Fanfic: Aprendendo a Amar! | Tema: Rebelde; RBD; Ponny; AyA
Uma carícia suave me tira de um sonho. Continuo na mesma posição em que eu estou, não me mecho. Ainda de bruços, abraço o travesseiro. O vai e vem em minha orelha continua em uma tortura cadenciada.
— Não, Gabriel... sai... preciso de mais cinco minutos.
Com o braço tento afastá-lo, ele insiste, eu ignoro e ele acaba desistindo.
Flutuo entre o alerta e a soneca... O sonho interrompido ainda está fresco em minha mente...
Credo! Isso não foi sonho, foi pesadelo.
Afasto a imagem indesejada e tento pensar em nada. Eu precisava organizar meus sentimentos e toda aquela bagunça na minha cabeça.
Averiguei os sintomas por dias, teve um dia que nem consegui ir trabalhar. Tá, foram uns quatro dias. Fiquei comendo sorvete, assistindo filmes escritos pelo Nicholas Sparks na Netflix, chorando como um babaca nas cenas dramáticas.
Sim, eu fiz isso.
Toda vez que eu pensava nela, eu sentia como se aquela bruxa esmagasse o meu coração que estava na mão dela. Se bobear nem pensando em mim ela está, talvez já tenha arrumado outro cara ou até mesmo se divertindo com aquele babaca lá.
Chutei a quina da mesa sem querer, quando pensei nisso naquela tarde de terça. Exatos 2 dias pós dia fatídico no prédio dela.
– Putz..... isso dói... – Pulei que nem saci até encontrar algo pra passar no dedinho do pé.
Naquela semana passei na clínica e falei com Rafael que tava meio mal, mas que segunda eu voltaria com tudo pra o trabalho. Ele entendeu e não reclamou passou toda a minha agenda para Rômulo, veterinário que contratei no inicio para me ajudar quando a clínica passou a bombar. Ele é um bom senhor, que pela idade ninguém mais queria empregá-lo. E eu dei essa oportunidade pois o que os outros chamam de velhice eu chamo de sabedoria. Seu Rômulo tem me ajudado e muito com sua sabedoria.
E bom, para Christian apenas mandei mensagem no whatsapp falando das últimas notícias. Ele me contava do namoro da vez e eu quis chamá-lo de sortudo, por não amar ninguém.
Meu Deus... Amar… Eu a amava e ela cagav@ pra mim.
Meus pensamentos depressivos foram cortados quando um fungar em minha nuca foi realizado e em seguida uma lambida molhada. Espreguiço-me…
— Gabriel... só mais cinco minutos.
As lambidas tornam-se frenéticas dando sinais de que não serei atendido.
Deus, como é teimoso!
Sacudo a cabeça e sou libertado do peso incômodo nas costas, me viro e sou atingido em cheio por um mini torpedo na barriga.
– Caramba Gabriel!
Abro os olhos e fecho. A luminosidade me incomoda. Com cuidado, reabro os olhos e dou de cara com outro par ansioso que me observa. Um sorriso involuntário nasce em mim... Percebi que Gabriel tem esse poder: é provocador de bom humor instantâneo.
Levo uns dois segundos para decifrar para onde Gabriel está olhando. Se para mim ou para a cômoda ao lado de minha cama
Gabriel é estrábico e tem um leve atraso de desenvolvimento. Ele é um pequeno Pug, que ainda é um bebê, é um pouquinho confuso e estabanado. O pobrezinho foi bastante maltratado antes de ser resgatado por mim e por Rafael.
Naquele sábado infernal, o resgatamos. Lembro como fosse hoje, recebemos uma denuncia de um morador de rua que passava pela clínica de uns homens fazendo maldades com um filhote. Na hora meu sangue subiu, tanto que eu e Rafael fomos até a rua de trás enquanto Rômulo chamava a polícia.
Levamos ele até a clínica, cuidamos e felizmente ele não tinha ferimentos. Fiz exames e constatei o estrabismo no cão. Ele me comoveu de um modo, que acabei levando-o para casa. Rafael se responsabilizou de contatar o responsável dele, enquanto isso ele ficaria na minha casa. Quando fui ate a casa dela, estava feliz por ele e queria compartilhar com ela o meu hóspede, mas minha noite acabou daquela forma.
Estico os braços e acaricio a sua cabecinha, e ele logo se agita.
