Fanfic: Aprendendo a Amar! | Tema: Rebelde; RBD; Ponny; AyA
Saio da ala das enfermarias rumando em direção a saída daquele hospital. Viro a esquerda e me deparo com uma pequena recepção onde se encontrava algumas pessoas entre eles Vó Judith, Christian, Gisela e minhas amigas.
Paro no lugar e os observo com atenção.
Gisela estava com os olhos vermelhos abraçada a vó Judith que pressionava contra seu peito uma bíblia bem gasta pelo tempo. Christian estava sentado ao lado delas curvado para frente, seus braços apoiados nas pernas amparavam sua cabeça. Provavelmente ele fitava o chão ou estava com os olhos fechados rezando, igualmente suas companheiras de assento ao lado.
Olho para minhas amigas que olhavam para os três. Pareciam ter acabado de dar alguma notícia a eles.
– Annie. – Dul foi a primeira me notar.
Assim que meu nome foi pronunciado, todos olharam para mim.
Dona Judith e Chris foram os primeiros a chegar em mim. Os bracinhos rechonchudos de vó Judith me apertaram em um forte abraço. O que foi suficiente para novas lágrimas rolarem pelo meu rosto, me lembrando das pessoas especiais que o esperavam ali, enquanto eu estava ali em pé e disposta a votar a minha rotina sem ele.
– Como você está, querida? – Ela me pergunta com a voz fraca e chorosa. Limpo suas lágrimas e volto a abraçá-la. Sem coragem de dizer que EU estava bem enquanto o neto dela estava la dentro lutando pela vida.
– Ele vai ficar bem Annie. – Chris diz parecendo perceber todo o meu conflito de instantes, sem uma palavra eu o puxo também e o abraço. O abraço tripo que ele e Alfonso tanto gostavam de dar.
– Eu sei que vai! – É a única resposta que dou entre as lágrimas que partilhamos. Ainda consigo avistar Gisela em seu canto.
Seu olhar era o único que sabia a quem culpar por aquilo tudo com ele.
Ela me culpava.
E para ser sincera, não estava errada.
***
– Eu quero voltar pro caso! – Digo ao Jorge assim que entro em sua sala.
Era noite. Deixei Vó Judith na casa de Chris, após os médicos convencê-los de que não adiantaria eles passarem a noite no hospital, pois Afonso acordaria daqui a alguns dias se o quadro continuassem a progredir.
Porém eles só foram quando Gisela garantiu que ficaria ali o tempo que fosse e os avisaria – a eles e não a mim – caso algo muda-se no quadro de Alfonso;
Apesar de querer, eu não podia afastá-la. Ela naquele momento tinha mais direito de estar ali do que eu, que o coloquei naquela situação.
Eu… apenas me retirei com eles.
– Anahí você acabou de sair do hospital, não vejo…
– Senhor, eu estou completamente apta a voltar a trabalhar. Nada me impedirá de caçar esse vagabundo… ele atentou contra mim e contra pessoas que eu amo, senhor! Não vou ficar sentada esperando pegá-lo.
Jorge solta um suspiro cansado.
Ele tinha um grande pepino nas mãos. Um caso em aberto, uma investigação de sequestro e ainda uma fuga de um detento dentro da sua unidade de polícia, a imprensa estava caindo em cima. Eram abacaxis enormes para descascar.
– Tudo bem. – Diz se levantando e indo até os armários dos arquivos. – Você volta. – Abre uma das gavetas e de lá retira meus equipamentos de trabalho. – Mas Anahí, cada passo que você der, deverá ser informado! – Decreta. – Nada de agir como lobo solitário e tornar isso pessoal.
– Desculpe senhor, mas é pessoal para mim. Prometo, sim informar cada passo meu. Mas o cassarei dia e noite e não sossegarei enquanto tudo isso estiver terminado. – Digo decidida.
Ele me analisa e assente me entregando minha arma e distintivo.
