Fanfic: Flavor | Tema: Terror, Horror, Drama, Romance, Lobisomem, Vampiro

Sábado, 20 de março de 2017

Um barulho irritante me acordou logo cedo pela manhã, parecia ser de um carro atolado que lutava para sair do meio de um terreno lamacento no meio da floresta.

Lentamente eu me levanto e sento na cama sonolento olhando para o interior do meu bagunçado trailer, haviam roupas e embalagens de comida nada saudáveis espalhadas por todos os lados.

- Eu realmente preciso dar um jeito nesse lugar – Murmuro sozinho.

POW!!!!

Um estrondo em frente ao trailer interrompe meu ritual matinal, me fazendo rapidamente levantar e vestir a primeira cueca que encontro pelo chão enquanto me direciono para a única porta de entrada e saída do meu belo e imundo lar.

“O que será que está acontecendo?” Penso enquanto abro a porta, a manhã estava fria e úmida na floresta, na noite anterior havia caído uma chuva absurdamente forte.

Me direciono para fora do trailer, então seguindo o pilar de fumaça no meio da floresta logo me deparo com um carro azul-escuro sedã todo sujo de lama, achatado contra uma árvore.

- Deve ser mais um bêbado tentando voltar pra casa depois da farra – Suponho previamente enquanto me aproximo.

A frente do carro estava detonada, a porta do motorista estava aberta e dentro haviam várias malas jogadas no banco traseiro.

- Se afaste do carro pervertido ou eu atiro! - Uma voz feminina berra logo atrás de mim.

- Pervertido? - Eu pergunto me virando para olhar a mulher que me ameaçara.

Ela tinha uma estatura mediana, por volta de 1,65, seu corpo era magro e delicado, sua pele era bem clara, seu rosto era fino e não tinha qualquer maquiagem, sua boca era rosada, seus cabelos eram curtos e negros e seus olhos confiantes na arma e na habilidade para usa-la eram castanhos.

- Não vejo uma palavra melhor pra descrever um cara de cueca no meio de uma floresta – Ela diz séria enquanto aponta a arma fixamente no meu rosto.

- Eu realmente não posso discordar de você – Digo desistindo de qualquer tentativa de explicação enquanto me afasto do carro – Enfim, pelo que vejo você consegue se virar sozinha, só não faça muito barulho ok?

- Espera! - Ela berra séria quando eu me direcionava de volta ao meu trailer – Pra onde você vai?

—Voltar pra casa – Digo com um ar cansado sem para de andar.

—Você mora nessa floresta? - Ela pergunta enquanto me seguia apontando a arma.

—Sim, agora será que você pode parar de apontar essa arma em minha direção enquanto me segue? – Respondo e peço com um ar de incomodo.

—Mas eu ainda não confio em você para fazer isso – Ela responde balançando a arma.

—Você me acordar cedo, interrompe meu ritual matinal e agora aponta uma arma fixamente na minha cabeça enquanto me segue até a minha casa – murmuro irritado.

Meu trailer ficava ao lado de um lago com um velho trapiche de madeira e limo no meio da floresta Stemmer, ele era comprido, antigo e era cercado de sucata.

—Você sabe que eu não tenho telefone né? - indago irritado com a situação enquanto abro a porta do trailer.

—Não? - Ela responde surpresa.

—Sério que você me seguiu sem perguntar nada? - Continuo soltando um pequeno riso debochado.

—Estou no meio de uma floresta bizarra, não tinha muitas opções – Ela diz abaixando a arma.

—E seguir um cara de cueca pela floresta é a melhor opção—Cantarolo ironicamente.

—Eu ainda posso atirar em você – Ela responde irritada enquanto volta a apontar a arma em minha direção.

—Você ainda não me disse seu nome – Digo enquanto entro no trailer.

—É Lisbeth e o seu? - Ela responde entrando logo em seguida e guardando a arma na cintura da calça.

—Gabriel – Vou em direção a geladeira para pegar uma bebida.

—Como você consegue viver aqui? - Ela pergunta enquanto olha o interior do meu deplorável trailer.

—Depois de um tempo você acaba se acostumando – Abro uma lata de cerveja e um fatia de pizza gelada – Você quer?

—Você vive na floreste e sua alimentação se resume a pizza, hambúrguer e bebidas alcoolicas? - Lisbeth me critica com um olhar de desprezo.

—Não é porque eu vivo na floresta que eu vou ser um cara amante da natureza e com uma vida saudável – Mordo a fatia de pizza e bebo um gole de cerveja.

—O que eu vou fazer agora? - Ela encara o lado de fora por uma das janelas embaçadas do trailer sem saber o que fazer.

Ela tinha uma beleza natural, olhar para ela naquele momento era como olhar para um quadro com nuances suaves e melancólicos, dias chuvosos e locais naturais combinavam com ela.

—Vamos – Eu terminando a pizza me levanto e visto a primeira calça e camisa que encontro pelo chão – Vou te levar até a cidade.

—Como? - Lisbeth olha para mim curiosa

—Eu tenho uma moto – Respondo enquanto calço uma bota que havia encontrado dentro de uma caixa de pizza – Como você acha que eu compro essas coisas todas? Não acho que no meio da floresta tenha alguma loja de conveniência – Ironizo.

—Gostaria de saber onde você consegue dinheiro pra isso – Ela murmura indo para fora do trailer.

Eu sigo para fora e caminho até a parte de trás do trailer onde está minha moto estacionada coberta por uma capa de couro preta molhada pela chuva.

—Isso não é moto pra uma pessoa que vive no meio da floresta sozinha – Ela observa depois de eu retirar a capa sobre ela.

Era uma the one, do H&R Erbacher preta fosca que se destoava do local onde estava.

—Se você diz – Eu monto na moto e estendo a mão pra ela com um sorriso irônico na cara.