Fanfic: Meet me – Mini fic. – Anahí e Dulce, AyD. [FINALIZADA] | Tema: Portiñón.
A vida é muito bela e você merece a chance de conhecê-la, não desista.
Aquelas palavras de Anahí se fixaram na cabeça de Dulce como se fosse um chiclete. O seu cérebro não parava de reproduzi-las. Talvez, fosse a sensação que sentia sempre que lembrava da voz da Anahí, ou aquela sensação estranha na boca do estômago ao se lembrar do singelo beijo na bochecha. Mas a verdade era que sentia vontade de ver a loira novamente.
Aquilo era normal? Ter vontade de ver alguém que seu peito chegava a doer? Não sabia, nunca tinha sentido aquilo. Parecia abstinência. Sei lá. Mas era algo entre o bom e o ruim. O bom porque tinha a lembrança de Anahí, o ruim porque não sabia quando iria vê-la novamente. Se é que iria vê-la.
Na noite anterior depois que entrara em casa, ficou vários minutos olhando com insistência pela janela, observando para ver se a Anahí estava por lá. Angustiada pela loira estar sozinha nas ruas. Ela não dissera onde morava, isso aumentara a aflição de Dulce, e se o serial killer tivesse a pegado? Torturou-se com pensamentos negativos e consequentemente o seu humor decaiu profundamente. Ficaria remoendo de angustia se a sua mãe não aparecesse com os comprimidos que entorpeceram a sua mente e lhe deram um sono absurdo á ponto de não aguentar mais ficar de olhos abertos. Dormiu com a força do remédio. Como sempre.
Quando acordou de manhã teve que ir para a escola. Mais um dia naquele inferno. A diferença era que a sua sobrevivência fora mais fácil porque ao invés de ficar fazendo círculos em seu caderno, ficara pensando nos olhos azuis... Olhos ciganos que mudavam de cor e prendiam atenção.
– O que tanto pensa, Dulce? – Sua terapeuta perguntou depois de um tempo que viu a garota a sua frente divagando.
Dulce voltou a si, depois do almoço, Blanca a trouxera para a consulta semanal. Geralmente, ficava calada durante as consultas porque não tinha nada a dizer, mas com o questionamento de sua terapeuta, uma coisa vinha a sua mente.
– Queria que os meus pais me dessem mais liberdade. – Dulce murmurou, olhando para o nariz da terapeuta. – Queria respirar sem que eles estivessem ao meu lado, o tempo todo.
A terapeuta a olhou com interesse, era a primeira vez que Dulce expressava vontade em algo.
– Você se sente apta para estar sozinha?
– Aham.
– Diga-me, Dulce... Ainda tem pensamentos sobre mortes? – Cecília perguntou com cautela.
Tinha. Que dizer, ainda tenho, mas a Anahí disse que eu não desistisse. Acho que vale a pena, sabe, não desistir, talvez. Pensou.
– Não. – Mentiu. Não sentia-se confortável para expor a existência de Anahí para a sua terapeuta.
Dulce arriscou um contato visual com a sua terapeuta, que a olhou de volta, aparentemente surpresa e satisfeita com aquilo. Mas o contato não demorou mais que cinco segundos, porém, para Cecília aquilo era um progresso.
– Bem. Vou conversar com os seus pais sobre isso...
Não foi fácil. Os Espinosa não queriam deixar a Dulce sozinha. Como iriam deixar a sua única filha sem supervisão quando a mesma era depressiva com tendência a suicida e ainda por cima tinha um assassino à solta? Foram longas horas de dialogo até que chegaram em um consenso comum: Dulce poderia sair sem a supervisão dos pais com duas condições. A primeira: Só de dia. A segunda: Andaria com um celular com rastreador.
Dulce não queria. Relutou de início porque se sentia vigiada do mesmo jeito. Mas era isso ou nada. Optou por isso. Sabia dos cuidados dos pais. Tinha conhecimento que precisava conquistador a confiança que quebrara com eles. E pela primeira vez em logos anos, sentia esperança de isso acontecer.
Com o celular no bolso, Dulce saiu de casa.