Ele tem se mostrado um cão um pouco teimoso e desconfiado, mas tem o coração enorme. Minha vó diz que ele se parece muito comigo. Examino os olhos enormes e sorrio. Definitivamente, fomos feitos um para o outro.
Impaciente uma sequência de latidos são proferidos a mim.
Estico o braço e alcanço o celular na mesinha de cabeceira: 7h00.
Hora de levantar. Hoje volto a trabalhar depois de sete dias.
Faço como todos os dias: entro no automático. Espreguiço o corpo, Gabriel pula pro colchão e logo depois desce por uma rampa de acesso. Devido a sua deficiência fiz algumas engenhocas pela casa para que ele possa circular com segurança.
Afinal eu precisava ocupar minha mente, para não pensar nela...
Tomo um banho, escovo os dentes, aparo a barba, visto um short de malha e desço as escadas, seguido pelo meu mais novo fiel escudeiro que desce pela sua rampa. Vou direto para a cozinha, ligo a cafeteira, coloco algumas fatias de pão na torradeira e abro as portas de vidro que dão para o jardim dos fundos.
Gabriel sai como foguete e perde-se entre as folhagens.
Enquanto espero o café, afundo no sofá e o observo brincar. Ter substituído a parede dos fundos por vidro, foi uma escolha incrível... é muito agradável ter todo esse verde entrando pela casa.
Estamos no verão, o céu está azul e o calor está de matar logo cedo. Engana-se quem pensa que o calor do Rio é perfeito. Os dias ficam quentes e preguiçosamente mais longos, isso sim.
A cafeteira apita e as torradas ficam prontas. Depósito uma no pratinho de Gabriel a minha, prendo entre os dentes enquanto dou impulso e sento sobre o balcão central da ilha da cozinha.
Pensativo... alterno entre a torrada e o café.
***
– Bom dia Poncho. – Rafael me cumprimenta quando entro na clínica. – E aí pug pug. – Ele acaricia a cabeça de Gabriel em meu colo.
– Bom dia Rafa. Arruma um lugar para ele lá trás pra mim por favor. – Entrego Gabriel a ele que começa a receber lambidas desfreadas.
– Vai trazê-lo todos os dias?
– Sim, ele é muito pequeno e não se acostumou com a casa ainda. – Digo e ele assente indo para os fundos da loja. – Tem muitas marcações hoje? – Digo antes dele sair do recinto.
– Sim. A semana passada foi agitada, mas o Rômulo deu conta do recado. Algumas consultas foram remarcadas para hoje. – Ele diz após voltar dos fundos da clínica.
– Ok. Eu vou me arrum….
– POR FAVOR..ALGUÉM AJUDE? – Uns homens entram na clinica nervosos e quando olho estavam trazendo um cão ensanguentado.
– PEGA A MACA RAFAEL! – Grito ao meu assistente e corro até eles. – O que houve? – Digo analisando os sinais vitais do cachorro.
– Ele foi agredido aqui perto... – Rafael chegou com a maca e colocamos o animal em cima dela.
– Ele está com hemorragia… Rafael ligue pro Rômulo… – Digo enquanto empurro a maca ao centro cirúrgico. – Diga que estamos com uma emergência nível 5. – Ele assente assim que entro na sala.
Transfiro-o para a mesa de operação e antes de me preparar o coloco no soro e dou-lhe um remédio na veia para a sua dor parar e logo observo que as patas traseiras estão quebradas. Em instantes Rafael entra na sala já vestido adequadamente, passo a ele o restante dos procedimentos e vou até a sala de esterilização me preparar.
Volto a sala, e Rafael já está terminando de limpá-lo. Pego meus equipamentos e aplico-lhe anestesia, para em minutos depois dar inicio a cirurgia do cão.
A minha raiva por vê-lo naquele estado e por saber que ele foi espancado, estava armazenada. Agora, ali, o importante era tentar salvar o pobre cão, que nada tinha a ver com as maldades desse mundo tão cruel.
***
Duas horas depois, saio da sala de cirurgia e vou até os homens que o trouxeram. Chegando lá os encontro junto com dois policiais fardados, um homem robusto com um distintivo pendurado no pescoço, um engravato ao lado da defensora dos animais mais ativa e reconhecida no Brasil.
– Ele é o doutor que levou o cachorro para operar… – Diz um dos homens que estava com o cachorro quando chegou. Logo todos se voltam para mim, mas quem me dirigi a palavra primeiro é a Luíza.