– Amanhã, na primeira hora teremos reunião de equipe. Vamos reagrupar. – Assinto.
– Obrigada senhor. – Digo me afastando quando ele me chama.
– Como ele está? – Um nó se forma em minha garganta. Pensar em Alfonso naquele estado me deixava instável.
– Quero acreditar que ele ficará bem. – Digo por fim e saio da sala sem dar-lhe oportunidade de novos questionamentos que eu não saberia responder.
***
O apartamento estava escuro, há três dias que não pisei em minha casa. Um latido forte me faz sair da inercia e ir até área de serviço. Bartô estava eufórico ao me ver. Quase caio quando ele se lança pra cima de mim.
– Calma filho, mamãe chegou. – Acaricio por todo lado enquanto ele late, pula e me lambe. Meu olhar o procura e o encontro encolhido na cama de Bartô. Ele me olhava atentamente, mas sem levantar a cabeça das patinhas. – Beijo o focinho de Bartô e vou até Gabriel, que só agora levanta a cabecinha quando paro em sua frente. – Oi pequeno Gabs… – Me agacho para pegá-lo no colo e uma pequena lambida recebo na mão. – Seu papai vai ficar bem, viu? – Uma lágrima rola pelo meu rosto enquanto falo com um cachorro. – Daí podemos sair todos juntos. Você quer?
Quem me responde é Bartô com latidos e abanos de rabos.
– Hoje vocês dormem comigo, tá? Não conseguirei ficar sozinha essa noite. – Enxugo as lágrimas e beijo a cabecinha de Gabriel, que não se meche. Levanto e saio da área apagando a luz, Bartô dispara pela casa e eu levo Gabriel no colo. – Ainda bem que seu papai me ensinou a cuidar de você, né?
Desde do acidente com Alfonso ele ficou com Christian, mas esse não leva jeito com animais e ainda tem alergia e como minhas amigas estavam cuidando de Bartô resolveram cuidar de Gabriel também. Com todo o cuidado que ele deveria ter. Já que era um cãozinho com depressão e estrabismo.
Assim que entro no quarto, deixo-o no chão e coloco perto da porta do banheiro o tapetinho que ele é acostumado a fazer suas necessidades. Bartô tem seu próprio canto la na lavanderia. Um cachorro to tamanho dele no tapetinho seria um desastre.
Puxo meu colchão da cama e coloco-o no chão, para facilitar a vida de Gabriel, que não sabe pular de lugar tão alto. Arrumo tudo no chão, os deixo lá e vou ao banheiro. Retiro minhas roupas e analiso os hematomas pelo meu corpo. Hematomas que evidenciaram os piores momentos da minha vida. E novas lágrimas rolam.
Cada um me faz lembra de Alfonso
Cada um me faz ter sede de “vingança”.
Pegar cada responsável por cada hematoma meu e por colocar em risco a vida do homem que eu aprendi a amar.
Saio o box e visto a camisa dele, busco a pasta de relatórios com os últimos acontecimentos desde meu afastamento e passo a noite analisando-o, ficando a par de tudo para minha volta ao trabalho em algumas horas.
***
– Os agentes que se infiltraram na delegacia estavam vestidos como os Policiais Federais, encapuzados e fortemente armados. Deixaram os números do registros falsos e o levaram em dois carros da PF, clonados. Temos poucas informações para identificar esses homens, porém já deixei alertas nos aeroportos, nos portos para caso queiram sair do país. – Estávamos a mais de uma hora naquela reunião que não chegava a lugar algum, somente demonstrava o quanto incompetentes fomos nessa investigação. – Anahí e Maite, voltem ao apartamento onde encontramos você e busque por novos testemunhos e pistas. – Ele diz e assentimos. Logo nos levantamos para sair ao trabalho.
O hotel é um de beira de estrada, está fechado para averiguações criminais. Sigo Mai até o quarto onde fui mantida refém tudo estava como “deixei” menos os corpos ao chão.
