Não depois de tantos anos casado.


Mas, estávamos falando de Nancy. Nunca era tarde demais para largar aquela mulher.


George saiu e eu fiquei encarando Fernando, que parecia realmente constrangido. Seu pé batia nervosamente no chão, me deixando com uma agonia monstruosa.


— Onde você vai ficar? — decidi começar por um caminho neutro. Seguro.


Fernando suspirou aliviado, com certeza por enfim eu ter conseguido começar uma conversa. Seu corpo relaxou de um jeito tão visível, que era quase cômico.


— Na casa do George. — limpou a garganta, e arqueei uma sobrancelha, surpresa. — Ele disse que está morando sozinho, e me convidou para morar com ele até conseguir arrumar um trabalho. Não pretendo ficar muito tempo.


— E o que você pretende fazer?


— Não sou um homem estudado, Dulce. — sorriu tristemente, inclinando sutilmente a cabeça. — Não tenho muitas opções. No que me aceitarem, estarei aceitando. Preciso recomeçar.


— Recomeçar? — franzi a testa, confusa.


— Recomeçar. Perdi meu filho, minha esposa, meu trabalho, minha casa. Preciso começar do zero. Não tenho nada. — balançou a cabeça e suspirou. — Pensei em me mudar, mas isso vai levar tempo.


Eu diria que poderia ajudar, mas, sinceramente, como? Eu não tinha dinheiro, aquela casa nem era minha e a única experiência profissional que eu tinha era como uma puta.


E não tinha certeza que Fernando gostaria de saber da ex profissão da filha.


— Dulce... Hã... Você acha que a gente... Não sei, pode se conhecer melhor? Talvez tentarmos ser amigos? Nos aproximarmos? — Fernando perguntou num sussurro, se remexendo desconfortável a cada palavra que saía da sua boca.


Não fiquei surpresa com a pergunta, mas também não estava preparada para respondê-la.


Fernando assentiu com a cabeça, deduzindo alguma coisa com o meu silêncio.


— Entendi. — sussurrou com um sorriso forçado, entendendo tudo errado.


— Não é isso. — me apressei em responder. — É só que... É confuso pra mim. Eu acabei de descobrir uma família maravilhosa e que me adora, encontrei alguém que me ama, e agora descobri que a minha mãe não presta e que meu pai está bem aqui na minha frente, e foi deixado às escuras tanto quanto eu. — balancei a cabeça, tentando clarear as ideias. — É só que... Caramba, é muita coisa.


— Eu entendo, Dulce. — não havia decepção em sua voz, só... Compreensão. — Minha cabeça também está bagunçada. Eu perdi um filho, só pra descobrir que tive uma filha, e não sabia da existência dela. — sorriu. — Por que não fazemos assim? Vamos nos conhecer. Ver o que acontece. Sempre quis ter uma menina, e... Bom... Você é uma menina.


Acabei sorrindo também. Fernando parecia tão ou mais nervoso que eu.


— Adoraria que nos conhecêssemos melhor, Fernando.



Christopher havia chegado no meio do jantar. Ákos estava conosco, mas, por incrível que pudesse parecer, Christopher não parecia estar incomodado com a presença dele. Pensei que talvez ele pudesse estar com febre ou alguma coisa do tipo, mas talvez ele só estivesse aceitando que a filha estava crescendo.


As crianças acabaram dormindo cedo. Estavam exaustos pelo programa com Maggie, e antes das dez já estavam na cama. Ákos foi embora sem precisar que Christopher lançasse algum olhar inimigo, o que me deixou aliviada. Christopher era ciumento pra cacete, não queria que ele começasse a fazer um dramalhão por pouca coisa.


— Podemos conversar? — ele perguntou assim que saí do banho. Estava sentado na cama, com uma regata e calça moletom. Eu tentei, juro que tentei manter a cabeça fria, mas não conseguia entender o motivo de tanta raiva simplesmente por eu ter apoiado George. Estava muito grata por ele ter tirado Fernando da cadeia, mas nem isso foi o suficiente para me manter calma.


Eu estava puta por ele simplesmente não conversar comigo, e ir dormir no quarto ao lado ao invés de agir como um adulto e resolver a situação. Droga, era ele quem teve um relacionamento, mas era eu quem estava agindo como a adulta da história.


E nem mencionemos sobre Julliard.


— Precisamos de alguém pra ficar com as crianças, já que você não quer que eu fique com eles. — ignorei sua pergunta, vestindo a calcinha por baixo da toalha, de costas para ele. — Maggie não tem idade pra ficar com seis crianças eufóricas, e não tenho certeza que Angelica está à vontade com a situação.


— Tudo bem. — concordou baixinho. — Podemos conversar agora?


— Obrigada por ter tirado o Fernando de lá. — continuei de costas, vestindo um short de pijama. — Deve ter sido difícil pra você, mas significou muito pra mim. — só queria que você estivesse lá comigo, babaca, completei mentalmente.


— Dulce, será que a gente pode conversar? — pediu calmamente. Essa tranquilidade dele era irritante, pelo amor de Deus.


— Estamos conversando. — rezinguei.


— Não, não estamos. Você está chateada, e ao invés de conversar comigo, está evitando.


— Do mesmo jeito que você fez ontem? — retruquei antes que pudesse controlar a língua. Vesti uma camisa dele e tirei a toalha, deixando-a estendida no banheiro.


— Dul... — suavizou o tom, passando as mãos pelos cabelos. Sexy pra cacete.


