Fanfic: Amor Por Contrato | Tema: Vondy

Lucca: Você não me parece muito feliz.

Ucker: Feliz eu não estou, mais tenho que fazer isso. Afinal, esse é o meu destino.

Suspirei entediado e fiquei de lado me olhando no grande espelho da loja. A roupa que eu estava experimentando, não me deixava confortável.

Fazia algumas horas que eu estava com Lucca e Nicole em uma loja para experimentar o terno que eu ia usar no meu "casamento", e aquilo estava sendo desnecessário.

O terno é preto, de tecido liso e suave, e sem gravata. A parte interior do terno finaliza em cores brancas, saltando elas em meu peito e surgindo delicadamente em meus pulsos.

Analisando ele, percebo que ele caiu muito bem em meu corpo. Me deixando com um ar mais sedutor.

Mais ainda sim eu me sinto estranho vestindo uma roupa que eu não estou acostumado a vestir.

Por mim eu vestia um calça jeans rasgada nos joelhos, um blusa qualquer e uma jaqueta. E finalizava com uma blusa amarrada na cintura, um tênis estiloso, alguns cordões, pulseiras e um boné.

Só espero que esse casamento não demore muito tempo, não estou afim de ficar no meio de pessoas que não conheço.

E pra completar a minha desgraça, ainda tinha a festa de noivado que será hoje. E eu estou simplesmente com vontade de matar alguém. Até a Dulce serve.

Sério, a cada dia que se passava, eu tinha mais certeza de que eu tinha jogado pedra na cruz pra merecer tal coisa.

Ucker: Então, como estou?

Lucca: Um gato, simplesmente uma delícia. Pena que você não vai ser meu marido, se não, ia te fazer delirar na nossa lua de mel.

Ucker: Eu não vou pra lua de mel com a Dulce. E para de falar besteiras.

Revirei os olhos para as besteiras que o Lucca falava e fui tirar o terno. Já estava com a roupa escolhida, agora só faltava eu aceitar o dia da minha morte.

Troquei de roupa e sai do provador entregando o terno que eu estava usando para Nicole que já me esperava.

Me sentei ao lado do Lucca e suspirei pegando meu celular olhando as horas. Droga, faltava apenas algumas horas para a tal festa de noivado.

Pelo menos o meu amigo ia estar lá para me dar apoio e rir da minha desgraça alheia. Isso era trágico.

E eu ainda de quebra eu teria que aguentar ficar ao lado da Dulce, fingindo estar feliz e distribuindo sorriso falsos para os convidados.

Aposto que se fosse o meu velório, não teriam tantas pessoas para ver o meu enterro. Pura realidade.

Agradeci quando vi Nicole vindo até a gente. Estava cansado e queria dormir até a hora do noivado.

Nicole: Já podemos ir meninos. Acabamos por hoje.

Ucker: Ainda bem, estou cansado. E tenho que me preparar psicologicamente para a minha morte.

Lucca: Eu vou estar lá para te dar apoio Ucker, você não vai estar sozinho.

Era disso que eu precisava, alguém que me desse apoio tanto emocionalmente, tanto quanto físico.

Eu agradecia todos os dias por ter um amigo como Lucca. Era raro encontrar amigos como ele.

Quando chegamos no estacionamento da loja, vi Lucca destravar uma BMW branca muito linda.

Cara, até Lucca tinha um carro lindo e eu não. Acho que estava precisando urgentemente de um carro.

Entrei no carro junto com Lucca e encostei minha cabeça na janela quando ele colocou o carro em movimento.

Ucker: Como consegui esse carro? Vendeu drogas pra comprar ele?

Lucca: Hahahaha, muito engraçado você. Eu tava precisando de um carro pra me deslocar até a sua casa, então meus pais resolveram me dar esse brinquedo aqui.

Ucker: Cara, eu tô precisando comprar um carro pra mim.

************

Calma Christopher, respira e não pira. Vai ficar tudo bem. Você pode fazer isso, é só não perder a paciência.

Me olhei uma última vez no espelho e passei a mão nos cabelos que estavam parecendo uma juba de leão.

Estava quase na hora da festa de noivado e eu estava terminando de me arrumar. É, não tinha mais como fugir do meu destino.