– Tudo bem? – Minha amiga me pergunta ao me ver olhando para a cadeira no qual me mantiveram amarrada.
– Sim. Vamos logo com isso. – Digo friamente e começo a vasculhar o local. Mai demora um pouco mais, talvez estranhando meu comportamento, mas logo inicia suas buscas.
Por quase trinta minutos, vasculhamos aquele quarto e não conseguimos encontrar nada além do que a perícia encontrou quando veio anteriormente.
– Essa investigação deu um nó, que me da dor de cabeça. – Comenta Mai enquanto voltávamos ao estacionamento para ir embora.
– Olha a sua esquerda. – Digo e ela se vira e avista uma mulher que parecia ser uma das funcionárias do hotel nos olhando.
– Será que ela viu alguma coisa?
– Só saberemos se perguntarmos. – Respondo fechando a porta do carro e indo em direção a mulher.
– Que grosseria! – Escuto-a dizer logo atrás de mim.
– Bom dia, somos da polícia… – Mostro o distintivo preso no cinto da calça. – A senhora viu o que aconteceu…
– Você? – Ele me questiona. – Era você que chegou com uns homens a dias atrás. – Afirma e eu olho para Maite que logo se posta ao nosso lado abrindo seu caderninho de anotações.
– Sim sou eu. A senhora viu o rosto dos homens que me trouxeram?
– Vocês vão me prender por não ter feito o depoimento antes?
– Não senhora. – Maite responde. – Mas como não lhe levaram para prestar depoimento no dia?
– Não era meu turno. Quando a polícia chegou eu não estava, mais eu havia visto três homens carregando uma moça, você no caso, desacordada e te levarem para o quarto…
– E porque não chamou a policia?? – A questiono irritada com a inadimplência da mulher.
– Um dos homens, o mais mau encarado me viu olhando e fez um gesto de silêncio seguido de um dedo perpassando pelo pescoço. Então fiquei com medo na hora. Eu tenho quatro filhos, policial. – Diz me olhando com raiva por questioná-la anteriormente.
– Ok. A senhora fez certo, afinal recebeu uma ameaça, indiretamente. – Ressaltou Maite me fuzilando com o olhar em seguida.
– Então, a senhora olhou bem o rosto deles? – Pergunto.
Quando recobrei a memória ainda no hospital fiz meu testemunho com tudo e todos que eu me lembrava, porém devido aos meus espancamentos eu quase não consegui dar informações consistentes sobre uma possível identidade dos agressores. Só o do chefão. Pois o rosto dele não me sai da cabeça.
– O mau encarado tinha uma tatuagem no braço, parecia um tigre…. – Um fleche preencheu meu cérebro e nele um antebraço com um leopardo tatuado era deferido em meu abdome e rosto sucessivamente.
– Esse executava as agressões. – Digo baixo, porém Maite me escutou.
– Se lembrou de algo?
– Sim, prossiga. – Digo a mulher que assente, porém seu olhar desvia para o estacionamento.
– Ai meu Deus…. – Sussurra. – São eles. – Diz e nos viramos rapidamente.
E novos fleches surgem ao avistá-los sair de um furgão cinza. Eram os capangas que trouxeram o latão d’água e que ficava olhando enquanto o terceiro me batia.
– Tem certeza? – Mai sussurra para não chamar a atenção deles que ainda não nos viram.
– São eles Maite. – Digo me afastando e tirando a arma do coldre.
Maite faz o mesmo depois de colocar a mulher atrás da pilastra…
– PARADOS! POLÍCIA!! – Digo no momento em que eles nos avistam.
Foi tudo muito rápido, eles retiram suas armas e eu disparo mais meu tiro não os acerta o que dar tempo deles revidarem.
Uma pequena troca de tiros começam e eles correm de volta ao carro.
