Fanfic: Flavor | Tema: Terror, Horror, Drama, Romance, Lobisomem, Vampiro
Depois de mais de 10 horas de viagem meu carro fez o favor de atolar no meio de uma floresta bizarra e o pior de tudo é que na tentativa de tirar ele acabei perdendo o controle e bati em uma árvore, agora estou andando pela floresta com um celular sem sinal na mão, prestes a descarregar e sem saber o que fazer. Então eu escuto um barulho de movimento na floresta bem na direção do meu carro e cautelosamente saco minha arma da cintura e me movo de volta na direção do veículo.
- Se afaste do carro pervertido ou eu atiro! - Digo séria enquanto encaro as costas de um homem de cueca e sandália.
- Pervertido? - Ele se vira lentamente para mim e me encara.
Seu corpo magro era bem definido, sua altura era mediana, cerca de 1,75, sua pele era parda e ele tinha algumas cicatrizes profundas de mordidas e arranhões nos ombros e tórax, como se tivesse lutado contra um lobo com as mãos nuas, seu rosto era fino e continha um barba mal feita, seus lábios eram de um vermelho intenso, seus cabelos negros e bagunçados combinavam com os seus olhos pretos que mesmo com um olhar relaxado eram penetrantes.
- Não vejo uma palavra melhor pra descrever um cara de cueca no meio de uma floresta – Digo séria enquanto aponto a arma fixamente pro seu rosto.
- Eu realmente não posso discordar de você – Ele concorda desistindo de qualquer tentativa de explicação enquanto se retira do local – Enfim, pelo que vejo você consegue se virar sozinha, só não faça muito barulho ok?
- Espera! - Eu grito tentando fazer ele parar – Pra onde você vai?
—Voltar pra casa – Ele responde continuando a andar.
—Você mora nessa floresta? - Pergunto curiosa.
“Talvez eu consiga alguma ajuda se seguir ele ou um telefone” Penso no meio do dialogo.
—Sim, agora será que você pode parar de apontar essa arma em minha direção enquanto me segue? – Ele responde meio incomodado.
—Mas eu ainda não confio em você para fazer isso – Eu digo enquanto aponto a arma para ele.
Ele murmura algo que não consigo ouvir, ignorando eu o sigo até um trailer ficava ao lado de um lago com um velho trapiche de madeira e limo no meio da floresta, ele era comprido, antigo e era cercado de sucata. Pouca luz solar conseguia passar pelas copas das árvores tornando o lugar mais sombrio do que já parecia, poderia se supor que ele era ou um maluco que vive sozinho ou um assassino em série olhando por alto.
—Você sabe que eu não tenho telefone né? - Ele fala destruindo minhas esperanças.
—Não? - Respondo desconcertada.
—Sério que você me seguiu sem perguntar nada? - Ele ri debochadamente.
—Estou no meio de uma floresta bizarra, não tinha muitas opções – Abaixo a arma.
—E seguir um cara de cueca pela floresta é a melhor opção— Ele ironiza.
—Eu ainda posso atirar em você – Aponto a arma pra cabeça dele irritada
Ele solto um sorrisinho debochado e fala:
—Você ainda não me disse seu nome – Abre a porta e entra.
—É Lisbeth e o seu? - Eu respondo o seguindo para dentro enquanto guardo binha arma de volta na cintura.
—Gabriel – Ele abre a geladeira e começa a encarar ela.
—Como você consegue viver aqui? - Eu pergunto olhando ao redor.
O interior daquele trailer estava em um estado caótico, haviam roupas jogadas por todos os lados misturadas a caixas de pizzas e embalagens de porcarias industrializadas, sua pia estava cheia de copos e pratos sujos e sua cama estava cercada por latas e garrafas de cervejas e outras bebidas alcoolicas.
—Depois de um tempo você acaba se acostumando – Ele responde pegando um pedaço de pizza e um lata de cerveja – Você quer?
—Você vive na floreste e sua alimentação se resume a pizza, hambúrguer e bebidas alcoolicas? - Eu olho com desprezo para ele.
—Não é porque eu vivo na floresta que eu vou ser um cara amante da natureza e com uma vida saudável – Ele me ignora e senta no balcão próximo a pia, enquanto come sua fatia fria de pizza e bebe um pouco da cerveja.
—O que eu vou fazer agora? - Eu me viro encarando o lado de fora da floresta mal iluminada.
“Realmente esse lugar combina com ele e esse jeito relaxado dele” Penso enquanto encaro a janela.
—Vamos – Ele diz pulando do balcão e se vestindo com a primeira roupa que ele encontra – Vou te levar até a cidade.
—Como? - Pergunto curiosa
—Eu tenho uma moto – Ele responde enquanto pega uma bota que havia encontrado dentro de uma caixa de pizza velha – Como você acha que eu compro essas coisas todas? Não acho que no meio da floresta tenha alguma loja de conveniência – debocha.
—Gostaria de saber onde você consegue dinheiro pra isso – Eu ironizo enquanto vou para fora do trailer.
Então ele sai logo em seguida e se dirige para parte de trás do trailer onde se encontra uma moto coberta com uma capa de couro molhada.
—Isso não é moto pra uma pessoa que vive no meio da floresta sozinha – Eu indago olhando para a moto que se destoava do local onde estava.
—Se você diz – Ele rebate enquanto senta na moto com um sorriso debochado – Vamos? - Estende a mão
Naquele momento ele me pareceu confiante, seu jeito relaxado e indiferente era de certa forma atraente, era como a poesia de um homem solitário que vivia na floresta sem ter medo do perigo que o cercava nem da solidão que o afligia. Ele de certa forma combinava com aquele cenário e trazia o sentido para ele e uma beleza caoticamente única.
Autor(a): Bardo-
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).