Fanfic: Made with love L.S | Tema: Larry Stylinson

N/A:
Eu acho gostaria muito de sugerir que vocês leiam ouvindo a música: Bite- Troye
Boa Leitura!
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21.ago.2k17

Eu tive toda uma rotina com Harry nos últimos anos. Mas, hoje, quando ele passou pela porta sem me olhar nos olhos, e sem me abraçar para que eu pendurasse meu corpo no dele igual a um coala, eu soube que as coisas seriam diferentes, e que nossa vida jamais será a mesma de novo. Suspirei com pesar, tudo podia melhorar consideravelmente, ou piorar.

Quando ele sentou na almofada mais distante, do outro lado da mesa, e finalmente me encarou, com os olhos avermelhados, eu soube.

Ele descobriu tudo.

"Louis" A voz não tinha magoa, mas carregava cansaço, o cansaço de quem foi enganado por pelo menos dez anos.

"Sim, Harry" hesitei um pouco, antes de prosseguir "Eu sempre te amei"

Silêncio.

Era pra ser só um domingo preguiçoso comum, eu e Harry abraçados, dividindo comida na mesa de centro que ocupava a sala do meu apartamento, com as costas apoiadas no sofá.

"Por que não disse que era você, naquele refeitório, por que deixou que ele me tivesse?"

Meu coração estava uma escola de samba, só que sem ritmo, apenas animado e descompassado. Era horrível tocar a minha ferida, era horrível a sensação de ter omitido a verdade do meu melhor amigo. Tudo horrível demais.

Nada pior que o olhar magoado dele.

"Eu não queria omitir, de verdade, mas quando eu cheguei era tarde, Harry"

"Nunca é tarde, Louis, como você diz que me ama quando sequer cogitou lutar por mim?"

Minhas esmeraldas agora estavam sendo lavadas pela dor que ele sente, e minha alma também. Harry ergueu os joelhos e abraçou, me encarando. Tudo que eu quero nesse momento é puxar ele pro meu peito e declarar todo meu amor em versos, mas ele precisa de uma explicação, então me contento em apoiar as costas no sofá e tomar uma respiração profunda.

"Amor não é só luta, Hazz" meus olhos marejaram enquanto eu tentava transmitir minha sinceridade "Quando eu cheguei no refeitório, você estava realizado, feliz, e queria compartilhar o momento com seu melhor amigo. Você estava feliz porque o admirador era seu crush do time de futebol. Eu era só um pivete de dezesseis anos que amava demais o melhor amigo, não queria estragar seu momento"

As lágrimas escorreram teimosas pelo meu rosto, e eu não fui capaz de segurar o soluço que atravessou minha garganta.

"Me entenda, babe. Quem era eu perto do Zayn? Ele era a personificação da beleza, tinha amigos pra apresentar você, e gostava de você. Naquele momento eu não poderia ser mais do que teu melhor amigo, eu não tinha nada do que você merece, e você nunca olhou pra mim assim, não era questão de luta"

"Louis, você mais do que ninguém sabe o quanto eu não me importo com essas coisas, eu gosto de sinceridade"

Ele também soluçava agora.

Somos dois corações magoados ocupando mesmo espaço.

[...]

Há duas tragédias nesta vida: uma é não conseguir o que se quer, outra é conseguir.
Oscar Wilde
[...]

Adolescência. É o período da vida em que tudo fica disforme, os braços longos demais, hormônios explodindo monstros cheio de pus na sua cara, hormônios te fazendo desejar cada pedaço de pele que se move ao seu redor... etc. Os hormônios sempre foram os grandes culpados por tudo de ruim durante essa fase da minha vida, principalmente pela paixão que eu passei a nutrir pelo meu melhor amigo.

Isso aconteceu há dez anos, o natural seria o todo o desejo que pairava a atmosfera ao meu redor sumir, simplesmente desaparecer. No auge dos meus vinte e seis anos, toda aquela bomba hormonal converteu em algo pior: Amor. Agora não são mais sonhos molhados e calças meladas que me despertam, o tormento das noites foi trocado por toda aquela tensão que abraça o coração de quem ama.

Eu queria assumir meus sentimentos, queria mesmo, mas quem ama não dá prioridade a si mesmo. Calma, você vai entender, não é questão de timidez ou covardia.

Quando eu tinha dezesseis, tive a ideia brilhante de cortejar Harry, isso mesmo. Escrevi músicas, compus melodias no piano, mandei flores, cupcakes, poemas, café... tudo pelo meu garoto.

E funcionou.

Ele ficou cada vez mais envolvido com o anônimo, passou a chegar sorrindo na escola e a bolar planos mirabolantes pra descobrir quem era seu admirador. Eu ia me revelar, juro, mas fizeram isso antes.

Zayn Javadd Malik.

Sempre obcecado por Harry, observando pelos cantos e tendo uma sutileza quase nula com o meu menino.

Ele me descobriu.

Eu, apaixonado e ansioso demais, cego demais, não percebi.

Sorrateiro, no mesmo dia em que eu planejava cantar Little Things pro Harry na hora do almoço, tinha até levado meu violão pra isso. Tomado de ansiedade eu resolvi ir ao banheiro, cinco minutos antes da aula acabar, com a intenção de me acalmar.

Zayn viu sua oportunidade.

Ele me trancou, colocando uma cadeira na maçaneta já que a porta abria pra fora.

O final disso tudo foi desastroso, fui obrigado a assistir meu garoto entregar seu coração pra um cara que não sabia nem cuidar de uma planta.