– Oi sou Luíza Mel. Gostaríamos de saber como está o cão? Ele está vivo? – Ela estava chorosa e nervosa. Olhei mais uma vez aos homens que a acompanhavam e todos estavam me olhando e logo voltei a olhá-la e a tranquilizá-la
– Ele está vivo sim. Muito fraco na verdade, essas primeiras horas após a cirurgia serão fundamentais para a vida dele. Não sabemos se vai resistir. – Digo com pesar e o sentimento de revolta se rebelando dentro de mim.
Luíza começa a chorar. E logo o homem robusto vem até mim.
– Bom dia, sou o delegado Júnior Almeida e vim acompanhar o caso ...
– O que houve com o cachorro? Ele teve fraturas em diversas regiões sendo as patas traseiras as mais prejudicadas…
– Ele foi agredido brutalmente... por um ignorante.. – Dizia Luíza abalada de mais.
– Ele foi agredido por um funcionário de um supermercado aqui próximo. Queriam retirar o animal do estabelecimento e… – Pigarreou. – retiraram da pior forma. – Eu precisei sentar. O ar ameaçou faltar. Como foram capazes de fazer tamanho mal a um animal? – O suspeito já está preso e estamos com as imagens do estabelecimento. Estamos aqui, pois precisamos do seu laudo de como ele chegou e como está e suas observações futuras para analisarmos e inclui-lo no processo.
– Eu realmente espero que a justiça seja feita. Eu farei o possível e o impossível para essa covardia não passar impune.
– Pode contar comigo doutor Alfonso. – Luíza se pronunciou. – Esse é Júlio Fernandes, advogado e faremos esse crime não sair impune.
– Só peço que não atrapalhem as investigações ou compliquem o caso…
– O senhor faça seu trabalho, que nós faremos o nosso. – Digo rispidamente e logo os policiais fardados deram um passo sendo impedidos por Júnior que levantou a mão em impedimento.
Dana-se!
Já não to muito de boas com a categoria mesmo.
– Mas cuidado com as palavras rapaz. Não vamos perder o controle.
Eu o responderia novamente se o tal engravato, que descobrir ser o advogado Júlio, não colocasse a mão em meu ombro me impedindo de retrucar.
– Não se preocupe delegado. Eles estão do lado da lei e não contra a ela, afinal querem justiça pelo que aconteceu.
O delegado assentiu e junto com um dos policiais saiu da clínica. Deixando o outro para pegar o documento que farei contendo o meu laudo sobre o cão.
***
Vinte e quatro horas depois que o cão apareceu em minha clínica, muitas coisas aconteceram
O funcionário apareceu nas gravações realizando o ato hediondo;
O cachorro ainda se encontra em estado grave e foi transferido para a instituição protetora de animais que possuem recursos mais avançados para a recuperação do animal;
O caso tomou proporções em âmbito Nacional que tiveram que transferir o processo para a policial federal;
Vários protestos estavam sendo realizados por redes sociais e na própria loja onde tudo ocorreu e é nesse que estou no momento.
Todas as pessoas que se comoveram com a causa, estão nesse momento fazendo um cordão de isolamento no supermercado. Um protesto que já dura quatro horas. E eu faço parte dele.
Pela barbaridade que ali ocorreu resolvemos impedir que o estabelecimento tenha lucro com suas vendas. Com a corrente de pessoas impedimos que clientes entre no supermercado e assim ele tenha prejuízo financeiro naquele dia. Como o esperado muita gente se juntou ao ato e o protesto cresceu. E assim o gerente chamou a polícia.
Como o caso estava com a Polícia Federal, a pessoa que eu vi não me agradou em nada. Piorou a situação mil vezes, porque minha raiva triplicou só por ver aquele rosto do qual eu não esquecerei por um bom tempo, e principalmente por que ele abriu aquele sorrisinho de vitória que só eu sei como odeio aquilo.
– Vamos lá pessoal, o que está acontecendo aqui?! – Ele perguntou e esquadrinhou todos os rostos que lhe era possível ver e logo parou o olhar em mim. – Ei? Eu conheço você. – Diz e sorri.
Babaca dos infernos!
– Nos estamos em um protesto passivo, Policial… – O Júlio disse e ele olhou para ele.
– É detetive. – Disse e voltou a olhar para mim. – Você está por trás disso?