Andou sem saber para onde ir. Simplesmente andou até que chegou em uma ponte que interligava a cidade. Á baixo tinha o rio. Dulce segurou nas grades de proteção e olhou para a água correndo, sem nenhuma pressa. Ajeitou o seu gorro e sentou-se no concreto. Lembrou-se de Angelina que sempre a levava para tomar banho de rio, a lembrança irradiou o peito de Dulce de dor. Amava tanto a sua avó, era muito apegada a ela, e sentia que esse elo jamais seria quebrado. Achara que Angelina jamais iria morrer e abandoná-la, tanto que quando soube da morte da mesma, sentiu algo romper dentro de si, o seu coração e sua alma.
Lágrimas vieram juntamente com o negativismo.
Estava tão distraída na sua dor e pensamento que não percebera uma pessoa se aproximando.
– Não me diga que está pensando em pular.
Dulce assustou-se e limpou as lágrimas rapidamente. Quando olhou pra cima, sentiu uma batida a mais em seu coração ao vê-la.
– Anahí! – Dulce se levantou e no gesto impulsivo, apertou cada cm dos braços da loira. – Você está viva!
Anahí fez uma cara estranha, mas logo puxou a Dulce para um abraço. A morena se surpreendeu com aquele ato, não tinha o hábito de abraçar e achava incômodo, mas não foi uma surpresa ao dizer que sentiu-se em paz ao ter os braços da loira rodeando o seu corpo. Chegou até a suspirar.
– O que está fazendo aqui, sozinha? – Anahí questionou dando um beijo na bochecha de Dulce e se afastando.
Dulce sentiu as suas bochechas em chamas, e abaixou a cabeça. O seu estômago voltou a se retrair, e sentiu como se tivesse algo voando sobre ele.
– Os meus pais me deixaram sair de casa sem supervisão, e eu... – Dulce mordeu o lábio inferior. – Eu não tinha pra onde ir.
Com o silêncio, arriscou olhar para Anahí que a encarava serenamente.
– Você não tem amigos. – Não era uma crítica, muito menos uma pergunta.
– Hum... Não. – Dulce respondeu.
– Por que? Que dizer, você é legal. Usa essas roupas esquisitas, mas, é gente boa. Por que não tem amigos?
Dulce sorriu com o jeito espontâneo de Anahí que nem se importou em ser chamada de esquisita. Nem se magoou. Depois que foi diagnosticada com depressão crônica, as pessoas tinham receio de falar alguma coisa para ela, até porque, tinha facilidade de distorcer o que as pessoas diziam e acabava magoada. Isso era um problema para os seus familiares que pareciam que estavam pisando em ovos sempre que tentavam conversar com ela.
– Eu nunca me interessei de tê-los. – Deu de ombros, respondendo com sinceridade. – E você tem muitos amigos?
– Costumava ter.
– E o que aconteceu para não ter mais?
– Fui obrigada a me afastar. – Anahí respondeu com indiferença. – Então, que dizer que eu sou a sua primeira amiga?
– Eu tive amiguinhas quando era criança, mas depois... Depois elas também se afastaram e eu não fiz mais questão. Resumindo: Sim, você é minha primeira amiga na minha adolescência.
Anahí sorriu, daqueles sorrisos que fazia a Dulce se esquentar por dentro e irradiar por fora.
– O que você acha se dermos um mergulho? – Anahí perguntou olhando para o rio. – Está muito quente, não sei como você está enfurnada nessas roupas!
Dulce olhou para o rio, depois para Anahí... Visualizou a roupa de Anahí: Regata, com short jeans e sandálias. Enquanto, ela estava com uma blusa de moletom, uma calça legging, all star e o seu inseparável gorro.
– Eu não estou com roupa de banho... – A morena murmurou envergonhada.
– Não precisamos disso. Venha! – Anahí puxou-a pelo braço para descer a ponte por uma escada que ficava lateralizada no final da mesma.
– Anahí, não sei não... – Dulce verbalizou, mas deixando-se levar. – Não é perigoso? Sem contar que é próximo da floresta de Burkittsville.
Anahí virou-se com os seus cachos chicoteando no ar, riu de Dulce abertamente, sem parar de puxá-la. Dulce se perdeu naquele riso, e na dona dele. Deixou-se se levar...
Dulce tinha dito a Anahí que não iria tomar banho. Estava com vergonha e com pudor também. As únicas pessoas que a viram se roupa foram os seus pais, e os profissionais da clínica em que ficara internada. Não tiraria a sua roupa na frente de Anahí, era constrangedor!
