Fanfic: Sueles Volver | Tema: DyC, DyU, vondy

Christopher caminhava pelo bairro calmamente, apreciando a vista e sentindo o sol da tarde esquentar seu rosto suavemente. Como sentira falta daquele lugar, daquelas ruas com paredes coloridas, das pessoas agitadas que entravam e saíam dos comércios, casas e prédios e, principalmente, da familiaridade de sua vizinhança. Embora tivesse permanecido um ano fora, sentia como se ainda conhecesse todas aquelas pessoas. Era como se aquele pequeno pedaço do mundo tivesse ficado um ano pausado enquanto o rapaz estava fora, embora ele soubesse, é claro, que era uma grande bobagem.
O pequeno dachshund marrom preso à outra extremidade da coleira, contudo, não parecia compartilhar desse sentimento. Balançava o rabinho freneticamente, correndo entre árvores e paredes como se visse, sentisse e cheirasse tudo pela primeira vez, às vezes até puxando Christopher pela calçada, obrigando o rapaz a puxar a coleira de volta com mais força.
Christopher sentiu o que acontecera antes de ver. O tecido da coleira quase machucou as dobras de seus dedos. Ele manteve o braço firme, até ouvir um estalo metálico e sentir a coleira solta, solta demais. Quando ele se deu conta do que acontecera, uma das ligas metálicas que prendia a tira que Christopher segurava ao suporte encaixado no corpo gorducho do pequeno salsichinha, se arrastava tristemente pela calçada, enquanto o alegre animal corria tão rapidamente pela calçada quanto suas pequenas pernas o permitiam.
Christopher suspirou, vendo o cachorro virar a esquina. Não se faziam mais coleiras como antigamente, ele pensou, antes de sair atrás do bichinho, chamando-o inutilmente, sabendo que a principal culpada era, na verdade, sua própria distração.

Dulce estava em pé do lado de fora de seu prédio, na calçada, olhando impacientemente para o relógio. Detestava quando as pessoas não cumpriam os horários combinados. Não podia ser tão difícil assim de se programar.
Perdida em seus pensamentos, ela levou um susto quando sentiu algo em sua perna. Olhou para baixo e viu que era um cachorrinho, mais precisamente um dachshund marrom, em pé sobre as patas traseiras, com as dianteiras apoiadas em sua perna, claramente pedindo carinho.
“Mas é igualzinho ao... Será possível? Não, Dulce. Se liga. Quantas pessoas na cidade não tem um salsichinha desses?”
A ruiva não resistiu e se abaixou.
- Oi, meu amor! Está perdido? - ela notou que o cãozinho usava uma coleira e se esforçou para enxergar o nome gravado no pingente pendurado enquanto fazia carinho em seu pelo. - Cadê a mamãe? Cadê, hein?
- Dodô!
Dulce congelou ao ouvir aquela voz masculina e, ao mesmo tempo, tão doce. Tão familiar.

Christopher virou a esquina e tomou um susto. Dodô, como o cachorro brincalhão que era, já estava fazendo festinha com outra pessoa. Agradecendo internamente pelo fato de o cachorro não ter ido muito longe, Christopher imediatamente o chamou, para evitar que ele fugisse de novo, e só então prestou atenção em quem era a pessoa com quem Dodô brincava, para agradecê-la.
Aparentemente seu estômago virara, em questão de segundos, um amontoado de casulos, dos quais agora saíam inúmeras borboletas.
Os cabelos ruivos ondulados que chegavam até a cintura fina.
O sorriso doce e inocente, quase infantil.
A pele delicada e macia pela qual ele era fascinado.
Os olhos cor de chocolate tão brilhantes que pareciam conter estrelas.
O perfume doce e suave, floral, que ele amava e conhecia tão bem.
O ar escapou de seus pulmões.
Ao ver o dono e ouvir sua voz, Dodô correu em direção ao rapaz, que conseguiu pegá-lo no colo apenas por instinto, pois toda sua atenção estava na garota à sua frente.
Dulce.

Dulce não conseguia acreditar no que via.
Nenhum dos dois conseguiu falar, mas palavras não eram necessárias naquele momento. A intensidade do sentimento que existia entre eles era palpável.
Ela deixou seus olhos passearem por Christopher e precisou conter um suspiro. Ele era ainda mais lindo do que ela se lembrava.
Poderiam ter ficado horas, meses, até anos naquela mesma posição, e não perceberiam. O tempo havia parado.
E dois corações partidos finalmente se curavam.

Mais alguém aí surtando? Porque a escritora tá enlouquecida!

Comentem!