Me solto da corrente de pessoas e fico próximo a ele. Nem quero chegar muito perto.
– Sim estou. Na verdade eu organizei. E como disse o nosso advogado estamos em um protesto passivo e com prazo para terminar, detetive. – Digo a última palavra com sacarmos na voz. Dana-se!
Ele ri debochadamente da minha cara e se aproxima mais de mim.
– Pois é, mas o protesto terá que acabar agora... – Olhou para todos e parou o olhar em mim novamente e sorriu vitorioso novamente. – Afinal… – Ele disse e se aproximou mais de mim. – … é só um maldito cachorro. – Sussurrou em meu ouvido.
Desgraçado!
A raiva que minha vó sempre me ensinou a não acumular e que dessa vez eu não segui seu conselho, explodiu. Era magoa por Anahí ter feito aquilo comigo; era raiva por vê-lo sorrir depois que saiu altas horas da madrugada da casa dela; raiva pelo que fizeram com aquele cão e a raiva maior foi por ELE ter dito aquilo para mim.
Só para mim!
E munido de todos esses sentimentos ruins eu lhe dei um soco certeiro no seu rosto. Que o fez cambalear para trás e uma confusão começar.
Pessoas passaram a se empurrar e a se xingarem. O tal Viegas veio para cima de mim e acertou um soco na minha boca que me fez cair ao chão. O que só piorou toda a confusão.
Quase quarenta minutos depois, a confusão estava finalizada, com o protesto terminado e eu algemado dentro de uma viatura de polícia com o Viegas logo a frente com uma cara nada boa.
***
– SENTA AÍ,INFELIZ! – Ele me joga em uma cadeira de ferro o que fez meus pulsos doerem já que eu ainda estava algemado. Ele deu a volta e a tirou de meu pulso, que latejava e estava vermelho. – Você tem noção que agrediu um homem da lei? – Ele dizia revoltado, enquanto eu me ajeitava na cadeira e me virava para ele apoiando os braços em cima da mesa, também de ferro, que estava ali.
– Eu só dei o que você mereceu! Você que começou... – O acusei com revolta, no mesmo momento em que a porta a minha frente e atrás dele foi aberta com brutalidade e uma Anahí enfurecida passou por ela.
– O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?!
– Ah pronto. Era só o que me faltava!! – Digo exasperado, deixando minhas mãos caírem na mesa.
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Taí o motivo da prisão do Poncho amores.
Não se esqueçam que por mais que a história do cachorro seja verídica eu acrescentei fatos fictícios para a abordá-la ao contexto da fic. Ok?
Bjos e até domingo que vem!
Autor(a): lenaissa
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 392
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beatris_ponny Postado em 24/02/2024 - 17:01:08
Sinto muito pelo seu pai :( mais que bom que voltou, ansiosa por esse final <3
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degomes Postado em 23/11/2023 - 21:51:23
Continua
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beatris_ponny Postado em 17/04/2023 - 00:56:05
Eitaaaaaa que o trem tá bom dms, continuaaaa
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beatris_ponny Postado em 09/08/2022 - 06:18:12
Cara to amando essa fic li ela toda em 2 dias e já tô viciada, e querendo novos capítulos, então por favor posta maisss
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NoExistente Postado em 08/07/2022 - 23:10:50
Ei, fico contente de que esteja de volta. Esses amigos do Poncho bem que podiam dar uma mudada, porque pqp viu. Mas Go Any, Go.
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NoExistente Postado em 14/06/2022 - 15:25:06
Tome seu tempo. Descanse e aproveite. Sua história é bem cativante. Obrigado, li tudo em uma madrugada.
lenaissa Postado em 04/07/2022 - 22:22:46
Obrigada amore!! O apoio dos leitores é sempre um pilar para mim. E me motiva um pouco mais!
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degomes Postado em 12/06/2022 - 21:55:09
Continua 🙏🙌
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lenaissa Postado em 06/01/2022 - 12:44:31
Boa tarde amores!!! Quase um ano sem postagens :( Me desculpem por isso! Mas minha vida correu mais do que minhas pernas puderam aguentar. Aos pouquinhos vou retomar com a Fic (aproveitar minhas férias para isso). Espero ainda ter o apoio de vcs, apesar da minha falta. Um bjo no coração de cada um.
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Beca Postado em 02/11/2021 - 10:53:00
Continua
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Beca Postado em 18/06/2021 - 09:07:40
Continua por favor