Fanfic: Sueles Volver | Tema: DyC, DyU, vondy

Semanas haviam se passado desde que Dulce vira Christopher com Belinda. Ela sabia que Christopher não a havia visto, e preferiu manter assim. A conversa parecia interessante demais para ser interrompida.

Depois disso, ela havia se enclausurado em casa, de onde só saía para trabalhar ou visitar seus familiares. Não queria correr o risco de ir até a esquina e dar de cara com o novo casal.

Anahí e Maite, contudo, pareciam ter outras ideias. Queriam de toda a forma colocar a amiga de volta no mercado.

 - Dul, vamos! Já faz mais de um mês que você não sai de casa! - Maite insistiu com doçura.

 - Fui visitar minha tia hoje mesmo, acabei de chegar - a ruiva respondeu sem humor.

 - Não se faça de desentendida! 

 - É isso aí! Além do mais, você ama dançar, Dul - Anahí apontou.

 - Eu gosto de fazer aula de dança, Anahí - Dulce resmungou. - É bem diferente de ir pra balada.

 - Pode até ser, mas o resultado final é o mesmo, não?

 - Além disso esse lugar novo é ótimo. Por coincidência conheço alguém da equipe que conseguiu arranjar três VIPs pra nós! Na balada mais concorrida da Cidade do México! Sabe como isso é difícil?

Dulce riu. Anahí tinha contatos em todos os cantos da cidade. Bares, baladas, pré-estreias no cinema... O tempo durante o qual a amiga trabalhara com eventos ainda dava bons frutos. Tudo na base da amizade, claro - Anahí era muito simpática e extrovertida.

 - Pra você? Duvido! - Maite zombou.

 - É, tem razão, não foi mesmo, mas o Gabriel sempre deu um jeitinho nessas coisas - Anahí comentou.

 - Ai, gente... - Dulce começou, na dúvida.

 - Se não for pra responder “vocês são demais, claro que eu topo!”, nem termina a frase, meu bem - Maite sentenciou.

 - Vocês são insuportáveis! Tudo bem! Venceram! Que horas vamos?

 - Não era bem essa reação que eu tinha em mente, mas vai servir - Maite fingiu estar ofendida.

 - Acho que podemos nos encontrar 23h aqui em casa - Anahí ponderou. - Eu sou a que mora mais perto do lugar.

 - Sem falar que esse horário meus pais já estão dormindo! - Dulce comentou.

 - Os meus também - concordou Maite.

 - Aff... Bom, mas está combinado então. Sábado vamos nos ver! Nem acredito! - Anahí deu pulinhos de alegria, um enorme sorriso no rosto.

O sábado chegou e trouxe com ele a tão desejada balada de Anahí, Maite e Dulce. As garotas tinham acabado optando por se encontrarem mais cedo e se arrumarem juntas na casa de Anahí.

A maquiagem de Dulce estava impecável. Os olhos estavam contornados e esfumados com sombra preta com glitter, a pele bem iluminada e um batom vinho que contrastava com sua pele clara. Os cabelos ruivos caíam por suas costas, ombros e por cima dos seios em cachos perfeitos, parecendo cabelos de revista. Ela completou o visual com um vestido tubinho de renda preto e sandálias de salto fino.

Anahí estava com uma maquiagem cheia de brilho, que valorizava seus olhos azuis, batom nude, e os cabelos loiros lisos meio presos. Ela usava blusa de seda semi transparente, uma saia justa todinha de paetês e sapatos de salto alto nude.

Maite, por sua vez, usava maquiagem também preta nos olhos, embora menos marcada que a de Dulce, batom pink que dava a impressão de seus lábios serem maiores e mais cheios, cabelos presos num coque bagunçado, e vestia um cropped com saia.

Elas chegaram ao lugar onde era a balada e, ao invés de pegarem a grande fila que já estava formada na porta, Anahí foi conversar direto com o segurança e a hostess. Enquanto aguardavam, Dulce percebeu que as três atraíam muitos olhares, tanto dos homens como das mulheres, algumas com inveja, mas a maioria com admiração, não só pela beleza delas, mas também pelo fato de que Anahí parecia conhecer alguém muito importante, pois não foram necessários mais do que dois minutos para que as três fossem colocadas pra dentro do estabelecimento, cada uma portando uma pulseira verde fluorescente, a qual, além de garantir a entrada de graça, também dava direito a open bar. Dulce não queria nem imaginar quanto aquilo custaria para as pessoas normais, que não tinham alguém como Anahí para ajudá-las.