– FIQUE AQUI, UMA VIATURA VIRÁ BUSCÁ-LA. – Grita Maite para a mulher enquanto corremos para pegar o carro e segui-los.– CENTRAL… Estamos em perseguição uma van cinza, placa WSZ0089, seguindo pela Presidente Vargas.. – Piso fundo enquanto Mai alerta o rádio. – Anahí… cuidado!! – Ela me grita quando faço uma curva fechada na Rio Branco, que faz a traseira do carro deslizar na pista, porém eu consigo controlar o carro e seguir atrás dos caras. – Eu não quero morrer!!!
– Você não vai!! – Grito quando acelero mais ainda o carro quando percebo que eles farão outra curva fechada.
Porém se dependesse de mim e desse carro eles não fariam.
– ANAHÍ!!! – Maite gritou ao ver minha intenção.
Quando eles imbicaram para entrar na curva eu acertei em cheio a dianteira esquerda do furgão, que com o impacto subiu e capotou.
No nosso carro o dano foi somente na dianteira direita e para-choque do Citroen C4 Pllas de Maite.
Faço um cavalo de pau, parando o carro a meio metro a frente do furgão.
Saímos com armas em punho e fomo em direção a eles.
– Pro chão!! – Maite grita aos três homens, mas eles correm. Atiro uma vez e acerto um no ombro que cai e logo corremos atrás dos outros dois, cada uma pegou um.
Um soco conseguiu me derrubar e quando eu o vi se aproximar ele chutou mais consegui me defender com os braços em “xix” e não satisfeito ele desferiu um soco no meu peito, claro que com o colete não teve grande impacto em mim. Só me deu tempo de me estabilizar e acertá-lo no nariz e desferir um chute no saco.
Porém o cara era um mutante e não se abalou acertou outro soco que consegui desviar, segurar o braço e acertar um soco no cotovelo dele, quebrando-o na hora.
Ele urrou de dor, afinal não era tão mutante assim. Dei uma rasteira que o fez cair no chão, rapidamente retirei minha pistola do coldre e mirei em seu joelho.
– Se, se mexer, estouro seu joelho! – Grito
O reforço chega e um policial vem e o algema. Logo Viegas aparece.
– Falta um! – Grita Maite.
– Eu atirei nele. Não deve ter ido longe... – Digo no exato momento em que muitas pessoas correm em desespero. – Lá! Vamos! – Digo a eles e corremos para o local de onde as pessoas correram.
– Quem são esses caras? – Viegas pergunta.
– Eles estavam no sequestro da Annie. – Explica Maite quando atravessamos a rua.
– Ali, ali...-- Os pedestres apontam para um hotel onde pessoas estavam saindo correndo.
– Anda! Vamos! – Grito aos dois e logo entramos no saguão do hotel com nossas armas em punho. O local estava praticamente vazio já que as pessoas se assustaram com o homem armado.
– Onde?? – Digo olhando o saguão completamente vazio
– Ele foi ferido, e sabe que não pode ir para hospital então deve ter procurado um lugar para se esconder. – Viegas diz o obvio.
– Aqui! Achei sangue… – Maite aponta pro botão do elevador sujo de sangue. – Vamos subir!
Assim que o elevador abre as portas nós entramos e sem dar tempo de uma família que estava dentro sair.
– Foi pro trinta e seis. – Digo apertando o botão sujo de sangue com o cano da minha arma. Um casal e um menino tentam passar por mim mais a porta do elevador fecha e ficamos ali, todos juntos.
O homem, pede licença para apertar um número qualquer no painel ao meu lado. Ele aperta e volta ao seu lugar. Aproveito para engatilhar minha arma.
Quando ouço um pigarro de Maite.
Olho para ela que faz um movimento de cabeça e meu olhar vaga até o garotinho, que me olhava assustado.
– Ah.. é… nós somos da polícia. – Digo sem jeito e volto a olhar o painel de números.