Abaixei a cabeça quando Dulce entrou no quarto. Aposto que ela tinha vindo me perturbar e esfregar na minha cara que ela tinha conseguido o que tanto queria.

Pelo espelho puder ver que ela tinha sentado na minha cama e me observava. Tá bom Christopher, você pode enfrentar tudo e todos.

Me virei para olhar Dulce e não pude deixar de reparar que ela estava bonita. Não Christopher, ela é tua inimiga.

Ucker: O que quer aqui? Veio esfregar na cara a sua vitória?

Dul: Não dessa vez. Eu apenas vim te esperar pra gente descer juntos. Flávio disse que temos que descer juntos, pra todos pensarem....

Ucker: Que somos um casal feliz e de comercial de margarina. Blábláblá, que coisa mais clichê.

Revirei os olhos e sentei bem longe de Dulce. Eu não sabia o que ela podia tentar e era melhor ficar bem longe dela.

Suspirei entediado e desejei ter Lucca ao meu lado, invés da Dulce. Droga, será que meu melhor amigo tinha desistido de ficar pro noivado?

Ele não podia fazer isso comigo, ele tinha me prometido que ia ficar e me dar apoio. Eu precisava dele ao meu lado.

Olhei para o relógio em meu pulso e automaticamente, lembrei dos cortes que eu ainda tinha no pulso.

Tirei a faixa que envolvia meus cortes e passei o dedo nos cortes que começavam a cicatrizar.

Me cortar não tinha dado certo, eu não morri e não estava livre de me casar. Acho que eu devia começar a aceitar meu destino.

Suspirei mais uma vez e envolvi meus pulsos na faixa antes que Dulce visse aquilo e me enchesse de perguntas.

Levantei o olhar e percebi que Dulce me observava. Desviei o olhar corado. Droga, eu não devia ficar assim perto da minha pior inimiga.

Abri a boca para perguntar que horas a gente ia descer, mais fui interrompido quando Lucca entrou no quarto.

Ucker: Finalmente apareceu em Lucca. Já tava achando que você não ia aparecer.

Lucca: E perder o noivado do meu amigo e chrush? Nem pensar. Só vim avisar que vocês já podem descer.

Ainda bem, não aguentava mais ficar no mesmo ambiente que a Dulce. Me levantei e passei perfume antes de ir até a porta onde Dulce me esperava.

Fui andando na sua frente e parei pra esperar ela antes de descer as escadas. Dulce ficou ao meu lado e pegou a minha mão.

Apertei a mão da Dulce bem forte e ouvi ela soltar um gemido de dor. Sorri vitorioso e resolvi fazer isso mais vezes durante a festa.

Começamos a descer a escada lentamente e coloquei no rosto o meu sorriso mais falso. Hora do show.

Quando chegamos no pé da escada, todos começaram a nos aplaudir. Tive vontade de revirar os olhos, mais me contive.

Logo as pessoas vieram nos parabenizar e eu tive que fingir que estava muito feliz, quando na verdade eu queria gritar e matar alguém.

A festa estava indo bem e Flávio não tinha chegado perto de mim até agora, ele apenas me observava de longe. O que eu agradecia imensamente.

Mais estava sendo uma chatisse ter que ficar perto da Dulce o tempo todo. Eu não via a hora daquela festa acabar para eu parar de fingir que estava feliz.

Passei os olhos pela festa quando Dulce saiu sendo puxada por Nicole e pulei assustado quando senti alguém tocar em meu ombro.

Me virei para ver quem tinha sido o indivíduo que tinha atrapalhado o meu sossego e revirei os olhos quando vi um velho conhecido na minha frente.

Xxx: Olá Christopher, quanto tempo.

Ucker: Oi Alfonso. Fico surpreso em te ver aqui.



Poncho: Quando fiquei sabendo que você ia casar, não pude deixar de vim aqui para ver se você ia mesmo se casar. Vejo que vai mesmo se amarrar a uma mulher.

Ucker: Se você veio aqui para me insultar, peço que se retire e saía da minha casa agora mesmo.

Poncho: Opa, não precisa ficar agressivo. Vai me dizer que não sentiu saudades do seu amigo de infância?