– Você não precisa tirar a roupa toda. Olha, eu vou tirar o short e as sandálias. E você a legging e o all star. Assim, ficaremos protegidas. Já que você está toda tímida... – Anahí propôs.
A morena pensou muito. Tinha noção do próprio corpo. O pensamento de que a Anahí a visse com poucas roupas e a achasse uma ridícula a atingiu. Sua baixo estima não a deixava ter um pensamento coerente e positivo. Não queria que Anahí a achasse feia, ou menos atraente... Ela nem sabia o porquê de estar pensando em atração. Talvez, porque sentisse algo a mais na presença de Anahí... Era diferente. Não tinha experiência com amizades ou com pessoas, mas o seu sentido lhe dizia que não era assim que sentia-se por uma amizade.
– Confie em mim, Dulce... Você vai gostar... Só confie. – Anahí pediu, a olhando fixamente nos olhos.
Confiar? Confiança era uma palavra quase inexistente para a Dulce, porque ela tinha dificuldades em confiar. Mas, olhando para os olhos tão brilhante de Anahí, ela cedeu. Tiraram as peças de baixo, e os sapatos. E adentraram no rio. A água estava morna. Era divertido estar ali com Anahí. Engraçado. Não sabia nada sobre a Anahí, mas confiava nela... Pessoas e sentimentos eram muito estranhos. Algumas pessoas passavam a vida toda ao seu lado, sendo no trabalho, escola ou faculdade ou na sua família e você não consegue ter um pingo de confiança ou empatia por ela. Mas, chega uma desconhecida do nada, arrebatando a sua confiança e lhe despertando por coisas que nem tinha noção do que poderia existir.
Brincaram na água, mergulharam e nadaram. Fizeram guerrinha de água. Foram adolescentes que deveriam ser. Que Dulce deveria sempre ser. Depois que se cansaram da água, deitaram na pedreira para se secarem.
Conversaram sobre muitas coisas. Umas bobas, outras complexas. Dulce se abriu, contou de sua doença e esperou a pena invadir o rosto de Anahí, mas o que teve foi um olhar de cumplicidade. Não houve piedade. Muito menos crítica o discurso altruísta. De alguma forma, Anahí parecia que compreendia o que se passava com a Dulce, e isso era reconfortante para a morena.
– Você é tão incrível, Anahí. – Dulce disse eufórica. – Seus amigos devem ter sofrido muito quando você se afastou.
Comentário errado, na hora errado. O semblante de Anahí decaiu, e pela primeira vez, Dulce enxergou dor nos olhos azulados.
– Anahí, desculpa eu não queria ser indiscreta ou insensível. – Dulce pediu se encolhendo um pouco envolvida no remorso.
– Eu sei, Dulce. Não se preocupe, é que é um assunto um tanto delicado. – Anahí suspirou. – Eles precisam me encontrar para ter um pouco de paz. Todos precisam. – Murmurou olhando para as suas mãos.
Dulce não entendeu a colocação de Anahí.
– Eles não sabem onde você está?
– Não. – Anahí balançou a cabeça em negativa.
– E por que você não entra em contato com eles?
– Eu não posso. – Anahí sorriu tristemente, mas ergueu os olhos para a Dulce. – Mas, pressinto que você vai me ajudar.
– Claro que sim. – Dulce sentou-se, olhando firmemente para a Anahí. – Ajudo-a em tudo o que for preciso.
Anahí abriu novamente um dos seus sorrisos lindos que fez a respiração de Dulce se perder um pouco. Não queria que a pessoa que estava lhe proporcionando o bem, ficasse triste. Da mesma forma que Anahí estava a ajudando mesmo sem perceber, Dulce queria retribuir o favor, e o faria.
– Podemos começar agora, se você quiser. – Propôs animada.
– Não. Agora não. – Anahí olhou para os lados. – Ainda não é seguro, e não posso colocá-la em risco. Ele... Ele não pode pegá-la, e eu sei que se você for me ajudar, ele vai lhe alcançar. Eu nunca me perdoaria se isso acontecesse.
– Anahí, eu não entendo. Ele quem? – Dulce questionou confusa.
A loira pensou um pouco para responder. Os seus olhos se fixaram no gorro de Dulce que mesmo dentro da água, não quis tirá-lo. Ela respeitou isso, sabia que tinha que ter limites com a morena.
