Fanfic: Universo Particular AyA | Tema: Ponny ,Vondy ,Chaverroni

Poncho: O que... é isso? - Franzi a sobrancelha, quando Anahí me entregou diversos cabides de roupas -
Anahí: Camisas, o que mais poderiam ser? - Ela se afastou um pouco, sentando em uma poltrona giratória a apenas alguns passos de onde eu ainda estava, a olhando com perplexidade - Experimente todas. Vou tentar decidir qual é a melhor.
Poncho: Você só pode está brincando! Não vou vestir essas coisas.. - Desviei o olhar para as camisas, que possuíam as cores mais extravagantes possíveis - Nenhum homem com bom-senso usaria essa camisa verde fluorescente. Muito menos essa rosa.
Anahí: Não é rosa, é salmão claro. - Ela murmurou, revirando os olhos - E que atitude mais machista! Qual é o problema em usar rosa? Isso afetaria tão seriamente a sua masculinidade?
Poncho: É claro que não afetaria. Mas não é essa a questão, apenas corrija-me se eu estiver errado, mas quem vai comprar o smoking sou eu, então ficaria satisfeito se você não se intrometesse onde não foi chamada. - Falei com irritação, enquanto jogava sobre o colo dela, todos os cabides -

Mas para a minha surpresa, ela não ficou brava, e nem ao menos ofendida. E sim, algo pior. Ela parecia chateada, e com isso, eu realmente não sabia como lidar.

Anahí: Acho que você está certo. - Ela olhou para os próprios pés, com constrangimento - Vou colocar esses cabides de volta no lugar, e quando a Mai voltar, pode dizer à ela, por favor, que eu precisei ir para o escritório?

Ela se levantou, mas antes que desse sequer um segundo passo, eu já estava ao lado dela, segurando seu braço direito.

Poncho: Não precisa ir embora. - Passei a mão pela nuca, tentando pensar no que iria dizer - Você estava apenas querendo ajudar, sinto muito.

Anahí: Desculpas aceitas. - Ela sorriu, voltando ao seu estado normal de elevada animação - Mas já que estamos tendo alguns, hm, problemas com a escolha do smoking, vamos para o Plano B.
Poncho: Plano B? - Perguntei com hesitação, imaginando que diabos poderia ser isso -
Anahí: Sim. - Ela acentiu - Também estou precisando de ajuda para comprar algumas coisas... E uma opinião masculina é sempre importante.
Poncho: O quê exatamente você quer comprar? - Engoli em seco, enquanto ela segurava a minha mão, me arrastando novamente até a escada rolante -
Anahí: Um scarpin, que combine com o meu vestido de dama de honra. Você tem ideia do quanto é dificil fabricarem produtos cor de ametista nesse país?

Certo, ela queria a minha ajuda apenas para comprar um sapato. Balancei a cabeça, tentando afastar da minha mente, imagens dela experimentando outros tipos de roupas.

Poncho: Tem razão, é realmente difícil encontrar coisas cor de abóbora.
Anahí: Ametista. - Ela corrigiu -
Poncho: O quê?
Anahí: Eu falei ametista, e não abóbora. - Ela riu, desviando o olhar para mim, com atenção - Você está bem?
Poncho: Claro, estou ótimo.

E eu não poderia ter sido mais sincero.

Infelizmente, eu não havia me dado conta - até aquele momento - de como as mulheres podiam ser indecisas.

Anahí: Talvez esses saltos sejam altos demais. - Ela murmurou, enquanto terminava de colocar as sandálias - O que você acha?
Poncho: Você tem certeza que consegue andar com isso?
Anahí: Bem.. - Ela levantou cambaleante, dando alguns passos desajeitados - Posso tentar.
Poncho: Você vai acabar caindo, melhor tirar essas coisas..
Anahí: Não vou cair. - Ela apoiou as mãos nos meus ombros, sorrindo - Ei, eu estou quase da mesma altura que você.

O que não era exatamente verdade, pois ainda haviam alguns bons dez centímetros de diferença.

Poncho: É algo que eu não tinha reparado, você é tão pequena. - Ergui a sobrancelha, em um gesto de provocação -
Anahí: Não sou não. - Ela colocou as mãos na cintura, exasperada - Já me decidi, vou levar esse scarpin.
Poncho: Eu estava brincando, você não precisa comprar esses sapatos que mal consegue se manter em pé.
Anahí: Quem disse? Consigo andar perfeitamente. - Ela deu um passo hesitante para trás, logo em seguida dando alguns outros, se afastando de onde eu estava -
Poncho: Não seja infantil.
Anahí: Seu..

Ela deixou a frase incompleta, no instante em que atropeçou em uma caixa de sapatos que havia pelo caminho. Em qualquer outra situação parecida, eu provavelmente teria achado graça, mas naquela especialmente, me senti responsável.

Poncho: Eu sabia que isso ia acontecer, você está bem? - Perguntei enquanto ajudava ela a se levantar -
Anahí: Não sei. Aí! - Ela colocou uma das mãos sobre as costas - Acho que quebrei uma costela.
Poncho: Não diga besteira, você não quebrou nada.
Anahí: Como você sabe? - Ela reclamou - Por acaso tem um diploma em medicina?
Poncho: Tenho bom-senso, ao contrário de você, pelo que parece.
Anahí: Bem típico de você começar a me acusar agora.. - Ela murmurou, sentando novamente em um dos sofás - Justo quando a culpa foi toda sua.
Poncho: Quer dizer então, que a culpa por você ter colocado esses sapatos é minha? - Coloquei as mãos no bolso, rindo -
Anahí: Não tente se fazer de inocente. - Ela assoprou a franja que caía sobre os olhos - E pare de rir!
Poncho: Qual o seu problema? Se quiser, posso procurar a Maite e deixar que ela te ajude a escolher esses malditos sapatos.
Anahí: Não.. não quero ficar sozinha. - Ela fungou -
Poncho: Eu estou aqui. - Dei de ombros, sentando ao lado dela -
Anahí: Me desculpe. - Ela balançou a cabeça, olhando para as próprias mãos - Deu tudo errado.

Poncho: As coisas geralmente tem tendência a dar errado, quando o assunto em questão, são casamentos.
Anahí: É impossivel conversar com você. - Ela fechou os olhos, respirando fundo -
Poncho: Ótimo, pelo menos nisso, nós podemos concordar.

Ficamos alguns segundos em silêncio, até o momento em que ela levantou a cabeça, me encarando com desconfiança.

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