Fanfic: Universo Particular AyA | Tema: Ponny ,Vondy ,Chaverroni

Anahí: Por que você diz essas coisas? Quero dizer, se você nunca se casou, como pode ter tanta certeza que todo e qualquer casamento está destinado ao fracasso?
Poncho: Sempre fui um bom observador, consigo aprender com os erros das outras pessoas.. e o casamento é um desses erros.

Ela não teve tempo de dizer mais nada, pois no instante seguinte, Maite se aproximou de nós, parecendo estar levemente surpresa, seguida por Christian, que falava animadamente pelo celular.

Maite: Até que enfim, encontramos vocês. - Ela resmungou, procurando algo dentro da bolsa - O que fazem aqui?
Anahí: Convenci o Poncho a me ajudar na escolha de um scarpin que combinasse com o meu vestido Prada.
Maite: Conseguiram?
Anahí: Não, definitivamente. E ainda nem ao menos compramos o smoking...
Maite: Tudo bem, podemos fazer isso agora.
Christian: Era o Christopher. - Ele falou assim que desligou o celular - Parece que conseguiu alguns dias de folga, e vai conseguir viajar conosco. Agora você não vai mais ser o único padrinho, Poncho.

Acenti, na dúvida se conseguiria ou não, sobreviver a mais algumas horas na presença de uma viciada em compras, e o pior de tudo, defensora de casamentos. Se eu fosse o tipo de cara que acreditasse em sorte, esse seria um dos dias em que certamente, estou sem nenhuma.

Rachel: Cinco, seis, sete, oito. Respirem fundo e mantenham a postura. Vou colocar uma música ambiente, e quero que vocês imaginem apenas coisas boas, esquecendo de todas as preocupações do dia-a-dia.

Abri um dos olhos, notando que a Dul e a Mai pareciam estar bem concentradas em cumprir as recomendações da nossa professora de Pilates, Rachel. Ao contrário delas, eu estava mais dispersa do que o normal. Não conseguia parar de pensar na viagem que faríamos para o Cairo, na manhã seguinte.

Dulce: Qual o problema? - Ela sussurrou, também abrindo os olhos -
Anahí: Não é nada. - Dei de ombros, sorrindo - Acho que estou um pouco inquieta hoje.
Rachel: Meninas, sem conversas, por favor. - Ela pediu em tom paciente, enquanto ligava o aparelho de som, com uma música calma -

Certo, isso não podia ser tão dificil. Suspirei fundo, imaginando uma linda praia. O sol era forte e eu não conseguia enxergar muito bem a minha volta. Foi então que um homem se aproximou de onde eu estava sentada.. ele usava óculos escuros e parecia bem charmoso, pelo jeito de andar e tudo. Mas no instante em que ele tirou os óculos, percebi que era.. Alfonso Herrera! Será possivel, que até mesmo nos meus pensamentos ele apareça?

Maite: Annie? Annie.. - Ela segurou meu braço, puxando com impaciência - A aula acabou.
Anahí: Já? - Coloquei a mão na cabeça, levemente confusa - Não escutei a Rachel dizer nada.
Maite: Eu percebi.. no que você estava pensando?

Anahí: Hm.. nas minhas malas. - Falei rapidamente, a primeira coisa que havia vindo na cabeça - Acredita que eu ainda não terminei de arrumar tudo?
Maite: Que coisa estranha. Desde quando pensar em malas exige tanta atenção? - Ela cruzou os braços, franzindo a sobrancelha -
Anahí: A partir do momento em que nessas malas estão as roupas que eu vou usar na minha primeira viagem para outro continente. - Sorri, prendendo o cabelo em um rabo de cavalo -

Às vezes até eu mesma me surpreendia com a minha capacidade de improvisação. É claro que eu não estou preparada para contar a ninguém, - nem mesmo as minhas melhores amigas - que eu estava tendo alguns, er.. devaneios com o cara mais impertinente que eu já havia conhecido. Maldito Alfonso e seu semblante irônico.

Dulce: Também estou com problemas em fazer as malas. Como é o clima no Egito nessa época do ano?
Maite: Calor de dia, e frio durante às noites.
Anahí: Acho que vou ter que pagar uma fortuna pelo excesso de bagagens. - Mordi o lábio, pensativa - Li na Us Weekly desse mês, que é muito importante levar roupas de todos os tipos em viagens assim, tão longas e distantes.
Maite: Mesmo?
Anahí: Sim, também aconselharam as pessoas que tem medo de avião, a levarem alguma coisa na qual pudessem se distrair. Eu já decidi que vou comprar algumas barras de chocolate.. ajudam a relaxar.
Dulce: Você tem medo? Nunca disse nada.. - Ela arregalou os olhos, desconfiada -
Anahí: É uma fobia aparentemente escondida, que está prestes a emergir a qualquer instante. Descobri isso um teste, da Us Weekly.. não sei o que seria de mim sem essa revista! - Exclamei, rindo –

Dulce: Esses testes não são confiáveis. - Ela murmurou, pegando uma garrafa de água dentro da bolsa -
Anahí: Claro que são. Imagine o que aconteceria comigo se eu não tivesse lido essa revista? Provavelmente teria um jet lag, no avião mesmo.
Maite: Não é bem assim. - Ela riu, enquanto terminava de colocar o tênis para caminhada - Ah, já estava me esquecendo. Contei para vocês que o nosso voo tem escala em Paris?
Anahí: É sério? - Perguntei atônita, tendo uma subita imagem da Torre Eiffel, comigo ao lado, é claro -
Maite: Sim, não existem voos diretos dos Estados Unidos para o Egito. Mas vocês sabem.. não vamos poder sair do aeroporto.
Anahí: Certo, ainda assim, posso dizer que bebi um capuccino francês. - Sorri, colocando os óculos escuros, enquanto saíamos do estúdio onde aconteciam as aulas de Pilates -
Dulce: Pelo menos para isso, as aulas de francês da escola serão úteis. - Ela revirou os olhos, passando a mão pelo cabelo - Até hoje me lembro da voz da minha professora de francês, Mademoiselle Neveau, dizendo: Calme s'il vous plaît. Era irritante.
Anahí: Eu desenhava vestidos nas últimas páginas do caderno. Não me lembro de uma palavra sequer, com a exceção de oui.
Maite: Adoro francês, vocês que são impacientes demais para aprender um novo idioma.
Anahí: Ótimo, só sei que nesse instante estou muito cansada. - Bocejei, piscando os olhos - Nós realmente temos que correr na praia hoje?
Dulce: Nunca pensei que fosse viver para presenciar essa cena. - Ela olhou para mim, fingindo estar chocada - Logo você, Annie, tendo atitudes sedentárias?

Anahí: Não é sedentarismo. - Justifiquei, colocando as mãos na cintura - Apenas não dormi bem ontem à noite, e queria repor as horas de sono perdidas.
Maite: Logo você, que tem o sono mais pesado que uma pedra, tendo problemas para dormir? - Ela riu - Deve ser realmente sério. Não me diga que estava pensando nas malas, de novo..
Anahí: Não entendi a sua ironia. - Estreitei o olhar, avaliando a expressão de convencimento que ela exibia - De qualquer forma, todas as pessoas tem dias ruins, não é mesmo?
Dulce: Todas as pessoas sim, mas não você, que é capaz de ver um arco-íris em qualquer tempestade.

Dei de ombros, sorrindo. A Dul sempre usava espressões ecológicas para descrever as pessoas.

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