– Inacreditável… – Escuto Maitê sussurrar e logo vejo-a se agachar até o menino. – Gosta de hipopótamos? – Diz ela vendo o menino carregar um urso do animal em suas mãos. Ele assente para ela que sorrir. – Eu também gosto. Quem não gosta desses seres grandes e assustadores? – Ela diz e reviro os olhos.
Pior do que eu.
As portas do elevador se abrem e a família sai apressada, deixando nós três sozinhos na caixa metálica. Aperto novamente o botão 36 com o cano da arma, completamente impaciente.
– Vocês tem um jeito para crianças. – Viegas diz após pigarrear. Olho para ele sem entender o tom irônico que utilizou.
– O que? – Digo após trocar olhares com minha parceira, que sorria debochada para o outro.
– Nada. – Ele diz prendendo o riso.
O elevador apita novamente e abre as portas e saímos em seguida sem mais comentários.
Corremos pelo corredor com as armas em punho.
– Aqui! Aqui! – Grito por eles após encontrar uma mancha de sangue na parede próximo a porta que levava as escadas de emergência. – No telhado! – Digo vendo mais manchas de sangue nos degraus e corrimão, como estávamos no último andar ele só poderia ter ido para o telhado.
Assim que lá chegamos, vasculhamos o local, com a arma sempre em punho para qualquer surpresa.
– Encontrei! – Gritou Viegas apontando sua arma para o cara caído no chão.
– Está morto? – Pergunto chegando a eles e vendo Viegas sentindo a pulsação no pescoço do homem, que estava caído ao chão sangrando com um buraco de bala no ombro esquerdo.
– Ainda não! – Diz Viegas.
***
– Acorda! Acorda! – Maite o chama segurando uma mangueira jogando um jato de água no rosto dele. – Anda que não tenho o dia todo! – O cara desperta e logo ela desliga a mangueira. – Dormiu bem princesa? – Ele tosse e nos olha depois leva a mão ao ombro ferido. – Quem é você?
– Médico… – O cara diz abaixando a cabeça e segurando o braço.
– Ela te fez uma pergunta. – Diz Viegas interrompendo-o.
– Onde está Otávio Rangel? – Completo me inclinando em sua direção. Mas ele geme e não responde.
Mai toca meu ombro e eu me afasto e ela se agacha na frente do cara.
– Sabia que eu também já levei um tiro? – Diz chamando a atenção do homem. – Vai ter que cuidar disso aí. E se você não cuidar disso, vai acontecer o seguinte: Você vai pegar uma infecção bacteriana e acredita em mim não é legal… – Reviro os olhos e cruzo os braços. – ...se cair na sua corrente sanguínea você vai ficar mal, os órgãos vão falhar e quando você acordar eles já tiraram os seus rins. – Diz sorrindo a fim de amedrontar o homem e eu a olho não acreditando naquilo. – E eu acho que diálise não é legal. – Ela diz com falso pesar e eu suspiro impaciente. – E eu te pergunto, aquele porco vale isso tudo? Por que eu acho que não…
– Chega Mai… – Dou três toques no ombro dela que se levanta bufando e eu assumo o seu lugar, mas meu interrogatório seria diferente, porque eu não tenho tempo para conversas. – Segura ele. – Digo e Viegas o segura.
– Que isso… – Mai começa a protestar quando eu pego o dedão da mão dele e levo ate o ferimento de bala. O cara geme de dor. – Qual é o seu problema?
– Tempo! Meu problema é a falta de tempo! – Respondo a ela pressionando ainda mais o ferimento com o dedo dele. – Me dá o seu bloquinho aí? – Ela me entrega contra a gosto. Eu abro em uma das páginas em branco e coloco o dedo ensanguentado dele ali, retirando sua digital. – Checa essa digital! – Entrego o bloco a Viegas que se levanta em busca do seu celular.