– Mudando de assunto, como a sua mais nova amiga... Vou levá-la para fazer tudo que melhores amigas fazem. – Anahí animou-se, desprendendo-se do assunto anterior. – Preparada para os melhores dias de sua vida?
Dulce esqueceu-se do assunto por hora. Abriu um sorrisão, sentindo uma energia, um arrepio quase elétrico percorrer o seu corpo. Sim. Ela estava preparada!
E realmente, foram os melhores dias da vida de Dulce. Ela não tinha palavras para descrever o que tinha sentido nesses dias. Anahí cumpriu com a sua palavra. Fizerem coisas divertidas, na limitação da cidade... Coisas simplórias, mas para Dulce que nunca tivera a oportunidade de fazer, fora mágico... Foram ao cinema, a sorveteria, shopping, assistiram muitos filmes, como também se encheram de doces e risadas. Jogaram Xbox. Leram HQ e livros, apesar de terem gostos distintos, se acertaram com suas diferenças. Fizeram pequenas loucuras – Dulce experimentou bebida pela primeira vez e última! Até porque não podia beber, já que tomava remédios controlados, mas Anahí dissera que um shot de tequila não a faria mal. E não fez. Só a deixou bêbada, o que rendeu mais risadas. Brincaram com o cachorro da vizinha. Não se preocuparam, absolutamente com nada.
Dulce passara mais tempo na rua – durante o dia – do que em casa. O seu rosto estava corado, e tinha ganhado peso, até porque Anahí sempre ficava empurrando besteiras para ela. Os seus pais, a sua terapeuta e psiquiatra estavam surpresos com a melhora da Dulce, até mesmo os professores e colegas da escola estavam surpreso que a menina que vivia reclusa no canto da sala estava menos reprimida.
Ela estava louca para que os pais conhecessem a Anahí, mas a loira sempre dava desculpas. Dizia que sentia-se envergonhada, e Dulce deixava passar, apesar de isso a chateá-la. A morena tinha criado um vínculo com Anahí, como também um sentimento, os dias que passaram, descobriu o quão estava apaixonada por sua nova amiga. Admirava a Anahí, e enchia-se de borboletas sempre que a loirinha estava por perto.
Mas, nem tudo era rosas. Mesmo tendo dias felizes, Dulce sofria de depressão crônica... O nome já dizia tudo, não tinha cura. Durante o dia ela se irradiava de felicidade ao sair com Anahí, mas durante a noite a melancolia e tristeza lhe abatia, até que Anahí começara a pular a janela do seu quarto para lhe fazer companhia.
– Na alegria e na dor, Dulce. – Anahí disse certa vez, abraçando a amiga. – Eu estarei aqui para quando você sorrir, e estarei aqui para quando você chorar também...
E Anahí cumpriu a sua promessa. Pelo menos, até os dois meses que se sucederam...
Mais dois capítulos e acaba! Hahaha. Bem mini mesmo.
Peekena: Oi linda!! Essa estória é bem pequenina mesmo, só pra distrair. Haha.
Lern: Que bom!!! Sim, Dulce sofre muito, tadinha... Ao menos Anahí apareceu e é um balsamo para a dor dela. Será? Descobriremos logo, logo.
Autor(a): ThamyPortinon
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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suzyrufino Postado em 12/06/2020 - 12:16:10
Quando vc volta com mais estórias??
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Kah Postado em 05/03/2018 - 16:02:14
Ai, como adorei a história, claro que um final trágico, mas que dá beleza a história que já é um tanto quanto sinistra né. Continue explorando esse lado de escrita mais DARK que eu amei e quero mais, você tem talento e criatividade pra dar e vender, continue nos presenteando com isso tudo. Ameeei, já quero mais historias de terror e fantasmas sim. Parabens meu xuxuzão!
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..Peekena.. Postado em 05/03/2018 - 12:39:40
Adorei a história!!
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..Peekena.. Postado em 04/03/2018 - 00:05:05
Continua posta mais, mal começou já estou amando a história....
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Lern Jauregui Postado em 03/03/2018 - 16:48:18
História bastante boa meu anjoh,toh adorando...Coitada da Dulce,sofre bastante....Ja a Anahi,misteriosa rs,mas acho que ela deve ser Um Fantasma??
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siempreportinon Postado em 03/03/2018 - 07:29:51
Opa! Já estou aqui e já favoritei!