Ucker: A verdade? Nem um pouco. Aliás, eu nem me lembrava de você, até você aparecer. Se me der licença, eu vou procurar minha noiva.

Sai dali antes que Alfonso falasse mais alguma coisa e fui atrás do Lucca. Alfonso Herrera foi meu amigo de infância e quando foi morar em outro pais, perdemos o contato.

No começo eu até fiquei triste por perder o meu melhor amigo. Mais com o tempo eu me acostumei e me esqueci completamente de Alfonso.

Achei Lucca conversando com um homem bonito e percebi que eles estavam estavam quase se pegando ali mesmo.

Ucker: Atrapalho alguma coisa?

Lucca: Você nunca atrapalhada nada Chris. Aliás, esse é o Samuel, ele é um velho amigo meu. Samuel, esse é Christopher, o meu melhor amigo.

Ucker: Prazer.

Samuel: O prazer é todo meu. Parabéns pelo noivado.

Ucker: Obrigado. Lucca, você viu a Dulce, a Nicole ou até mesmo o Flávio?

Lucca: Não vi não. A última vez que vi a Dulce, ela estava com a Nicole. E o Flávio, eu nem vi ele hoje.

Agradeci quando vi Nicole conversando com a minha babá. Pedi licença para Lucca e Samuel e fui até elas.

Elas falavam algo que eu não entendia, mais pararam de falar quando eu me aproximei.

Ucker: Nicole, me diga que essa festa já está terminando. Estou cansado.

Nicole: Não está nem longe de acabar. E você ainda não pediu a mão da Dulce formalmente.

Aí não, eu não ia fazer aquilo. Não mesmo, estava fora de cogitação. A Nicole só podia estar de brincadeira com a minha cara.

Me desesperei mais ainda quando Flávio se aproximou de mim, e me entregou uma caixinha que devia ter as alianças de noivado.

Droga, se eu soubesse que ia me casar, eu nem teria saído de Nova York. Maldita hora que eu resolvi voltar para o Rio de Janeiro.

Flávio chamou a atenção de todos e logo todos já estavam com a atenção voltada para mim e Dulce.

Tá bom Christopher, você pode fazer isso. É só não surtar na hora e não gaguejar também. Vai ficar tudo bem depois.

Ucker: Dulce, quando eu te conheci, foi amor a primeira vista. Nos aproximamos e em pouco tempo eu percebi que queria você pra sempre na minha vida. Hoje estou aqui para fazer a maior loucura da minha vida. Quer casar comigo?

Dul: Eu aceito.

Vaca. Idiota. Falsa. Hipócrita. Ambiciosa. Estúpida. Infeliz. Gorda. Tampinha. Anão de jardim. Lupa Lupa.

Xinguei Dulce mentalmente de tudo quanto era nome quando ela se jogou em cima de mim que estava ajoelhado no chão com a caixinha das alianças abertas.

Todos começaram a aplaudir quando coloquei a aliança no dedo de Dulce e ela fez o mesmo comigo. Graças a Deus a gente não ia ter que se beijar.

Nos levantamos e agradeci quando Flávio saiu puxando a gente para o escritório dele, depois de todos nós parabenizar mais uma vez.

Me sentei já não aguentando mais ficar em pé e abri os dois primeiros botões da minha blusa.

Flávio: Muito bem Christopher. Você foi um ótimo ator.

Ucker: Obrigado. Acho que eu devia ganhar o Oscar depois disso.

Flávio: Quem sabe você não ganhe o Oscar. Agora assine esse contrato.

Ucker: Contrato? Eu não estou sabendo de nenhum contrato. Pra que isso?

Flávio: Esse é um contrato de casamento. Vocês podem ler e assinar ele depois. A principal cláusula que vocês teram que seguir, é não se envolver com ninguém durante os 3 anos de casamento.

Ucker: Tanto faz.

Peguei aquele maldito contrato e assinei ele rapidamente. Assim que assinei, me levantei e sai do escritório.

Agora mais essa, um maldito contrato para garantir que eu ia mesmo me casar. Já que eu ia ter que me casar, que eu me casasse logo e acabasse com essa palhaçada toda.