Nós, policiais federais, possuímos aplicativo avançado da PF no celular, que nos permitia ter acessos a informações que só poderiam ser feitos no DP. Mas escaneando a digital pela câmera do celular e tacando no sistema, se o cara fosse fichado a informação com os dados dele apareceriam na tela do celular em segundos.
– Agora vamos lá princesa. Ver se você tem assas. – Digo levantando-o pela camisa e arrastando-o até o parapeito do prédio.
O cara não era tão grande e nem pesado por isso consegui levá-lo até onde queria e debruçá-lo no parapeito.
– O que você está fazendo?? – Maite veio desesperada para o meu lado. No momento que eu prendi as pernas dele por debaixo dos meus braços e o empurrei, fazendo ele ficar suspenso no parapeito. – Você está ficando maluca?
– Você não vai falar né? – Eu me dirigia ao homem pendurado, enquanto Maite me azucrinava ao meu lado.
– Você não pode pendurar ele no telhado…
– Eu vou dizer assim: Você veio para cima de mim armado, nos lutamos e você caiu… e aí… não vai falar? – Ele se debatia. – Você vai cair…
– ANNIE ME ESCUTA… – Mai dizia exasperada ao meu lado. – SE O SUSPEITO MORRER, NÃO VAI MAIS TER COM QUEM FALAR… – Ela gesticulava e gritava, enquanto eu alternava meu olhar entre ela e o cara. – ...E AÍ NÃO VAI TER MAIS UTILIDADE PARA GENTE!!
– E você acha que eu ligo? – Digo olhando para o homem que me olhava assutado e pedindo para tirá-lo dali. – Você efetuou disparos em um local público, cara! Sem se importar com os demais. Eu vou é fazer um favor pro mundo… – Balanço ele que se despera
– CHEGA! – Ela grita ao meu lado, fazendo eu olhá-la impaciente.
– Meninas?! – Viegas nos chama e nós duas olhamos para ele. – Podem parar agora… – Diz acenando com o celular. – Eu consegui uma identificação positiva nos dados da Federal. – Finaliza.
– Já posso largar? – Digo a Maite.
– Você e eu vamos ter uma conversinha depois! – Diz brava apontando o dedo para mim. – PUXA ELE AGORA!!!! – Finaliza, me ajudando a puxar o homem de volta a terra firme.
Soltamos ele que cai como manga madura no chão.
– O nome dele é Júlio Nazário e tem uma ficha de um quilômetro. Ele faz parte de uma gangue que assalta banco e joalherias, sempre em ações rápidas. Foi preso pela última vez em dezembro do ano passado por sequestro e estava foragido desde então.
– Beleza, vamos jogar ele na cadeia e descobrir a identidade dos outros cúmplices e quem sabe chegar ao Rangel. – Digo, vendo Maite algemar o cara.
– Onde você vai? – Ela me questiona quando começo a me afastar.
– Voltar para o DP. – Me viro para responder aquela pergunta obvia. Enquanto Viegas levanta o cara algemado do chão. – A final temos um relatório a fazer… – Digo voltando a caminhar.
– Você vai por aí? – Diz e eu paro suspirando notando realmente por onde estava indo. – Tem assas também?
– Inferno. – Sussurro para mim mesmo e dou meia volta indo em direção a Viegas que saia pela única porta daquele terraço, ou seja, a porta ao lado onde estávamos. – Cala boca! – Digo passando por ela que já estava pronta para soltar mais uma piadinha
***
Dentro do carro o clima não estava dos melhores. Eu dirigia em silêncio assim como Maite porém ela me fuzilava com os olhos.
– O que foi? – Digo
– O que foi? É isso que você fala? Pelo amor de Deus Anahí…
– Olha eu não…
– Cala boca! Sou eu que vou falar agora! – Diz gesticulando. Assinto voltando a atenção a estrada. – Júlio Nazareno é um suspeito. E isso quer dizer que tratamos ele como uma fonte de informações e depois fichamos ele. Tudo bem? Torturar e matar não faz parte do nosso trabalho…
– O que? – Me posiciono. – Eu não ia matar o cara… eu só estava tentando..