Dulce resolveu aproveitar os contatos da amiga. Bebeu até se esquecer de quem era, ou melhor, até se esquecer do que vira aquele dia no shopping. Tal atitude não era de seu feitio, mas Anahí e Maite, percebendo que algo a estava incomodando e a fazendo sofrer, optaram por deixar Dulce à vontade.

Dulce dançou com vários homens; sentiu como se passasse de mão em mão na balada, e até deixou que algumas pessoas, independentemente do gênero, lhe fizessem carícias mais ousadas.

Ela só queria esquecer. Esquecer do ex-namorado, a forma como ele a tocava e a fazia se sentir, e a dor que a acometeu cada vez que ele partira seu coração.

A ruiva sabia que dificilmente chegaria a algum lugar com seu comportamento, mas precisava tentar. Precisava desesperadamente tentar, e era o que estava fazendo.

A festa estava agitada. “Cool For the Summer”, uma das músicas preferidas de Dulce, tocava naquele momento, e ela pulava, girava e mexia a cabeça no ritmo da música, até que sentiu um toque mais do que familiar. A contragosto, a ruiva virou-se em direção ao dono daquelas mãos, que a conheciam tão bem que sabiam exatamente onde se encaixar em sua cintura fina.

 - Christopher.

 - Dulce. Curtindo a noite?

 - Com certeza.

 - Notei.

 - Ah, não me enche! De fiscal de cu alheio minha vida já tá cheia - a ruiva atropelou as palavras e Christopher se preocupou.

 - Você andou bebendo?

 - Ué, não é assim que funciona? Não é assim que as pessoas normais se divertem?

 - Dul...

 - Olha quem fala! Hipócrita! Você bebeu quanto? Se eu bem te conheço esse deve ser seu... quarto, quinto copo!

 - Eu não sabia que você bebia.

 - As pessoas mudam - a cutucada não passou despercebida a Christopher, que preferiu se fazer de desentendido.

 - Dul... O que está havendo?

 - Uma noite de diversão com as minhas amigas.

 - Você sabe que não foi isso que eu quis dizer.

Dulce o encarou. Analisou Christopher de verdade. E decidiu que ele merecia sua sinceridade. Ela provavelmente se arrependeria desse arroubo de coragem no dia seguinte, mas, naquele momento, não importava.

 - Por que você não pergunta pra... Como ela chama, mesmo? Ah, pra Be-lin-da - Dulce arrastou as sílabas para provocá-lo. - Sua namorada.

Christopher gelou. Como ela sabia o nome de Belinda?

 - Ela não é minha namorada.

 - Ah! A russa também não era, né? Amiga colorida que chama? Pra quem era certinho daquele jeito você tá me saindo pior que a encomenda. Acho que o problema era eu. Me diz, Chris, você tem uma queda por loiras? Será que a Annie é sua próxima vítima? Preciso me preocupar?

 - Dul, não fala assim...

 - Falo muito mais! O que é que tem? A verdade dói, é?

 - Não! Nada disso é verdade! Mas amanhã você vai se arrepender de ter dito essas coisas.

 - Ah, vou, é? E por quê? 

 - Porque... - Christopher suspirou. - Porque vai. Eu te conheço, sei que vai. Se você quer conversar, vamos conversar, mas só nós dois, sozinhos, e o mais importante: sóbrios.

 - Eu não quero conversar! Eu quero esquecer...

Ao ouvir a voz de Dulce embargada, o coração de Christopher apertou e ele não pode evitar abraçá-la. Dulce não resistiu.

 - Ah, Dul, não, não fala assim meu amor...

 - Por que é que você teve que ir embora? Hein? Por quê? O que foi que eu fiz? Onde foi que eu errei?

 - Dul, não! Nunca mais fala isso. Você é perfeita, aliás perfeita até demais. Eu é que... Eu é que precisava ser mais pra você, e achei que esse fosse o caminho. Eu nunca quis te magoar.

Christopher não resistiu e a beijou.

De presente de aniversário pra escritora vocês podiam comentar bastante, né? Beijos!