Fanfic: Você está livre hoje?HOT- Adaptada-AyA | Tema: AyA- Ponny

Alô - disse contendo a respiração.

- Oi, Annie, adivinha onde estou?

- Não temho ideia - não tinha cabeça nem pra pensar, quem dirá pra adivinhar.

- Do lado de fora da agência, fui na sua casa, mas como você não estava, imaginei que estivesse aqui, ia te chamar pra jantar.

- Claro, em alguns minutos eu desço - disse nervosa e desliguei.

Olhei em pânico pra Alfonso e comecei a me vestir para logo depois procurar minha calcinha. Alfonso estava ao meu lado, me olhando seriamente, provavelmente já sabia quem tinha me ligado. Eu levantei os ombros e balancei a cabeça negativamente, ele sabia perfeitamente da existência de Kuno, além do mais, o que havia entre nós dois era somente sexo, mesmo que não houvessem mais regras, o que nos unia era isso.

- Está procurando isso? - perguntou, me mostrando minha calcinha em sua mão.

- Ainda bem que você achou - levantei a mão pra pegá-la, mas ele a levou atrás das costas - Não é hora de brincar, eu tenho que ir.

- Vai então, não estou te impedindo.

- Me dá isso logo.

- Não, quero guardar alguma coisa sua até nos vermos de novo.

- Mas isso não - gritei séria e assustada.

- Por que não?

- Você sabe porque não. Me dá logo isso, estou falando sério.

- Ou o quê? Vai chamar a Polícia?

- Alfonso! Você está me deixando nervosa, me dá logo isso.

- Até logo, Annie, boa noite.

Começou a ir em direção a porta e eu entrei na frente da mesma.

- Por favor, Alfonso - disse suplicando, quase com lágrimas nos olhos de desespero.

- Ele te tem completa, o que tem demais eu ter uma calcinha sua?

- Não, ele não me tem completa e você sabe. Não posso te deixar com isso, pelo menos não hoje, outro dia, eu prometo, quando voltarmos a nos ver. Hoje eu te dou outra coisa, por favor.

- O que você vai me dar hoje então? - Me olhou desconfiado.

O peguei pela mão obrigando-o a caminhar comigo, ele estava louco e eu temia que cometesse uma loucura. Abri a gaveta da minha mesa com a mão livre e peguei um lenço. Peguei um perfume do que eu usava e guardava ali de reserva, espirrei um pouco no lenço e o dei. Ele sorriu e me entregou a calcinha.

- Ah, quase que eu ia esquecendo. Não use vestido rosa no casamento - me deu um selinho e foi em direção a porta.

- Não sei se vou ainda.

- Boa noite, Annie.

Ele saiu e eu vesti rapidamente a calcinha. Kuno me ligou de novo e eu disse que já estava descendo. Fui no banheiro e ajeitei um pouco o cabelo, a maquiagem e passei um pouco de perfume. Quando entrei no carro, Kuno me olhou com reprovação.

- Desculpa, minha impressora deu problema e eu não podia deixá-lá assim, o rapaz demorou pra achar o problema.

- Tudo bem. Onde você quer jantar?

- Não sei. O que você sugere?

- Comida chinesa, tudo bem?

- Sim, vamos.

Não nos falamos muito durante o caminho, nem durante o jantar. Kuno me disse que estava trocando mensagens com um cliente, mas eu percebi quando ele deixou um sorriso escapar. Não falei nada, preferi deixar passar, pois ele estava fazendo de tudo pra viajarmos, sem trabalho pra interferir, então era melhor que resolvesse logo.

Fui no banheiro e me olhei no espelho. Soltei um longo suspiro, essa viagem seria minha última oportunidade de tentar salvar nosso namoro. Depois do jantar, ele me levou pra casa e me disse que só nos veríamos no dia da viagem.

Nos dias seguintes, tive muito trabalho, mas não conseguia ver minha sala da mesma maneira, sempre me pegava olhando para a cadeira onde Alfonso me fizera sua e me pedira para não deixá-lo. O sorriso aparecia em meu rosto, desejava que suas palavras fossem verdadeiras, mas eram só isso: palavras sem significado algum. Abri minha gaveta e a primeira coisa que vi foi o convite de Maite, o peguei e comecei a ler. O convite era na cor creme, de um papel fino e letras prateadas.

Maite Perroni e Derrick James.

Desejamos dividir com vocês, nossa cerimônia de casamento, que acontecerá no dia 13 de junho, no sábado, em MacArthur Causeway #395, Miami South Beach às 18:00hs. A festa será no mesmo lugar, uma vez encerrada a cerimônia.

Aguardamos sua presença.

Suspirei depois que terminei de ler. Já havia pensado em casar com Kuno, mas agora já não me sentia tão segura quanto antes. Eu também não imaginava isso com Alfonso, de longe se via que ele não era desse tipo. Balancei a cabeça negativamente. O que eu estava pensando? É incrível como nós mulheres somos vulneráveis e como algumas simples palavras nos fazem perder a razão.

"Só não me deixe", me lembrei de suas palavras, com sua voz entrecortada.

Suspirei de novo, guardei o convite no mesmo lugar e continuei com meu trabalho.

Às dez da manhã em ponto, Kuno passou no meu apartamento para irmos para o aeroporto. Assim que subimos no táxi, seu telefone tocou, ele olhou a tela do celular, ignorou a chamada e mandou uma mensagem.

- Desculpa, amor, parece que nem todos sabem que estou de viajem - disse enquanto escrevia.

- Sem problemas.

Chegamos no aeroporto e ele se afastou de mim pra falar no telefone. Será que as pessoas não poderiam dar uma folga? Estava começando a odiar o trabalho dele.

Me sentei enquanto ele continuava pé, mas agora escorado na parede, depois de desligar o telefone, se sentou ao meu lado e me deu um beijo na testa. Quando entramos no avião, liguei meu IPod e coloquei os fones, enquanto Kuno se preparava pra dormir.

Finalmente chegamos ao nosso destino, ao subirmos no táxi e ele entregou ao taxista um papel com o endereço da casa que iríamos ficar. Minutos depois chegamos em uma casa branca muito bonita. O taxista tirou as malas do carro, Kuno o pagou e depois pegamos as malas e caminhamos em direção a porta. Kuno abriu a porta com a chave que tirou do bolso e entramos. A casa era relativamente média, porém muito espaçosa e os móveis rústicos de madeira.

- Kuno, de quem é essa casa? - perguntei me sentando no sofá.

- De um cliente, ele me emprestou pra passar alguns dias, parece que vai vendê-la e anda disponibilizando pra ver se alguém se interessa.

- Você é um possível comprador?

- Talvez, se eu comprá-la, acho que vou alugar, assim nós gastamos o dinheiro em outra coisa.

- Ela é muito linda - respondi me levantando e indo pra cozinha - mas, não podemos comprá-la, ela me parece bem cara.

- E é, então é melhor aproveitarmos bem os dias que teremos aqui. Vou subir com as malas, depois comemos e damos uma volta.