— Dul é o caralho, Christopher. Engole essa. Não vai me amolecer só por me chamar assim. Você pediu pro George trazer o Fernando sabendo que eu precisava de você comigo. Você sabia e simplesmente ignorou isso porque eu fiz o que seu pai me pediu. Não vou pedir desculpas por não me meter nos problemas de vocês, Christopher, não vou. — explodi, sentindo a respiração acelerar. — E aí vem o Adam louco porque o talento dele foi reconhecido, e você simplesmente desmerece isso.


— Eu não... — começou, mas cortei-o logo.


— Eu tô falando, porra. Agora você escuta! — rosnei, apontando o indicador para ele. — Você ao menos elogiou a apresentação dele? Explicou o motivo de ele não ir? É um programa de férias, Christopher. Seria como uma viagem em família, mas você prefere colocar seus filhos numa bolha. Eles não vão te amar incondicionalmente pra sempre. Tyler queria pedir pra fazer o curso de pintura, sabia? Claro que não sabia, porque você é egoísta demais pra focar em alguma coisa que não seja no seu umbigo.


Bom. Que explosão, não é mesmo?


Quando parei de falar, estava arfando como um cão, encarando-o furiosa. Meu corpo inteiro estava tenso, na defensiva. Christopher não disse nada, ficou calado por tanto tempo que comecei a me perguntar se tinha exagerado.


— Adam vai fazer o curso. — respondeu tranquilamente.


— Ah, seu filho da puta... — resmunguei, preparando o meu próximo discurso, mas parei assim que me dei conta do que ele disse. — O que você disse? — pisquei, incrédula.


— Adam vai fazer o curso. — repetiu com um sorriso debochado. — Pensei nisso pela manhã, estava resolvendo a nossa estadia em Nova Iorque e a matrícula agora à tarde. Mas, como Tyler também quer, vou ter que resolver isso amanhã.


Inclinei a cabeça, desconfiada.


— Você está bêbado?


Ele riu.


— Não. — levantou da cama.


— Drogado? Chapado? Ficou sem tomar café e agora não sabe o que diz?


Ele continuou se aproximando, balançando a cabeça com um sorriso malicioso.


— Christopher? — dei um gritinho quando ele me jogou por cima do ombro, deu um tapa na minha bunda e me jogou na cama, ficando por cima de mim. — O que está acontecendo?


— Você está certa, amor. As crianças estão crescendo. Não vão me amar pra sempre. Estava certa em não ter me contado. Era meu pai quem tinha que me falar isso. Fiquei puto por ele levar tanto tempo pra abrir o jogo e acabei descontando em você. Me perdoa por ser um babaca. — beijou meu pescoço, me deixando arrepiada. — Egoísta. — mordiscou o lóbulo da minha orelha, e minhas pernas, sem permissão, se abriram, dando-lhe passagem. — Insensível. — sugou meu lábio inferior, e algo semelhante a uma cachoeira surgiu entre as minhas pernas. — Perdão por não estar com você quando Fernando chegou. Achei que ia conseguir chegar a tempo, mas não consegui resolver tudo tão cedo.


Adam faria o curso. Tyler também.


Se esse não era o homem da minha vida, ninguém mais seria.


Me inclinei para frente, roçando nossos lábios. Christopher não hesitou por um segundo e juntou a minha boca com a dele. Por mais furiosa que eu estivesse, eu o queria. Tanto que chegava a doer. 


Ele colocou uma mão por trás do meu pescoço para me guiar, aprofundando o beijo, acariciando a minha língua com a dele. Então chupou e lambeu dentro de mim, provocando arrepios na minha espinha, e eu imaginei a boca quente e molhada dele em outras partes do meu corpo. E suspirei.


Então, cedo demais, ele se afastou, encostando nossas testas.


— Estamos bem? — perguntou, hesitante.


Sorri, agarrando sua nuca.


— Estamos bem.


 


Estamos bem?


Estamos bem!




Tô colocando gif a mais pra compensar o tempo que não postei, hahahahaha.


É RECONCILIAÇÃO QUE VOCÊS QUEREM? POIS TOMEM!


E com isso, é oficial: estamos na reta final:



Já era pra ter acabado (era pra ter no máximo 60 capítulos), mas a empolgação deixou? Pois é, não deixou. Mas, agora vai acabar e eu tô com o coração na garganta 💔💔


Até segunda, amorecos! Beijinhos.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1003



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  • lukinhasmathers Postado em 01/05/2021 - 23:24:11

    Acabei de ler mais uma vez... So queria saber por onde vc anda

  • lukinhasmathers Postado em 08/05/2020 - 20:22:24

    Vai fazer 2 anos q vc n posta mais

  • maria Postado em 15/04/2020 - 18:58:51

    cont.....

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:57:05

    Espero que voce volte a postar, beijos

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:56:23

    Acabei de ler tudo de novo para matar a saudade

  • lukinhasmathers Postado em 03/11/2019 - 10:55:35

    Olá ruteeee

  • lukinhasmathers Postado em 02/10/2019 - 11:16:13

    poxa vey, quero tanto ver esse final, vivo até sonhando com essa web imaginando o final dela

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:30:03

    Se vc estiver bem é o importante

  • camila_herrera Postado em 08/08/2019 - 17:29:37

    Nossa, nem parece que tem mais de um ano que vc ñ postou mais

  • lukinhasmathers Postado em 21/07/2019 - 12:49:15

    já tem 1 ano sem postar... uma pena Ruth. Cadê você, querida?


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