– Porque sua boca está mexendo? – Ela briga comigo. – E a minha vez de falar! – Me rendo e levanto a mão em rendição.
– Tá bom! – Faço movimento com a mão para que ela prossiga. Ela respira fundo e volta a argumentar.
– Eu sei que você quer resolver logo esse caso, mas isso não te dar o direito de pendurar o cara do telhado. – Eu tento me defender mas desisto quando ela não para de falar. – Eu ia fazer ele falar eu só precisava convencer o desgraçado é a assim que a polícia, nós, trabalhamos! É muito difícil para você entender? – Ela me olha. – Hã?
– Posso falar?
– Não! Não pode, sabe porque? – Ela volta a gesticular. – Porque você não obedece as regras Anahí!! Você não pode deixar esse caso virar pessoal para você! – Me acusa. Eu tento responder mais ela me corta. – Calada Anahí! Calada! Porque se tudo a partir de agora for virar pessoal para você, eu preciso saber, por que se não as minhas chances de segurança no trabalho sem falar na sobrevivência serão pequenas. – Ela dá uma pausa. – Porque se você for bancar a justiceira, eu, pelo menos, gostaria de ser consultada para poder me proteger.
Finaliza.
Ela solta um suspiro cansado.
Ela tinha razão.
Eu não posso ser impulsiva e colocá-la em risco ou ate mesmo perder o emprego.
Eu tinha que zelar pela minha vida e pela dela.
O silêncio volta a reinar no carro.
Suspiro e a olho, Mai olha fixamente para frente regularizando sua respiração depois de soltar tudo aquilo sem parar um segundo se quer para respirar.
– Tudo bem. – Digo.
– Tudo bem!
Respiro fundo e volto a intercalar meu olhar entre ela e a estrada.
– Eu não ia matá-lo. – Reforço.
– Eu sei que não. – Assinto, finalizando aquela conversa.
E terminamos o percurso em pleno silêncio.
Autor(a): lenaissa
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 392
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beatris_ponny Postado em 24/02/2024 - 17:01:08
Sinto muito pelo seu pai :( mais que bom que voltou, ansiosa por esse final <3
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degomes Postado em 23/11/2023 - 21:51:23
Continua
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beatris_ponny Postado em 17/04/2023 - 00:56:05
Eitaaaaaa que o trem tá bom dms, continuaaaa
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beatris_ponny Postado em 09/08/2022 - 06:18:12
Cara to amando essa fic li ela toda em 2 dias e já tô viciada, e querendo novos capítulos, então por favor posta maisss
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NoExistente Postado em 08/07/2022 - 23:10:50
Ei, fico contente de que esteja de volta. Esses amigos do Poncho bem que podiam dar uma mudada, porque pqp viu. Mas Go Any, Go.
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NoExistente Postado em 14/06/2022 - 15:25:06
Tome seu tempo. Descanse e aproveite. Sua história é bem cativante. Obrigado, li tudo em uma madrugada.
lenaissa Postado em 04/07/2022 - 22:22:46
Obrigada amore!! O apoio dos leitores é sempre um pilar para mim. E me motiva um pouco mais!
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degomes Postado em 12/06/2022 - 21:55:09
Continua 🙏🙌
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lenaissa Postado em 06/01/2022 - 12:44:31
Boa tarde amores!!! Quase um ano sem postagens :( Me desculpem por isso! Mas minha vida correu mais do que minhas pernas puderam aguentar. Aos pouquinhos vou retomar com a Fic (aproveitar minhas férias para isso). Espero ainda ter o apoio de vcs, apesar da minha falta. Um bjo no coração de cada um.
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Beca Postado em 02/11/2021 - 10:53:00
Continua
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Beca Postado em 18/06/2021 - 09:07:40
Continua por favor